Mais um mês se finda, e o salário chega.
É com tristeza que verifico meu saldo e os respectivos descontos.
Como é de conhecimento da maioria trabalhadora desse País, mais da metade de nossos ganhos é destinado para os impostos.
Sento-me na sala para conferir minhas contas e ver onde terei que ‘’apertar’’ um pouco mais nesse mês quando o jornal anuncia que Antônio Palocci fez seu Patrimônio crescer 20 vezes desde de 2006.
Confesso que nem imagino o que seja isso dentro da minha realidade.
Esses dias li uma frase num carro que dizia: política não deveria ser profissão.
No exato momento em que terminei de ler tal expressão de originalidade veio à mente os cursos que temos em nosso País como, por exemplo, Ciências Políticas.
Quantos de nossos políticos, eleitos por nós, terminaram ao menos o segundo grau? Ou iniciaram uma graduação, uma pós graduação, um doutorado e quisá um pós doutorado?
Quantos de nossos políticos sabem o que significa na semântica a palavra POLÍTICO?
Quantos de nossos políticos merecem estar onde estão?
Todos os dias uma falcatrua vem à tona, seja na TV, no jornal, no rádio ou nas músicas.É dinheiro na cueca, na meia, na calcinha. Dinheiro fácil, código penal brasileiro falido.
Palocci quer nos fazer acreditar que ele trabalhou ( e muito! ) para aumentar em 20 vezes seu patrimônio. No que diz respeito aos nossos políticos e o que acompanhamos desde a época de Dom Pedro tem como acreditarmos nisso?
No dia 26 de maio de 2011 a presidente Dilma sai em defesa de Palocci dizendo que o mesmo está respondendo a todas essas calúnias e esclarecendo esse grande mal entendido. Tolinhos somos nós que trabalhamos de sol a sol, muitos trabalham sábados, domingos, feriados. Outros tantos enfrentam noites na estrada, outros tantos ficam sem ver suas famílias por meses, enquanto senhores de terno e gravata, em suas salas com ar condicionado que deveriam estar prestando serviços à comunidade que os colocou lá dentro, rascunham em papéis machê o próximo discurso engana trouxa.
A senhora presidente, após não tão secreta reunião com o ex sempre eterno senhor Lula, defendeu Palocci, e como aprendeu rápido a ''marchinha Lula'': não vi, não sei de nada.
É incrível como um partido político pode ser tão unido, tão irmão, tão companheiro pelos seus ideiais. Bonito isso.
Ao mesmo tempo penso que isso é bom, muito bom. Qual a porcentagem de aprovação do atual governo Dilma? Com quantos votos ela foi eleita? E com quantos votos o ex sempre eterno Lula foi eleito ( lembro-me que até filme em sua homenagem ele ‘’ganhou’’ )?
Quem elegeu Dilma, Lula, Sarney, Collor, Tiririca, Marta Suplicy, Romário, Netinho de Paula, Túlio Maravilha, Léo Áquilla, Castanha, o sósia do dançarino Lacraya ( in memoriam )?
Quem coloca quase todos os anos essas pessoas em suas salas para administrar um País?
Nós, meus amigos e amigas. NÓS.
Voltando ao porquê de achar isso bom: quando estamos dormindo e tendo bons sonhos não acordarmos, quando o esse sonho vira pesadelo acordamos rapidamente, assustados, ofegantes, querendo nos livrar logo de tal sensação que se acometeu em nosso corpo e mente.
Faz anos que estamos tendo pesadelos, e chegou a hora de tirarmos as sensações que eles nos causam. Temos uma máquina poderosa para isso: A URNA ELETRÔNICA, que tal utilizá-la a nosso favor dessa vez?
Enquanto o governo, em paralelo, fornece pão e circo aos seus súditos ( como a polêmica em torno do KIT anti homofobia criado por outro órgão do próprio governo ), nossos prezados senhores engravatados triplicam seus salários, aprovam leis em benefício próprio e criam mais um bolsa auxílio.
Conclusão do dia: Antônio Palocci, visto a genialidade nas finanças particulares alcançadas, deveria ser eleito Ministro da Fazenda.
Mariane Boldori