tag:blogger.com,1999:blog-40632437734087914532024-03-18T08:46:25.516-03:00Naco de ProsaUm espaço para grandes encontrosMarli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.comBlogger500125tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-17098843606081714432024-03-13T12:18:00.002-03:002024-03-13T12:18:40.327-03:00 A carta que nunca chegou<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSRc86gbiABKJcTdIJ_Tt41xuQVFDGZjKz4CJOuC_R_WdAgjvvTnniGUdRm7Ao8GHw8ksVL1glJeMK8VYpzyrGF4YvA4CN1xANxUDIwB7uyjeCOWzaZY7xlp-ayOaER6qjlJwm9NRkmuesSQsQAIquiplKQnYx46wp4qXzBAQE_S3z01mQzdJ6DJbJTsg/s154/a%20carta.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="148" data-original-width="154" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSRc86gbiABKJcTdIJ_Tt41xuQVFDGZjKz4CJOuC_R_WdAgjvvTnniGUdRm7Ao8GHw8ksVL1glJeMK8VYpzyrGF4YvA4CN1xANxUDIwB7uyjeCOWzaZY7xlp-ayOaER6qjlJwm9NRkmuesSQsQAIquiplKQnYx46wp4qXzBAQE_S3z01mQzdJ6DJbJTsg/w320-h308/a%20carta.jpeg" width="320" /></a></div><br /><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Tarde cinza, vento forte fazia os
galhos das árvores dançarem no jardim. Eu precisava finalizar a mudança que
começara há dois anos, naquele dia estava decidida a isso. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Sentei-me no chão frio do quarto,
a última caixa findaria “ a saga da mudança”. O estilete seguia a linha no meio
da caixa de papelão, cortando a fita, abri as abas da caixa. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Fotos, cadernos, rascunhos,
canetas e memórias pulavam dela o tempo todo, a cada foto que eu pegava. Em
cada papel fotográfico, um cheiro, uma saudade, ou uma dúvida. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Fotos fazem tantas coisas em nossas
almas, embaralham nossos pensamentos e nos levam para tempos que, às vezes, não
queremos revisitar, porém nosso inconsciente (ou consciente), não nos permite
jogar aquele pedaço do tempo, no lixo. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Fui esvaziando a caixa, e
enchendo a minha mente, no fundo, um pedaço de papel amarelo, dobrado três
vezes. Abri. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Era uma carta datada de 1962. O
que me causou uma certa estranheza, foi a escrita, não a reconheci como de
ninguém próximo a mim. Ajeitei um pouco o corpo, recostando minhas costas na
cama para ler.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">“Minha querida Laura...”, <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Com certeza não era de ninguém da
minha família ou círculo próximo. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">“... hoje não foi um dia fácil
pois, estar longe de você é intolerável. Eu poderia esperar para lhe dizer tudo
pessoalmente, porém, tenho a sensação de que isso, não será possível. No
primeiro porto, providenciarei o envio desta carta. Talvez consiga com o
Milton, da loja de penhores, sempre muito prestativo e atencioso com a nossa
história, com o nosso amor.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sei da
desaprovação da sua família, jamais quiseram o nosso amor. Meus pensamentos,
assim como as lágrimas rolam de saudade. Tenha a certeza de, que podem me
mandar para o outro lado do mundo, eu acharei uma forma de sempre chegar até
você. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Sempre seu, <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Estácio.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">25/08/1962”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Uau, foi o que saiu ao finalizar
a carta. É claro que meus pensamentos voaram para 1984, no meio do mar, aquele
infinito, um homem solitário, um papel e uma caneta. Um porto, um amigo
confidente, um amor proibido, um romance digno de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">streaming</i>. Eu queria saber mais, queria saber se Laura e Estácio
ficaram juntos para concretizar o amor, se foi Milton quem entregou a carta
para ela. Mas não sabia nem por onde começar, ou melhor... talvez eu soubesse
sim. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A caixa eu lembrava, havia pego
em uma pequena mercearia, na minha antiga cidade. Talvez de lá saíssem mais
respostas. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Olhei no relógio, já passavam das
cinco horas da tarde. Se eu saísse naquele instante, chegaria naquela mesma
noite. Guardei a carta na bolsa, troquei de roupa e saí. Eram quase dez horas
da noite quando cheguei ao portal da minha cidade. Um suspiro me fez lembrar
que nada havia mudado em muitos anos, um dos motivos que me fez ir embora. O
mais irônico, é que sou uma mulher ligada às novidades, tecnologias e estava
justamente voltando ao passado com uma das formas mais antigas de comunicação:
a carta. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Antes de ir ao hotel, eu
precisava ter a certeza, de que, o mercadinho ainda existia, por mais que eu
soubesse que sim, precisava constatar. Lá estava ele, “La Barca Mercearia”. A
mesma fachada, a mesma vitrine, com certeza os mesmos donos. Naquela hora, a
cidade já dormia. Saí do carro, fui até a porta, bati no vidro. Esperei alguns
minutos, e lá estava o senhor Gusmão, proprietário da loja, apertando os olhos
por detrás das grossas lentes dos seus óculos para tentar reconhecer, quem
batia àquela hora. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Eu disse: -Sou eu, senhor Gusmão,
a Andréa. Como vai? <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sorriu e virou a chave abrindo a porta. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Quanto tempo menina! Estou bem
e você? O que faz a essa hora, está de volta?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Na verdade, só quero esclarecer
uma dúvida. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Entre, o que você precisa?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Encontrei esta carta em uma
caixa que o senhor me deu, no dia da minha mudança. O senhor a reconhece?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Seus olhos marejados, leram cada
linha. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Então estava com você?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Eu a coloquei na caixa, deveria
ter sumido com ela, mas não consegui. Vi a caixa vazia, e a deixei ali, até
resolver o que fazer. Quando você entrou pedindo caixas, achei que era um
sinal, e não pensei duas vezes. Pelo menos esta porcaria iria para longe e,
nunca mais eu teria remorso ao ler estas linhas. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Desculpe, não estou entendendo
nada. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Ele respirou fundo, passou as
mãos no rosto e balbuciou algo, que eu simplesmente não entendi. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Não escutei senhor Gusmão, o
que o senhor disse?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Eu sou o Milton. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O Milton da loja de penhores?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Sim, o Milton da loja de
penhores, o Milton amigo, o Milton confidente e o Milton que destruiu duas
vidas, três, na verdade. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Mas como... o seu nome... o seu
sobrenome. Nunca me atentei a isso, nunca soubemos o seu nome.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Quando eu cheguei aqui, estava
disposto a apagar tudo. Mas esta carta era uma triste sentença. Laura estava
prometida a um outro homem, família importante, sobrenome, fatos que a gente
acha que só existem em filmes. Quando eu conheci Estácio, ele me apresentou
Laura apenas falando dela para mim. Dia após dia, me apaixonei por ela. Ele
viajava muito, muitos meses longe, e eu fui me aproximando dela, me passando
por Estácio, nas cartas. Ele as mandava para que eu as entregasse. Eu abria,
lia e treinava a caligrafia. Mudava algumas palavras, as que eu queria dizer
para ela, dobrava em três partes, como ele fazia. Foram anos e anos, por
migalha de um amor que nem era para mim. Esta carta, foi a última notícia que
eu tive dele. Eu não estava na loja quando ele a deixou, abri e li, senti como
uma despedida. Isso significava que era o fim para mim também, e esta carta
nunca chegou até ela. E nenhuma outra chegou até a minha loja. Não sei se o mar
o levou em definitivo, ou se ele está por aí, vagando sem destino pensando
nela. Por minha causa, esta carta nunca chegou, ela nunca teve mais notícias
dele, e decidiu assumir o acordo que os pais haviam feito. Tempos depois ela
estava casada, com filhos e indo embora para outro país. Nessa história toda
perdi um amigo e um amor. Abandonei tudo e vim para cá. Mas o passado veio
junto. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- O senhor não teve mais notícias
dela?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Nunca mais. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Senhor Gusmão, encerre essa
história. Mande a carta para ela.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Não posso. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- O senhor deve isso a eles. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Um silêncio gritante dominou o
ambiente. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Ela foi para Cremona, Itália. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- É a sua história, o senhor
precisa dar um ponto final.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Não preciso, não vou. A vergonha
não me permite. Por favor, vá embora. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Antes de sair, guardei a carta.
Na vidraça, o reflexo de um homem arrasado pelo seu passado. Aquela história
não era minha. O ponto final não poderia ser dado por mim. Entrei no carro,
tudo aquilo não me permitiria dormir. Passei no posto, abasteci, liguei o
carro, dobrei a esquina e segui rumo à minha cidade, deixando o passado onde
deveria ficar. Às vezes, algumas histórias, não precisam de um ponto final,
pelo simples fato de que, talvez, elas nunca tenham. Abri a janela e, antes de
pegar a rodovia, a carta voou da minha mão e foi para longe. Mais uma vez.<o:p></o:p></p>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-10154933640128934462023-03-06T11:37:00.003-03:002023-03-06T11:37:44.400-03:00Na época das galochas<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHbR78yD56e3qaHnlOXfciL4WBleNbePYSUaCbpFmrqqTDI1eeB9WfQ10aS8czEp3ieIlI90iZtKbSTttH9WkxU7hEWLgze3l09dAp-rwJS3iU9XDmxEL1hTzK9zFPHxao1P6WjaKvzm6EX4fBjwMYJnbRzJaBvMJYaFaacGBGNhDn-UAvoUDM1Ole/s259/galochas.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="194" data-original-width="259" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHbR78yD56e3qaHnlOXfciL4WBleNbePYSUaCbpFmrqqTDI1eeB9WfQ10aS8czEp3ieIlI90iZtKbSTttH9WkxU7hEWLgze3l09dAp-rwJS3iU9XDmxEL1hTzK9zFPHxao1P6WjaKvzm6EX4fBjwMYJnbRzJaBvMJYaFaacGBGNhDn-UAvoUDM1Ole/w400-h300/galochas.jpeg" width="400" /></a></div><br /><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Presenciei um fato, que me trouxe à memória um
acessório, a galocha, que era usada sobre os calçados em dias de chuva.
Principalmente as crianças, que gostavam de passar por dentro das poças,
molhando assim, seu calçado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Nem todos
gostavam de usá-las. Era de borracha de cor preta. Não sei se havia, na época,
outras cores. Ficavam bem, mesmo, com o uso de ternos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Porém, havia
o transtorno de onde guardá-las após chegar a um casamento, aniversário ou
reunião, pois eram usadas com roupas sociais também.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Meu tio veio
de outra cidade para o casamento de sua sobrinha e afilhada, sempre muito elegante,
veio em época de muita chuva. É claro trouxe suas galochas, não entendi o
porquê de trazer dois pares. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Todos
estavam ocupados na preparação da festa do casamento. A igreja estava
belíssima, era uma capela simples, porém ficou requintada com a bela
ornamentação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">A hora do
casamento chegou, a família e convidados à espera da noiva, na igreja.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Meu tio
conduziria minha prima ao altar. Ela já estava aguardando dentro do carro, em
frente à igreja. A chuva havia aumentado. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">A hora
passava e nada do meu tio aparecer. Não havia celular na época.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Meu primo
foi até a casa para ver o que havia acontecido. Pasmem, ele estava calçando as
galochas e desfilando em frente ao espelho para ver qual era mais ajeitada com
o terno. Para mim, eram iguais, mas para ele não. Ele não queria que a galocha
fosse notada, por isso tinha que ser semelhante ao seu sapato. Tudo certo,
galocha escolhida, foram enfim, para a igreja.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">As portas
foram fechadas para a noiva chegar, meu tio se posicionou ao lado dela, a
música começou. As portas foram abertas, e o casal surgiu, confesso que foi
emocionante. Após alguns passos sobre o lindo tapete branco, meu tio ficou
nervoso e pediu para parar. Ele havia esquecido de tirar as galochas. Foi
hilário ver aquela cena. A maioria dos presentes não conseguiu segurar o riso.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ele meio
confuso apoiou-se em um banco e com cuidado tirou as galochas, outro problema,
onde guardá-las?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Um senhor
que estava rindo da situação disse a ele:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">- Passe para
mim, eu cuido delas para você.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O casamento
prosseguiu tranquilamente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Na sequência
todos foram ao salão, ao lado da igreja, o qual estava lindo com flores do
campo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Os
convidados estavam procurando seus lugares. E meu tio, (risos) procurando as
suas galochas. O homem que as guardou não estava ali.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Meu pai
estava ficando nervoso com o assunto. Falou ao meu tio:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">-Pare de
perturbar por causa de um par de galocha, se precisar eu lhe compro uma dúzia,
mas agora aproveite o casamento de sua sobrinha.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Senti que
ele havia se acalmado, mas ainda deixava transparecer sua ansiedade e
aborrecimento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">A valsa dos
noivos desativou um pouco a ansiedade dele. Todos queriam dançar com a noiva, o
padrinho teve a sua vez, é claro. Neste tempo de dança contou à sobrinha o
desaparecimento de suas galochas. Ela nem conseguiu ouvir toda a história, pois
a música e o som da conversa estavam demasiadamente altos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Hora de
cortar o bolo, que foi feito pela comunidade, as fatias foram sendo
distribuídas a todos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Em toda
festa ou reunião de amigos acontece algo inusitado, e neste casamento não podia
faltar um fato para marcar a data.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O tio pediu
um pedaço bem grande, pois gostava de doce.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Alguém
secretamente, arrumou um prato enorme e lhe foi servido uma fatia de bolo
dentro de suas galochas. Espanto!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ele ficou
sem graça e não entendeu a brincadeira (de mau gosto). A raiva fez seu rosto ficar
muito vermelho. Muitos pararam de dançar para ver o que estava acontecendo. O
riso correu solto, pura alegria.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Claro que
ele não entendeu o motivo da graça, mas sim viu como humor negro. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">A festa de
casamento chegou ao final. Meu tio levantou-se bruscamente sob o olhar de todos,
pegou as galochas e caminhou a passos largos, lá fora ergueu a mão com as
galochas, e com muita força as atirou no rio. Havia bolo nelas e, por isso, ele
ficou todo respingado de massa. Olhou-se e antes que começassem a rir dele,
começou com uma bela gargalhada.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ele ainda é
vivo, e em cada festa de família o caso é contado. Ele com muita idade não
esquece nenhum detalhe. E sempre complementa:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">- Jamais
usei galochas depois daquele dia fatídico.<o:p></o:p></span></p>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-52398582337082087042023-02-04T13:14:00.003-03:002023-02-04T13:14:29.339-03:00Lembranças com sabor de café<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3Btrhqk0EhBqgu8noP1s2bbRIZ_4P7E3TJhhuv1ZICKrO4zgK4us2JbmEyiYKaZ-jxakgVBsAXQ5E4KjNZGchIHkj2F_38bKn3bOWCWqq8zuyci2T_W3BDL36lEpk3g2qaSUVhgO_sX2ohXC51xMKClzr13SLhFuYPfx8-95pbB2D4CYUW5foD5dc/s275/tomando%20caf%C3%A9.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3Btrhqk0EhBqgu8noP1s2bbRIZ_4P7E3TJhhuv1ZICKrO4zgK4us2JbmEyiYKaZ-jxakgVBsAXQ5E4KjNZGchIHkj2F_38bKn3bOWCWqq8zuyci2T_W3BDL36lEpk3g2qaSUVhgO_sX2ohXC51xMKClzr13SLhFuYPfx8-95pbB2D4CYUW5foD5dc/w400-h266/tomando%20caf%C3%A9.jpeg" width="400" /></a></div><br /><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Passavam das
17h. Naquele dia, o frio estava mais intenso do que nos outros dias.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Olhei pela
janela da cozinha, algumas folhas secas chocavam-se com as outras, poucos se
arriscavam a sair de suas casas para jogar o lixo nas grandes latas colocadas
nas calçadas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ajeitei um
pouco mais o casaco contra o meu corpo, era hora de um café: <i>pensei</i>. Um
café quente para mim sempre foi sinônimo de colo e aconchego.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Há um tempo,
havia comprado uma pequena caneca esmaltada, de cor vermelha, com um pequeno
coador branco fixado a um suporte, dava apenas para uma xícara de café, porém,
para mim já era o suficiente. O gosto pelo café passado na hora, era muito
particular era como uma bênção na hora exata. A sensação era maravilhosa, pois
em instantes, a casa estava tomada por aquele aroma. Simplesmente incrível como
uma pequena caneca e um pouco de pó de café podiam rescender pela casa toda.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Sentei-me na
cadeira de frente para a janela da cozinha, entre um gole e outro, o aroma me
levou para longe e por um momento, em um piscar de olhos, pude ver a minha
querida mãe novamente, sentada ali comigo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Foi dela que
adquiri o gosto pelo café passado na hora. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Nossas
conversas eram regadas a café e pão quentinho, com manteiga que derretia por
todo o pão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ficávamos
horas conversando, claro que a caneca e o coador eram maiores e de outro
material. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ela com
frequência trazia sua cesta com novelos de lã, e sempre perguntava qual a minha
cor preferida. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">- Para que
dessa vez, o que vai tricotar, mãe?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">- Vou fazer um
gorro, os dias têm sido mais frios, e não quero você reclamando de sinusite,
(risos).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Eu apenas
revirava os olhos feito criança e bebericava mais um pouco de café, no canto da
boca um discreto sorriso, sentia a sensação de que era muito bom ser cuidada,
mesmo com a idade que eu já estava. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Entre um
ponto e outro, ela sempre olhava para a rua, para ver se o ônibus escolar já
estava por perto, meu filho, seu neto, já estava na terceira série do ensino médio,
o que significava que sua partida para outra cidade estava próxima. Ele iria
estudar fora e teríamos que romper o cordão umbilical, o que com certeza, seria
um pouco delicado. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">- Mas como
está demorando o ônibus! Já são quase seis horas, o que a gente faz? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ela esperava
pelo neto, ansiosamente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Eu apenas
sorria, enchia mais um pouco a caneca dela com café e continuava a ver seus
pontos precisos, as agulhas se entrelaçavam rapidamente, dando forma a um novo
gorro rosa, com detalhes em verde, já que eu não havia decidido a tempo que cor
eu queria.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Eram tardes
agradáveis, sinto falta do cheiro do café daquela época, que com certeza,
possuía o sabor e aroma muito melhores, pois vinham com o aconchego de mãe. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O calor que
trazia o fogão à lenha para a casa, o aconchego à mesa, as conversas com a
minha mãe, são quase impossíveis de descrever. Sempre havia assunto, mesmo ela
saindo pouco, sendo mais reclusa, ela sabia de tudo e mais um pouco, era
incrível isso!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Talvez pelos
anos em que ela trabalhou à frente do armazém da família, é... talvez fosse
isso.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Olho para a
minha pequena caneca, o café já está no fim. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Penso em
fazer outro e continuar a divagar pelos anos em que eu conseguia ter a minha
companheira comigo, minha querida companheira de café e prosa. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Hoje, o som
dos ponteiros do relógio me ensurdece um pouco, ecoa não apenas pela casa, mas
em meu coração. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O ônibus já
não para aqui em frente de casa, os vizinhos já são outros e as árvores estão
secando. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Mas, apesar
de tudo o que o tempo vem me tirando, algo ele jamais irá conseguir, o aroma
daquele café que eu tomava na companhia de minha mãe. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Levantei e
coloquei mais água para ferver, pois seria bom continuar com as lembranças, que
o café me trazia.<o:p></o:p></span></p>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-18291341316457534642023-01-17T17:51:00.005-03:002023-01-17T17:51:47.491-03:00Fogos de artifício<p> </p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP7bmyeobt5LjTxDCkpQQ9ExnN142tBDddOdk83WUKf5Q6BEnK17NtBOagYQCyHrZmAPgbDWmsECo7gXc7rzecCN7lR0bwMahHu55G9c90tS87dKeeAaxHS6-VCblNKXSEJqqx4TYwd7Fw7x4NWLed-Yc2IzWGlGRC2j8rxbj-0SOtcwcmMeEymLKj/s275/fogos.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP7bmyeobt5LjTxDCkpQQ9ExnN142tBDddOdk83WUKf5Q6BEnK17NtBOagYQCyHrZmAPgbDWmsECo7gXc7rzecCN7lR0bwMahHu55G9c90tS87dKeeAaxHS6-VCblNKXSEJqqx4TYwd7Fw7x4NWLed-Yc2IzWGlGRC2j8rxbj-0SOtcwcmMeEymLKj/w400-h266/fogos.jpeg" width="400" /></a></div><br /> <p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"> </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Em uma
noite, daquelas típicas de inverno, em que se comemora a festa de São João com
fogos e fogueira, havia muita gente na rua, outras nas janelas de suas casas,
era uma época em que se soltavam balões. As crianças, ficavam ao longe sob os
olhares dos pais, as luzes brilhavam no céu, estouros eram ouvidos a longa
distância.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Uma
menininha de um ano, fora colocada em sua cadeirinha, junto à janela para poder
também, ver o brilho dos fogos e saber o porquê do barulho nas redondezas. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O tempo foi
passando, a alegria era uma só, e a pequena criança sem muito entender, parecia
querer ir lá fora, e junto festejar, juntava as mãozinhas e aplaudia no ar.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Em um dado
momento, a mãe da pequena percebeu um grande clarão, que se fez em sua frente,
não entendeu de imediato, e aos poucos tudo foi ficando escuro e o bebê iniciou
um choro fortíssimo, a mãe, nada via para justificar tamanha dor nos gritos. Sentiu
cheiro de algo queimado, percebeu que a criança apertava desesperada a roupinha
contra o pescoço, foi então, que ela notou que um buscapé (peça de fogo de
artifício que corre pelo chão, zigue zagueando, e termina em um estampido)
estava grudado no pescoço da sua filhinha. Foi um tremendo susto. Nada acalmava
a criança que foi levada às pressas, ao hospital. Era um tempo com menos
recursos. E, assim começou a luta da pequena que sofria tanto quanto seus pais.
O que agravou muito foi ter colado a roupa em uma grande área queimada, a qual
ficou grudada na pele dela e, em um local coberto de nervos e dobras. Cada ida
ao hospital era como enfrentar a dor da morte. E, assim foi por muito tempo,
cada curativo, tudo era arrancado novamente, e continuava em carne viva. Com
palavras não se pode registrar a dor da família. O processo de cura foi longo,
a alimentação da menina, ficou comprometida, pois ela ainda mamava no peito e
não conseguia forças para sugar o leite, a dor a fazia chorar e desistir de
pedir o seu "mamá". Após longo período, a vida foi voltando ao
normal, mas muito lentamente aí, veio outra preocupação da mãe, a enorme
cicatriz que ficaria, e com o crescimento da menina, a marca iria esticar
também e, estragaria seu lindo rostinho. Foi um tempo de muito medo, medo de
perder a filha, medo das cicatrizes físicas e emocionais. O tempo passou, a
cicatriz, por milagre, diminuiu de tamanho, é visível, mas não saiu do lugar,
não quis esticar-se na pele da pequena, junto com o crescimento dela. A mãe
sempre lhe contou como foi difícil passar esta fase repleta de medos, de choro,
de contínuas orações, pedindo a Deus ajuda para aumentar-lhe a fé e a esperança.
Sentia-se culpada pelo acontecimento e pelo sofrimento que quase a fez perder
sua primeira filhinha. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Os fogos de
artifícios não deveriam existir, pois sabemos que eles continuam machucando,
mutilando, trazendo sofrimento a muitas pessoas. Hoje, estou aqui refletindo
como foi difícil a vida do casal, sem poder curtir o comecinho de vida da
primeira filha, penso que todos perderam um bom pedaço de vida, aquele que nos
faz voltar alegres para casa, e encontrar nosso bebê batendo palminhas, fazendo
festa para nós. Sinto saudades da minha mãe, porque sei o quanto sofreu para me
curar, hoje a cicatriz está bem visível, e meu coração cheio de amor e saudades
de uma família guerreira, pai e mãe amorosos e sempre presentes. <o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
</p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Observação:
A mudança da terceira pessoa para a primeira, no final do texto, foi
intencional.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<br /><p class="MsoNormal"><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1PNmifNQ2PG_gSYzdfzWkD3L1KJzO4IQ2TUIbKJKNzhP9N17Ijre4sOF1WuAcRPRPbMHfZ1oZfl4sW2cU4tPC_V3PWeMeFQjKeBHdigWy9f2SNz85G7C86--FECBzFqpTxjHE2rwuFOzNJUBZviasilppSYP2FSJ2GOGkUhMfirIyEgtIO3WkAM_y/s275/fogos.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" height="183" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1PNmifNQ2PG_gSYzdfzWkD3L1KJzO4IQ2TUIbKJKNzhP9N17Ijre4sOF1WuAcRPRPbMHfZ1oZfl4sW2cU4tPC_V3PWeMeFQjKeBHdigWy9f2SNz85G7C86--FECBzFqpTxjHE2rwuFOzNJUBZviasilppSYP2FSJ2GOGkUhMfirIyEgtIO3WkAM_y/s1600/fogos.jpeg" width="275" /></a></div><p></p>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-72708966231832546232022-12-23T16:32:00.003-03:002022-12-23T16:32:21.637-03:00Feliz Natal e Próspero Ano Novo!<p><span style="font-size: medium;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg74JhQmlpSfKOckuW7B_vPU1nRxvk_cF3v5-qzw9YOgNZRsXx3c5Kds9Ve5o4DdJw20RF-eNIllKbYQMemE5XaObb6by7QsUD88X0RSlreXUwbIerbbPWFiGQXcpZCHwyD6-Bnw6Qq5jxPLfPl8mFJEZPji1EZkHDW7O2s_dU_iWf2DXAWnsq8VaAM/s225/Jesus.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="225" data-original-width="225" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg74JhQmlpSfKOckuW7B_vPU1nRxvk_cF3v5-qzw9YOgNZRsXx3c5Kds9Ve5o4DdJw20RF-eNIllKbYQMemE5XaObb6by7QsUD88X0RSlreXUwbIerbbPWFiGQXcpZCHwyD6-Bnw6Qq5jxPLfPl8mFJEZPji1EZkHDW7O2s_dU_iWf2DXAWnsq8VaAM/w320-h320/Jesus.jpg" width="320" /></a></span></div><span style="font-size: medium;"><br /> </span><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">Que neste Natal e, em todos os dias do próximo ano, possamos
fazer de Jesus nosso melhor amigo, pois Ele é o maior motivo desta e da nossa
existência.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">Que possamos embrulhar em nossos braços as pessoas queridas,
as pessoas simples, as pessoas pobres, as pessoas que precisam da cura, as
pessoas que precisam de um abraço, as que precisam do perdão, as que precisam
ter mais fé, enfim todas as pessoas, que necessitam de amparo, que são com
certeza, os melhores presentes, que poderemos ofertar. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Vamos diminuir o
barulho, caminhar mais devagar, prestar atenção nas pessoas que estão ao nosso
lado, abaixar a cabeça e colocar a humildade pra funcionar. Somos grandes,
quando somos pequenos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">Em todos os momentos difíceis Ele nos diz:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">-Estarei contigo todos os dias até à consumação dos séculos.
Não temas, porque eu estou contigo!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">Desejo a todos os meus amigos do Naco de Prosa um Santo e Feliz Natal!</span><o:p></o:p></p>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-74731855251489770732022-11-23T14:10:00.017-03:002022-11-23T23:58:50.956-03:00Tempo acelerado, literatura reduzida<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhC31-FTtEXfC_amR16WTtApVNSa03YGSU-avSH2rHWA_zRcvmd-Z6DLpOSs6YwkGHMuVpEu2u_iGoXra6YPV5l3M33I8cV4IfP3HIdFsskjJ0sa_CuxCyoKA5iRM33qwk2fvBVZwl26BwnEsaR6mLCrpWpFcyBrFo1bKBKXS9Jnkru-Ai33gzV0lQY/s305/rel%C3%B3gio.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><img alt="" border="0" data-original-height="165" data-original-width="305" height="335" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhC31-FTtEXfC_amR16WTtApVNSa03YGSU-avSH2rHWA_zRcvmd-Z6DLpOSs6YwkGHMuVpEu2u_iGoXra6YPV5l3M33I8cV4IfP3HIdFsskjJ0sa_CuxCyoKA5iRM33qwk2fvBVZwl26BwnEsaR6mLCrpWpFcyBrFo1bKBKXS9Jnkru-Ai33gzV0lQY/w395-h335/rel%C3%B3gio.jpg" width="395" /></span></a></div><div><br /></div><div><br /></div><br /><div><p style="text-align: left;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Na semana que passou aconteceu um fato extremamente
curioso, que me levou a várias interrogações. Pedi a uma amiga que lesse o que
eu estava lendo. Ela olhou para mim e com uma fisionomia estranha me disse:-
Sério, você quer que eu leia tudo isso, agora, e no papel? </span></span></p><p style="text-align: left;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Pensei que fosse
pura brincadeira, pois o texto muito interessante, na minha opinião, era de uma
lauda, o que significa umas trinta linhas. Por ser assunto de muito interesse e
também conhecido por ela, a leitura lhe traria maiores esclarecimentos ao seu
projeto, que estava em andamento. Ela percebeu meu desapontamento e explicou-me
que estava com pouco tempo para realizar muitas tarefas. Ela sempre foi uma
pessoa ativa na leitura, mas com hábitos digitais mais dominantes, percebi que
ela não lia como antes, livros físicos, textos e jornais.</span></span></p><p style="text-align: left;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Completou dizendo que
perdia menos tempo lendo na internet, e afirmou: o tempo está voando cada vez
mais, e completou: aprendi e gostei muito de ler textos condensados. Lembrando
que texto condensado é o que foi resumido ao essencial (do conjunto de fatos ou
ideias de uma obra). Passei um bom tempo analisando o comportamento e resposta
que ela me havia dado. Será que o tempo está mais acelerado ou nossa rotina faz
com que a informação recebida já familiar, seja processada mais rapidamente, o
que não nos deixa perceber que o tempo passou.</span></span></p><p style="text-align: left;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Continuei analisando o fato
ocorrido e lembrei-me de que tempos atrás foi me solicitado um conto
minimalista. Considerados microcontos: é um texto com início, meio e fim, específico
e direto ao ponto, tem como limite inferior 37 letras e 50 palavras de limite
superior. Um conto minimalista quando menos é mais. Menos tempo para ler e mais
tempo para interpretar? Confesso que tive dificuldade em colocar minhas ideias
com tão poucas palavras. </span></span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">A literatura minimalista não é novidade, pois já
aparecia nas famosas fábulas de Esopo, porém foi a partir da metade do século
XX que ganhou força, interesse e visibilidade. Com o avanço da tecnologia de
comunicação e o advento das redes sociais, a rapidez do nosso tempo parece
pedir justamente a brevidade e velocidade da microliteratura. Será que devido
ao tempo, que parece voar vamos usar mais o lema minimalista? </span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Menos coisas,
mais espaço, menos distrações, mais tempo, menos compromissos, mais disponibilidade, menos projetos, mais produtividade, menos consumo, mais criação, menos
bugigangas, mais coisas realmente importantes. Porém, continuamos ouvindo, o
tempo está voando, até os cientistas confirmaram uma sensação peculiar dos
últimos tempos: o mundo está mais acelerado. </span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">E não é figura de linguagem. No
mês passado, a Terra completou a rotação mais rápida até hoje registrada,
encerrando a contagem de 24 horas com 1,59 milissegundos a menos. Li uma
matéria, extremamente interessante, que explica que não temos mais um dia de 24
horas e sim de 16 horas. Não vamos nos ater aqui sobre um ligeiro desvio no
eixo de rotação do planeta, mas sim sobre a sensação de que ‘o tempo está
voando’. “O tempo é uma ilusão. A única razão para o tempo existir é para que tudo
não aconteça de uma vez”. Em 2020, as rotações foram completadas mais
rapidamente em 28 ocasiões. Será que enquanto o tempo literalmente voa, os
textos, poemas, contos, crônicas, notícias e outras formas de literatura tendem
a ser de tamanho reduzido?</span></p><br /></div>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-76103883078163746462022-10-25T16:17:00.001-03:002022-11-23T23:57:18.543-03:00A honestidade que ainda surpreende<p><span style="font-size: 14pt;">O
combustível para o crescimento das vendas online, com certeza, foi a pandemia. </span><span style="font-size: 14pt;">No
Brasil, porém, esse aumento foi além, e lidera o ranking de crescimento das
vendas online, com 22,2% no ano de 2022. Além disso, estima-se um crescimento
das compras online de 20,73% ao ano, entre 2022 e 2025”.</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Dois fatores
cruciais influenciaram o forte crescimento das vendas online no Brasil.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">O primeiro
deles foi a pandemia, uma vez que, com as lojas físicas fechadas, diversos
brasileiros passaram a realizar sua primeira compra online. Ao encontrar
facilidade na compra, métodos de pagamento instantâneos e entregas rápidas
(diversas lojas com entregas em 1 dia útil), muitos deles se tornaram
consumidores recorrentes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">A facilidade
que temos hoje em relação às compras, era inimaginável há uns 10 anos. Ainda
mais em nossas cidades, em que chuvas e frio não nos encorajam a sair para ver
vitrines e as melhores ofertas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Confesso que
no começo, tinha “pé atrás” com a tecnologia e suas facilidades, foi uma
conquista morosa, mas que teve um final feliz.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Entre uma
compra e outra, eis que recebo uma mensagem do vendedor pedindo desculpas e
perguntando se ele poderia finalizar a minha compra como entregue, pois no meio
do caminho houve um problema, e iria atrasar, e sem este aval de recebido, o
produto iria voltar e iria demorar ainda mais para eu receber.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Confesso que
fiquei em dúvida, são tantos golpes nos dias de hoje, mas arrisquei, afinal, se
eu tivesse algum problema, eu tinha as conversas gravadas e o Procon para me
amparar. Sendo assim, respondi que poderia encerrar a venda sim, e que eu
aguardaria o produto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Porém,
minhas dúvidas de que eu receberia a mercadoria aumentaram, porém no dia
seguinte, logo nas primeiras horas, a campainha tocou, e lá estava ele, o
entregador com o meu pacote.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Agradeci
aliviada, confesso.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Após
conferir o produto, fui até minhas mensagens arquivadas e agradeci ao vendedor
pela honestidade e comprometimento comigo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Aí comecei a
pensar em algo que antes, não havia me dado conta: eu agradeci por uma pessoa
ter sido honesta.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Algo que
deveria ser corriqueiro, que não precisaria de agradecimentos, virou algo raro:
a honestidade desceu da prateleira, e raramente é encontrada.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Vezes ou
outra nos deparamos com histórias como: fulano encontrou dinheiro em um saco
dentro do lixo e devolveu ao dono, ou sicrano encontrou o cachorrinho
desaparecido e não aceitou a recompensa, ou beltrano viu cair do bolso do
cidadão algum dinheiro e foi atrás para devolver.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">É tão raro
que vira manchete de primeira página.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Fico
pensando em que caminho nos perdemos?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Não quero
entrar em questões religiosas, apenas me pergunto onde está a empatia? Porque
para mim, é claro que se houver empatia, há honestidade, não faça com o outro o
que você não quer que façam com você.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Claro que eu
mandando aquela mensagem de que estava tudo bem, e agradecendo, trouxe alívio
para o vendedor também, mas a obrigação dele era ser honesto, não pela venda em
si, e para manter sua reputação, mas por ele ser humano, assim como eu, e
também passar por situações similares ao longo da vida.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Comprar
online é rápido, fácil e muito prático. Uma das primeiras vantagens ao escolher
comprar pela internet, é justamente a da comodidade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Basta
vencermos o medo e a insegurança e fazermos boas compras.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><br /></span></p><p class="MsoNormal"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjs7VQgp7sScrLj8cB01pkcOX8s6eiaRwCGbNIee_Ml4vxOQZiKnN89hNm2RR0cQamj3_xOvR5C5bzj0golgIMnVS9UE6KBDORBnAYLB-Cn5EKY3kJdMLr6Vo4JtYzlAY62-4VoJhP5SJPLtRyK8Ze-CJ1W7IQgiCGONBP3M4geWz9XYUXRex0CLJ6/s1366/0-desktop.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1366" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjs7VQgp7sScrLj8cB01pkcOX8s6eiaRwCGbNIee_Ml4vxOQZiKnN89hNm2RR0cQamj3_xOvR5C5bzj0golgIMnVS9UE6KBDORBnAYLB-Cn5EKY3kJdMLr6Vo4JtYzlAY62-4VoJhP5SJPLtRyK8Ze-CJ1W7IQgiCGONBP3M4geWz9XYUXRex0CLJ6/s320/0-desktop.jpg" width="320" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: medium;">imagem Google</span></td></tr></tbody></table><br /><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><br /></span><p></p>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-76015117011468594932022-08-31T11:25:00.002-03:002022-09-01T21:15:30.326-03:00Jô Soares<p> <span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14pt;">Aqui tem feito dias de céu azul e, às vezes, cinza. Lembro que justo neste dia, o céu estava azul, a temperatura agradável, ainda estava deitada, quando fui checar as notícias no celular. O dedo foi deslizando na tela, quando parou em uma notícia, a qual eu realmente não queria para começar o meu dia. Não que fosse meu parente, ou pessoa mais próxima, mas nos apegamos, sentimos carinho e admiração, nós respeitamos. E naquela manhã, ler sobre a morte de José Eugênio Soares, fez o céu ficar, de repente, cinza. Jô era desses artistas completos, como costumam chamar por aí, apresentador, ator, comediante, diretor, produtor, dramaturgo e artista plástico. Poliglota, falava português, francês, espanhol, inglês e italiano. Atuou e dirigiu quinze ou mais espetáculos. Apresentou-se em palcos, telas e, era engajado à literatura, unindo o humor ao jornalismo. Entrevistou mais de quinze mil personalidades brasileiras e internacionais. Criou personagens e bordões, que marcaram a TV brasileira. Suas críticas com pitadas de humor, eram encontradas em suas personagens no programa como: “Viva o Gordo”.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Além das telinhas, telonas, palcos, pudemos acompanhar o brilhantismo de Jô em páginas de livros,</span> <span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">escreveu nove livros que se transformaram em <i>best sellers</i>, como foi o caso de o Xangô de Baker Street. Em 2016, entrou para a Academia Paulista de Letras, assumindo a cadeira 33, seu patrono era Teófilo Dias.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Jô foi o precursor de <i>talk show no Brasil</i>, entre artistas consagrados e novatos, ele conseguia extrair o melhor dos seus convidados.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Enquanto eu lia a notícia, uma história de um tempo bom foi passando em minha cabeça, tempo esse em que podíamos um pouco além, em que críticas eram aceitas para que se melhorasse tal situação, e não para ofender ou rebaixar a alguém.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Lembro da família reunida, lembro do relógio marcando meia-noite, e eu segurando o sono para assistir ao último bloco do programa.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Lembro do bordão, lembro de Jô brincando com a banda ou com o seu fiel escudeiro e garçom.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">São tantas lembranças, momentos de como a vida é feita.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Lembro também de críticas a ele, seja por uma personagem, ou pela vida real em relação ao seu filho, também falecido.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Muitas vezes, as pessoas confundem a realidade com a ficção, e muitas outras não sabem da história a fundo e apenas criticam pelo sabor de criticar.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Jô é digno de aplausos, desses raros artistas que dão chance a outros que estão começando ou já esquecidos, de pessoas anônimas, mas de grande importância para o Brasil.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Deixa um legado admirável, sua história não será esquecida, e quiçá, eu ainda possa ver nascer um artista tão completo quanto ele.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">“O Jô só pensava em uma coisa: repartir o pão da alegria”.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">“Tudo ele acabava levando para o lado do humor, da alegria, e até há uma frase, que ele adorava, de um ator inglês, Edmund Gwenn que dizia o seguinte: ‘morrer é fácil, humor que é difícil’. Ele disse essa frase no leito de morte. E ele, agora nos últimos dias no hospital, voltou a repetir essa frase: ‘viver não é problemático, difícil é fazer humor'.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Em um ano em que o Brasil perde tanta gente importante, Jô Soares fará muita falta, como amigo, como artista, como ser humano.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">E mais uma luz se apagou nos palcos da vida.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 16pt; line-height: 22.8267px;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6mqxEO1NL3O0UdNi7bm5hBbCt2rZvp2rdnDmHVaIZsSWfn3z_2wmok8SjTTfhMxGV0v2A_19ng6b1omVbOeHQQf1KxG-HvPIaX9nHGAiy6F4UtcrSWSvypqEfREagINLxTkQsILjNydrqbybxnVsAqUA8WwkBUmhA38Q_PfDpl8AqlpxPh6h3-Pel/s1024/jo-soares-2-1024x683.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="683" data-original-width="1024" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6mqxEO1NL3O0UdNi7bm5hBbCt2rZvp2rdnDmHVaIZsSWfn3z_2wmok8SjTTfhMxGV0v2A_19ng6b1omVbOeHQQf1KxG-HvPIaX9nHGAiy6F4UtcrSWSvypqEfREagINLxTkQsILjNydrqbybxnVsAqUA8WwkBUmhA38Q_PfDpl8AqlpxPh6h3-Pel/w400-h266/jo-soares-2-1024x683.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">ImagemGoogle</span></td></tr></tbody></table><br /><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;"><br /></span><p></p>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-35999645133716301212022-08-02T16:01:00.004-03:002022-08-02T16:01:27.985-03:00Estamos na Jornada do herói<p><br /></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUx8EusyNUaeE8fgOo-BKEbBxJC5O2eC_nkCKAltoE38h6HePAramSGjh0_rSK3OqabLlLtompsMSgHZKR8clNFlhQEdJtRS8hiCq-rQ2IOxzVrxREVvJdBPK1mJrfLbFvVYlmdn7ClqXmC5SmWko7RsabbWPcvnLpW6DXK_pCKWcpPZcSQSZxx_5Y/s640/o%20her%C3%B3i.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="640" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUx8EusyNUaeE8fgOo-BKEbBxJC5O2eC_nkCKAltoE38h6HePAramSGjh0_rSK3OqabLlLtompsMSgHZKR8clNFlhQEdJtRS8hiCq-rQ2IOxzVrxREVvJdBPK1mJrfLbFvVYlmdn7ClqXmC5SmWko7RsabbWPcvnLpW6DXK_pCKWcpPZcSQSZxx_5Y/w400-h225/o%20her%C3%B3i.webp" width="400" /></a></div><br /><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">“A aventura
usual do herói começa com alguém de quem algo foi tirado, ou que sente que
falta algo na experiência normal disponível ou permitida aos membros da
sociedade. A pessoa, então, embarca em uma série de aventuras além do comum,
seja para recuperar o que foi perdido ou para descobrir algum elixir que dá
vida. Geralmente é um ciclo, uma vinda e uma volta</span><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Joseph
Campbell autor do clássico</span> <span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">“O Herói de Mil Faces”, no qual ele conceituou a chamada do herói nos
mitos, lendas, romances, fábulas e filmes modernos. Como estudioso
norte-americano de mitologia e religião comparada ele decodificou os códigos de
todas as civilizações desde que o mundo é mundo e tenham registro. Percebe-se
que todo herói se origina de uma pessoa comum, sem muitos talentos, sem
pretensões, apanha da vida e, às vezes sofre com discriminações. Não havia o conhecimento
que temos hoje, então os antigos utilizavam histórias fantásticas com
acontecimentos reais para dar um pouco de sentido à aventura da vida. Envolviam
Deus, semideuses, criaturas sobrenaturais, heróis com grandes feitos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Joseph
Campbell após décadas de estudo chegou à conclusão de que a mesma estrutura era
encontrada na história da humanidade como a história de Maomé, Buda, Jesus,
Moisés,</span> <span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Albert Einstein,
Madre Teresa de Calcutá, Gandhi e muitos outros. Falam sobre a ascensão de
homens comuns a heróis. Esta estrutura</span> <span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">é inflexível e infinita e, está presente também em sua vida,
em minha vida, em nossa vida. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Seguem alguns
títulos de filmes onde podemos perceber melhor a existência da estrutura de
Campbell:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O Mágico de Oz -(Dorothy). (Alice)- Alice no País
das Maravilhas. De Volta para o Futuro- (Marty Mcfly). O Senhor dos Anéis-
(Frodo). Harry Potter -Hermiane Granger. Matrix-Keanu Reeves. Toy Story-Buzz
Lightyear. São alguns exemplos com histórias famosas que seguem sempre a mesma
estrutura.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O herói
sempre precisa de um mentor para lhe dar um empurrão, um conselho, mostrar-lhe
o que fazer. O mentor é sempre uma figura especial como um livro, uma mensagem,
um filme, um professor, um amigo, um padre, um médico e, aparece quando é
necessário. Alguma coisa acontece e há o chamado para resolver alguma situação,
porém o herói não sente que é capaz de fazer algo pelo bem maior. No entanto,
quanto mais se recusa, mais a vida bate. Então, aparece o mentor que tem a
função de despertar alguém para o chamado. Todos somos heróis e temos um
chamado, porém somos heróis vivendo uma vida medíocre por não saber que somos
heróis e, que podemos fazer muito pelo bem maior, sendo assim sofremos, no
entanto com a dor aprendemos, pois o sofrimento nos educa. A jornada do herói
se conecta com cada pessoa de maneira consciente ou inconsciente, provoca
muitas emoções, pois mesmo sendo ficção possui elementos humanos. De repente,
temos um personagem com uma vida comum, e surge um grande desafio, situação
difícil, assustadora. O chamado por exemplo pode ser por diversas coisas, fatos
ou pessoas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Neste caso, para exemplificar, a situação é de
doença, e, é necessário fazer a escolha, sair da zona de conforto, o que se
torna imensamente difícil.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Há a
decisão: sair ou permanecer.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Há o medo,
que é paralisante, e a insegurança maior: Não sou capaz.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">A decisão
deve ser tomada sem demora, pois, tudo tem seu preço e tempo. Mas o medo do
desconhecido traz a insegurança, e tudo fica parado no tempo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Aí, surge o mentor, para ajudar, aconselhar,
dar o empurrão inicial, e o desafio é aceito. É cruzado o limiar do conhecido e
o desconhecido e, inicia-se a viagem para a chegada ao final. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Nem há necessidade de muito conhecimento nesta
fase, pois não será útil aqui. Unem-se o chamado ao destino e às pessoas certas,
as quais com a experiência que têm aparecerão neste momento, que é a hora certa.
A jornada não será solitária. Então surge o herói, que percebe que toda a força
está dentro dele. Basta mergulhar em si, e o poder vem à tona.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Porém, haverá muitas situações em que tentarão
enfraquecer o herói, quando isso acontece ele deve sempre subir à superfície, e
assim voltar à vida, que não será mais a mesma. A volta será de uma pessoa
mudada<a name="_Hlk109660648">,</a></span><span style="mso-bookmark: _Hlk109660648;">
</span><span style="mso-bookmark: _Hlk109660648;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">transformada com os conhecimentos adquiridos durante a
jornada.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _Hlk109660648;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O retorno será com um elixir, uma
cura, um prêmio, um dom, ou outras coisas.<o:p></o:p></span></span></p>
<span style="mso-bookmark: _Hlk109660648;"></span>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Vivemos e
viveremos várias “jornadas do herói” em nossas vidas. E sempre haverá muitos
amigos (mentores).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">“A jornada
do herói”</span> <span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">não deixa de
ser um método comprovado para se contar boas, belas e interessantes histórias. <o:p></o:p></span></p>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-9217446107263327442022-07-09T00:11:00.004-03:002022-07-09T00:14:44.466-03:0007 de julho, Dia Mundial do Chocolate <span style="font-family: arial; font-size: large;">O mundo de chocolate </span><div><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">Maravilha seria um mundo de chocolate </span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">montanhas, riachos, nadar no mar </span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">de chocolate meio amargo, meio doce, </span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">meio preto, meio branco, </span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">nuvens areadas e o sol bem longe </span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">para nada derreter. </span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">E quando as nuvens apontassem para a chuva </span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">hora de correr e comprar os saudosos guarda-chuvinhas </span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">de chocolate. </span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">Que maravilha seria o mundo de chocolate! </span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">caminhar entre bombons e brigadeiros. </span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">E ao findar o dia sentar na varanda para </span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">espiar o sol se escondendo </span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">dando lugar à lua </span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">que triste implora: </span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">não quero ser de queijo, </span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">quero ser de chocolate!
</span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSdLWYO2QSZtb4oBkhEvH3pBkzKi2ibc4q3cfUw2J_O0eE61LrA_G4VTZixe2bIPBTbWgEDDWId1FSiH0GyyERflq6cOdB6WreMJ0L06Ra7P0Y00BBHdDw-mfmg0IGYNHP6K7Fue-GIrTqApt0_uZX42bFQBUw5jEPqHA69lKYzsE0G9naODsoTeKO/s639/4_m.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="460" data-original-width="639" height="288" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSdLWYO2QSZtb4oBkhEvH3pBkzKi2ibc4q3cfUw2J_O0eE61LrA_G4VTZixe2bIPBTbWgEDDWId1FSiH0GyyERflq6cOdB6WreMJ0L06Ra7P0Y00BBHdDw-mfmg0IGYNHP6K7Fue-GIrTqApt0_uZX42bFQBUw5jEPqHA69lKYzsE0G9naODsoTeKO/w400-h288/4_m.jpg" width="400" /></a></div><br /><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-25872773312018737842022-06-23T19:26:00.002-03:002022-06-23T19:26:53.609-03:00Pinhão a semente da Araucária
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmQMVmoQd9mK_EOszfyFiWisG0fKoTi303fCW0J8UjNVYBQh-Q5EtLdTXAv4Ch-TaCrbbnJ5Mar5t76zejDPEBISlQULKFoM8EVojbWZwkZANgAO9KeZUfWb59PA-e75B_JW56d1EvcjBUvvPkN3KSpC-LvVNR9j0txuut8g9YXDU-0D9223MHhVVY/s800/pinhao-beneficios.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" width="320" data-original-height="534" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmQMVmoQd9mK_EOszfyFiWisG0fKoTi303fCW0J8UjNVYBQh-Q5EtLdTXAv4Ch-TaCrbbnJ5Mar5t76zejDPEBISlQULKFoM8EVojbWZwkZANgAO9KeZUfWb59PA-e75B_JW56d1EvcjBUvvPkN3KSpC-LvVNR9j0txuut8g9YXDU-0D9223MHhVVY/s320/pinhao-beneficios.jpg"/></a></div>
Nos arredores da cidade de União da Vitória, a qual fica no estado do Paraná, há
muita araucária. No outono e inverno a semente do pinheiro é colhida, o gostoso
pinhão. As famílias fazem passeios pelos campos para juntar os pinhões que
insistem em cair, a pinha se desfaz e tudo vem ao chão. Em uma tarde de um dia
muito frio, daqueles em que a geada custa a ir embora, um grupo de quatro
crianças, amigos que moravam na mesma rua, estudavam na mesma escola e tinham
idades aproximadas, dez e onze anos, foram juntar pinhões. Guilherme estava
sempre com sua irmãzinha do lado, ela era a menor com nove anos, ele era
responsável por ela, principalmente quando se afastavam de casa. Porém Lorena,
como era chamada, era muito espevitada, vivia pondo-se em perigo ao entrar em
grutas, dizia que ia pesquisar. Tinha sempre uma pastinha com uma caderneta,
lápis, régua e caneta. Porém, sempre atrapalhava os planos dos meninos, que
ficavam irritados com Guilherme por ter trazido “a mala” como a chamavam. No
entanto, ela fingia que não ouvia os xingamentos. O objetivo das crianças era
apanhar muito pinhão e vender em pequenas quantidades. Fizeram uma reunião e
decidiram quem faria as atividades. Primeiramente, todos colheriam o máximo de
pinhão, que ficaria em um monte, após tudo colhido e escolhido, Guilherme e o
amigo separariam as quantidades com peso aproximado, claro que a irmãzinha
ficaria com eles. Os pacotes vazios foram sendo guardados há tempos, depois de
cada compra que as mães faziam. Deixaram tudo organizado, colocaram o preço em
cada pacote. Após isso resolveram fazer uma pequena fogueira para sapecar
pinhões, era costume em todas as famílias, assim cada um foi juntar sapé,
(galhos secos dos pinheiros) para o fogo. Tudo pronto, o fogo com pequenas
labaredas recebeu punhados de pinhões, muitos estouravam ao contato com o fogo,
a alegria das crianças era vibrante. Alguns minutos depois todos comiam os
gostosos frutos do pinheiro. De repente, Guilherme percebeu que Lorena não
estava por perto, saiu gritando por ela, e nada. Pediu aos amigos que o
ajudassem a procurá-la. O sol ia se pondo e nada da pirralha aparecer, Guilherme
a princípio pensou que ela estivesse brincando de se esconder, mas quando o
vento gelado começou, ele sabia que o caso era grave. Correu em busca da ajuda
dos pais, muito assustados pediram ajuda aos vizinhos. Todos correram para
ajudar a encontrar a pequena. O frio aumentava, todos estavam vasculhando com
muito cuidado todos os lugares possíveis. Gritavam o nome dela, o cachorrinho de
estimação dela também entendeu a situação e começou a correr farejando aqui e
ali. As lanternas já estavam sendo acesas, pois a noite chegara, tudo era um
breu, a escuridão era quebrada pelas estrelas em um céu límpido. Percorreram
muito chão, passaram-se muitas horas. Guilherme sentiu as lágrimas rolarem pelo
seu rosto. O medo de perder a irmã já o deixava horrorizado. Todos se
perguntavam: onde ela poderia ter ido? A busca foi muito intensa, as lanternas
acesas já davam um clima de horror. A maioria dos vizinhos usava uma madeira,
tipo estaca para ir tocando o terreno. Parecia cena de filme. O tempo corria,
mas nada de encontrar Lorena. A mãe dela não conseguiu prosseguir ficou sentada
à espera de notícias. O pai estava muito nervoso suava como estivesse em uma
sauna. Todos já estavam com medo do resultado da busca. Totó, o cachorrinho se
afastou muito e logo começou a latir, aguçando os ouvidos de todos. Correram
para ver de onde vinham os latidos e ao lado dele, sob uma enorme pedra escura,
bem protegida do vento, Lorena dormia profundamente. Foi uma festa, gritos de:
achamos! achamos! foram ouvidos de longe. A menina acordou assustada, pois
estava alheia aos acontecimentos. Seu pai a pegou no colo, abraçou-a e disse:
-Por que veio tão longe sem avisar? Ela já desperta e consciente do acontecido
respondeu: -Papai eu faço pesquisas, preciso andar muito para encontrar
material. Todos agradeceram a Deus. O frio estava congelante. Cada um tomou o
caminho de casa para uma noite tranquila.
Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-45844124507071274412022-04-28T12:08:00.004-03:002022-04-28T12:08:17.596-03:00Medo da nossa finitude<p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNWNvoLKbi0UVDWilURZY9817J4XR4jbmYjU1AH_Zi1lD4i8jB57iitpEh-EB_yOa43KamLv78qqr8eLZnjcRJm1W1vuD1Ckup0zU6AywFqP4-JUD56q-pDrnsf2lwclxVLJBEZBG_rGBx-V14xhZEpOmjf0lsjtAVOUKs71HIwvfhJkh5m_rXDBRy/s1024/velhice.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="576" data-original-width="1024" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNWNvoLKbi0UVDWilURZY9817J4XR4jbmYjU1AH_Zi1lD4i8jB57iitpEh-EB_yOa43KamLv78qqr8eLZnjcRJm1W1vuD1Ckup0zU6AywFqP4-JUD56q-pDrnsf2lwclxVLJBEZBG_rGBx-V14xhZEpOmjf0lsjtAVOUKs71HIwvfhJkh5m_rXDBRy/w400-h225/velhice.png" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td></tr></tbody></table><br /></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"> </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O medo de pensar
na velhice é o medo da nossa finitude é um fardo enorme para suportarmos. Envelhecer
e morrer está entre os temas que mais nos assustam. Desviamos esses
pensamentos, e nos distraímos com as alegrias e os desafios diários ou buscamos
consolo nas igrejas. No entanto, ao fazer isso, nos privamos do nosso elixir da
vida: quando encaramos a existência da morte e a certeza de que não somos
eternos, valorizamos mais os dias e conseguimos aproveitar a vida em sua plenitude,
vivendo realmente o presente.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Viver é
envelhecer, nada mais. Assim pensava Simone de Beavoir.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"> Viver apenas?</span> <span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Não</span>,<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"> é preciso viver alimentando paixões pelo que nos faz bem, pelo que nos
faz sorrir, gargalhar, cantar, dançar, amar a vida em sua plenitude. “Manter o
olhar curioso e ter a liberdade de sermos nós mesmos – hoje e sempre – apesar
das dores, desilusões ou dificuldades do caminho”.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">A velhice
nunca foi tão estudada, e o envelhecimento é vivido de maneira diferente entre
homens e mulheres sem radicalizar. A maioria das pessoas tem medo da morte,
medo da dor, e algumas não se sentem com coragem para enfrentar, as dores, as
rugas, os hospitais, a tristeza. Assim como um dos maiores galãs do cinema
internacional, Alain Delon. Dono de uma situação privilegiada. Teve um (AVC) em
2019. Recuperou-se bem, mas já decidiu que não quer mais viver, simples assim,
não quer mais viver, não quer sentir dor, porque envelhecer é muito difícil
para ele. Mora na Suíça onde a eutanásia é permitida. Ele disse que quer partir
sem dor, sem qualquer sofrimento, simplesmente desligar-se da vida. Disse que
já viveu muito e tem idade para deixar de viver. Escolheu pelo mais fácil. Será
que a idade é um pré-requisito para morrer?<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Às vezes, comentamos
sobre o falecimento de uma pessoa. E a resposta é:<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">- Ah, mas
ele já tinha idade para isso, viveu muito.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"> Cora Coralina, que teve seu primeiro livro
publicado com quase 76 anos – ela morreu com 96 –, e de uma frase que li e cuja
autoria é remetida a ela: “O que vale na vida não é o ponto de partida, e sim a
caminhada.”<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Há muitos
estudos sobre esses assuntos. “Existe um conceito para o temor extremo da
morte:</span> <span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">tanatofobia e gerontofobia
é o nome da síndrome que define aversão ou medo patológico de pessoas idosas ou
do processo de envelhecimento.”<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Vivemos
grande parte da nossa vida nos protegendo da ansiedade da morte o que nos rouba
muito tempo, quando poderíamos viver com mais alegria.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Muitas pessoas
procuram desesperadamente uma carreira de sucesso, que lhes proporcione fama
duradoura; acumulam cada vez mais coisas para terem a sensação de permanência; o
desejo de ter filhos como uma forma de deixar um legado; passam boa parte do
tempo se ocupando com várias coisas. Tudo isso, de alguma forma, são
estratégias para não lidar com a realidade de que um dia, mais cedo ou mais
tarde, deixarão de existir. E o medo de envelhecer?<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">- Por que o
ser humano tem medo de envelhecer?<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"> A nossa sociedade enxerga que a velhice está
diretamente associada a doenças, perda de mobilidade, rugas na pele, e por
isso, as pessoas têm receio de envelhecer. A grande valorização da juventude
contribui para o preconceito contra a velhice, e a sociedade é a maior
cobradora.</span> <span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Os produtos
de beleza estão cada dia mais diferenciados, prometendo grandes milagres, o
desejo de um corpo sempre bonito, valores estéticos cobrados mais que os
valores morais, assim desenvolve e dissemina mensagens em que a beleza externa
nada mais é, do que um reflexo direto da existência de uma beleza interna
correspondente, o que é negativo.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"> “Você pode viver até os cem anos se você
desistir de todas as coisas que fazem você querer viver até os cem.” Woody Allen<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Devemos
trabalhar no sentido de estar de bem com a vida, com a nossa idade. Fazer
coisas novas, conhecer novos lugares, novas pessoas, pois o novo nos
rejuvenesce. “Não se deve viver temendo a morte, nem amar a vida de tal forma
que seja uma tragédia sair dela”. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Todos sem
dúvida querem prolongar a juventude, por isso, negam a morte, nossa cultura faz
isso.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Podemos
voltar e rever porque as mulheres pensam de maneira diferente. Mostram uma velhice cheia de amor próprio.
Estudos confirmam que as mulheres têm mais cuidados com a saúde, procuram estar
sempre de bem com a vida, mais saudável, mais exercícios, os homens relutam
mais quando o assunto é cuidar de si. Os grupos sociais auxiliam muito a vida
das pessoas. É extremamente importante termos sempre por perto um amigo, uma
amiga a quem recorrer. Há homens e
mulheres, portanto não vamos generalizar.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
</p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Estamos
vivendo mais. Segundo Karpf: “Esses homens e mulheres passam a ser vistos como
um fardo. E, pior, as pessoas não se enxergam como idosos, parece um futuro que
não pertence a elas”. Como vamos lidar bem com o próprio envelhecimento se
olhamos para isso com medo e sem admiração por quem já chegou a essa fase da
vida? “O envelhecer é um processo que começa no nascimento, nunca cessa e
sempre tem o potencial de enriquecer nossa vida”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O medo de pensar
na velhice é o medo da nossa finitude é um fardo enorme para suportarmos. Envelhecer
e morrer está entre os temas que mais nos assustam. Desviamos esses
pensamentos, e nos distraímos com as alegrias e os desafios diários ou buscamos
consolo nas igrejas. No entanto, ao fazer isso, nos privamos do nosso elixir da
vida: quando encaramos a existência da morte e a certeza de que não somos
eternos, valorizamos mais os dias e conseguimos aproveitar a vida em sua plenitude,
vivendo realmente o presente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Viver é
envelhecer, nada mais. Assim pensava Simone de Beavoir.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Viver apenas?</span> <span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Não</span>,<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"> é preciso viver alimentando paixões pelo que nos faz bem, pelo que nos
faz sorrir, gargalhar, cantar, dançar, amar a vida em sua plenitude. “Manter o
olhar curioso e ter a liberdade de sermos nós mesmos – hoje e sempre – apesar
das dores, desilusões ou dificuldades do caminho”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">A velhice
nunca foi tão estudada, e o envelhecimento é vivido de maneira diferente entre
homens e mulheres sem radicalizar. A maioria das pessoas tem medo da morte,
medo da dor, e algumas não se sentem com coragem para enfrentar, as dores, as
rugas, os hospitais, a tristeza. Assim como um dos maiores galãs do cinema
internacional, Alain Delon. Dono de uma situação privilegiada. Teve um (AVC) em
2019. Recuperou-se bem, mas já decidiu que não quer mais viver, simples assim,
não quer mais viver, não quer sentir dor, porque envelhecer é muito difícil
para ele. Mora na Suíça onde a eutanásia é permitida. Ele disse que quer partir
sem dor, sem qualquer sofrimento, simplesmente desligar-se da vida. Disse que
já viveu muito e tem idade para deixar de viver. Escolheu pelo mais fácil. Será
que a idade é um pré-requisito para morrer?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Às vezes, comentamos
sobre o falecimento de uma pessoa. E a resposta é:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">- Ah, mas
ele já tinha idade para isso, viveu muito.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Cora Coralina, que teve seu primeiro livro
publicado com quase 76 anos – ela morreu com 96 –, e de uma frase que li e cuja
autoria é remetida a ela: “O que vale na vida não é o ponto de partida, e sim a
caminhada.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Há muitos
estudos sobre esses assuntos. “Existe um conceito para o temor extremo da
morte:</span> <span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">tanatofobia e gerontofobia
é o nome da síndrome que define aversão ou medo patológico de pessoas idosas ou
do processo de envelhecimento.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Vivemos
grande parte da nossa vida nos protegendo da ansiedade da morte o que nos rouba
muito tempo, quando poderíamos viver com mais alegria.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Muitas pessoas
procuram desesperadamente uma carreira de sucesso, que lhes proporcione fama
duradoura; acumulam cada vez mais coisas para terem a sensação de permanência; o
desejo de ter filhos como uma forma de deixar um legado; passam boa parte do
tempo se ocupando com várias coisas. Tudo isso, de alguma forma, são
estratégias para não lidar com a realidade de que um dia, mais cedo ou mais
tarde, deixarão de existir. E o medo de envelhecer?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">- Por que o
ser humano tem medo de envelhecer?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A nossa sociedade enxerga que a velhice está
diretamente associada a doenças, perda de mobilidade, rugas na pele, e por
isso, as pessoas têm receio de envelhecer. A grande valorização da juventude
contribui para o preconceito contra a velhice, e a sociedade é a maior
cobradora.</span> <span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Os produtos
de beleza estão cada dia mais diferenciados, prometendo grandes milagres, o
desejo de um corpo sempre bonito, valores estéticos cobrados mais que os
valores morais, assim desenvolve e dissemina mensagens em que a beleza externa
nada mais é, do que um reflexo direto da existência de uma beleza interna
correspondente, o que é negativo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“Você pode viver até os cem anos se você
desistir de todas as coisas que fazem você querer viver até os cem.” <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Woody Allen<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Devemos
trabalhar no sentido de estar de bem com a vida, com a nossa idade. Fazer
coisas novas, conhecer novos lugares, novas pessoas, pois o novo nos
rejuvenesce. “Não se deve viver temendo a morte, nem amar a vida de tal forma
que seja uma tragédia sair dela”. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Todos sem
dúvida querem prolongar a juventude, por isso, negam a morte, nossa cultura faz
isso.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Podemos
voltar e rever porque as mulheres pensam de maneira diferente.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Mostram uma velhice cheia de amor próprio.
Estudos confirmam que as mulheres têm mais cuidados com a saúde, procuram estar
sempre de bem com a vida, mais saudável, mais exercícios, os homens relutam
mais quando o assunto é cuidar de si. Os grupos sociais auxiliam muito a vida
das pessoas. É extremamente importante termos sempre por perto um amigo, uma
amiga a quem recorrer. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Há homens e
mulheres, portanto não vamos generalizar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Estamos
vivendo mais. Segundo Karpf: “Esses homens e mulheres passam a ser vistos como
um fardo. E, pior, as pessoas não se enxergam como idosos, parece um futuro que
não pertence a elas”. Como vamos lidar bem com o próprio envelhecimento se
olhamos para isso com medo e sem admiração por quem já chegou a essa fase da
vida? “O envelhecer é um processo que começa no nascimento, nunca cessa e
sempre tem o potencial de enriquecer nossa vida”.<o:p></o:p></span></p>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-39659627727022041472022-03-31T13:50:00.003-03:002022-03-31T21:02:15.080-03:00Leite sem o olhar da vaca<p><span style="font-size: medium;"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnZ9QFV-AMNfcspuTgdan3mhtYl7blfqsKrdNIxOxVL_R0ENbQkvzpj-TJH0Se24FzJ_giVbz3SUt7698musWu6CzEL3IXyMkMLp69huaSdWkU-eWQtejo2TVEQ-Q7nZizeSqCbmp6talKGa91RCM15gm2Y8_vnL8Y4pfyGw1TyRXCmQ9shcmY7nMX/s275/transferir.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnZ9QFV-AMNfcspuTgdan3mhtYl7blfqsKrdNIxOxVL_R0ENbQkvzpj-TJH0Se24FzJ_giVbz3SUt7698musWu6CzEL3IXyMkMLp69huaSdWkU-eWQtejo2TVEQ-Q7nZizeSqCbmp6talKGa91RCM15gm2Y8_vnL8Y4pfyGw1TyRXCmQ9shcmY7nMX/w320-h213/transferir.jpg" width="320" /></a></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></span></div><p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: x-large; line-height: 107%;">Estava ouvindo uma contadora de histórias, que havia se
voluntariado para atender um grupo pequeno de crianças. Eu por conhecê-las
resolvi ficar no fundo da sala. E a professora estava contando histórias sobre
as diferenças de viver no campo/ roça e na cidade. Começou perguntando se
alguém já havia vivido no campo, dando sequência, perguntou às crianças quem já
havia tomado leite quentinho tirado da vaca. Fez uma introdução relatando como
ela mesma esperava com uma canequinha esmaltada, junto ao vovô, que tirava o
leite. Continuou falando que era muito bom, pois o vovô deixava até uma
espuminha sobre o leite. Era delicioso sentir aquele aroma e sabor frescos, bem
branquinho, era inexplicável. Percebeu que nenhuma criança havia se
manifestado, e estavam com os olhinhos arregalados. Intrigada, ela repetiu a
pergunta. E nada. De repente, ouvimos uma vozinha sumida dizendo:- eu nunca
tomei leite de vaca, só de caixinha, que meu pai compra no mercado. Então as
crianças foram criando coragem e falando:- eu também não, eu também não. Uma
delas completou; na minha casa nem tem vaca, mas tomamos leite sempre, vem na
caixinha ou no pacote. Quieta, porém surpresa percebi que aquelas crianças não
sabiam que o leite vinha da vaca. E que ela não dá leite, pois precisa ser
tirado. Houve um silêncio enorme, e, enquanto a professora dava uma aula sobre
o assunto desconhecido pela maioria das crianças, eu viajei nas minhas
reminiscências da infância. Quando meu avô ordenhava as vacas, era um tempo
bom, esperava para tomar o leite quentinho, meus primos quando iam visitar o
vovô, também aproveitavam o momento maravilhoso, e cada um de nós possuía a sua
canequinha esmaltada, algumas até com o esmalte machucado. Hoje a situação é
diferente. Penso que não há mais esta condição gostosa de tomar leite tirado na
hora. Meu avô, recebia a ajuda de um moço para o trabalho que fazia. Vovô
precisava levantar todos os dias pelas quatro e meia da madrugada, para separar
o bezerro da vaca, pois se os deixasse juntos ele acabaria mamando todo o
leite. Este ritual acontecia sempre, mesmo aos domingos e feriados. É claro que
era reservado o leite para o filhote.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: x-large; line-height: 107%;">Interessante contar que na hora de tirar o leite, o que era
feito todos os dias, meu avô amarrava as patas traseiras da vaca, para que ela
ficasse bem quietinha, e não desse um coice nele enquanto a ordenhava, fato
curioso na época, e que mexia comigo era que o bezerro ficava amarrado perto da
mãe, um lugar onde ela pudesse vê-lo, porque assim ela soltava o leite,
pensando que era para o filho, mas na verdade ia para o balde. Às vezes, o
bezerro não queria sair, ficava deitado tranquilo, longe da mãe, o que
dificultava que ela soltasse o precioso líquido. Mas logo tudo se ajeitava e o
leite descia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: x-large; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: x-large; line-height: 107%;">Meu avô morava próximo de outros leiteiros, e logo um
deles, mas abastado adquiriu ordenhas mecânicas. Fomos convidados para conhecer
a tal máquina que tirava o leite sozinha. Era meio assustador, mas a
modernidade é assim. O vizinho de vovô estava muito feliz, pois tudo ficou mais
fácil. E o dinheiro veio mais rápido.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: x-large; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: x-large; line-height: 107%;">Lembrei do Lima Duarte que falou: E o olhar da vaca?<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E o amor da vaca ao soltar o leite? Perdeu-se
com nosso modo de viver. Bebemos o leite sem o amor da vaca.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: x-large; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: x-large; line-height: 107%;">Nem precisam do bezerro, aplicam hormônio natural, e ela
libera o leite. Sabemos que ainda existem muitos leiteiros que fazem a ordenha
manual, não é proibido, mas não haverá mais adultos, que tenham uma história
linda da canequinha com leite cheio de espuma, tirado na hora. Porém, ainda
existe o “camargo”, a origem deste nome falaremos em outra oportunidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: x-large; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: x-large; line-height: 107%;">Os gaúchos da Serra, certamente, já ouviram falar sobre a
bebida deliciosa chamada camargo. O assunto sempre volta quando os dias frios
chegam. Ele é a combinação do café quente com o leite tirado direto da vaca. O
resultado é uma bebida forte e saborosa, que pode não agradar a todos os
gostos, mas que, segundo os adeptos da tradição, garante um calorzinho nas
manhãs congelantes do inverno. “Uma das principais características da bebida é
ser preparada e consumida logo de manhã cedo, na primeira ordenha do dia. Faz
bastante sentido: o trabalho no campo exige uma opção rápida e que forneça
energia.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: x-large; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif" style="line-height: 107%;"><span style="font-size: x-large;">Com certeza sem a canequinha esmaltada e sem o olhar da
vaca. </span><o:p style="font-size: 12pt;"></o:p></span></p><br />Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-83761279970024538812022-03-17T15:46:00.004-03:002022-03-18T10:05:40.616-03:00Jornalista Lulu Augusto<p><span style="font-size: large;">Queridos amigos, estou voltando depois de uma longa ausência. O motivo foi tratamento de saúde, ainda estou em recuperação de uma cirurgia, mas me sentindo bem para visitar seus espaços. Gratidão a todos!</span></p><p><span style="font-size: large;">Minha crônica é uma homenagem a amiga jornalista, que fundou o Jornal Caiçara em União da Vitória, e batalhou muito por ele.</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="line-height: 107%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="line-height: 107%;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgGDnvp4qUULyracqtf_vuzWbxEw4kfJJgY7W3SyQCTFjJRem0LHNnvM0Gf9LVZrMvsM6wrubdGJCwQsT1qqzAaGYhG2DqxMifLK27SruySrWX9ANF8wrv7p8C595ruY3KyIg2Vy8DyNSeEnQGR9TDERrWa5u3CCmio5_U8usgpZFgJWOfZZ--Xi4og=s300" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="250" data-original-width="300" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgGDnvp4qUULyracqtf_vuzWbxEw4kfJJgY7W3SyQCTFjJRem0LHNnvM0Gf9LVZrMvsM6wrubdGJCwQsT1qqzAaGYhG2DqxMifLK27SruySrWX9ANF8wrv7p8C595ruY3KyIg2Vy8DyNSeEnQGR9TDERrWa5u3CCmio5_U8usgpZFgJWOfZZ--Xi4og" width="300" /></a></span></div><span style="line-height: 107%;"><br /><span style="font-size: large;"><br /></span></span><p></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana;">Escrever
sobre pessoas é uma tarefa extremamente difícil, principalmente se ela veio
para fazer a diferença no mundo e fez, entregando algo a mais do que lhe foi
pedido, realizou mais do que deveria, e surpreendeu a todos com seu exemplo de
missão. Minha homenagem é para esta grande mulher, Maria da Luz Augusto, a
nossa querida Lulu, mulher que não vivia em sua zona de conforto, pois sua
batalha era maior para que ficasse sem ação, vivendo despreocupadamente. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana;">Tarefa árdua
escrever sobre tão importante mulher, mas gratificante pelas vitórias de lutas
travadas pelo bem e pela justiça. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana;">Interessante
lembrar o que Clarice Lispector disse sobre a mulher.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana;">O destino de
uma mulher é ser mulher. Por caminhos tortos, viera a cair num destino de
mulher, com a surpresa de nele caber como se o tivesse inventado. Quando eu
ficar sozinha, estarei seguindo o destino de todas as mulheres.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana;"> E Lulu era uma representante da mulher. Mulher
que o tempo ensinou. Ensinou a amar a vida e jamais desistir de uma luta, se
preciso fosse recomeçava na derrota, e seguia em frente para sentir o sabor da
vitória. Lulu aprendeu a viver em tempos rudes. Conviveu com muitas
contradições, viveu-as como lições de vida e as usou como muita sapiência. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana;">Sofreu por
ser mulher em um tempo em que tudo era em favor do homem, e ela viveu à frente
de seu tempo, uma vanguardista.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana;">Lulu possuía
uma enorme parcela consciente e combativa, ideias de justiça. Foi pioneira
desbravando arduamente caminhos da cultura, do teatro, da novela, do
jornalismo, da poesia. Para ela não existia a palavra impossível. Era sinônimo
de esforço e determinação.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana;">Sempre tive
grande admiração por ela, seus conhecimentos iam além em vários assuntos.
Frequentemente eu a visitava para degustarmos um saboroso cafezinho, o qual era
regado com boas conversas sobre seus poemas, seus desenhos e suas pinturas,
gostávamos de falar sobre seus projetos, suas dificuldades em realizar certas
coisas, que eram de grande importância para a população de nossas cidades. Por
ser mulher, solteira, batalhadora, guerreira sentia o ciúme de certas
“mulheres”. Infelizmente, hoje ainda existem mulheres que se abalam com o
sucesso da outra. O que deveria ser motivo de união, inspiração e garra para que
com sua força auxiliar a companheira quando fosse necessário. Lulu não se
abalava com essas pequenezes, e sempre dizia: na boca das recalcadas sinto-me
poderosa, e era. Lulu nunca foi princesa, pois trocou a coroa por uma couraça.
Quando eu a questionava sobre tantas dificuldades para realização de certas
situações ela respondia:- construí uma couraça a minha volta, nada me derruba.
E quando tentam me derrubar, me equilibro para cair em pé, jamais vou sucumbir
perante nenhuma limitação. Ela era assim, forte e cabeça erguida, passou por
grandes tribulações, sempre pela justiça. A história de vida desta grande
mulher é às vezes, intrigante, vale a pena saber tudo. Um fato muito chocante
foi quando ela escreveu a novela “O crime do Iguaçu”, ocorrido em uma zona de
meretrício, episódio real, que envolveu presumidamente pessoas influentes das
cidades. Lulu em cada capítulo colocava um pouco da verdade, ocorrida na
ocasião em que a menina Zilda foi morta. No último capítulo, tudo mudou, e ela
foi ameaçada e proibida de colocar a novela no ar, estavam prontos para
prendê-la. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana;">Porém, algo
extraordinário aconteceu, muitas meretrizes se uniram em torno da rádio onde
estava sendo transmitida a novela, e não deixaram que a prendessem. Foi um
marco nessa história, porém o último capítulo foi proibido de ir ao ar. E assim,
era a nossa valorosa Lulu, abriu muitos caminhos para o reconhecimento de sua
capacidade. Foi protagonista na execução de todos os seus projetos e sempre
foram e continuarão sendo garantias da construção de uma sociedade justa,
fraterna e igualitária.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana;">Primava
sempre “Pela liberdade de expressão, por uma sociedade menos desigual e em repúdio
a intolerância e ao preconceito”.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana;">Todas as
histórias da Lulu, foram consagradas e são dignas de conhecimento geral.
Interessante frisar que nossa jornalista possuía uma certa semelhança com
Virgínia Woolf como podemos observar neste texto.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana;">“Tranque as
suas bibliotecas se quiser; mas não há nenhuma porta, nenhum cadeado, nenhum
ferrolho que você pode colocar sobre a liberdade da minha mente”.<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="font-size: 14pt; text-align: left;">Lulu Augusto
merece todas as homenagens a ela destinadas.</span></span></span></p>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-22109829067026044012021-10-29T15:52:00.003-03:002021-10-29T15:54:38.214-03:00Quantas pessoas ainda vivem assim<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-ri6HQGwX7rU/YXxCvRolrtI/AAAAAAABDjE/2ruq2DYz_asOWDPMvOnnrbU6Ysk2u3RswCLcBGAsYHQ/s290/fam%25C3%25ADlia%2B2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="174" data-original-width="290" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-ri6HQGwX7rU/YXxCvRolrtI/AAAAAAABDjE/2ruq2DYz_asOWDPMvOnnrbU6Ysk2u3RswCLcBGAsYHQ/w400-h240/fam%25C3%25ADlia%2B2.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem do google</td></tr></tbody></table><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><br /> </span><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">À tardinha
de um dia com muito sol, resolvi fazer uma caminhada, pois a pandemia me deixou
quieta em casa, por muito tempo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Agora, como
tudo parece estar mais calmo decidi que devia voltar a caminhar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Gosto desta
atividade, pois me dá muita liberdade para admirar toda a beleza da natureza.
Percebi que sentados na grama havia uma família bem unida literalmente, estavam
dividindo alimentos. O pai cortava em quatro pedaços o pequeno pão que tinha em
suas mãos. Chocou-me muitíssimo aquela cena, prestei mais atenção. Depositada
na grama estavam uma bolsa de lona suja e um cão, o qual também ganhou um
bocadinho de pão. Após todos comerem, o pai retirou da sacola quatro bananas
bem maduras, cada um ganhou a sua, o cão ganhou um pedaço de biscoito. Era a
sobremesa e, havia mais, todos ganharam um pouco de refrigerante, que deveria
estar quente devido ao calor, no mesmo copo descartável cada um tomou o
suficiente. Ah, o cão tinha uma latinha com água, que foi tirada de uma garrafa
pet.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">E todos
estavam surpreendentemente felizes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Parei para
conversar com eles, lindos e unidos. Quis saber a sua história. O nome do
marido era Altamiro, ele então me contou que trabalhava cuidando de cinco
grandes jardins, e sua esposa dona Neide trabalhava como diarista em quatro
casas, das quais ele cuidava dos jardins. Contou-me que ganhavam razoavelmente
bem. Continuou falando, mas muito emocionado, nossos dois filhos estavam na
escolinha. Tudo ia muito bem até a chegada da pandemia. Meus patrões me
dispensaram, pois, a época era de muitas mortes, minha esposa também teve que
parar com seu trabalho, nossos filhos ficaram em casa. Tínhamos uma casa,
alugada, mas confortável, a esperança era de que tudo logo ficasse bem. Tínhamos
dinheiro para um bom tempo sem passarmos necessidades, porém o tempo foi maior,
que o esperado, e hoje estamos sofrendo as consequências da pandemia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">A dona da
casa, na qual morávamos nos determinou um tempo para que a desocupássemos.
Parecia um pesadelo, os poucos parentes tentaram nos acolher, mas não tinham
condições. Sabe, moça tenho até vergonha de falar tudo que passamos para
sobreviver, só não roubamos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Pedíamos
comida, falávamos a verdade. Caso nos dessem um serviço, ficaríamos contentes
em fazê-lo por um prato de comida.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">No início
até as contribuições eram generosas, mas aos poucos cada um se fechou no seu
mundo. Hoje só isso que conseguimos para comer. Tenho vergonha por ser um homem
forte e não ter serviço para mim. Já fiz um pouco de tudo, mas sempre é por
pouco tempo. Percebi que tinham algumas roupas e, até mesmo um pedaço de
colchão. Ele explicou que sempre procuram um lugar seguro para dormirem, o cão
estava sempre atento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Contou-me
que um senhor lhe arrumou um serviço para ele limpar seu jardim, mas só para o
final de semana seguinte, após passarem as chuvas. Minha mente estava confusa,
um turbilhão de pensamentos me deixava sem saber o que fazer.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Como ajudar?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">E quantas
pessoas estão vivendo nestas condições?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">No momento
em que estávamos conversando, um casal se aproximou, notei que já se conheciam.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">A mulher
começou a falar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Altamiro,
nosso vizinho tem um barracão em ótimo estado, arrumamos tudo, e o deixamos em
condições de vocês morarem por um tempo lá.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Muitos amigos
nos ajudaram, ganhamos um fogão, instalamos uma pequena cozinha, tem um
banheiro, que fazia parte do local, improvisamos quartos e camas para vocês. O
chuveiro foi instalado há pouco. Uma loja local doou algumas roupas. O material
de higiene foi doado por uma drogaria, para o momento vocês têm o que precisam
para ter uma vida um pouco melhor, que às ruas. Percebi que as lágrimas
escorriam em todos os rostos, eu que já estava crente de que nada mudaria com a
pandemia, que a empatia tão citada não era real, porém eu estava registrando
com meus olhos a bondade de um grupo de pessoas ajudando seu próximo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">O casal
encaminhou a família para o carro, mas antes seu Altamiro fez questão de se
despedir de mim e me agradecer. Não sei o porquê do agradecimento, mas fiquei
feliz por eles.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Sabemos que
muitas famílias ainda passam por esta amarga situação. Muito triste.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><br /></span></p><p class="MsoNormal"><span style="color: #2b00fe; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Queridos amigos, justifico aqui a minha ausência. Fiz um procedimento cirúrgico no olho esquerdo, só agora estou aos poucos voltando a escrever. Saudades de todos.</span></p>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-56351998740328418362021-09-26T20:16:00.004-03:002021-09-26T20:19:07.247-03:00Vamo falar de "Good Girls"<span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Ra4BuE57INo/YVD_x792gsI/AAAAAAABDSs/rdJf_heluugTUcuiDfaWbyB9bSkqo8jlwCLcBGAsYHQ/s300/good%2Bgirls.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="168" data-original-width="300" height="179" src="https://1.bp.blogspot.com/-Ra4BuE57INo/YVD_x792gsI/AAAAAAABDSs/rdJf_heluugTUcuiDfaWbyB9bSkqo8jlwCLcBGAsYHQ/w320-h179/good%2Bgirls.jpg" width="320" /></a></div><br />Enquanto a chuva cai lá fora e respinga na janela da sala, mexo minha colher de chá lentamente, misturando o líquido ao açúcar, enquanto penso se todo o vício é maléfico.
Serei mais específica, vício em artes é maléfico? Como vício em séries e filmes?
Talvez quando você exclui a sua vida social por eles, sim.
E a desculpa sempre aparece no mesmo tom: “mas está tão boa, só mais este pedaço e desligo”. E, quando percebemos, entramos de madrugada com os olhos e ouvidos vidrados na telinha.
Não me considero uma viciada em séries ou filmes, (ainda), mas confesso que já maratonei algumas vezes.
A última, que não faz muito tempo, foi com a série” Good Girls”.
Série que você acha que não vai dar em nada, que é mais um amontoado de besteiras, porém se surpreende quando se vê torcendo por este ou aquele personagem.
Costumo dizer que no episódio dois já me considero da família, e tenho os meus afetos e desafetos.
Mas voltando à série, “Good Girls” foi uma grata surpresa, que tem seus encantos, sim.
Talvez tenha dado certo pela química entre as personagens principais, ou pelos estresses nos bastidores (revelados nas redes sociais). A questão é que, mesmo sem continuação (já declarada pela Netflix), ela vale as horas assistidas.
A história, nada muito surpreendente, narra a vida de três pacatas donas de casa que bolam um roubo ao supermercado local para sair do sufoco da vida, a falta de dinheiro e conquistar a independência. Puritanismo à parte, você se pega torcendo por elas, seja pela simpatia, seja pelo espelho.
E daquele pequeno roubo a um mercado local, a teia vai apenas emaranhando ainda mais a vida daquelas três mulheres, algo que elas nunca puderam imaginar.
E como toda e boa série que, para nos prender não pode manter o foco apenas em um fato, para não se tornar monótona, ela desenrola vários relacionamentos: marido e mulher, pais e filhos, amigos.
Levanta várias questões, nos faz refletir e, algumas vezes, um leve nó na garganta surge.
Lembro que comecei assistindo meio sem querer, o botão do controle subindo e descendo várias vezes, nada que fizesse meus olhos pararem. Interrompi a procura e fui à cozinha buscar algo para comer, e levar embora meu tédio, mas quando voltei, na tela passava a propaganda da série, e foi ali que ela me ganhou.
“Good Girls” é uma série despretensiosa, foge do glamour hollywoodiano, até mesmo pelos atores que interpretam os papéis principais e secundários, o que é muito bom, por sinal, abre o nosso leque de opções de atores, e nos faz conhecer o que antes era desconhecido ou pouco valorizado (até por questões de cachês) nos grandes filmes.
E, sim, mesmo tendo apenas quatro temporadas e um final sem pé nem cabeça (na certeza de que eles queriam continuar), vale muito à pena, e não apenas para um sábado à tarde para quem não tem nada para fazer.
Olhando atentamente e prestando atenção, dá para tirar um bom proveito da série, “Good Girls”.
Fica o gostinho da curiosidade.</span>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-68502856699468304612021-08-27T10:55:00.007-03:002021-09-26T20:20:30.135-03:00O mais doce perfume
<span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b>
Naquela tarde gelada, fui convidada por um amigo de longa data para um café, que foi regado a lindas histórias sobre a vida. A história que deu início a nossa conversa foi sobre seu pai, uma longa conversa. Eu pensei que o conhecia, porém ao ouvir seu mais comovente relato, resolvi compartilhá-la. Ignoro o porquê de não saber algo tão marcante na vida e lembrança do meu amigo. Contou que o pai era um excelente entalhador, esculpia verdadeiras obras de arte em qualquer móvel de madeira, muitos deles ainda fazem parte da vida de algumas famílias, pois o entalhe era feito sempre em madeira de lei por ser madeira dura. Fazia a escultura que lhe pedissem em móveis fantásticos, tinha um dom maravilhoso, era abençoado.
Recordou, penso que devido ao imenso e atípico frio do momento, das tardes frias, quando ia com seu papai à fábrica, ia na parte traseira da bicicleta, havia um travesseirinho para que ficasse mais confortável. O frio era imenso, por isso ele usava as costas de seu pai como barreira para espantar o vento gelado que parecia cortar sua pele. Falou que recordava do cheiro, que vinha da roupa dele enquanto encostava o nariz em suas costas, era uma mistura de serragem com uma certa umidade do ar, aroma que continua sendo inesquecível, não há comparação com nenhuma fragrância que conhecia, comentou ele.
Perguntei que idade ele tinha naquela época. Respondeu-me rapidamente, sem pensar.
-Eu tinha cerca de quatro anos, lembro-me bem, pois minhas pequenas pernas abraçavam com dificuldade a garupa da bicicleta, meus braços curtos não conseguiam abraçar a cintura dele por completo, então meus dedos agarravam seu casaco com tanta força que minhas digitais ficavam ali por muito tempo. Minha mãe estava sempre trabalhando, por isso achavam melhor eu ficar com papai, o que lhe era permitido.
Contou-me os vários motivos que o faziam ir com seu pai, à fábrica. Disse-me com orgulho que ele era um marceneiro muito conhecido por seu rico trabalho. Era mestre em entalhe, um verdadeiro escultor da madeira.
Contou que durante o trajeto, seu pai sempre falava com muito conhecimento o nome das árvores pelas quais passavam, mas a que ele mais gostava e, ainda lembra claramente é o pinheiro do Paraná. Recebia do pai uma verdadeira aula com seus conhecimentos, graças a isso, conhece muito sobre a araucária, a semente mais saborosa e, o melhor, a natureza nos dá de graça. Lembrou com muito carinho dos invernos quando comia pinhão, assado, cozido, salpicado. Lembrou do pai chegando em uma noite com duas sacolas cheias de pinhão, pois na madeireira havia muitos pinheiros, carregados com tantas pinhas que todos os empregados levavam várias sacolas para casa. E o mês passava, e sua mãe usava sua criatividade em pratos elaborados, uma vez até na sobremesa achou alguns. (deu um largo sorriso)
Meu amigo querido fechou os olhos para sentir-se em meio à natureza e o cheiro das árvores o transportaram a um passado bom, um tempo em que tudo era simples e belo, tudo tinha um ar de aconchego e bem estar.
Disse sentir saudades das caronas com o pai, da mãe na cozinha fazendo pinhão, de ouvir os nomes das árvores e, não ter noção alguma de que havia outros mundos além do seu. Saudades de sentar-se à mesa da casa humilde e quentinha, das histórias do pai, das risadas da mãe, e de ser levado à cama nos braços do pai, pois sempre dormia antes do final da história. Falou da imensa saudade que sentia de apertar o casaco dele, e saber que estava seguro ali, de apertar o nariz contra suas costas e sentir seu cheiro de serragem e umidade. Custou muito tempo para perceber que nem o perfume mais caro do mundo é tão bom quanto aquela fragrância, se a saudade tivesse cheiro este seria o dela, falou quase murmurando. Emocionei-me tanto que não contive as lágrimas, e num abraço fraterno nos despedimos.
</b>
</span><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-rV1avQch30Y/YTPTXszrdhI/AAAAAAABC6k/FygqtTuNnecOj_iouXHLsjjrkK9xBgCiwCLcBGAsYHQ/s712/madeira-shutterstock-190410203.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="475" data-original-width="712" src="https://1.bp.blogspot.com/-rV1avQch30Y/YTPTXszrdhI/AAAAAAABC6k/FygqtTuNnecOj_iouXHLsjjrkK9xBgCiwCLcBGAsYHQ/s320/madeira-shutterstock-190410203.jpg" width="320" /></a></div>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-35616036161528193632021-07-14T21:24:00.002-03:002021-07-16T09:53:15.812-03:00Origem da palavra OK<p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-iywG2DwzQoY/YPGBI_V4PPI/AAAAAAABCQg/WYnxNsiU8rgkLu4G3YiLAkRoWB7ezulaACLcBGAsYHQ/s1360/8114cffnxnL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1360" data-original-width="971" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-iywG2DwzQoY/YPGBI_V4PPI/AAAAAAABCQg/WYnxNsiU8rgkLu4G3YiLAkRoWB7ezulaACLcBGAsYHQ/s320/8114cffnxnL.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Imagem Google</span></td></tr></tbody></table><br /></p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br />
</span><p class="MsoNormal"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Conhecemos várias palavras que devido ao seu uso foram
incorporadas no idioma formal.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Algumas palavras em inglês que o brasileiro adotou no dia a
dia:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Air bag, Baby doll,
Backup, Bad boy, Bike, Blazer, Botox, Check-in, Chip, Coffee break, Crush,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Delivery, Design,
Diesel, Download, Drinks, Drive-thru, <a name="_Hlk76588285">Email/e-mail, </a>Facebook,
Fake, Fashion, Gospel, Hamburger, Hobby, Email/e-mail.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A palavra E-mail surgiu
junto com o início da internet, e hoje em dia é até estranho usar a expressão
“correio eletrônico”. No entanto, há um termo talvez mais expressivo, que é
a<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>palavra OK “mais falada e escrita do planeta”,
parecia ser apenas mais uma piada. Foi usada como uma brincadeira a expressão
“O.k.”, "OK" (ou "okay") que designava “tudo certo” e que
se propagou a ponto de ser reconhecida hoje em qualquer parte do mundo. Ok é
uma expressão de origem desconhecida e etimologia bastante discutida. Apareceu
pela primeira vez no dia 23 de março de 1839 no jornal "Boston Morning Post",
cuja autoria é atribuída ao seu editor Charles Gordon Greene. São muitos e
muitos anos de uso deste vocábulo. Mesmo sendo o americanismo mais usado no
mundo, sua origem é confusa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">A trajetória e a origem são objeto de um estudo publicado
nos Estados Unidos, Allan Metcalf, um linguista e autor do livro “OK”, disse
que é a palavra mais espetacular da língua inglesa, e é difícil explicar por
que faz tanto sucesso, sua obra com o título O.K. foi lançada no ano de 2010. O
linguista descreve nada mais, nada menos que 18 versões diferentes sobre a
origem da expressão – que hoje ainda ganha um neologismo bem popular nas redes
sociais no Brasil: “talquei?”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Essa história do termo, reforçada pelo livro de Metcalf, já
foi comprovada por diversos estudos nos Estados Unidos. Mesmo assim, ao longo
dos mais de 180 anos em que O.k. é usada, não faltaram pesquisas a divulgar
versões alternativas para o surgimento da palavra. “A história é tão simples
que às vezes, parece insultar nossa inteligência. Faz com que precisemos de
algo mais interessante, mesmo que não seja verdadeiro”, justifica o linguista.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Metcalf apresenta as 18 versões desse termo, não apenas nos
Estados Unidos, mas em outros idiomas também. Falou sobre a sua surpresa de uma
que dizia que O.K. era uma variação de “okeh”, termo indígena usado pela tribo
choctaw como “está certo”, no final das frases. Versão que enganou muitos
professores de renome.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Na escrita é OK, ou
okay e, informalmente, fala-se também okey-dokey ou okey-doke. A palavra pode
ser usada também como verbo regular, significando “aprovar”, “endossar”. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">O termo mundialmente conhecido, surgiu no século XVIII, na
campanha para a reeleição do Presidente Martin Van Buren (1782-1862), nos
Estados Unidos. O apelido dele era Old Kinderhook, em 1840, as iniciais O.K. se
popularizaram como lema de sua campanha para indicar que, com Old Kinderhook
como presidente, tudo estaria ótimo. De forma humorística, também se dizia que
OK era sigla para “orl korrect” – all correct -, ou seja, “tudo correto”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Outra versão, a expressão A-OK, significando “excelente”,
que vem da era espacial. Foi usada pela primeira vez na década de 1960 pela
NASA, nos Estados Unidos, para indicar que todos os sistemas estavam em
perfeitas condições – All systems OK (abreviada para A-OK). Há várias
definições para O.K. Muitos afirmam que a palavra O.K. é de origem alemã,
outros, que é africana, outros, de origem grega. Muitos historiadores argumentam
que a expressão pode ter<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">surgido durante a Guerra Civil dos Estados Unidos. Quando
não havia baixa nos campos de batalha anotava-se "0 killed" (nenhum
morto), corresponde a 0K. Sinal que se assemelha um "O" formado com
os dedos polegar e indicador se encostando nas pontas em forma de círculo, e
supostamente formando um "K" com os demais dedos levantados.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Apesar de tantas etimologias existentes sobre o surgimento
desse termo, passados 180 anos, vários estudiosos confirmam a origem da palavra,
no jornal de Boston.</span><span style="font-family: arial; font-size: large;"> </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Um século depois, com
a chegada da informática, a sentença transformou-se em comando no computador o
que a fez ganhar prestígio e força cada vez mais.</span></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-68693615282878191732021-06-22T18:14:00.003-03:002021-06-22T18:15:35.892-03:00Lamartine Babo e Dr. Voronoff <p><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 16pt; text-align: center; white-space: pre-wrap;"> </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-dVb5psJml5I/YNJSYtJ981I/AAAAAAABCEQ/fgatWSZl9BoWRHimS2Yjbxx22r3FCCpNwCLcBGAsYHQ/s275/transferir.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="275" data-original-width="183" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-dVb5psJml5I/YNJSYtJ981I/AAAAAAABCEQ/fgatWSZl9BoWRHimS2Yjbxx22r3FCCpNwCLcBGAsYHQ/w266-h400/transferir.jpg" width="266" /></a></div><br /> <p></p><span id="docs-internal-guid-17af2281-7fff-c835-11a5-ca527043c6a7"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> Sempre me causou curiosidade a letra da música de Lamartine Babo, principalmente estes versos:</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">"Seu" Voronoff...</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">"Seu" Voronoff...</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Numa grande operação</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Faz da tripa o coração.”</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Para entendê-los precisamos saber de onde saíram tais versos, e o porquê de alguns compositores usarem o Dr. Voronoff como inspiração.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> Serge Voronoff foi fisiologista e cirurgião francês de origem russa e ganhou fama por sua técnica de enxerto de tecido testicular de macaco nos testículos de homens para fins supostamente terapêuticos, enquanto trabalhava na França nas décadas de 1920 e 1930.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Mundialmente famoso como um expert em cirurgias de enxertos e pelas séries de experimentos glandulares para melhoria de raças de ovinos e equinos. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Foi um dos primeiros cientistas a acreditar na relação entre atividade hormonal e o envelhecimento. Pesquisou sobre atividades sexuais no homem e melhoria no desenvolvimento mental em crianças por transplantes de glândulas de macacos.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Morou no Cairo (1896-1910) quando observou que os eunucos eram obesos, sem pelos, pélvis alargadas, músculos flácidos com movimentos letárgicos, então concluiu que a falta dos testículos envelhecia e que sua presença rejuvenescia. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o Doutor Voronoff trabalhou atendendo soldados franceses feridos. Várias averiguações e pesquisas nessas ocasiões, mostraram que Voronoff fez transplantes de ossos em soldados servindo-se de material procedente de combatentes, que tiveram seus membros amputados durante as batalhas e, que, Voronoff transplantou um osso de chimpanzé em um soldado ferido em 1915 , que essa cirurgia lhe deu a ideia de transplantar o testículo de um macaco em um homem.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Segundo ele (1928), o xenotransplante glandular permitiria uma produção constante de hormônio e que não haveria a necessidade do uso frequente de injeções.</span><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Houve numerosos fracassos, mas nada o desestimulou de prosseguir e seu crédito aumentou em toda a Europa</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> Afirmava ainda que o enxerto da glândula tireoide de macaco dava resultados superiores aos daqueles enxertos, em que eram utilizadas glândulas humanas, porém a sustentação para o transporte desses órgãos ou mesmo hospitais e profissionais especializados continuavam na esperança futurística. Voronoff confiava que em pouco tempo, os avanços da mentalidade e das leis alcançariam a evolução da ciência. E, que as pessoas deveriam entender que poderiam servir a humanidade mesmo depois de mortas.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">“Para ele, a doação de um enxerto qualquer por um prisioneiro prestes a ser executado, por exemplo, poderia transmitir ao paciente características perversas do doador. “O macaco, por ser semelhante ao homem e com ele aparentado pela escala evolutiva, por ter um corpo forte e boa qualidade de órgãos e saúde, deveria ser o animal utilizado na melhoria dos seres humanos”, assegurava Voronoff, segundo os historiadores, que também dizia fazer uma seleção prévia baseada em um minucioso estudo sanguíneo de doador e hospedeiro, sem revelar detalhes.”</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">O excêntrico cirurgião operou 40 homens (engenheiros, intelectuais, arquitetos, advogados, professores universitários, um pintor, em suas clínicas particulares. E mesmo com a maior parte das operações tendo resultado em fracassos, o entusiasmo do cientista não diminuía, nem o número de seus admiradores. No final da década de 40, mais de 45 cirurgiões aderiram às técnicas de Voronoff e cerca de dois mil xenotransplantes foram realizados entre primatas e indivíduos em vários países, como Estados Unidos, Itália, Chile e Índia. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Em 1928, o médico Serge Voronoff veio ao Brasil para divulgar nas Jornadas Médicas seus curiosos xenoimplantes glandulares. Para os idosos, a novidade representava esperanças de rejuvenescimento. Já entre jovens gerou zombarias e piadas, além de marchinhas de carnaval.</span></span></p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Seu Voronoff</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Composição de João Rossi/Lamartine Babo</span></span></p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Toda gente agora pode</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Ser bem forte, ser um "taco"</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Ser bem ágil como um bode</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">E ter alma de Macaco.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">A velhice na cidade</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Canta em coro a nova estrofe,</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">E já sente a mocidade</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Que lhe trouxe o Voronoff</span></span></p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">"Seu" Voronoff...</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">"Seu" Voronoff...</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Numa grande operação</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Faz da tripa o coração</span></span></p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Operado foi na "pança"</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Um velhote com "chiquê"</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Ele vai virar criança</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Das cartilhas do A.B.C</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Um sujeito que se operou</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Voronoff desculpou-se </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Logo, após, sentiu-se mal.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Voronoff desculpou-se</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">.. que houve troca de animal</span></span></p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> Noel Rosa o cita em versos da canção “Minha viola”.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> “Eu tive um sogro cansado dos rega-bofe, que procurou o Voronoff, doutô muito creditado, e andam dizendo que o enxerto foi de gato, pois ele pula de quatro miando pelos telhados...”</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> Cantou Noel Rosa em alusão ao polêmico médico russo.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Dr.Veronoff morreu rico, mas sem reconhecimento.</span></span></p><div><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div></span>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com16tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-72312279846529962172021-05-15T21:46:00.003-03:002021-05-15T21:46:22.427-03:00Um excelente contador de causos<p> <span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 20pt; text-align: center;"> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-OXJNDfSgp34/YKBrPWiYRtI/AAAAAAABBtA/gbn_MinoBOk_fuBs74Qs5yaGfmgtysqPgCLcBGAsYHQ/s1200/Rolando-Boldrin-TV-Cultura.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="794" data-original-width="1200" src="https://1.bp.blogspot.com/-OXJNDfSgp34/YKBrPWiYRtI/AAAAAAABBtA/gbn_MinoBOk_fuBs74Qs5yaGfmgtysqPgCLcBGAsYHQ/s320/Rolando-Boldrin-TV-Cultura.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Imagem Google</span></td></tr></tbody></table><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Em outros tempos era comum as pessoas se reunirem para uma boa prosa, um bom papo, uma boa conversa, um assunto agradável entre duas ou mais pessoas. O bom é sabermos que ainda temos excelentes prosadores.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Há muitos nomes, mas vamos nos concentrar em falar ou escrever sobre Rolando Boldrin, inclusive foi um pedido de uma pessoa muito querida, não pude recusar. Além do mais, Boldrin é um artista muito benquisto, e também porque não dizer que é um dos maiores contadores de causos, que são histórias bem narradas e muito interessantes, os quais na maioria das vezes nos passam grande ensinamentos.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Boldrin tem 84 anos de idade e 62 anos de carreira, ele movimenta-se por diversos caminhos da cultura e formas artísticas. Por isso, sua vida foi e continua sendo opulenta de grandes histórias, e jamais lhe faltou disposição para consagrar-se em outras alternativas de trabalho, abrindo sempre oportunidade para a cultura do nosso país.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">São incontáveis os amigos que possui. Um deles, Dito Preto que partiu antes do combinado como costuma falar Boldrin e afirma, que desde a infância, Dito Preto ainda lhe rende excelentes causos.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Rolando Boldrin recebeu um convite dos jornalistas Corrêa e Taira para contar em um livro toda a sua saga de vida, o qual aceitou rapidamente, trabalhavam na TV Cultura, onde Boldrin apresenta hoje o programa SR. Brasil.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Como ele mesmo citou: Um livro é pouco.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Ele é um ícone da música caipira, raiz de nosso país, um seleto contador de causos, os quais nos são passados de geração a geração. Não há como negar que Boldrin é um aparecimento forte de representação do Brasil caboclo da zona rural, identidades do interior e arredores das grandes cidades. Uma cultura chacinada pela indústria e pelos interesses do “mainstrean” (A tradução literal de mainstream é "corrente principal" ou "fluxo principal).</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Rolando Boldrin nasceu na cidade interiorana de São Joaquim da Barra, no estado de São Paulo.</span> <span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Sétimo filho de uma família com 12 crianças. Desde pequeno, já tocava viola. Aos doze anos de idade, começou uma empreitada musical com o seu irmão, formando a dupla Boy e Formiga, que era bem sucedida na rádio do município.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Quando completou dezesseis anos, devido a incentivos por parte de seu pai, ele foi para a capital São Paulo, de carona em um caminhão. Lá, exerceu diversas atividades antes de conquistar a carreira de cantor, foi sapateiro, frentista, carregador, garçom e ajudante de farmacêutico. Serviu o exército, aos dezoito anos, em Quitaúna e, apenas nos anos seguintes dedicou-se à atividade musical.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Estreou na música, em 1960, como participante do disco de sua futura esposa, que se tornou sua produtora na época, Lurdinha Pereira. Em 1974, lançou seu primeiro disco solo, pela Continental, O Cantadô.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Teve uma grande experiência como ator de teleteatros da TV Tupi, entre o final da década de 50 e começo da de 60, ao lado de vários nomes como Lima Duarte, Laura Cardoso, Dionísio Azevedo e outros. Atuou em diversas novelas das TVs Record, Tupi e Bandeirantes (em aproximadamente 30 novelas). Como apresentador de televisão, na década de 80, esteve à frente dos programas Som Brasil, (TV Globo), Empório Brasileiro (TV Bandeirantes) e Empório Brasil (SBT). Atualmente apresenta o programa Sr. Brasil, pela TV Cultura de São Paulo. Após atuar como Pedro Melo em O Tronco (1999), filme baseado no romance homônimo do escritor goiano Bernardo Élis, recebeu o prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Brasília.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">“Brinco que sou o encarregado de encantar o Brasil. O projeto é tão importante para mim que ele se sobrepõe à minha imagem”.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">“Toda a irreverência de Rolando Boldrin é trazida em seus causos, contados por meio da linguagem simples e pura, tipicamente popular. Com bom humor, o apresentador encanta os telespectadores com histórias que mostram um pouco da cultura do país”.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Estrofe da música “Vide Vida Marvada”</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">“Diz que eu rumino</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Desde menininho</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Fraco e mirradinho</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">A ração da estrada</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Vou mastigando o</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Mundo e ruminando</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">E assim vou tocando</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Essa vida marvada</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">É que a viola fala alto</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">No meu peito humano</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">E toda moda é um remédio</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Pros meus desenganos”. </span></p>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-84174911035053303532021-04-14T17:00:00.001-03:002021-04-14T17:00:36.226-03:00Bem-vindo à Holanda<p><br /></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-phlTagqG9XY/YHdJrJf1VxI/AAAAAAABAH8/j0PlKQNbOrM2jDU0uTCiaz8p5sFEXavvwCLcBGAsYHQ/s286/gr%25C3%25A1vida.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="286" data-original-width="176" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-phlTagqG9XY/YHdJrJf1VxI/AAAAAAABAH8/j0PlKQNbOrM2jDU0uTCiaz8p5sFEXavvwCLcBGAsYHQ/w246-h400/gr%25C3%25A1vida.jpg" width="246" /></a></div><span style="font-family: arial;"><br /></span><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">Há muitas
pessoas que em certa altura da vida planejam casar e constituir uma família.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">Quando o
casamento acontece, vem a necessidade dos filhos.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">A alegria de
preparar tudo para a chegada do grande dia, uma criança saudável é esperada,
nada foi diagnosticado de errado com o bebê, durante a gestação. Porém, no
hospital, os pais já têm conhecimento de que sua filha é especial. Especial,
termo que atinge diversas síndromes infantis. Crianças são especiais por
natureza, no entanto há algumas que necessitam de acompanhamento especial, e
muito amor por parte de toda a família e sociedade.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">Percebemos
suas necessidades quando vivemos próximo a elas, convivi por vinte e três anos
acompanhando a vida de uma criança especial, e que nos deixou há pouco tempo,
em idade adulta.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">Ela viveria
apenas por um ano mais ou menos, palavras do médico, quando ela nasceu tinha o
rostinho mais lindo do mundo, como não se encantar e tentar dar o melhor a uma
criança especial. No entanto, havia muitas complicações relacionadas à sua saúde
e seu futuro, um ano de vida apenas, porém, o amor e cuidado dos pais e avó
materna foram relevantes para todos estes anos de vida. A mãe da Aninha, como a
chamávamos deixou o emprego para dedicar todo seu tempo à filhinha. Percebíamos
a alegria dos pais ao cuidarem dela, jamais houve nenhuma lamentação. Logo após
a notícia dada pelos médicos de como seria a vida dela, houve momentos de
culpas, e a pergunta: quem é o culpado?<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Ela nunca falou, nem andou, mas viveu com muito amor.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">É muito
interessante fazer uma analogia da história, dessa garotinha especial com o
texto: Bem -vindo à Holanda, autoria da escritora americana Emily Perl
Kingsley, a qual nos conta sobre uma pessoa, que tendo comprado uma passagem à
Itália acaba desembarcando na Holanda.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">Houve muitos
preparativos para a viagem, preparo das mínimas coisas da melhor maneira,
estudou locais para conhecer, comprou guias turísticos, roupas adequadas para
cada fase do passeio. No dia da viagem faz uma revisão em tudo para ter certeza
de que está tudo certinho. Chega o grande e esperado dia, pega as malas,
ansiedade misturada com emoção, embarca.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">Após algumas
horas, o avião aterrissa, ouve a voz do comissário:<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">-Bem-vindos
à Holanda!<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Susto, como Holanda, minha viagem era para a
Itália? Porém, é aí que deve ficar. A dor que isso causa, nunca irá embora
porque a perda desse sonho é uma perda extremamente significativa. No entanto,
se você passar a vida toda remoendo o fato de não ter chegado à Itália, nunca
estará livre para apreciar as coisas belas e muito especiais existentes na
Holanda. Foram meses de preparação e espera para a famosa viagem.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">Ao descer e
conhecer um pouco deste lugar percebe que não é tão ruim, há muita coisa para
ver e aprender. O mais importante é saber que o lugar é limpo, sem doenças ou
fome. Deve aprender um pouco da nova língua para facilitar a convivência.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">Percebe que
é um lugar mais baixo, menos ensolarado que a Itália, aos poucos vai percebendo
que não há : O Coliseu, o Davi de Michelangelo, As Gôndolas de Veneza, portanto,
há tulipas, moinhos de vento, é uma grande perda, no entanto, se analisar bem
você teve condições belíssimas de conhecer e apreciar coisas muito especiais,
que só existem na Holanda.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">Na família
ficou registrada a vida maravilhosa que teve a nossa Aninha, que nos mostrou
como Holanda é um país lindo.</span><o:p></o:p></span></p>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-32422525126912503632021-03-22T14:49:00.002-03:002021-03-22T14:49:31.742-03:00Solidão<div class="adn ads" data-legacy-message-id="1781d69008c90129" data-message-id="#msg-a:r-5428570340498165574" style="background-color: white; border-left: none; color: #222222; display: flex; font-family: Roboto, RobotoDraft, Helvetica, Arial, sans-serif; padding: 0px;"><div class="gs" style="margin: 0px; padding: 0px 0px 20px; width: 1560px;"><div class=""><div class="ii gt" id=":191" style="direction: ltr; font-size: 0.875rem; margin: 8px 0px 0px; padding: 0px; position: relative;"><div class="a3s aiL " id=":190" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 1.5; overflow: hidden;"><div dir="ltr"><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;"> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-eehnMcdRmMU/YFjYQrPZk_I/AAAAAAAA7Wg/tYQ7chEvqtw34uvAsQOf_DUQZAbZ5VkhwCLcBGAsYHQ/s297/menino.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="170" data-original-width="297" height="229" src="https://1.bp.blogspot.com/-eehnMcdRmMU/YFjYQrPZk_I/AAAAAAAA7Wg/tYQ7chEvqtw34uvAsQOf_DUQZAbZ5VkhwCLcBGAsYHQ/w400-h229/menino.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Google.com<br />Pinterest. com</td></tr></tbody></table><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Às vezes, nem sempre damos o devido valor à finalidade e importância da vida social. A vida em sociedade é uma lei da natureza, porém vem a pergunta: - E a solidão, será que ela pode ser uma boa companhia para nós? Contrariando o pensamento de Rosseau “Não há felicidade solitária".</span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Talvez possamos explicar que a solidão é boa para nós quando ela é constituída, por um curto período.</span> <span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">A ‘nossa solidão’ nos faz bem, mostra o quanto somos ótimas companhias para nós mesmos, ajuda-nos a recarregar as energias, respirar melhor, reconhecer percepções que acabam esquecidas em nós. É quase um tempo de meditação, porém impossível quando há muita gente por perto. Não nos desconectamos do universo por estarmos solitários, e penso ser muito importante, pois assim temos a condição de reconhecer nossa força, nossa habilidade em conectarmos com tudo que nos rodeia.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Há muitas obras que tratam especificamente da solidão. Temos até alguns filmes que retratam bem este sentimento. Exemplos: "Até o fim", de J. C. Condor. Nele, Robert Redford, vive um velejador que sofre um naufrágio. Ele passa uma longa hora apenas com o silêncio.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">"O velho e o mar", drama vivido por Spencer Tracy. Temos também o romance de Robinson Crusoé, depois de um naufrágio, em que foi obrigado a sobreviver em uma ilha por quase 30 anos.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">“Mary e Max - Uma Amizade Diferente”</span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Uma menina solitária de oito anos, que vive na Austrália. Max vive em Nova York. Obeso e também solitário. Mesmo com tamanha distância e a diferença de idade existente entre eles, desenvolvem uma forte amizade.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">A solidão faz bem, na medida certa. É importante termos um tempo só nosso, quando é possível entrarmos em contato com nosso eu interior e nos descobrirmos. No entanto, quando a solidão nos é imposta, como o momento em que vivemos, quando a solidão nos coloca defronte com o medo, insegurança, a saúde mental pode ficar abalada. Podemos perceber, neste triste momento, que há grande relação entre saúde mental e conexão social. O isolamento social, na maioria das vezes deixa muitas pessoas solitárias por longos períodos, sem poder receber e abraçar as pessoas amadas. É bom termos pessoas,que gostamos perto de nós. Por isso, observamos dois tipos de solidão, esta que se impõe a nós devido à pandemia e nos faz mal, diferentemente daquela que se torna a nossa melhor companhia. Será que ainda somos a nossa melhor companhia?</span> <span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Todavia cada pessoa sente um efeito diferente da solidão, pois enquanto uns apreciam sua própria companhia e aproveitam esse tempo para se redescobrir, outros sentem-se intensamente angustiados com a falta de vivência coletiva.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">O que cada pessoa sente quando está só, é de extrema importância para que ela se conheça e proceda de maneira correta, no momento propício. Cada pessoa deve achar uma solução para viver melhor, e não ser afetada em sua saúde mental. No entanto, percebe-se que muitas delas se anulam perante as tribulações, que ora se apresentam.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">A internet é uma grande aliada para auxiliá-las a interagir com outras pessoas, principalmente, no momento de isolamento social. Necessitamos de reforços emocionais, hoje, com mais intensidade, porque precisamos de contato social remoto com mais urgência, para que haja sintonia e solidariedade entre todos os indivíduos, estímulos eficazes, e</span> <span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">com reação positiva perante as adversidades que se apresentam. Todavia, o uso da tecnologia digital é muitas vezes um grande desafio para os idosos, pois estão muito mais perturbados com os acontecimentos e sentimentos de solidão o que os leva à desconexão com o universo ao seu redor. Porém, o isolamento social é com certeza, mais desfavorável nesta época de pandemia porque ao elevar o nível de estresse ele danifica o sistema imunológico levando com isso, prejuízos a órgãos vitais.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 15.6933px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 19.9733px;">Nos dias atuais é indiscutível a manutenção de pertencimento a uma comunidade para que haja condições para enfrentar e vencer a Covid-19. Apesar da distância física, muitas pontes podem ser erguidas com a ajuda da comunicação, o que nos auxilia a cuidar dos mais vulneráveis nesse momento, é um ato de amor imensurável para que o isolamento social não se transforme em uma triste solidão.</span></p></div><div class="yj6qo"></div><div class="adL"></div></div></div><div class="hi" style="background: rgb(242, 242, 242); border-bottom-left-radius: 1px; border-bottom-right-radius: 1px; margin: 0px; padding: 0px; width: auto;"></div></div></div><div class="ajx" style="clear: both;"></div></div><div class="gA gt acV" style="background: rgb(255, 255, 255); border-bottom-left-radius: 0px; border-bottom-right-radius: 0px; border-top: none; color: #222222; font-family: Roboto, RobotoDraft, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 0.875rem; margin: 0px; padding: 0px; width: auto;"><div class="gB xu" style="border-top: 0px; padding: 0px;"><div class="ip iq" style="border-top: none; clear: both; margin: 0px; padding: 16px 0px;"><div id=":192"><table class="cf wS" role="presentation" style="border-collapse: collapse;"><tbody><tr><td class="amq" style="margin: 0px; padding: 0px 16px; vertical-align: top; visibility: hidden; width: 44px;"><img class="ajn bofPge" data-hovercard-id="marliboldori@gmail.com" id=":nk_0" jid="marliboldori@gmail.com" name=":nk" src="https://ssl.gstatic.com/ui/v1/icons/mail/no_photo.png" style="border-radius: 50%; display: block; height: 40px; width: 40px;" /></td><td class="amr" style="margin: 0px; padding: 0px; width: 1560px;"><div class="nr wR" style="border-radius: 1px; border: none !important; box-sizing: border-box; color: #222222; margin: 0px !important; padding: 0px; transition: none 0s ease 0s;"><div class="amn" style="align-items: center; color: inherit; display: flex; height: auto; line-height: 20px; padding: 0px;"><span class="ams bkH" id=":18v" jslog="21576; u014N:cOuCgd,Kr2w4b;" role="link" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; -webkit-user-drag: none; align-items: center; background: none; border-radius: 4px; border: none; box-shadow: rgb(218, 220, 224) 0px 0px 0px 1px inset; box-sizing: border-box; color: #5f6368; cursor: pointer; display: inline-flex; font-family: "Google Sans", Roboto, RobotoDraft, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 0.875rem; height: 36px; justify-content: center; letter-spacing: 0.25px; margin-right: 12px; min-width: 104px; outline: none; padding: 0px 16px 0px 12px; position: relative; user-select: none; z-index: 0;" tabindex="0">Responder</span><span class="ams bkG" id=":18x" jslog="21578; u014N:cOuCgd,Kr2w4b;" role="link" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; -webkit-user-drag: none; align-items: center; background: none; border-radius: 4px; border: none; box-shadow: rgb(218, 220, 224) 0px 0px 0px 1px inset; box-sizing: border-box; color: #5f6368; cursor: pointer; display: inline-flex; font-family: "Google Sans", Roboto, RobotoDraft, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 0.875rem; height: 36px; justify-content: center; letter-spacing: 0.25px; margin-right: 12px; min-width: 104px; outline: none; padding: 0px 16px 0px 12px; position: relative; user-select: none; z-index: 0;" tabindex="0">Encaminhar</span></div></div></td></tr></tbody></table></div></div></div></div>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-24891794210055089102021-03-07T11:23:00.001-03:002021-03-07T11:23:35.653-03:00Faces da mulher<p> </p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-BFr31m0TZUM/YEThk7nU1QI/AAAAAAAA39Q/eblNTimT_kItkM0f192dc4oMhyQAihikgCLcBGAsYHQ/s1000/Tamanho-grande-pintado-m-o-figura-abstrata-pintura-a-leo-sobre-tela-mulher-rosto-fotos-de.jpg_q50.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1000" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-BFr31m0TZUM/YEThk7nU1QI/AAAAAAAA39Q/eblNTimT_kItkM0f192dc4oMhyQAihikgCLcBGAsYHQ/w400-h400/Tamanho-grande-pintado-m-o-figura-abstrata-pintura-a-leo-sobre-tela-mulher-rosto-fotos-de.jpg_q50.jpg" width="400" /></a></div><br /><span style="font-family: arial;"> </span><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p><span style="font-family: arial;"> </span></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Subindo o morro com a bacia de roupas para
lavar, no riacho de água barrenta vai a cabocla de pé no chão, começar o seu
dia de trabalho árduo e desvalorizado, na rua de baixo a quitandeira, com a
cesta de docinhos, grita com voz forte: docinho, docinho, compra um e leva
dois. Continua assim até que todos sejam vendidos, e ela possa voltar com a
cesta um pouco mais pesada contendo um pacote de arroz, seis bananas e um litro
de óleo. Seu sorriso mostra a felicidade de poder colocar comida na mesa para
seus filhos, e ainda repor na prateleira os ingredientes para os docinhos da
próxima venda.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Não longe dali outra mulher carregada de
cadernos, os quais corrigiu à noite, está correndo para não perder o ônibus que
a levará para a sua escola, onde leciona em dois períodos, é a professora do
bairro.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Na
esquina, próxima ao ponto de táxi, outra mulher vestida de maneira formal, com
duas pastas de documentos, caminha apressada para atravessar a rua, é uma
advogada a caminho do fórum para defender seu cliente.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Na roça, com a pesada enxada, a mulher vai
capinando o mato, preparando terreno para o plantio do milho, trabalha de sol a
sol para ajudar o marido na lavoura. Embaixo de um pé de manga o pequeno rádio
ajuda a suavizar o calor que sufoca a alma. A voz da mulher, a radialista
comenta os fatos do dia, e assim a enxada avança com mais velocidade.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>No
hospital, a mulher enfermeira acalenta os doentes que passam por necessidades
físicas e espirituais, com sua dedicação, carinho e habilidade deixam o espaço
mais humano, enquanto a mulher secretária auxilia com seus serviços
profissionais nas empresas e hospitais, a mulher médica deixa seus filhos, sua
família e vai prestar socorro onde é chamada.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Os bichinhos de todas as espécies e gostos
fazem a nossa vida bem mais feliz, e graças a mulher veterinária eles vivem
melhor, com mais qualidade de vida.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A estudante apura o passo para não perder a
carona com a amiga que também vai fazer o curso para ser dentista, pois ela
sabe o seu valor, no bairro onde mora.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">Nas grandes
e pequenas lojas, o número de vendedoras aumenta, pois elas com sua diplomacia
vão vencendo no mercado de trabalho.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>As mulheres contadoras estão sempre a postos,
porque não podem deixar passar um algarismo errado, o que seria um desastre, e
com sua competência vão mostrando seu valor junto aos cálculos.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Na construção de mais um edifício, na cidade
está à frente de todos uma mulher engenheira, a qual trabalha sem esquecer que
é mulher.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>No mundo da política ela também está, mesmo
que não seja presidente ela é política no lar.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A mulher publicitária está pronta para
participar de todas as etapas dos projetos que lhe cabem, pois faz parte de seu
escopo analisar, preparar realizar, enfim tornar realidade suas grandes ideias.
<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">“É pelo
trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem,
somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta.”<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Há a mulher mecânica, a mulher motorista, a
policial, a borracheira, a pintora, a artista plástica, a escritora, a costureira,
a eletricista, a fiel dona de casa, aquela que dizem: não faz nada.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A que gesta, que acolhe que educa, que dá
carinho, ensinamentos, direção para a vida, dá-lhe se precisar a sua vida, a
única mulher mãe.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">E
finalmente, sem esquecer alguma mulher de singular importância a Mulher
Santíssima Maria, mãe de Jesus e nossa.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">“Não se
nasce mulher: torna-se.”<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">E com as
palavras de Clarice Lispector, parabenizo a todas as mulheres:<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">“Por
caminhos tortos, viera a cair num destino de mulher, com a surpresa de nele caber
como se o tivesse inventado.”<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: arial;">Parabéns a todas as mulheres!</span></span></p>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-63120468736190227372021-02-27T15:18:00.003-03:002021-02-27T15:19:50.121-03:00Minha boneca viajante<p> </p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-ZHIOhM44nKA/YDqM6N2TQ2I/AAAAAAAA1y4/sJ_UfQyKKOw4U3AujtRTFKTw2VtTwtX8wCLcBGAsYHQ/s230/Boneca%2Bviajante.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="219" data-original-width="230" height="381" src="https://1.bp.blogspot.com/-ZHIOhM44nKA/YDqM6N2TQ2I/AAAAAAAA1y4/sJ_UfQyKKOw4U3AujtRTFKTw2VtTwtX8wCLcBGAsYHQ/w400-h381/Boneca%2Bviajante.jpg" width="400" /></a></div><br /><p></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Veio-me à lembrança um período de minha
infância, quando eu ganhei uma boneca, tinha um vestido de estampa poá, dei-lhe
o nome de Emily. Naquela época, íamos, com meus pais todos os domingos à sessão
de cinema, com direito a dois filmes, e na pressa esqueci minha boneca, na
varanda de nossa casa, é claro que na volta ela havia sumido. Chorei muito,
pois não ganharia outra, com facilidade. A esperança sempre existe, quem sabe
há uma chance de reencontrá-la, mesmo após tantos anos. Questionei-me:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">- Poderia
ela ter viajado para conhecer novos mundos, assim como na obra: Kafka e a
boneca viajante?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Pois é,
imaginei Franz Kafka, um dos escritores mais influentes do século XX, envolvido
com o desaparecimento de minha boneca. Eu ficaria famosa, hein!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Dizem que
Kafka ao passear pelo parque de Steglitz, em Berlim, encontrou uma menina chorando
por ter perdido a sua boneca. Conversou por muito tempo com ela, mas não obteve
êxito. Fez a ela algumas perguntas para amenizar a dor da pequena.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">-Como é o
seu nome, garotinha?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Choramingando
ela respondeu:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">-Elsi.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">O diálogo
continuou. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">-Que nome
lindo, onde você mora?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">-A sua
boneca tem nome?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">-Claro que
tem, é Brígida.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Ele elogiou
o nome da boneca dizendo que era um nome muito forte, e com certeza, ela não
havia se perdido estava por ali, pois ninguém esqueceria uma boneca chamada
Brígida.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Disse a ela
que era ‘carteiro de bonecas’ e havia lembrado que recebera uma carta
endereçada à menina. Não a trazia consigo, pois nem pensava encontrá-la por ali,
e muito menos que ela seria a Elsi, da carta.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Prometeu que
no dia seguinte, traria a carta que sua boneca lhe escrevera. Ficou marcado o
encontro no mesmo lugar e hora.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">E, naquela
noite, Kafka passou muito tempo dedicando-se a escrever uma linda carta para
Elsie.</span> <span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Ao chegar ao
parque, ele muito atencioso leu para ela pausadamente, é claro que com a
empostação de voz, deixou o assunto mais emocionante. Na carta, Brígida lhe
contou que estava viajando, e resolveu não avisar, nem se despedir, pois tinha
medo de que, suas ideias fossem impedidas. Contou todas as peripécias que
estava vivendo em sua nova vida, conheceu muitas pessoas, muitos idiomas,
muitos estilos de roupa, tudo era maravilhoso.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Foram três semanas de intensa dedicação de
Kafka para com a pequena, todavia ele se preocupava com o final da história,
pois não sabia como seria, e como ajudaria a menina sem magoá-la. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Após três
semanas, Kafka avisa Elsi que sua boneca estava voltando de sua aventura pelo
mundo, planejou como faria, organizou um plano, comprou uma boneca, mas como
não conhecia a boneca que sumiu, precisou escrever uma carta repleta de
histórias, para que<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>ela pudesse
acreditar que era a mesma, que havia voltado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Na manhã
seguinte, ao encontrar-se com a menina ele lhe entregou a boneca, dizendo:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">-Tome a sua boneca,
ela está muito feliz em voltar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">É claro que
ela relutou em chegar perto da boneca e foi logo dizendo em alto e bom tom:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">-Esta não é
a minha boneca.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Difícil
situação para o nosso escritor. O que fazer? Agiu rapidamente e disse:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">-Há uma
última carta que vou ler a você.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">Leu com
muita propriedade, o que ele próprio havia escrito, contou que sua boneca havia
se transformado com tantas viagens, que fizera ao redor do mundo, havia ficado
mais estilosa e mais atraente, mais educada, contou que até um namorado havia
deixado, mas era passado, veio para viver junto com Elsi. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: verdana; font-size: 14pt; line-height: 107%;">E assim, Franz
Kafka deixou a menina com um largo sorriso e a boneca nos braços.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Posso além disso, ter a esperança de que,
minha boneca de vestido com estampa de poá, também esteja viajando por alguns
países, e quem sabe já arrumou um noivo e nem possa voltar. Esta ideia é
preferível, a pensar que perdi para sempre, a minha querida Emily. Sempre temos
a opção de escolha para sermos felizes.</span><o:p></o:p></span></p>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-4063243773408791453.post-71928082012755929012021-02-09T22:32:00.000-03:002021-02-09T22:32:09.515-03:00A Influência da Leitura<p> </p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span><a href="https://1.bp.blogspot.com/-n93_Ul0F1ac/YCM2OqRAxCI/AAAAAAAAyIc/qzHf4kSA7eAVIaIAgL0pEAavs6f-s-Q1wCLcBGAsYHQ/s1200/vagalume.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="630" data-original-width="1200" height="210" src="https://1.bp.blogspot.com/-n93_Ul0F1ac/YCM2OqRAxCI/AAAAAAAAyIc/qzHf4kSA7eAVIaIAgL0pEAavs6f-s-Q1wCLcBGAsYHQ/w400-h210/vagalume.jpg" width="400" /></a></span></div><span><br /><div class="separator" style="clear: both; font-family: verdana; text-align: center;"><br /></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 14pt;"> </span><span style="font-size: 14pt;">O sol ainda não havia surgido e a pequena
Laura já estava de pé, morava no bairro e estudava no centro da cidade, não
havia meios de transporte para levá-la, sabia do seu compromisso e levantava
cedo, preparava o seu café, pegava seu material escolar, tudo pronto na noite
anterior, era muito responsável, os pais não precisavam cuidar do seu horário.
Ela corria esperar as coleguinhas que passavam para irem juntas, eram em cinco,
iam pela linha do trem até perto da escola. Naquela época a Maria Fumaça ainda
era a senhora dos trilhos.</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>As meninas não tinham medo de tempo feio,
nem a chuva fazia com que elas perdessem a vontade de estudar, iam com suas
galochas sobre a conga, pois não havia tênis ainda, capas de chuva e assim
chegavam sem quaisquer resquícios da chuva. A biblioteca da escola era
excelente, havia muitas coleções, muitos volumes.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Laura se destacava nas leituras, pois em
pouco tempo havia lido a maioria dos livros da Coleção Vaga-Lume.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Um dos primeiros da coleção foi "Éramos
Seis", da autora Maria José Dupré, a bibliotecária admirava a constância
com que a menina relia essa obra, ela conseguia ler quase que um por semana,
era uma leitora admirável. Quando ela leu a obra ”Sozinha no Mundo”, do autor
Marcos Rey, ficou extasiada, a cada intervalo de aula ela vinha comentar o que
tinha lido sobre a menina Pimpa, personagem da estória, e que estava
desprotegida sem a mãe.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O
reboliço cultural aconteceu quando ela estava lendo “O Escaravelho do Diabo”,
da autora Lúcia Machado de Almeida, quis pesquisar em vários livros para ter a
certeza de que um simples besouro, inseto que ela gostava, estava envolvido em
uma trama tão sórdida. Laura era assim mesmo, cheia de sonhos e a leitura a
fazia viver em outros mundos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Em casa, a menina tinha muitas tarefas para
fazer, e ainda auxiliava a mãe no serviço da casa, fazia tudo com muito
cuidado, e a mãe a ensinava tudo que era necessário para ela saber se defender
na vida. À noite, Laura tinha um bom tempo para ler, porém havia horário para
dormir, pois sabia que levantar cedo era difícil, e quando o inverno chegava, na
região sul, o frio era sempre rigoroso. Tinha bons agasalhos, mesmo assim, o ar
gelado transpassava a roupa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Na escola, era muito estudiosa, estava
sempre em dia com as tarefas e suas notas eram excelentes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Escrevia
muito bem, criava belas estórias, burilava as palavras de uma maneira tão
especial que as transformava em poesia. Havia uma professora que a chamava de “minha
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">tracinha </i>de livros”, penso que não
existe o diminutivo desse inseto, traça, mas ficou mais carinhoso, pois ela
comia livros.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O último
livro que Laura leu enquanto estudava naquela escola foi, “O Mistério da Ilha
Perdida”, ela chegou a organizar um teatro com o grupo de amigas. Foi um
sucesso, o tempo de estudante dela foi como uma história sem fim.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Seguiu os estudos e fez cursos para trabalhar
em bibliotecas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Hoje, Laura trabalha como bibliotecária e
escreve livros.<o:p></o:p></span></p><br /></span><p></p>Marli Terezinha Andrucho Boldorihttp://www.blogger.com/profile/06001763888813791094noreply@blogger.com14