Existem muitas expressões ou ditados populares, que às vezes não são
entendidos, principalmente pelas crianças.
Os ditados
populares fazem parte do povo. Todos têm um significado do qual podemos tirar
uma moral que nos serve como conselho, pois nos transmitem sabedoria e
ensinamentos.
Podemos dizer que muitos ditados populares
nos remetem à poesia, muitos deles foram usados ou criados há muito tempo, enquanto
outros por brincadeiras e para fazer graça, e hoje são usados para transmitir
algo que queremos dizer em poucas palavras. Os ditados populares são didáticos, e, é extremamente
interessante ensinar às crianças o significado deles, ou de alguns mais usados
no dia a dia, pois com eles, a criança aprenderá sobre temas diversos e também,
o emprego das metáforas e da linguagem figurada.
Existem alguns mais usados como:
Acabou em pizza, empregada quando algo errado é
julgado sem que ninguém seja punido.
Voto de Minerva, também conhecida como “voto
de desempate” ou “voto de qualidade”.
Ficar a ver navios é uma expressão popular que
significa ser enganado.
Dar de mão beijada - A expressão “dar de mão
beijada”, usada para se referir ao ato de dar algo de forma espontânea e
gratuita.
Engolir sapos- credita-se que a expressão
tenha se originado a partir dos relatos bíblicos das pragas que atingiram o
Egito no tempo de Moisés.
Tirar o cavalo da chuva – Pode ir tirando
seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje!
Há muitas destas expressões, mas vou me ater
em uma especificamente por ter presenciado o fato, além de interessante passou
a ser cômico. Criança sempre nos dá muitas razões para rir.
Domingo, à
tarde fui visitar um parente que estava acamado, fazia dias que estava em um
tratamento intensivo.
Estávamos
reunidos com outros membros da família, a conversa sempre muito boa, apesar do
doente.
Havia
primos, que não via há tempo, que trouxeram seus filhos pequenos.
Minha prima, tem uma filhinha de 5 anos, uma
graça, além de inteligente é muito peralta, pois estava sempre aprontando
alguma, por isso os pais não podiam se descuidar dela, e estava sempre sob os
olhares de algum adulto.
A roda da
conversa aumentava, todos queriam saber das novidades e notícias de algum
parente ausente.
Após um
delicioso café, todos voltamos para continuarmos o gostoso bate-papo.
Um pouco
mais tarde, chegou uma tia, que viera para passar uns dias junto à família para
ajudar nos cuidados com o doente.
Mesmo antes
de vê-lo, foi logo perguntando:
-Como ele
está hoje?
E aí, alguém
começou a falar, mas como estava com a voz um pouco alta foi alertada.
- Fale baixo, pois aqui as paredes têm ouvidos.
A conversa
continuou por um bom tempo.
De repente, minha prima sentiu falta da sua
filhinha, onde foi parar a menina? Todos começaram a procurar por ela, a casa
era grande, muitos cômodos.
Todos
chamando por ela, e nada de respostas.
Repentinamente,
alguém gritou:
- Ela está
aqui, no quarto dos fundos. Corremos todos.
Minha prima
enlouquecida falou:
Minha filha,
o que está fazendo aqui, longe de nós, já avisei a você que não a quero longe
de minhas vistas.
A pequena
bem depressa e muito contrariada falou:
- Estou
procurando os ouvidos nas paredes, já procurei em quase todas elas, e até agora
não vi nenhum ouvido.
Não
entendemos nada. Então minha prima ajoelhou-se na frente da filha e falou:
-Explique
para a mamãe, por que você está procurando ouvido nas paredes?
Então, ela meio chorosa disse:
-A vovó
falou para a titia falar baixo porque aqui, as paredes têm ouvidos, eu só
queria vê-los.
Sem
muito pensar todos puseram-se a rir.
A expressão:
“As paredes têm ouvidos”, foi levada literalmente, ao pé da letra pela pequena,
que não sabia nada sobre ditados populares.