30 de dez. de 2020

Seja bem-vindo, 2021!


 


    Em dois mil e dezenove planejávamos com seria o ano de 2020. Ele veio, entrou em nossas vidas quase que invadindo tudo. E, nem precisamos falar de como foi sofrido para todos, pandemia, mortes, transtornos, desempregos, famílias isoladas, porém, há uma luz, que brilha um pouco distante, mas que é bem visível a olho nu. Que luz seria esta? A luz da esperança.

   Não há necessidade de citar o que queremos para o ano que está nascendo, porque sem dúvida alguma, todos querem o melhor na saúde, na família, no amor, nas finanças, e com certeza maior, a cura desta doença que nos judia em todos os sentidos.

  Em 2021 poderemos abraçar e receber o abraço de quem amamos, ver e conviver com nossos amados filhos, caminhar livremente ao ar livre sentindo o cheiro da natureza. O tempo que passamos em quarentena, isolados nos tornou pessoas mais fortes, e ao mesmo tempo mais sensíveis às emoções, podemos imaginar nossa vida sendo transformada em tudo que queremos, pois nos tornamos os maiores heróis de nós mesmos, e por consequência herói de muitos, auxiliando aos irmãos necessitados a vencerem a luta pela vida.

  Em 2021 a guerra estará vencida e a vida celebrada, sabendo que sozinhos não somos nada e, esta lição será extremamente importante para seguirmos vivendo e sendo melhores. Aprendemos a identificar e a lidar com nossas próprias emoções de uma forma nunca vista antes, no mundo , e também percebemos como a empatia se fez presente em todo o mundo. A solidariedade veio para ficar em 2021.

Ao ligarmos a TV ela não nos causará mais impacto algum, lembrando o ano anterior.

  A nova maneira de viver com mais tecnologia, levaremos para 2021, sempre ouvimos que ela unia as pessoas, mas jamais havíamos imaginado que isso seria tão real, famílias voltaram a se unir através da telinha. As mudanças aconteceram em todos os setores, as empresas se reinventaram para sobreviver junto com seus funcionários.

  Em 2021 saberemos filtrar as notícias, porque 2020 serviu para que aprendêssemos um pouco mais sobre as “Fake News”, e assimilamos muito sobre a maravilha da comunicação, percebemos muito também sobre a importância do diálogo, e que sem ele sofremos muito, e com certeza em 2021 ele será prioridade em nossas vidas, assim como o respeito e tolerância ao próximo.

O ano novo está batendo à nossa porta, precisamos urgentemente deixar ir embora a ansiedade, a angústia, o medo e as incertezas, pois agora a palavra de ordem é manter a serenidade, despedirmos de tudo que nos fez mal e limpar o espaço para todas as novas conquistas celebrando a cura da Covid-19, que  é o desejo de todos. O tempo deve ser de pura renovação.

Nas palavras de Mário Quintana:O Ano Novo ainda não tem pecado: é tão criança! Vamos embalá-lo... vamos todos cantar juntos em seu berço, de mãos dadas, a canção eterna da esperança”.

Feliz e abençoado 2021 a todos!

21 de dez. de 2020

O Natal de Lizzie

 

Foto do Google


 

    Lizzie estava atenta ao calendário, pois sabia distinguir bem os números, com seus cinco aninhos era muito esperta, inteligente e cheia de vida.

Tinha dois irmãos mais velhos, os quais sabiam a verdade sobre o bom velhinho, o Papai Noel, e que para os desvalidos, e mais necessitados, o Natal era apenas um dia qualquer, pois não havia árvore de Natal, nem presentes e muito menos uma ceia.

A pequena vivia no mundo da fantasia e, era muito feliz, mesmo que seus irmãos tentassem de todas as formas destruírem a imagem boa, que ela guardava em sua memória do Natal, que conheceu pela TV.

  Seu pai havia falecido em um acidente de trabalho, a mina desabou matando-o, juntamente com mais dois trabalhadores, sua mãe recebia uma pequena pensão, que mal dava para pagar as principais despesas, e ainda trabalhava em casa lavando roupas, as quais entregava passadas, tinha poucos fregueses, pois era difícil cuidar dos filhos, da casa, lavar e passar muita roupa.

  Os filhos maiores ajudavam na entrega das roupas, e sempre ganhavam um mimo dos fregueses da mãe.

  Certo dia, Lizzie pediu à mãe para ir com os irmãos na entrega das roupas, era quase Natal. Os três foram carregados de pacotes muito bem distribuídos para que nada ficasse amassado. Em cada vitrine que passavam, a pequena queria parar para ver o Papai Noel, os brinquedos, as pessoas alegres, com suas sacolas cheias, porém neste Natal havia algo diferente, pois  todos estavam usando máscaras, devido à pandemia. Ela já estava informada sobre tudo, e principalmente sobre os cuidados que deveria ter para se proteger e assim, proteger os outros também.

  Ao chegarem à casa da primeira freguesa, a porta se abriu e ela ficou extasiada com tanta beleza na sala de jantar, nunca vira igual. Uma árvore gigante enfeitada com belas bolas vermelhas, sob ela muitos pacotes de presentes, os olhinhos dela brilhavam. A dona da casa viu o encantamento da menina e disse:

-Qual é o seu nome? -Lizzie, ela respondeu rapidamente.

-Lizzie, venha admirar a árvore de perto. Ela ficou um pouco arredia, mas sentiu a aprovação no olhar dos irmãos, foi pisando  mansinho para não acordar o Menino Jesus, que dormia no presépio. Ficou um longo tempo olhando tudo com muito cuidado e amor.

   Lágrimas escorreram dos seus lindos olhinhos, nunca tiveram uma árvore de Natal em casa. Tudo eram promessas de sua mãe, que não podia cumpri-las.

Foram à casa de todos os fregueses para entregar as roupas, a menina não falou mais nada, seu silêncio mostrava-lhes o quanto estava triste e desiludida, os irmãos não quiseram falar nada também, e assim seguiram para casa.

  Nem a presença do Papai Noel em frente às lojas a animaram, os irmãos perguntaram se ela queria ir ao shopping para conversar com o Papai Noel, explicaram a ela que lá ele ficava em uma grande cadeira, apenas ouvindo os pedidos das crianças, mas ela apenas meneou um não, com a cabeça.

Em casa, a mãe notou a tristeza da pequena, que não quis falar nada, e sequer quis comer. Ela sabia que o motivo da tristeza era o que vira, pois seus olhinhos jamais haviam visto algo diferente do que conhecia em seu bairro, a beleza do Natal, tanto brilho, tanta luz.

  Lizzie em sua humilde cama não conseguia dormir, pensando no que vira, mas não estava triste por ela, mas sim por todas as pessoas que jamais teriam um Natal, como ela presenciara nos preparativos por onde passou. Em sua tenra idade pode mensurar o quanto as pessoas eram diferentes, o quanto padeciam e o quanto não percebiam além do seu mundo precário.

Levantou-se muito cedo e correu no quarto dos irmãos, sacudindo o braço de cada um.

-Acordem, por favor, acordem!

-O que aconteceu, Lizzie?

-Quero que me levem ao shopping, vou fazer meu pedido ao Papai Noel.

Sem saber o que fazer e dizer, pois seria mais uma decepção para a irmãzinha, que vivia no mundo da fantasia.

Ao chegarem ao shopping ela correu pegou as mãos do velho Noel e disse:

-Querido, Papai Noel, sei que você está mais perto de Jesus e com certeza, ele o atenderá. O bom velhinho arregalou os olhos e ficou ouvindo o pedido da pequena.

-Peça a Jesus para que todas as pessoas, que vivem como minha família, possam ter um Natal com pinheirinhos enfeitados com bolas cobertas de esperança, que haja muita alegria ao festejar o nascimento Dele, que Ele nasça e permaneça no coração dos humildes, que haja muito Amor para ser  fatiado, e que todos possam ganhar uma boa fatia deste Amor para completar a sua ceia.

  Feliz Natal a todos!

13 de dez. de 2020

Livro As parteiras e seu ofício de "aparar bebês"

Imagem Google/TVMill




     No dia 27 de novembro, próximo passado, a professora Leni Trentin Gaspari, além de brindar os leitores com sua mais recente obra: As parteiras e seu ofício de 'aparar bebês” nos presenteou com a belíssima e interessante pesquisa, a qual deu forma e beleza ao seu livro. 
A obra me chamou a atenção desde que tomei conhecimento dela. Estava ansiosa para ler sobre as parteiras de nossas cidades e arredores. Mais feliz fiquei, quando soube que a parteira que me aparou, quando nasci, está em seu livro. Há o ditado, que todo homem só pode alcançar a sua beatitude quando tiver um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Extremamente interessante, mais ainda, quando o conteúdo do livro é sobre o nascimento dele próprio, contando sobre o belíssimo trabalho de aparar os bebês que vêm ao mundo. A autora gestou sua obra por muito mais que os nove meses, foram muitos longos meses, que se transformaram em exatos dois anos entre pesquisa e escrita. Nesse tempo de gestação a autora precisou fazer todos os tipos de acompanhamentos como: visitas às famílias das parteiras, viagens, entrevistas, muitas leituras de referência, estava sempre cuidando para que nada escapasse aos seus olhos, para que nada prejudicasse o nascimento de sua grandiosa obra. Ela estava em constante diálogo com seu livro, pois a alma do gestado sempre a respondia. E assim, num trabalho que conjugou talento e dedicação de longo tempo, nasceu a sua obra. 

   Cabem a nós, leitores, percorrermos o caminho excepcional para obtermos as mais variadas sensações, mescladas, com certeza, de muita emoção, ao folhearmos cada página: pois é só assim que, realmente, essas histórias ganharão vida e cor, porque será uma conversação com as mais incríveis pessoas, e algumas do século passado. Professora Leni nos conta, mediante sua pesquisa, histórias de mulheres que se dedicaram grandemente à arte de partejar, e que elas eram eruditas em seu ofício, no entanto, não aprenderam nos livros de papel, leram diretamente no livro do Universo, e podemos considerar a profissão de partejar a mais antiga do mundo. A história de cada parteira causa emoção imensurável, por isso, cada pessoa deve fazer essa caminhada com sua própria leitura, pois há muito sentimento envolvido do início ao final do livro a autora nos conta que em tempos remotos os bebês nasciam com o auxílio de Deus e da mãe biológica, quase há a possibilidade de se imaginar como deveria ser e quantas mortes aconteceram. 

   Após muito tempo, os povoados começaram a surgir e, com eles, a interação das mulheres com outras mulheres, o que levou à proximidade, à amizade e à ajuda no parto, com as mulheres, que se tornaram as “aparadoras de bebê”, ainda deficientes em tudo, mas já ajudavam as mães a trazerem seus filhos ao mundo. A autora relata que seus estudos de pesquisa e obras sobre o assunto confirmam que o “ofício de partejar” foi passado a todas oralmente, cada uma explicava a outra como era a sua maneira de aparar o bebê, o que foi confirmado pelas entrevistadas. Interessante que para todas as parteiras, a cada parto, ela ganha um filho, e as crianças nascidas pelas suas mãos a consideram uma segunda mãe. No Brasil, as parteiras são inúmeras e incontáveis, muitas viajam quilômetros a pé, a cavalo, em pequenas embarcações, por estradas, rios ou no meio da mata. Às vezes, devido às dificuldades de locomoção, passam vários dias na casa da parturiente, à espera da hora do parto. As parteiras começaram o seu ofício em pequenas aldeias, pois se havia hospitais, além de distantes não eram acessíveis à população. Cinco de maio é o "Dia Internacional da Parteira". O último levantamento do Fundo de População das Nações Unidas mostrou “que as parteiras podem ser a diferença entre a vida e a morte para cerca de 300 mil mulheres por ano”. A data de celebração à profissão foi criada em 1991, pela Organização Mundial de Saúde. A Lei 13.100/15 institui 20 de janeiro como “Dia Nacional da Parteira Tradicional”.  
Uma obra que deve ser lida com muito carinho. 

Parabéns, professora Leni Trentin Gaspari!

30 de nov. de 2020

Escritora afro-brasileira saindo do anonimato

     


   

    A curiosidade me deixou obstinada para saber mais sobre a história de duas mulheres que foram confundidas por muitos anos, a escritora gaúcha Maria Benedita Câmara (1853-1895), conhecida como Délia e a escritora Maria Firmina dos Reis (1822-1917), da cidade do Maranhão. Entre as duas escritoras há a grande obra “Úrsula, 1854”. Não há explicação para que a autora de “Úrsula”, que hoje é considerado o primeiro romance afro-brasileiro, uma obra pioneira da literatura antiescravagista do Brasil foi confundida com outra escritora, que era gaúcha. “Úrsula” foi publicada no período do Romantismo, e é apontada por uma visão marcante no que se refere ao discurso das minorias no século XIX, há a inovação de um discurso que rompe com a tradicional visão do negro revelada nos romances da época. Maria Firmina foi um exemplo de mulher que teve acesso à educação, mesmo sendo afro-brasileira, pode-se afirmar que a educação foi a forma encontrada para que a autora manifestasse sua visão crítica à sociedade em que vivia.        Essa obra foi um ótimo instrumento para que a autora denunciasse as injustiças praticadas livremente em uma sociedade autoritária e patriarcal que, no Brasil, era percebida por alguns intelectuais e, sobretudo, pelas minorias mais afetadas, como o negro e a mulher, e mais pelo fato deste precursor ter partido de uma mulher afrodescendente, e foi o primeiro livro brasileiro a se posicionar contra a escravidão e a partir do ponto de vista de escravos – antes mesmo do famoso poema Navio negreiro, de Castro Alves (1869), e de A Escrava Isaura (1875), de Bernardo Guimarães. Com o passar dos anos, tendo apenas um livro publicado, o nome de Firmina desapareceu, a causa do desconhecimento com certeza foram as denúncias e críticas. “O assunto de que tratava era insalubre demais, uma fala antiescravista em uma das províncias mais escravistas do Brasil. Não a levaram a sério localmente, não queriam ouvi-la falando. E ela não teve como levar seu texto para outros lugares.” Maria Firmina foi esquecida por décadas, sua obra só foi recuperada em 1962 pelo historiador paraibano Horácio de Almeida em um sebo no Rio de Janeiro – e, hoje, seu rosto verdadeiro continua desconhecido: nos registros oficiais da Câmara dos Vereadores de Guimarães está uma gravura com a face de uma mulher branca, retrato inspirado na imagem da escritora gaúcha, com quem Firmina foi confundida na época. O busto da escritora no Museu Histórico do Maranhão também a retrata “embranquecida”, de nariz fino e cabelos lisos, e Maria Firmina dos Reis era mulata, bastarda e não pertencia a uma família opulenta, e foi a primeira voz feminina que registrou a temática do negro com a publicação da obra Úrsula. Esta obra foi editada pela primeira vez em 1854 em São Luís do Maranhão, assinada pelo pseudônimo de “Uma Maranhense”, um recurso bastante utilizado no século XIX, principalmente entre as mulheres e por isso, ela enfrentou o esquecimento da sua obra. Interessante observar que a população de Guimarães sabia que o quadro não era de Maria Firmina, porém ninguém ousava retirá-lo da parede porque fora doado por uma pessoa de grande importância. A professora Régia Agostinho, visitou a cidade de Guimarães, em 2012 durante um trabalho de pesquisa para a sua tese de Doutorado sobre a escritora, e, em 2013 após concluir sua tese voltou à cidade e o quadro havia sido retirado, e como Maria Firmina não deixou nenhum retrato ou desenho de sua pessoa, o engano perdura. Ainda do nascimento até a publicação de Úrsula, em 1854, há várias lacunas, inclusive foram encontradas duas datas para a obra “Úrsula” 1854 e 1859. Um fato extremamente interessante quando Maria Firmina foi aprovada em concurso público, em 1847 para professora de primário, cargo que exerceu até se aposentar em 1881. No momento de receber o título, Maria Firmina se recusou a ser levada sentada em um tipo de madeira sobre o ombro de escravos, uma tradição na época. "Negro não é animal para se andar montado nele", teria dito, e foi a pé. Há muito a ser pesquisado sobre a história dessa escritora, sua obra com 244 páginas, que registra um emocionante romance afro-brasileiro. Ela morreu aos 92 anos, cega, pobre e sem a exaltação merecida.

16 de nov. de 2020

Lançamento Livro - Estrada Azul

Estrada Azul 

Podemos afirmar que a leitura é a base para o conhecimento de toda a sociedade, pois ela impulsiona para a libertação de pensamento, e impele à prática do exercício da cidadania. A leitura nos faz conhecer novos lugares, novas pessoas, novo vocabulário, enfim, a leitura é extremamente importante para nós. Os leitores das cidades irmãs estão de parabéns, pois na noite do dia cinco de novembro, quinta-feira próxima passada, às 19h, no restaurante Le Copain, União da Vitória, PR, recebemos um grande presente cultural, que nos foi entregue pelo advogado Arthur Henrique Kampmann: uma obra literária com o título de “Estrada Azul” , com a qual faz sua entrada triunfal no mundo dos escritores. Como todo escritor, Arthur consegue colocar no papel suas emoções, seus sonhos, juntando-os com a nossa realidade; seus poemas mexem com nossas emoções, isso porque, quando o poeta nos entrega sua obra, ela passa a ser nossa, nós é que vamos fazer a leitura que convém a nossa alma. Veio-me à memória quando Clarice Lispector representou o Brasil em um Congresso, em Bogotá, onde faz a leitura de seu conto “O Ovo e a galinha”. Ao ser questionada sobre o significado do que leu, ela responde: não sei, agora este conto pertence a vocês, cada um apreende dele o que lhe vem à alma. O mais importante é que as boas leituras levam a uma epifania, pois transformam a vida de tantas pessoas, de forma irremediável e permanente. Discordo do grande poeta Fernando Pessoa quando disse que “O poeta é um fingidor”. O poeta é com certeza um grande mágico, pois ele garimpa belas palavras, e com elas faz sua magia na sua escrita, e ser um escritor e um mágico não são tarefas fáceis, nem todos conseguem executar tão árduo trabalho, porque, para trabalhar com as palavras e fazer mágicas fantásticas, é preciso ter mãos certas, o que demonstra o grande poder do poeta. A obra “Estrada Azul”, de Arthur Henrique, nos mostra quanto poder têm as palavras, pois ele poetou sobre muitos temas como: o amor, a paixão, o sonho, a morte, o mundo, o invisível, a ilusão e outros, não há a mínima possibilidade de elencar um ou dois melhores poemas nesta vasta obra de poesias. O poema que tão garbosamente leva o nome da obra “Estrada Azul” me trouxe uma reflexão de sentimentos, que ultrapassaram os limites do meu sentir interno, penso que houve uma conexão com tudo que é universal. O lirismo que há em seus poemas faz com que nossa alma se encontre com o mundo das emoções nos poemas de Arthur Henrique. Hoje, você está inserido no mundo das letras com um passaporte maravilhoso de cor azul, ele o levará a galgar degraus nem sempre fáceis, porém, às vezes, eles se tornarão íngremes, no entanto são as dificuldades ao registrar suas emoções, suas histórias, seus relatos, que darão sentido a tudo que entregará ao seu leitor, porque escritor é aquele que tem o poder de descrever suas emoções em uma folha de papel, transformando-as em realidade e fazendo com que muitos leitores se encaixem nesta sua “pseudorrealidade”. Segundo Schopenhauer “Imitar o estilo alheio significa usar uma máscara. Por mais bela que esta seja, torna-se pouco depois insípida e insuportável, porque não tem vida, de modo que mesmo o rosto vivo mais feio é melhor do que ela", por isso, é extremamente interessante observar que o autor de “Estrada Azul” criou uma maneira muito peculiar para escrever seus poemas e não sentiu medo da solidão como cita Franz Kafka: "... Escrever significa abrir-se em demasia. [...] Por isso, não há nunca suficiente solidão ao redor de quem escreve; jamais o silêncio em torno de quem escreve será excessivo, e a própria noite não tem bastante duração". Tive a honra de fazer parte desse lançamento.

 Parabéns, Arthur Henrique Kampmann!, meu ex-aluno!

Imagem TV Mill - União da Vitória - PR


28 de out. de 2020

Hoje

Hoje, eu precisava apenas sair

Andar por aí, sem rumo, sem direção

Olhando as paisagens, o verde, o azul...

Sentindo o vento emaranhando meus cabelos

A brisa beijando meu rosto

O sol esquentando meu corpo

Só por hoje, eu gostaria de apenas caminhar

Sem dizer bom dia ou olá!

Dar um meio sorriso, colocar as mãos nos bolsos e andar

Ouvir Deus conversando comigo,

 Através do barulho das águas do rio

Do canto dos pássaros, ou do som

Que o vento produz no catavento

 Hoje, eu precisava apenas sentir,

 Apenas crer, apenas agradecer,

Sem expectativas, sem esperas, sem tempo...

Andar até meus pés, cansados, pedirem para voltar

Dar meia volta, mesmo sem saber para onde voltar.



17 de out. de 2020

Aos Poetas

Imagem do Google
  

    Graças ao movimento Poético Nacional, que aconteceu no dia 20 de outubro de 1976, em São Paulo, na casa do brasileiro Paulo Menotti Del Picchia, que era jornalista, romancista, advogado e cronista, escolheu-se esta data para comemorar “O Dia Nacional do Poeta”, apesar de não haver uma lei que oficialize esta data a nível extraoficial, ela é comemorada no Brasil.

  Ele foi um escritor brasileiro da primeira geração do Modernismo foi um dos mais combativos militantes da estética modernista.

  Às vezes, há uma pequena confusão com as datas, pois alguns calendários trazem a data 14 de março como “O Dia do Poeta”, porém é o Dia Nacional da Poesia, que é uma homenagem ao poeta brasileiro do romantismo, Castro Alves, que nasceu em 14 de março de 1847.

 


Podemos verificar em diversas matérias, que falam sobre “O Dia do Poeta”, a data trocada e a homenagem feita ao poeta passa a ser para o “ Dia da Poesia” ou vice-versa, pois há semelhança no assunto, porém com datas distintas. Voltemos aos poetas.

   Fenando Pessoa em seu poema: O Poeta é um Fingidor diz que,

O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.

Eu gosto de afirmar que o poeta não é um fingidor, mas é um grande mágico, que garimpa as palavras adequadas, e vai com elas construindo versos com os quais nos dá um lindo e magnífico poema, além disso, ele tem o poder de com a sua magia mexer com a fome, a pobreza, os políticos, a educação, e até com a própria poesia, ele luta com as palavras que estão à sua disposição. O poeta também sente a solidão lhe congelar a alma quando nada lhe vem à mente para escrever seu poema, tem a poesia em seu âmago, porém não consegue apresentá-la, aí se sente no exílio, faz expatriação forçada, sente que a solidão lhe força uma retirada para que seus versos não incorporem a tristeza da solidão em seus ledores mais apaixonados pelos seus poemas.

Exemplos de alguns versos repletos de tristeza, do poema: “Solidão”.

Às vezes vem cantando um passarinho

Mas passa. E eu vou seguindo o meu caminho

Na tristeza sem fim de uma alma morta. (Vinicius de Moraes)

Como definir um poeta? O dicionário nos dá esta definição simplista:

    Poeta é autor cuja obra é impregnada de poesia.

Sabemos que ser poeta é muito mais, apesar de que sua obra é impregnada de poesia, “ele é um ser que vê o que os outros não conseguem enxergar. É aquele que exterioriza sua alma, seus sentimentos, expondo sua sensibilidade. É aquele que toca os sentimentos alheios com sua poesia. É o ser sensível que consegue sentir os mínimos toques do Universo e transmitir os seus sentimentos”.

Sem explicações aqui, para o termo “Poeta” para as mulheres, nada melhor que a própria poeta com seus versos e magia nos explicar.

Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta. Cecília Meireles

Somando com mais um exemplo da professora e poeta Lupe Cotrim, com uma estrofe de seu poema "O dúplice".

Ser poeta

é meu resíduo

de tristeza

ao não ser triste.

  O motivo de possuirmos uma data para comemorar “O Dia do Poeta” é o escritor Paulo Menotti del Picchia como vimos acima, nada mais justo 

 que registrarmos um poema dele aqui.

Noite

“As casas fecham as pálpebras das janelas e dormem.

Todos os rumores são postos em surdina,

todas as luzes se apagam.

Há um grande aparato de câmara funerária

na paisagem do mundo.

Os homens ficam rígidos,

tomam a posição horizontal

e ensaiam o próprio cadáver.

Cada leito é a maquete de um túmulo.

Cada sono em ensaio de morte.

No cemitério da treva

tudo morre provisoriamente”.

   Machado de Assis dá uma bela definição de ser poeta:

“Você é aquilo que ninguém vê. Uma coleção de histórias, estórias, memórias, dores, delícias, pecados, bondades, tragédias, sucessos, sentimentos e pensamentos. Se definir é se limitar. Você é um eterno parênteses em aberto, enquanto sua eternidade durar”.

  Parabéns a todos os poetas!

3 de out. de 2020

Momentos de inseguranças

 

Imagem do Google

 

       Ainda em época de pandemia parei para analisar o que já passamos nesses meses de isolamento. Jamais esperava que fosse durar tanto tempo, mesmo conhecendo um pouco da história das pandemias, que aconteceram no passado, não tinha a mínima ideia de como seria essa, que vivemos. De repente, me vi confinada, distante dos meus filhos, o que ainda está sendo um desafio, porém, há pessoas em situações piores, há muitos que passaram por demissões, outros estão com o emocional abalado, lutos profissionais, luto por morte de pessoas, luto pela morte na família, a dor de não poder velar ou ao menos dizer seu último adeus a quem morreu.  Porém, subitamente nos vem o pensamento: “Ah! Agora terei tempo”. Vou escrever muito, vou ler os livros que estão à espera, vou fazer curso de inglês, espanhol e aí, percebemos que a nossa aspiração e as ideias foram embora ou quem sabe também se isolaram, e nos perguntamos: para quem vou escrever para quem vou ler? Porque, infelizmente não aprendemos a viver com nós mesmos.

   Aí vêm todos os tipos de cobrança da nossa consciência e lembramo-nos de Drummond de Andrade dizia: -“Amanhã eu recomeço”.

Sabemos que tudo vai passar, mas também que vai ser difícil se estruturar, pois dentro disso tudo, além da pandemia, há o momento caótico da política, saúde, educação e demais áreas importantes a cada cidadão.

    Ouvimos muito a pergunta: sairemos melhor dessa Pandemia? Melhor não, mas com certeza, diferente, pois muita coisa mudou.

    Quanto tempo perdemos em nossas vidas esperando para sermos felizes apenas nos finais de semana, com certeza, você já ouviu um colega de trabalho, um amigo, ou até um estranho na fila do mercado dizendo, com o tom de resmungo, num final de domingo: “ah, amanhã já é segunda-feira?” E quando lhe perguntam: O que você fez no final de semana?

   -Ah! Aproveitei para dormir. Pois é, não é este o assunto desta crônica, mas se formos refletir nós dormimos um terço de nosso dia, o que dará no final dos setenta e cinco anos, por exemplo, teremos dormido por vinte e cinco anos. E agora em época de pandemia ouvimos muito: estou tendo insônia com muita frequência e vivo ansioso. Podemos dizer que há um trauma coletivo, muitos não conseguem dormir.

  Estamos sempre esperando um determinado tempo para sermos felizes, o problema é que não pensamos que esse tempo pode não chegar, é nítido, num ambiente de trabalho, o humor mudar conforme a semana corre. Na sexta-feira, o clima de festa contagia a todos. Sorrisos, brincadeiras, músicas e até colegas dançando na cozinha, enquanto esperam o café ficar pronto. Porém, e se esta for a sua última sexta-feira, que poderá sair livremente, ir à balada, ir à praia, viajar com a família ou amigos, última sexta-feira que poderá sair de casa, pegar condução para ir ao trabalho, sair para assistir a uma peça de teatro, comer livremente um cachorro-quente?  E você sempre espera pelo próximo final de semana, esquecendo que todos os dias devem ser vividos, sentidos ao máximo. E se, na próxima sexta-feira, você se encontrar acamado, em um hospital, a sexta-feira ainda será mágica? Devemos ter a consciência de que não somos eternos aqui na Terra e que, de pronto, sem esperarmos, somos levados daqui para o plano espiritual. E, nos é arrancado lar, família, posses e aquele café que tomávamos na cozinha sexta-feira, passada. Não sei se é algo cultural, mas o final de domingo e a segunda-feira sempre foram vistos como tediosos, deixando as pessoas mais caladas, mais introspectivas e menos “felizes”. Interessante que hoje, com a pandemia para muitas pessoas, todos os dias são sextas-feiras e domingos. Cantemos, dancemos todos os dias. Celebremos algo que nos foi emprestado e que será tomado de volta a qualquer momento: a vida terrena. Não deixemos de sonhar e ansiar o futuro bom, mas vivamos a realidade do agora, que para muitos, não existe mais. Glorifiquemos as horas, os instantes e todos os dias, sejam segundas, terças ou sextas-feiras. Todos têm sua magia, pois ela depende apenas de nós mesmos. Devemos reverenciar a vida a todo o momento, pois Deus nos dá novas chances todos os dias.

“Acreditar no impossível é uma forma de renovar a fé”.

5 de set. de 2020

Pequenos frascos, grande fragrâncias

 




Lembro-me de que era uma tarde fria de outono, dessas em que as árvores ganham tons amarelados, avermelhados, tons maravilhosos, quando as flores se desprendem delicadamente dos galhos, e caem de uma forma majestosa, sobre as calçadas.

Eu estava sentada em um banco de madeira, pintado de branco o qual, contrastava com as folhas caídas no chão.

Admirava as pessoas nos pedalinhos indo e vindo pelo enorme lago do parque, quando um senhor se sentou ao meu lado. Educadamente pediu licença, colocou seu chapéu no braço do banco, cruzou as pernas e abriu um pequeno livro.

Confesso que fiquei curiosa para saber o título do mesmo, mas a vergonha foi maior, não consegui ir além de um leve consentimento de “pode sentar” com a cabeça.

Fiquei por ali mais uns cinco minutos e decidi ir para casa, o frio estava começando a congelar as pontas dos meus dedos.

No dia seguinte, o sol me acordara cedo, como era sábado, queria aproveitar para fazer algumas coisas que durante a semana não tivera tempo.

O parque cortava caminho e diminuía passos, além das belezas naturais que sempre tiravam o meu fôlego quando parava por alguns instantes para admirá-lo.

Na volta, com algumas sacolas a mais, decidi me sentar um pouco, não havia calculado ao certo o peso de cada uma, e estava cansada.

Alguns minutos depois, enquanto meus olhos se entretinham com patos buscando comida sobre a água, uma voz familiar me cumprimenta pedindo licença para se sentar.

Prontamente trouxe as sacolas para perto do meu corpo, e o conhecido senhor sentou-se, colocando seu chapéu sobre o banco, cruzando as pernas abriu o pequeno livro. O mesmo de ontem.

Olhei de canto de olho, percebi que a capa era branca e o livro era pequeno e fino, pensei comigo: deve possuir  umas dez páginas.

Mas, minha olhada de canto foi percebida, e sem tirar os olhos do livro o senhor me perguntou: - Conhece o Pequeno Príncipe?

No momento corei, ele havia percebido minha indiscrição. Senti-me tola por não ter perguntado o nome e sim, esperado ele perceber minha curiosidade.

- Já ouvi falar, sim senhor.

    No momento da resposta, veio à tona minha infância, quando desenhos daquele pequeno menino, passava na TV. Eu sempre achei que era coisa de criança, o que me causou estranheza um senhor lendo um livro, supostamente infantil.

- Eu já li esse livro 156ª vezes, ele continuou, e sempre que o leio, é uma nova surpresa para mim. Amadurecemos, a visão muda sobre muitas coisas, inclusive sobre uma obra tão rica como essa.

Analisei rapidamente aquele pequeno livro que o senhor tinha entre as mãos. Sem exageros, posso afirmar que as mãos dele eram quase maiores que o livro, que ele dizia ter lido tantas vezes.

- Desculpe-me, eu já ouvi falar, mas sempre pensei que fosse um livro infantil. Lembro-me até dos desenhos que passavam sobre ele.

- Não, não, engana-se. Esse livro é tão profundo que, após lê-lo, mesmo pela "157ª" vez, ele causa mudanças em minha forma de analisar, agir e pensar.

 Fiquei muda. Não podia crer no que aquele senhor, que me parecia tão culto e vivido falava sobre um pequeno livro mudar pensamentos de um homem como ele?! Impossível acreditar.

- Percebo pela sua fisionomia que não acredita em mim. Façamos o seguinte:- fique com o livro, daqui a uma semana, encontre-me neste mesmo local e voltamos a conversar.

No momento, me neguei a aceitar tal proposta, aquele senhor emprestando seu livro, tão precioso para ele. Mas ele insistiu, deixou-o sobre o banco e partiu.

Eu não sabia seu nome e nem ele o meu. Peguei o livro, abri em uma página qualquer, muitas marcações, palavras destacadas, pensei: - isso será interessante!

Desafio aceito.

Fui para casa, por incrível que pareça no caminho todo em pensava naquele pequeno livro, sem entender ainda como ele transformaria minha vida, ou pensamentos, ou forma de agir.

Arrumei as compras. Olhei o relógio, eram três da tarde. Pelo tamanho do livro, calculei que em meia hora já o teria lido e guardado na sacola para devolvê-lo, no sábado seguinte.

Fiz um pouco de chá, ajeitei-me na poltrona e lá fui eu para a primeira página,  e a mágica foi acontecendo, página após página, e 96 páginas depois, o livro chega ao fim. Olhei para os lados, a sensação foi de ter saído das profundezas do oceano dentro de mim mesma.

Turbilhão de sentimento, estrelas, rosa, planetas, esperança, amor, saudade, tudo misturado dentro de mim querendo explodir. Eu precisava encontrar aquele senhor, precisava lhe contar tudo isso, precisava mostrar ao mundo do que aquele pequeno livro era capaz!

Eu não queria que ele tivesse acabado eu queria mais folhas, mais palavras bonitas, mais conselhos, mais verdades, eu queria mais do que o mundo oferecia naquelas poucas folhas.

Foi preciso um estranho se aproximar de mim, para eu conhecer algo tão precioso que estava acessível o tempo todo e nunca fora percebido por mim, talvez por preconceito ou ignorância.

A semana passou, voltei ao parque,  ao mesmo lugar para entregar o livro ao senhor desconhecido.

E lá estava ele, no mesmo banco, com o chapéu em suas mãos. Quando me aproximei ele sorriu.

- Não precisa dizer nada, seus olhos mudaram desde a última vez em que eu a vi. Seu rosto, seu semblante está iluminado. O livro funcionou para você.

- Funcionou?

- Eu sempre ando com um exemplar desse livro em busca de pessoas que precisam dele. Percebi que você era uma delas. Mas na primeira vez não teve coragem de se aproximar e, eu respeitei seu espaço. Na segunda vez, percebendo que você estava observando e tentando descobrir a capa, o nome, eu o aproximei de você. Esta é a magia do Pequeno Príncipe, ele convida as pessoas para ler, e transformarem um pouco suas vidas como ele fez comigo e com você.

Fiquei admirada com aquelas palavras. Aquele senhor fazia uma corrente do bem, emprestando o livro para pessoas que, sem perceberem, estavam anestesiadas na vida. Sem a real e total perspectiva.

Estendi a mão para devolver o livro, mas ele recusou e disse:

- Passe-o para outra pessoa ou guarde-o para você. É seu.

Colocou o chapéu, apertou minha mão, sorriu e seguiu seu caminho.

Até hoje não sei o nome dele, mas ele sabe o bem que ele me fez ao me entregar aquele pequeno e tão grandioso livro.

6 de ago. de 2020

Vida e Morte

Morte assunto difícil de ser abordado, mesmo sabendo que a qualquer minuto, hora, dia ou mês ela virá nos levar. Podemos fazer uma analogia com o nosso nascimento, quando ficamos por nove meses no útero de nossa mãe, que é um lugar quietinho, quentinho, literalmente, um ninho onde recebemos alimento na hora certa e cuidados necessários para a nossa sobrevivência futura.É o nosso mundo, o único que conhecemos, é repleto de boas e únicas experiências. Passado o tempo, o corpo da mamãe se prepara e nos ajuda a sairmos ou melhor somos expulsos, levados para fora sem ao menos sermos questionados sobre a nossa vontade em ali, permanecer, no aconchego do nosso único e conhecido mundo. De repente, nos vemos em um lugar barulhento, repleto de luz, dor pelas palmadas e o choro é o que nos resta.

Passado algum tempo nos sentimos acarinhados pelo papai e mamãe, que nos dá o seio e nos descortina aos poucos todas as surpresas que prepararam para nos receber. Claro, que estamos falando em uma família estruturada e um lar, então aquele mundo que foi só nosso, (útero),o qual pensávamos ser o único, onde tínhamos tudo acaba sendo esquecido, nem cogitamos para lá voltar.Semelhante, a morte nos leva sem nos questionar, ela ainda é tida como um tabu, muitos já foram vencidos, porém a "Morte", ainda traz grande mistério e medo. As crianças são poupadas em velórios, os pais as querem longe dos que morrem, nem conseguem dizer seu adeus, porém se elas fossem acostumadas aos velórios, entenderiam melhor o significado de "está junto de Jesus".


Certamente, se fôssemos questionados, indagados, na hora da morte, provavelmente, não deixaríamos esta vida, por pensar ou não saber o que encontraremos do outro lado, mas se papai e mamãe, aqui, na Terra,nos proporcionaram um mundo bom, (dentro de suas possibilidades), não há dúvidas de que Deus Criador, nos dará no mundo espiritual,todas as dádivas de que somos merecedores, pois o Mestre Divino nos prometeu uma vida de acordo com nossas obras , por isso, o nascer é uma analogia do morrer.

14 de jul. de 2020

Proibiram-na de viver

Imagem do Google

Hoje, a tristeza veio me visitar, lembrei-me com muita saudade de uma amiga muito próxima, da minha adolescência e juventude. Ela era muito bonita e vivia com muito entusiasmo pela vida. Estudamos juntas até o curso superior aí, ela casou e assim ficamos mais distantes, porém eu sempre estava bem informada sobre a vida dela, assim como ela sobre a minha.

Ela era professora em duas escolas, fazia os três períodos, dizia que logo diminuiria o número de aulas, para aproveitar mais a vida em família, pois ela já tinha um bebê, porém, nunca conseguiu diminuir o número de aulas, pois outro filho nascera. O marido não dava conta de tudo sozinho, ela nunca reclamava, porém já não vivia com entusiasmo de outrora. Certa vez, viajei para a cidade dela, marcamos um café, foi maravilhoso, pudemos conversar muito e relembrar muitas coisas, que vivemos juntas. Os filhos já estavam na faculdade, mas ela ainda continuava a trabalhar nos três períodos, estava feliz, pois faltavam apenas dois anos para sua aposentadoria, tinha mil planos. Ainda gostava de falar sobre tudo. Disse-me ela, que os filhos eram maravilhosos, mas também gostavam de chamar a sua atenção quando ela falava demais à mesa, riu muito, disse-me ainda, que sentia vergonha quando pediam que ela não falasse sobre alguns assuntos, como doenças, morte e outros assuntos, porque a eles não interessava. Então ela riu e me disse:- Pior é que estes são os assuntos que me restam e acabou rindo muito, talvez para não chorar. Perguntei a ela, qual foi a atitude dela perante isso? Ela me respondeu que agora ela come junto com a família, todo final de semana, o que ela mais gosta, mas fica calada ou fala apenas o essencial. Meu peito parecia doer demais depois que ouvi a história da minha amiga, ela precisava desabafar e o fez comigo, fiquei muito triste, pois ela nem percebia o quanto estava sofrendo calada.

Houve a despedida. Fui caminhando e analisando a situação, ela, uma mãe dedicada, professora exemplar, esposa esforçada e que estava aos poucos se calando, devido à proibição velada dos filhos. Uma mulher cheia de energia, nunca deixou faltar nada a eles, ela que estava sempre de bom humor, sorria cheia de vida, estava ficando quieta, comigo ela desabafou, porém parece que ela aceitava como normal não poder falar o tanto que gostaria e participar mais da vida dos filhos, das conversas, das risadas.

Os almoços de domingo, com todos à mesa, não podiam faltar, pois era neste dia que as conversas eram divertidas e todos participavam das notícias.

E, assim passou mais um tempo, quando recebi o telefonema de que a minha amiga havia falecido. Fiquei chocada, paralisada, lembrei-me da nossa conversa, dos planos, e ela nem chegou a se aposentar. Pensei: Será que a tristeza recolhida na alma, ajudou a minha amiga a ir embora, antes de realizar seus sonhos?

Cheguei quase atrasada para o enterro, o caixão já estava sendo levado.

Chorei silenciosamente e pensei:

Conseguiram calar a minha amiga para sempre.

Será que eles têm noção disso?


25 de jun. de 2020

Bom coração

 

Lembro-me da minha infância, com muita saudade, quando vivi momentos únicos e que  trago comigo, até hoje. Deles tirei bons aprendizados consequentemente, maturidade.

Os Natais tinham outro sabor, literalmente, os doces, mais especificamente: o beijo baiano, aquelas bolachas redondas, cobertas com chocolate e, que nenhuma pessoa, que utilize prótese dentária, ousa morder.

Porém, quando elas chegavam para nós, os três irmãos, filhos de um casal de comerciantes, era a maior alegria, ao abrirmos o pacote, lembro que a pequena sala, de chão de madeira, recendia o aroma vindo daquelas bolachas.

Meus irmãos, e eu, aprendemos cedo o que era trabalho, o quanto era importante a responsabilidade, e o que deveríamos esperar da vida.

 Nada nos era dado gratuitamente, o que tínhamos era com o árduo trabalho do meu pai e de minha mãe, mas um fato específico é vívido em minhas melhores lembranças de um passado tão diferente, tão distante da atual realidade juvenil, em nosso país.

Um par de chinelos gasto pelo tempo de uso.

Suas tiras eram vermelhas, se não fossem de borracha, diria a vocês que elas brilhavam, tamanho cuidado e higiene que eu tinha com ele, o meu velho e único par de chinelos, o qual ficava sempre do lado de fora da porta, pois como eu o utilizava para meus afazeres externos, não era comum entrarmos em casa com o mesmo calçado, assim deixávamos os calçados sujos, do lado de fora da porta.

 A noite passou, noutro dia, minha mãe pediu para eu levar o leite até o vizinho, eram duas garrafas, e a casa ficava a uns dois quarteirões da minha.

Peguei as garrafas, coloquei-as na cesta, cobri com um pano, e abri a porta.

Fui pronta para calçar os chinelos, mas meus pés

encontraram apenas o vazio, sabem aquela sensação desconfortável, como se um buraco no chão se abrisse, e você fosse caindo sem conseguir se agarrar em nada?

 Pois bem, foi justamente isso que aconteceu.

Meus chinelos sumiram. Exclamei em meus pensamentos, jamais aconteceu algo assim aqui, por isso, confiávamos em todos, mas, sempre há uma primeira vez para tudo.

E justo comigo!

O que diria aos meus pais? Como iria entregar as compras?

Não podia me dar ao luxo de perder um calçado, não naquele momento, em épocas de vacas magras, como costumeiramente dizíamos. Eu tinha responsabilidades, e precisava entregar a encomenda.

Não poderíamos perder mais uma venda, a única opção foi calçar os sapatos de ir à missa, isso ou a galocha, que era utilizada para ajudar meu pai, na lida com os animais no pasto.

Entrei em casa sorrateiramente, pois não queria que os olhos da minha mãe fossem diretos para as garrafas de leite, ainda em minhas mãos, calcei os sapatos e saí.

 No caminho, ainda inconformada, reclamei baixo sobre o fato, ao meu lado, passava uma senhora, cabelos bem brancos, um xale de crochê nas costas, sorriso nos lábios, me cumprimentou, e, entre  dentes soltei um, bom dia. Ela intrigada, percebeu que algo estava errado.

Indagou-me :-Em um dia tão lindo, o que a aborrece?

Não conhecia aquela senhora, não ia contar algo tão íntimo a ela.

E, se ela contasse à minha mãe?

Apenas abanei a cabeça e segui meu caminho.

Na volta, ainda incrédula, pensava em como contar sobre o meu descuido. Quando olhei em volta, vi um menino, deveria ter uns quatro aninhos.

Corria de um lado para o outro, camiseta suja, com vários rasgos, um calção marrom escuros cabelos rapados, ele sorria e corria  era uma risada tão gostosa, que por um momento eu esqueci o que havia acontecido.

Com certeza, este menino não era dali, pois na época, meu bairro era pequeno, e conhecíamos a todos.

Talvez algum migrante que passava por ali, mas, ao olhar para baixo, e perceber o que havia em seus pés, congelei.

Os meus chinelos, agora já sujos de terra, em seus

pequenos pés ,na hora, meu sangue ferveu.

Ele era uma criança, mas precisava saber que o que fez não estava certo.

Aproximei-me:- Olá, menino, venha aqui!

Ele parou me olhou, e chamou pela mãe.

Uma senhora veio lá do fundo enxugando as mãos no velho avental:- pois não? Ela indagou.

- Senhora, desculpe incomodar, mas os chinelos que o seu filho está usando são meus, e, tenho certeza disso.

Ela não sabia o que dizer. Pediu para o filho entrar.

Então, aproximou-se da cerca, e disse:- Desculpe! Eu não agi certo.

Chegamos ontem, viemos de muito longe. Estávamos com fome, sede, cansados, caminhamos muitos quilômetros, outros conseguimos carona. Sei que a moça não tem nada com isso, mas só Deus sabe o quanto foi difícil para mim e  meu filho chegarmos aqui com vida.

- Eu entendo, mas pegar sem permissão não é o caminho – argumentei.

- Eu sei, porém, o meu menino, esse que você viu correndo, nunca tinha visto um calçado assim. Eu nunca pude dar a ele algo assim. O pouco que temos, mal dá para a comida, e quando passamos em frente a sua casa, ele garrou (sic) os chinelos e não quis mais largar. Eu juro por Deus, nosso Senhor, que eu ia hoje, lá falar com vocês. Consegui por um milagre essa família aqui que abrigou, eu e meu filho. Estou trabalhando agora, e vou pagar tintin por tintin  pelo seu chinelo. Mas, por misericórdia, não o tira do meu menino, não!

E, de repente, lágrimas começaram a molhar o rosto daquela mulher.

   Ali estava uma mãe, desesperada, que passara por muito sofrimento, com um filho pequeno e, sozinha no mundo. Só Deus sabia o que ela estava sentindo.

Retirei o pequeno pano que cobria as garrafas de leite e, ofereci para secar-lhes as lágrimas. Constrangida, ela agradeceu. Apenas pediu, encarecidamente para que eu não contasse nada à patroa dela, senão ela perderia o emprego.

- Está tudo bem, fique com o chinelo. Não o tirarei do seu filho.

Abaixei-me, peguei a cesta, e continuei rumo a minha casa.

Quando uma voz já conhecida me chamou. Olhei de canto de olho, era aquela senhora de cabelos brancos e xale nas costas, que conversara comigo, há pouco.

Ela falava baixo, não queria ser notada.

- Olá, menina. Agora entendi o motivo de sua tristeza. Ouvi toda a história.

Abaixei a cabeça.

- Não se envergonhe, disse ela. Você só tinha esse par de chinelos?

 Assenti.

- Essa mulher com quem você acabou de conversar, nunca soube como é a maciez de um chinelo como o seu, só tem calos e bolhas nos pés, mal escondidos por um sapato velho e rasgado. Seu pequeno, o menino, que há pouco sorria e se divertia, nunca teve o prazer de experimentar a leveza da borracha protegendo as solas dos seus pequenos pés, da ardência do chão.

Essa casa é minha, era de minha família, voltei morar aqui ontem mesmo, e recebi essa senhora e seu filho porque preciso de ajuda, mas eu não conhecia a história dela, ainda não tive tempo para conversar.

Vamos fazer uma coisa? Venha comigo ao armazém da vila, vamos comprar roupas e sapatos para essa mãe e seu filho! Ela estava tão empolgada, que eu não tive como negar.

Apenas passei em casa e tranquilizei minha mãe. Entreguei o dinheiro do leite e segui com a bondosa senhora.

Ela comprou muitas roupas, voltamos, o sol estava se pondo.

- Gostou da nossa tarde, menina?

- Muito! – exclamei.

- Espere, isso é para você.

Olhei para a mão da senhora, uma caixa amarela se destacava.

- Tome, abra!

Abri, dentro, um par de chinelos.

Olhei para ela, devolvendo a caixa, pois não podia aceitar.

- Você vai aceitar. É o meu presente para você. Aprenda: quem ajuda, é ajudado.

A Lei Divina é assim. Hoje, você sairá daqui com uma lição apreendida: a vida é um ciclo.

Ninguém que dá amor recebe pedras você aceitou as desculpas daquela mãe, e deu o seu único par de chinelos àquele menino. Devolvo os a você!

 Ela entrou, fiquei um tempo com a caixa nas mãos olhando lá dentro, pela janela, um pequeno menino continuava pulando, ora abraçando sua mãe, ora se escondendo atrás do sofá.


28 de mai. de 2020

O amor está fadado ao fracasso?

imagem do Googlee


   Parei um tempo para olhar a chuva escorrendo pelo vidro da sala. Através dele, percebi um casal sob o guarda-chuva, que esperava para atravessar a rua. Ele, com o braço  em torno da cintura dela, tentando protegê-la dos pingos incessantes. Peguei minha caneca com café, o dia estava frio, segurei com as duas mãos para esquentá-las um pouco. Comecei a divagar... 
Será que o amor está fadado ao final, ao fracasso ? Quantos casais vivem juntos por 50 anos ou mais ? Quantos enfrentam a vida a dois, juntos ? Quantos tentam consertar ao invés de jogar fora ? 


Os relacionamentos hoje me parecem tão superficiais. Talvez pela correria, ou pela frieza que as feridas da vida tornam nosso coração. Ou pelos tombos que levamos e deixamos, com isso, a desconfiança tomar nosso coração e pensamento. A superficialidade de uma transa e depois o adeus, apenas para contar pontos com os amigos. Não há mais o namoro, o conhecer, o mistério de descobrir, aos poucos, o sabor do beijo, se o abraço será capaz de aconchegar o outro corpo e protegê-lo. Hoje, a velocidade chegou nos relacionamentos também.Quando o ter, é mais importante que o descobrir. Talvez por isso, não dure... Primeiro a cama, depois a gente vê como fica. Mas aí, você começa a descobrir que ele ou ela não gosta de Neruda, tem pavor de andar de mãos dadas e adora filmes de terror. Tudo o que você não quer para a sua vida, ao seu lado, está ali, bem à sua frente, e você já não acha mais graça nas piadas sobre banalidades, e você não sente mais falta quando ele ou ela não manda mais mensagem, e você começa achar aquele perfume doce demais. 
Então o encanto começa a desaparecer, e os detalhes começam a incomodar, e você já não deixa pra lá como antes ou, simplesmente, não liga se ele ou ela não aparecer no final de semana, com mais um filme da série Jogos Mortais. Pelo contrário, você respira com alívio. Já não se enfeita como antes, e coloca qualquer coisa só porque não pode andar sem roupa. 
E o tempo passa... e o distanciamento é tão inevitável que, quando se dá conta, não há mais ninguém em sua vida. E você não sabe onde errou, onde começou a dar errado. E hoje, sob a chuva, segura o guarda-chuva, e está só. Sem um braço em torno do seu corpo, sem um sorriso quando seus olhares se cruzam e, estranhamente, você se sente bem, e está feliz. E tudo vai tomando novas cores, novos aromas. Retoma os contatos antes deixados de lado, os sonhos esquecidos. 
Penso que não é o amor que está fadado ao fracasso mas, sim, aquele sentimento que não agrega valor ao seu... tomo um gole de café, sorrio sozinha. Abro meu Neruda: " Um homem só encontra a mulher ideal quando olhar no seu rosto e ver um anjo e, tendo-a nos braços, ter as tentações que só os demônios provocam..."

28 de abr. de 2020

Mulheres e a história




    Nós, brasileiros, possuímos um patrimônio social na história, na política na cultura e, como acontece em todos os países há a multiplicidade de pessoas, que são agregadas, é claro que no Brasil é assim também.
  Podemos fazer uma analogia com uma colcha de retalhos, pois carrega em sua herança, em cada pedaço a memória social. Neste maravilhoso elenco estão as mulheres, que lutaram e lutam pelos seus direitos e espaços sociais. As mulheres fazem parte da história do Brasil, e muitas ajudaram a fazer esta história, as quais pertencem a numerosas classes sociais.
 Parece impossível, mas nos dias atuais em que as mulheres estão em todas as áreas com sua competência e trabalho, ainda ouvimos a tão desagradável frase: “Só podia ser mulher, “ e outros impropérios.
É grande o universo de mulheres inventoras, e seus trabalhos ainda nos ajudam atualmente. Confira apenas alguns exemplos de criações e trabalhos de mulheres ao longo da história:
Não vamos aqui tecer comentários sobre a mulher no volante, sobre trânsito, é pequeno demais, por isso citaremos algumas mulheres que fizeram história, por exemplo: na tecnologia, são quatro programadoras que fizeram a história e se destacaram no mundo.
   Ada Lovelace é considerada a fundadora da ciência da computação, assim como a primeira programadora do mundo.  
    Margaret Hamilton foi diretora de engenharia de software, que guiou o voo da missão Apollo 11 e levou os primeiros homens à lua.
   Grace Hopper desenvolveu linguagens de programação acessíveis, que usavam palavras e não números para funcionar o computador.
Joan Clarke formada em matemática, ela fez parte da equipe que construiu alguns dos primeiros computadores do mundo.
“Só podia ser mulher! ”
   Se fizermos uma pesquisa com boa dedicação de tempo, com certeza, a lista de mulheres que deixaram sua marca na história será imensa.
   A história nos conta que em épocas de guerras os homens saiam para a luta, e neste período as mulheres tomavam à frente de sua aldeia, eram bravamente desafiadas a enfrentarem o inimigo e dar proteção aos filhos e desvalidos.
  Podemos registrar a bela história que conhecemos desde os bancos escolares, da índia da tribo dos tupinambás, Paraguaçu, esposa de Caramuru, o português Diogo Álvares Correia. Após se converter ao catolicismo, recebe o nome de Catarina do Brasil. Ela esteve junto com Caramuru na fundação de Salvador, abrindo igrejas e cuidando de conventos.
Outra que marcou muito a história do Brasil foi Ana Pimentel Henriques Maldonado, esposa de Martim Afonso de Sousa.
Enquanto o marido estava na missão ela ficou respondendo por seus negócios brasileiros, portanto, foi nesse período que Ana Pimentel deu início ao plantio de cana de açúcar em Cubatão e a criação de gado na Capitania de São Vicente, atual São Paulo.
 Maria Quitéria, foi a primeira mulher a fazer parte do Exército Brasileiro, que se disfarçava de homem para poder lutar.
Participou de várias batalhas, entre elas a Independência do Brasil, recebeu a condecoração da Ordem Imperial do Cruzeiro, pelo Imperador Dom Pedro I.
Temos Narcisa Amália de Campos, que é tida como a primeira jornalista profissional do Brasil.
A paulista Carlota Pereira de Queirós, foi professora, mas depois acabou mudando para medicina. Elegeu-se como a primeira deputada federal do Brasil, quando fez parte das comissões de saúde e educação. É de sua autoria a emenda que cria a casa do jornaleiro e o laboratório de biologia infantil.
Há muito o que registrar sobre tão valorosas mulheres, quem não conhece um bote salva-vidas, pois foi feito por uma mulher, os painéis de energia solar utilizam o trabalho de pesquisa de uma mulher. Há uma mulher por trás da tecnologia do wi-fi e GPS, que é a sigla em português significa “Sistema de Posicionamento Global”.
Temos grandes feitos, registrados ou não, nas páginas de nossa história.
Em nossas cidades o rol de mulheres que fizeram e fazem a nossa história é imenso. Aqui há apenas uma pequena amostra de que sim,
“Só podia ser mulher! ”

A carta que nunca chegou

    Tarde cinza, vento forte fazia os galhos das árvores dançarem no jardim. Eu precisava finalizar a mudança que começara há dois anos,...