26 de mar. de 2020

Coronavírus une o mundo





   Sempre se combateu o isolamento social, pois sabemos que se for prolongado produz em excesso, um produto químico no cérebro, que pode aumentar a agressividade e o medo, por isso, precisamos estar atentos à nossa saúde mental.
 E, agora que estamos vivendo esta pandemia, como fazer para nos cuidar, pois sabemos que o Brasil é o país mais ansioso do mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, pesquisa feita antes da chegada do Coronavírus.
  Toda esta situação tem o poder de afetar a saúde mental das pessoas, aumentando os níveis de ansiedade e medo, pois fatores desconhecidos e incertos fazem com que todos se sintam inseguros, principalmente em casos como este, de nível mundial. Como agir, agora que precisamos nos isolar?
  Li uma matéria com o título “Endurance”, confesso que achei a reportagem extremamente interessante, jamais pensei que fosse usá-la como exemplo para escrever esta crônica, fazendo analogia com o que estamos passando hoje, no mundo inteiro.
A reportagem, a que me refiro acima conta sobre o adestramento pelo qual passavam os militares da Marinha do Brasil. Estranhei a palavra adestramento, mas é correto “adestramento militar”.
  Endurance era lançar o navio ao mar por 30 dias, sem porto próximo, a terra mais perto era o fundo do mar. Era tempo de “full time”, tempo integral de trabalho.
Todos eram monitorados, e a partir do décimo quinto dia o humor de cada um se alterava, uma pequena ação fora do contexto era motivo para grandes brigas, discussões, inclusive tentativa de suicídio.
Hoje, estamos vivendo uma situação semelhante, mas sem adestramento, por isso, precisamos ficar atentos para que todos fiquem bem, pois o menor vestígio de fisionomia feia, é motivo para grandes brigas, desavenças, o estresse tomará conta de todos. Pessoas acostumadas a sair, andar por todos os lugares, livres para se divertirem, de repente passam a viver em confinamento, distanciar-se das pessoas que amam, situação muito difícil, então precisamos mostrar e viver a empatia, pois o mundo chora, sem distinção de idade, cultura, raça e religião, as diferenças ficaram de lado, hoje, somos um só povo, com a mesma dor. E, todos estão sofrendo por medo de se contaminar, com medo de não poder pagar as contas, medo de ficar só, medo de tudo, infelizmente, todos vão sair perdendo algo, durante esta crise. Ninguém está isento, a diferença é que alguns sofrerão mais e outros menos, nem há como mensurar o quanto vamos sofrer de algum modo. Devido a isto precisamos nos unir e aprender a amenizar os sintomas de ansiedade e tentar viver de uma maneira saudável, refletindo sobre os aprendizados que podemos ter com toda esta triste realidade.
O bombardeio de informações deve ser evitado, pois vivemos em tempos de globalização, e nada nos escapa, há ainda as ‘fake news’, que se referem a falsas informações, e nos causam pânico, no entanto podemos organizar o nosso tempo, de acordo com nossas necessidades.
Há inúmeras coisas, que podemos fazer como: ler aquele livro que nos espera há tempo, assistir a estreia da série aclamada, meditar, começar a escrever, e não esquecer da empatia e consciência coletiva, pois elas farão a grande diferença.
    Segundo a coordenadora do curso de Psicologia da Estácio BH, Renata Mafra: "Os humanos já vivenciaram várias epidemias em outros tempos. Faz parte da nossa história". Segundo ela, o rápido e intenso fluxo das informações podem provocar a sensação de que não é possível lidar com a infecção, de caos, aumentando a realidade. "Pensar que a epidemia é uma situação transitória que vai passar e que você está contribuindo positivamente para isso, ajuda a acalmar a mente”.

A carta que nunca chegou

    Tarde cinza, vento forte fazia os galhos das árvores dançarem no jardim. Eu precisava finalizar a mudança que começara há dois anos,...