Sempre se combateu o isolamento social, pois
sabemos que se for prolongado produz em excesso, um produto químico no cérebro,
que pode aumentar a agressividade e o medo, por isso, precisamos estar atentos
à nossa saúde mental.
E, agora que estamos vivendo esta pandemia,
como fazer para nos cuidar, pois sabemos que o Brasil é o país mais ansioso do
mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, pesquisa feita antes da
chegada do Coronavírus.
Toda esta situação tem o poder de afetar a
saúde mental das pessoas, aumentando os níveis de ansiedade e medo, pois
fatores desconhecidos e incertos fazem com que todos se sintam inseguros,
principalmente em casos como este, de nível mundial. Como agir, agora que
precisamos nos isolar?
Li uma matéria com o título “Endurance”,
confesso que achei a reportagem extremamente interessante, jamais pensei que
fosse usá-la como exemplo para escrever esta crônica, fazendo analogia com o
que estamos passando hoje, no mundo inteiro.
A
reportagem, a que me refiro acima conta sobre o adestramento pelo qual passavam
os militares da Marinha do Brasil. Estranhei a palavra adestramento, mas é
correto “adestramento militar”.
Endurance era lançar o navio ao mar por 30
dias, sem porto próximo, a terra mais perto era o fundo do mar. Era tempo de
“full time”, tempo integral de trabalho.
Todos eram
monitorados, e a partir do décimo quinto dia o humor de cada um se alterava,
uma pequena ação fora do contexto era motivo para grandes brigas, discussões,
inclusive tentativa de suicídio.
Hoje, estamos
vivendo uma situação semelhante, mas sem adestramento, por isso, precisamos
ficar atentos para que todos fiquem bem, pois o menor vestígio de fisionomia
feia, é motivo para grandes brigas, desavenças, o estresse tomará conta de
todos. Pessoas acostumadas a sair, andar por todos os lugares, livres para se
divertirem, de repente passam a viver em confinamento, distanciar-se das
pessoas que amam, situação muito difícil, então precisamos mostrar e viver a
empatia, pois o mundo chora, sem distinção de idade, cultura, raça e religião, as
diferenças ficaram de lado, hoje, somos um só povo, com a mesma dor. E, todos
estão sofrendo por medo de se contaminar, com medo de não poder pagar as
contas, medo de ficar só, medo de tudo, infelizmente, todos vão sair perdendo
algo, durante esta crise. Ninguém está isento, a diferença é que alguns
sofrerão mais e outros menos, nem há como mensurar o quanto vamos sofrer de
algum modo. Devido a isto precisamos nos unir e aprender a amenizar os sintomas
de ansiedade e tentar viver de uma maneira saudável, refletindo sobre os
aprendizados que podemos ter com toda esta triste realidade.
O bombardeio
de informações deve ser evitado, pois vivemos em tempos de globalização, e nada
nos escapa, há ainda as ‘fake news’, que se referem a falsas informações, e nos
causam pânico, no entanto podemos organizar o nosso tempo, de acordo com nossas
necessidades.
Há inúmeras
coisas, que podemos fazer como: ler aquele livro que nos espera há tempo,
assistir a estreia da série aclamada, meditar, começar a escrever, e não
esquecer da empatia e consciência coletiva, pois elas farão a grande diferença.
Segundo a coordenadora do curso de
Psicologia da Estácio BH, Renata Mafra: "Os humanos já vivenciaram várias
epidemias em outros tempos. Faz parte da nossa história". Segundo ela, o
rápido e intenso fluxo das informações podem provocar a sensação de que não é
possível lidar com a infecção, de caos, aumentando a realidade. "Pensar
que a epidemia é uma situação transitória que vai passar e que você está
contribuindo positivamente para isso, ajuda a acalmar a mente”.