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30 de mar. de 2017

Todos merecem perdão (?)

Inicio com umas das frases mais batidas: quem sou eu para julgar alguém?
Pois bem, esta semana assisti ao filme Longford.
Conta a história de MyraHindley, condenada à prisão perpétua pela morte de várias crianças com requinte de crueldade ( filme baseado em fatos reais ).
Fiquei aqui pensando se todas as pessoas merecem perdão, seja ele vindo de Deus, seja ele vindo do homem, consideremos que o homem é quem julga e dá a sentença aqui na terra.
Temos muitos exemplos no mundo, não apenas de Myra. Aqui no Brasil, Francisco de Assis ( o maníaco do parque ), estuprou e matou muitas mulheres.
Ele é um recordista de cartas de amor recebidas no presídio, incluindo muitas propostas de casamento.
Suzane Von Richthofen mandou matar os pais. Guilherme de Pádua matou a atriz Daniella Perez. Alexandre Nardoni jogou sua filha, Isabella, da janela do seu apartamento.
Cito casos de pessoas famosas para que todos possam “visualizar” os crimes cometidos.
Esta semana, li que o goleiro Bruno, acusado de mandar matar sua ex-namorada, Eliza Samudio, assinou contrato com um time da segunda divisão de MG.
E essas vidas que foram ceifadas?
Eu não consigo notar em momento algum remorso nestas pessoas. Ao assistir entrevistas, ou ler notícias a respeito, nunca observei uma lágrima de remorso pela “besteira” cometida. Nunca ouvi um pedido de perdão sincero.
Seja a explicação que eles queiram dar, geralmente, apelam para “vozes do mal que os obrigou, e eles não conseguiam parar”. 

Penso no sofrimento que essas pessoas passaram nas mãos ou a mando desses criminosos, e por motivos tão fúteis, tão banais, que haveria outras formas de serem resolvidos.
Decidiram ir para o caminho mais prático, mais covarde, e ceifaram vidas, como se eles fossem perfeitos, anjos puros enviados por Deus ou por uma força maior divina, para dar um ponto final em suas trajetórias.
Talvez, se eu fosse psiquiatra forense, eu conseguiria entendê-los.
A cada dia, a violência cresce no mundo, crimes absurdos, barbáries que antes só eram presenciadas nos cinemas, eclodem a todo instante em cada esquina, seja de grandes ou pequenas cidades, não há limites.
Neste filme, Longford, a personagem Frank Packenham, fervoroso católico que visita presidiários, e acredita veemente no arrependimento do criminoso, e que todos merecem uma segunda chance, até ter suas crenças colocadas à prova, quando conhece a Serial Killer, Myra.Como perdoar alguém que, enquanto seus pais, seus mantenedores, estão sendo mortos com requintes de crueldade, está sentada na sala do andar de baixo, esperando tranquilamente o “serviço” acabar, e fazer uma festa na piscina no dia seguinte?
Ou que corta a tela de proteção do quarto, pega sua filha de cinco anos, e a joga seis andares abaixo?
Ou que dá voz de assalto para um jovem trabalhador, que entrega seu celular no valor de cem reais, e, mesmo assim, leva um tiro a sangue frio?
Eu ficaria aqui citando exemplos, e preencheríamos várias laudas com eles.
Independe do motivo, eu acredito que sempre há soluções mais plausíveis do que a morte. E quem apela para essa prática, deve pagar; sim,há a justiça na terra e acima dela a justiça divina.
Caso contrário, ficaria muito fácil: mata-se e segue sua vida sendo perdoado, como se nada tivesse acontecido, como um aval para outros crimes.
Há casos e casos, sim. Citei esses, pois se relacionam com o teor do filme.
Eu acredito que muitos que estão na prisão entraram lá por motivos torpes, e são obrigados a conviver no mesmo espaço que estupradores, serial killers, estripadores... e sabemos também que os presídios, principalmente do Brasil, não regeneram ninguém, pelo contrário: alguns são presos por roubarem comida, por estarem com fome, e saem de lá mestres em outros crimes “mais pesados”.
Todos merecem uma segunda chance?Depende o caso.Todos merecem perdão?
É uma dúvida que tenho dentro de mim. Nunca passei por uma situação em que esse meu lado fosse posto à prova. E admiro quando vejo pessoas que perderam seus filhos, perdoando os assassinos.
Fala-se que o perdão faz bem, e que a mágoa traz problemas sérios à saúde. O perdão deve ser praticado, pois é um ato muito penoso, mas perdoar é preciso.
Mas acredito que o caminho para chegar ao perdão é árduo, e só para alguns esse mérito é concedido. 
Fotos: Google

O porta-retratos

  Foto do google     Era quase uma da manhã, lembro-me que estava inquieta naquela madrugada, talvez pelo vento, que fazia o galho bater...