30 de dez. de 2020

Seja bem-vindo, 2021!


 


    Em dois mil e dezenove planejávamos com seria o ano de 2020. Ele veio, entrou em nossas vidas quase que invadindo tudo. E, nem precisamos falar de como foi sofrido para todos, pandemia, mortes, transtornos, desempregos, famílias isoladas, porém, há uma luz, que brilha um pouco distante, mas que é bem visível a olho nu. Que luz seria esta? A luz da esperança.

   Não há necessidade de citar o que queremos para o ano que está nascendo, porque sem dúvida alguma, todos querem o melhor na saúde, na família, no amor, nas finanças, e com certeza maior, a cura desta doença que nos judia em todos os sentidos.

  Em 2021 poderemos abraçar e receber o abraço de quem amamos, ver e conviver com nossos amados filhos, caminhar livremente ao ar livre sentindo o cheiro da natureza. O tempo que passamos em quarentena, isolados nos tornou pessoas mais fortes, e ao mesmo tempo mais sensíveis às emoções, podemos imaginar nossa vida sendo transformada em tudo que queremos, pois nos tornamos os maiores heróis de nós mesmos, e por consequência herói de muitos, auxiliando aos irmãos necessitados a vencerem a luta pela vida.

  Em 2021 a guerra estará vencida e a vida celebrada, sabendo que sozinhos não somos nada e, esta lição será extremamente importante para seguirmos vivendo e sendo melhores. Aprendemos a identificar e a lidar com nossas próprias emoções de uma forma nunca vista antes, no mundo , e também percebemos como a empatia se fez presente em todo o mundo. A solidariedade veio para ficar em 2021.

Ao ligarmos a TV ela não nos causará mais impacto algum, lembrando o ano anterior.

  A nova maneira de viver com mais tecnologia, levaremos para 2021, sempre ouvimos que ela unia as pessoas, mas jamais havíamos imaginado que isso seria tão real, famílias voltaram a se unir através da telinha. As mudanças aconteceram em todos os setores, as empresas se reinventaram para sobreviver junto com seus funcionários.

  Em 2021 saberemos filtrar as notícias, porque 2020 serviu para que aprendêssemos um pouco mais sobre as “Fake News”, e assimilamos muito sobre a maravilha da comunicação, percebemos muito também sobre a importância do diálogo, e que sem ele sofremos muito, e com certeza em 2021 ele será prioridade em nossas vidas, assim como o respeito e tolerância ao próximo.

O ano novo está batendo à nossa porta, precisamos urgentemente deixar ir embora a ansiedade, a angústia, o medo e as incertezas, pois agora a palavra de ordem é manter a serenidade, despedirmos de tudo que nos fez mal e limpar o espaço para todas as novas conquistas celebrando a cura da Covid-19, que  é o desejo de todos. O tempo deve ser de pura renovação.

Nas palavras de Mário Quintana:O Ano Novo ainda não tem pecado: é tão criança! Vamos embalá-lo... vamos todos cantar juntos em seu berço, de mãos dadas, a canção eterna da esperança”.

Feliz e abençoado 2021 a todos!

21 de dez. de 2020

O Natal de Lizzie

 

Foto do Google


 

    Lizzie estava atenta ao calendário, pois sabia distinguir bem os números, com seus cinco aninhos era muito esperta, inteligente e cheia de vida.

Tinha dois irmãos mais velhos, os quais sabiam a verdade sobre o bom velhinho, o Papai Noel, e que para os desvalidos, e mais necessitados, o Natal era apenas um dia qualquer, pois não havia árvore de Natal, nem presentes e muito menos uma ceia.

A pequena vivia no mundo da fantasia e, era muito feliz, mesmo que seus irmãos tentassem de todas as formas destruírem a imagem boa, que ela guardava em sua memória do Natal, que conheceu pela TV.

  Seu pai havia falecido em um acidente de trabalho, a mina desabou matando-o, juntamente com mais dois trabalhadores, sua mãe recebia uma pequena pensão, que mal dava para pagar as principais despesas, e ainda trabalhava em casa lavando roupas, as quais entregava passadas, tinha poucos fregueses, pois era difícil cuidar dos filhos, da casa, lavar e passar muita roupa.

  Os filhos maiores ajudavam na entrega das roupas, e sempre ganhavam um mimo dos fregueses da mãe.

  Certo dia, Lizzie pediu à mãe para ir com os irmãos na entrega das roupas, era quase Natal. Os três foram carregados de pacotes muito bem distribuídos para que nada ficasse amassado. Em cada vitrine que passavam, a pequena queria parar para ver o Papai Noel, os brinquedos, as pessoas alegres, com suas sacolas cheias, porém neste Natal havia algo diferente, pois  todos estavam usando máscaras, devido à pandemia. Ela já estava informada sobre tudo, e principalmente sobre os cuidados que deveria ter para se proteger e assim, proteger os outros também.

  Ao chegarem à casa da primeira freguesa, a porta se abriu e ela ficou extasiada com tanta beleza na sala de jantar, nunca vira igual. Uma árvore gigante enfeitada com belas bolas vermelhas, sob ela muitos pacotes de presentes, os olhinhos dela brilhavam. A dona da casa viu o encantamento da menina e disse:

-Qual é o seu nome? -Lizzie, ela respondeu rapidamente.

-Lizzie, venha admirar a árvore de perto. Ela ficou um pouco arredia, mas sentiu a aprovação no olhar dos irmãos, foi pisando  mansinho para não acordar o Menino Jesus, que dormia no presépio. Ficou um longo tempo olhando tudo com muito cuidado e amor.

   Lágrimas escorreram dos seus lindos olhinhos, nunca tiveram uma árvore de Natal em casa. Tudo eram promessas de sua mãe, que não podia cumpri-las.

Foram à casa de todos os fregueses para entregar as roupas, a menina não falou mais nada, seu silêncio mostrava-lhes o quanto estava triste e desiludida, os irmãos não quiseram falar nada também, e assim seguiram para casa.

  Nem a presença do Papai Noel em frente às lojas a animaram, os irmãos perguntaram se ela queria ir ao shopping para conversar com o Papai Noel, explicaram a ela que lá ele ficava em uma grande cadeira, apenas ouvindo os pedidos das crianças, mas ela apenas meneou um não, com a cabeça.

Em casa, a mãe notou a tristeza da pequena, que não quis falar nada, e sequer quis comer. Ela sabia que o motivo da tristeza era o que vira, pois seus olhinhos jamais haviam visto algo diferente do que conhecia em seu bairro, a beleza do Natal, tanto brilho, tanta luz.

  Lizzie em sua humilde cama não conseguia dormir, pensando no que vira, mas não estava triste por ela, mas sim por todas as pessoas que jamais teriam um Natal, como ela presenciara nos preparativos por onde passou. Em sua tenra idade pode mensurar o quanto as pessoas eram diferentes, o quanto padeciam e o quanto não percebiam além do seu mundo precário.

Levantou-se muito cedo e correu no quarto dos irmãos, sacudindo o braço de cada um.

-Acordem, por favor, acordem!

-O que aconteceu, Lizzie?

-Quero que me levem ao shopping, vou fazer meu pedido ao Papai Noel.

Sem saber o que fazer e dizer, pois seria mais uma decepção para a irmãzinha, que vivia no mundo da fantasia.

Ao chegarem ao shopping ela correu pegou as mãos do velho Noel e disse:

-Querido, Papai Noel, sei que você está mais perto de Jesus e com certeza, ele o atenderá. O bom velhinho arregalou os olhos e ficou ouvindo o pedido da pequena.

-Peça a Jesus para que todas as pessoas, que vivem como minha família, possam ter um Natal com pinheirinhos enfeitados com bolas cobertas de esperança, que haja muita alegria ao festejar o nascimento Dele, que Ele nasça e permaneça no coração dos humildes, que haja muito Amor para ser  fatiado, e que todos possam ganhar uma boa fatia deste Amor para completar a sua ceia.

  Feliz Natal a todos!

13 de dez. de 2020

Livro As parteiras e seu ofício de "aparar bebês"

Imagem Google/TVMill




     No dia 27 de novembro, próximo passado, a professora Leni Trentin Gaspari, além de brindar os leitores com sua mais recente obra: As parteiras e seu ofício de 'aparar bebês” nos presenteou com a belíssima e interessante pesquisa, a qual deu forma e beleza ao seu livro. 
A obra me chamou a atenção desde que tomei conhecimento dela. Estava ansiosa para ler sobre as parteiras de nossas cidades e arredores. Mais feliz fiquei, quando soube que a parteira que me aparou, quando nasci, está em seu livro. Há o ditado, que todo homem só pode alcançar a sua beatitude quando tiver um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Extremamente interessante, mais ainda, quando o conteúdo do livro é sobre o nascimento dele próprio, contando sobre o belíssimo trabalho de aparar os bebês que vêm ao mundo. A autora gestou sua obra por muito mais que os nove meses, foram muitos longos meses, que se transformaram em exatos dois anos entre pesquisa e escrita. Nesse tempo de gestação a autora precisou fazer todos os tipos de acompanhamentos como: visitas às famílias das parteiras, viagens, entrevistas, muitas leituras de referência, estava sempre cuidando para que nada escapasse aos seus olhos, para que nada prejudicasse o nascimento de sua grandiosa obra. Ela estava em constante diálogo com seu livro, pois a alma do gestado sempre a respondia. E assim, num trabalho que conjugou talento e dedicação de longo tempo, nasceu a sua obra. 

   Cabem a nós, leitores, percorrermos o caminho excepcional para obtermos as mais variadas sensações, mescladas, com certeza, de muita emoção, ao folhearmos cada página: pois é só assim que, realmente, essas histórias ganharão vida e cor, porque será uma conversação com as mais incríveis pessoas, e algumas do século passado. Professora Leni nos conta, mediante sua pesquisa, histórias de mulheres que se dedicaram grandemente à arte de partejar, e que elas eram eruditas em seu ofício, no entanto, não aprenderam nos livros de papel, leram diretamente no livro do Universo, e podemos considerar a profissão de partejar a mais antiga do mundo. A história de cada parteira causa emoção imensurável, por isso, cada pessoa deve fazer essa caminhada com sua própria leitura, pois há muito sentimento envolvido do início ao final do livro a autora nos conta que em tempos remotos os bebês nasciam com o auxílio de Deus e da mãe biológica, quase há a possibilidade de se imaginar como deveria ser e quantas mortes aconteceram. 

   Após muito tempo, os povoados começaram a surgir e, com eles, a interação das mulheres com outras mulheres, o que levou à proximidade, à amizade e à ajuda no parto, com as mulheres, que se tornaram as “aparadoras de bebê”, ainda deficientes em tudo, mas já ajudavam as mães a trazerem seus filhos ao mundo. A autora relata que seus estudos de pesquisa e obras sobre o assunto confirmam que o “ofício de partejar” foi passado a todas oralmente, cada uma explicava a outra como era a sua maneira de aparar o bebê, o que foi confirmado pelas entrevistadas. Interessante que para todas as parteiras, a cada parto, ela ganha um filho, e as crianças nascidas pelas suas mãos a consideram uma segunda mãe. No Brasil, as parteiras são inúmeras e incontáveis, muitas viajam quilômetros a pé, a cavalo, em pequenas embarcações, por estradas, rios ou no meio da mata. Às vezes, devido às dificuldades de locomoção, passam vários dias na casa da parturiente, à espera da hora do parto. As parteiras começaram o seu ofício em pequenas aldeias, pois se havia hospitais, além de distantes não eram acessíveis à população. Cinco de maio é o "Dia Internacional da Parteira". O último levantamento do Fundo de População das Nações Unidas mostrou “que as parteiras podem ser a diferença entre a vida e a morte para cerca de 300 mil mulheres por ano”. A data de celebração à profissão foi criada em 1991, pela Organização Mundial de Saúde. A Lei 13.100/15 institui 20 de janeiro como “Dia Nacional da Parteira Tradicional”.  
Uma obra que deve ser lida com muito carinho. 

Parabéns, professora Leni Trentin Gaspari!

A carta que nunca chegou

    Tarde cinza, vento forte fazia os galhos das árvores dançarem no jardim. Eu precisava finalizar a mudança que começara há dois anos,...