12 de mai. de 2012

Poemando...


a Ela



pobre e fatigado amigo

que do aroma do perfume amante sobrevive

respira entre luzes neon

seu pulsar é fraco desde que ela partiu

o sangue escorre vívido e sagaz

não pronuncias mais o nome alheio

apenas vive por viver

a motivação se foi com o vento centro-oeste

da terra seca não mais brotará

a água da vida já não escorre mais silenciosa e lenta pela sua face

não mais sentireis a pele morena e macia

não mais ouvirás a voz doce e meiga do ser que ama

morre todos os dias

já não mais voa por entre quartos e cortinas

podaram suas asas

seu sorriso ficou escuro, sem luz, oco

seus olhos já não refletem mais o bem que ela lhe fez

seu abraço está vazio

suas pernas sem rumo

suas mãos calejadas

seus dedos azulados

a tinta secou

o papel amarelou

e ela, tão mortal e sagaz, sobrevoas por entre braços e bocas alheios

já não lhe pertence mais

apenas o pobre e fatigado coração

que por ela bate

sofrido

arrastado

esperando o leito de morte.



                                                                                         

8 comentários:

  1. Triste e belo o poema. A dor da perda não agoniza, insiste em perfurar os nossos corações, enquanto a saudade nele tiver guarida.

    Bjs.

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    1. Marilene,os poemas sempre trazem a nossa alma algo sublime e que cada um de nós lê e sente da sua maneira,os poetas é que sabem nos dizer tudo que sentem através das palavras.Obrigada!Um grande abraço!

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  2. ...ela sobrevoa por entre braços e bocas alheios...
    e esses vôos são alheios à saudade irracional, que já transpôs os umbrais do normal, que vaga como um lobo na cidade, distante do seu habitat, guiado pela inexplicável vontade de "estar lá", como se pudesse estalar os dedos e decifrar todos os segredos que o trouxeram para cá.
    Bom domingo!!

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    1. Helcio,seu comentário já é um poema....
      Por isso ,não me canso de afirmar que poeta pode tudo,pois sempre que escreve,transpõe para o papel o que vai na alma.Você é um poeta! Um grande abraço!

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  3. Gasparzinho13/5/12 11:38

    Bravo!
    Mas arrisco dizer: pior do que sofrer por amor, é nunca ter amado!
    Lindo, triste e verdadeiro poema.

    Abraços do amiguinho camarada.

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  4. Olá Gasparzinho,gostei do Bravo!!!!!concordo com você,o bom é sempre amar e ser amado.O amor pode tudo.Um grande abraço!

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  5. oi Marli,

    lindo poema minha amiga,
    mas eu prefiro o amor sem sofrimento,
    o amor leve,cheio de cores,
    acredito que depende de nós transformá-lo...

    beijinhos

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  6. Bom dia Rô,eu também prefiro amar sem sofrer,porém às vezes o próprio amar já é sofrer,ainda assim só o amor é real.Beijos!

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