Eu caminhava quase rente aos dois, e para ouvi-los mantive o
passo, o sol já estava dando sinal de seus raios, os quais mostravam que iria
ser um dia de muito calor.
O pai continuava a conversar com o pequeno, que parecia
estar nas séries iniciais, pelo tamanho e pelo simples vocabulário de criança.
O pequeno insistia com o pai que não queria mais ir à escola,
disse que não gostava. O pai, calou-se e ficou pensativo, pensei que ele não
fosse dizer mais nada, porém quando voltou a falar, foi emocionante a lição de
vida que passou ao filho.
-Filho, olhe bem para o seu pai e descreva como me vê, como
pareço para você?
-Ah, pai, não sei, mas você me parece um homem velho, de
cabelos brancos, roupas surradas, levando sua marmitinha que a mamãe prepara
para o senhor, vejo um homem que não sorri , que chega à noite e come rápido
para ir dormir, aí acorda muito cedo para me trazer à escola, e só.
O pai baixou os olhos para esconder as lágrimas que
insistiam em cair.
-Pai, você está chorando?
-Ah, filho, há tantos motivos.
-Que motivos, pai?
-Um deles é você não querer estudar, perceba que seu pai mal
sabe assinar o nome, porque não tive a oportunidade de estudar,precisei
trabalhar quando tinha a sua idade,eu trabalhava fora junto com seu avô, para
levar mais dinheiro para casa.
-Pai, você queria estudar?
-Sim, meu filho.
-Sabe, se eu tivesse um pouco de estudo, com certeza eu
estaria trabalhando em algo melhor, não estaria empurrando você, nesta
bicicleta velha, poderia chegar em casa mais cedo, poderia acompanhar você nos
deveres de casa, brincar com você,passear com sua mãe, e aos domingos, teríamos
tempo para ficarmos juntos com toda a nossa família, porém como não tenho
estudo, preciso aceitar o emprego que me oferecem.
O filho olhou as mãos calejadas do pai, os cabelos em
desalinho, e percebeu o quanto o pai sofria por ele não querer aceitar o grande
presente, poder ir à escola.
Pensativo o pequeno falou:-
- Pai, vamos mais rápido, porque não quero chegar atrasado
para a aula.
O pai sorriu e apressou o passo.
Fotos: Google
Que linda história e belos diálogos, reflexivos e ternos! Gostei! bjs, lindo dia! chica
ResponderExcluirQue texto tão bonito e emocionante! Parabéns.
ResponderExcluirBeijinhos e um dia feliz
Linda lição, linda mensagem. E essa música também é uma pérola, lembro-me dela com Sérgio Bitencourt. Parabéns pela postagem.
ResponderExcluirQue linda lição de vida esse pai deu ao seu filho.
ResponderExcluirAmei ler Marli!
Bjs-Carmen Lúcia.
Que história bonita, Marli! Dá um nó na garganta. Quando o menino descreve como vê o pai...poxa. O que os pais não fazem para dar aos filhos o melhor? E muitos não notam. Comparam com os pais dos coleguinhas! Mas a história é real, muito.
ResponderExcluirBeijo, amiga, linda postagem!
Olá, querida Marli!
ResponderExcluirCreio k esse texto, escrito por você, naturalmente, foi fruto de uma conversa entre pai e filho, que você escutou, logo bem de manhãzinha, portanto, foi real e não ficção.
As palavras, o diálogo é sempre tão importante, nesse e em outros casos. Seu escrito demonstra bem o amor k um pai tem por seu filho, fazendo o possível pra ele ter uma vida bem mais satisfatória que a dele, lhe fazendo compreender a vida, afinal. Há quem tudo tenha e não queira estudar, progredir, mas, a maioria gosta de seguir até a profissão do pai.
Esperemos k esse menino tenha interiorizado as palavras, os conselhos do pai, para ter melhores condições de vida, ter o cabelo mais arrumadinho e roupas satisfatórias, para além de poder proporcionar à família, k irá formar, o melhor k lhe seja possível. Queira Deus!
Gosto de te ler, pke, para além da escrita ser perfeita, morfológica e sintaticamente, você nos põe perante factos reais e sociais. Parabéns, querida!
Beijos e se aprecia, te desejo bom carnaval. Aqui, tudo calmo, sem folia e "doidice". Enfim, essa festa pagã faz esquecer os profundos problemas desse seu Brasil, sobretudo das classes mais desfavorecidas, mas são essas k estão sambando, curtindo e transando (este verbo não existe no Português de Portugal).
Obrigada Marli,pela visita e comentário.
ResponderExcluirbjs e um feliz carnaval.
Carmen Lúcia.
Minha boa amiga história, com uma grande historia, uma boa lição e é uma realidade. Um pouco parecida com minha vida, muitas vezes não temos o tempo que desejamos para os nossos filhos ou netos, ficamos muito ocupados. Creio que é uma lição não só para o filho mas também para os pais muito ocupados, Sim senhora recebi o que lhe agradeço. Bjinho. António.
ResponderExcluirComovente! Belíssima lição de amor e de vida.
ResponderExcluirUma boa semana.
Beijos.
Ufa,que história! Mensagem tocante! Se milhões de meninos e meninas, neste país( que estão vendo a banda passar), encarassem o estudo com a necessária atenção e doação individual, certamente, quando adultos, teriam, no mínimo, uma vida menos sofrida. Um abração. Tenhas uma ótima semana.
ResponderExcluirOlá Marli.
ResponderExcluirLi com muita atenção a sua bela crônica descritiva, na qual conta essa história ocorrida entre pai e filho, o primeiro sem mais recursos para crescer, o segundo com a oportunidade que, como filho, recebe de quem tem pouco a dar, a não ser o exemplo de sua vida com tanta carência. O filho entendeu que o estudo poderá ser a saída da vida que lhe ofereceram os pais. Parabéns,
Abraços.
Os exemplos são as melhores lições de vida para as crianças.
ResponderExcluirUma história comovente e muito bem contada.
Gostei muito.
Continuação de uma óptima semana, amiga Marli.
Beijo.
Boa tarde, uma lição sentida e bem compreendida pelo filho.
ResponderExcluirAG
Comovente, Marli. E, em verdade, um problema bem comum: muitas são as crianças que não querem ir à escola... e mais tarde se arrependem, amargamente. De certa forma, eu fui uma delas. Boa semana, amiga!
ResponderExcluirTocou-me de especial modo esta narração. Exerci funções como professora tutora e uma das problemáticas era o abandono escolar precoce. Quão difícil era preveni-lo e combatê-lo!
ResponderExcluirOxalá todos os jovens soubessem seguir este exemplo.
Gostei muito!
Bj, Marli💓