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O sol ainda não havia surgido e a pequena
Laura já estava em pé, morava no bairro e estudava no centro da cidade, não
havia meios de transporte para levá-la, sabia do seu compromisso e levantava
cedo, preparava o seu café, pegava seu material escolar, tudo pronto na noite
anterior, era muito responsável, os pais não precisavam cuidar do seu horário.
Ela corria esperar as coleguinhas que passavam para irem juntas, eram em cinco,
iam pela linha do trem até perto da escola. Naquela época a Maria Fumaça ainda
era a senhora dos trilhos.
As meninas não tinham medo de tempo feio,
nem a chuva fazia com que elas perdessem a vontade de estudar, iam com suas
galochas sobre a conga, pois não havia tênis ainda, capas de chuva e assim
chegavam sem quaisquer resquícios da chuva.
A biblioteca da escola era excelente, havia
muitas coleções, muitos volumes.Laura
se destacava nas leituras, pois em pouco tempo havia lido a maioria dos livros
da Coleção Vaga-Lume.
Um dos primeiros da coleção foi "Éramos
Seis", da autora Maria José Dupré,a bibliotecária admirava a constância
com que a menina relia essa obra, ela conseguia ler quase que um por semana,
era uma leitora admirável. Quando ela leu a obra” Sozinha no Mundo”, do autor
Marcos Rey,ficou extasiada, a cada intervalo de aula ela vinha comentar o que
tinha lido sobre a menina Pimpa, personagem da história, e que estava
desprotegida sem a mãe.
O
reboliço cultural aconteceu quando ela estava lendo “O Escaravelho do Diabo”,
da autora Lúcia Machado de Almeida, quis pesquisar em vários livros para ter a
certeza de que um simples besouro,inseto que ela gostava, estava envolvido em
uma trama tão sórdida. Laura era assim mesmo, cheia de sonhos e a leitura a
fazia viver em outros mundos.
Em casa, a menina tinha muitas tarefas para
fazer, e ainda auxiliava a mãe no serviço da casa, fazia tudo com muito
cuidado, e a mãe a ensinava tudo que era necessário para ela saber se defender
na vida. À noite, Laura tinha um bom tempo para ler, porém havia horário para
dormir, pois sabia que levantar cedo era difícil, e quando o inverno chegava, na
região sul, o frio era sempre rigoroso. Tinha bons agasalhos, mesmo assim, o ar
gelado transpassava a roupa,e ao caminhar sentia o gelo quebrando sob seus pés,
mas tudo era vencido com alegria. As cinco meninas estavam sempre dispostas e
caminhavam muito.
Na escola, era muito estudiosa,estava
sempre em dia com as tarefas e suas notas eram excelentes.
Escrevia
muito bem, criava belas estórias, burilava as palavras de uma maneira tão
especial que as transformava em poesia. Havia uma professora que a chamava de “minha
tracinha de livros”, penso que não
existe o diminutivo desse inseto, traça, mas ficou mais carinhoso, pois ela
comia livros.
O último
livro que Laura leu enquanto estudava naquela escola foi, “O Mistério da Ilha
Perdida”, ela chegou a organizar um teatro com o grupo de amigas. Foi um
sucesso, o tempo de estudante dela foi como uma história sem fim.
Seguiu os estudos e fez cursos para trabalhar
em bibliotecas.
Hoje, Laura trabalha como bibliotecária e
escreve livros.
Linda essa história, querida Marli, infelizmente hoje não é muito assim, tem as redes sociais, o Whatsapp... e o negócio fica ali, cheio de bobagens. Quem tem vida interior é outra coisa e se criança já começam a ler, não deixam mais. Gosto de ver as Feiras do Livro aqui em POA, vejo as criancinhas entusiasmadas folhando e comprando livros.
ResponderExcluirEssa menina da tua história, só poderia trabalhar como bibliotecária!! Bota felicidade nisso.
Beijo, querida amiga, um bom domingo, espero que a saúde esteja bem por aí.
Simplesmente belo! Amei!
ResponderExcluirBeijo e um excelente Domingo.
Linda história Marli. E dá até um pouco de nostalgia porque hoje nas escolas o espaço menos visitado nas escolas é a biblioteca. Os livros ficam solitários nas estantes à espera de um leitor
ResponderExcluirE com esse gosto apurado pela leitura escolheu uma bela e notável profissão. Amei o texto minha querida
Beijinhos perfumados e um feliz domingo
Uma menina assim só podia chegar a ser escritora. Gostei da história, a mostrar a importância de ler, porque a leitura ensina-nos, desperta a nossa curiosidade, faz-nos viajar…
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.
Belo post, Marli! Ah, uma curiosidade: por acaso, também li todos esses livros que você mencionou! :) Meu abraço, amiga; boa semana.
ResponderExcluirUma excelente leitura!
ResponderExcluirHoje:-Nasce a saudade, queimando dentro de mim. {Poetizando e Encantando}
Bjos
Votos de uma óptima Terça-Feira
Querida Marli, que linda essa estória, não sei se há semelhança com a vida real, pois ler fez parte de minha vida inteira, desde menina que sempre me vi com um bom livro na mão e lia ávidamente, meu passatempo predileto!
ResponderExcluirPortanto me identifiquei e até posso dizer que é história e muito linda assim escrita com sua sensibilidade!
Amei ler!
Abraços apertados!
Querida Marli, vi o teu comentário no blog da minha amiga Tais e resolvi espreitar por aqui. Ainda bem que o fiz, pois adorei ler alguna " nacos de prosa", relatos emocionantes de pedaços de vida que passam por nós todos os dias. Se leres o que escrevi no cantinho da Tais, saberás do grande amor que tenho pelo Brasil. Voltarei mais vezes, apesar de, este mês de Agosto, ser o nosso mês de férias e, como de costume, darei descanso ao Começar de novo Isto não quer dizer que não visitarei os amigos ou que fecharei a porta; continuará aberta para quem quiser entrar. Um beijinho e tudo de bom! Adorei!
ResponderExcluirEmilia
Deve ser ótimo u'a bibliotecária no
ResponderExcluirquadro da amizade da gente. Nesses
casos lê-se com a maior segurança.
Eu sei que todos os livros têm algu-
ma coisa pra ensinar, mas confesso já
ter deixado alguns pela metade.
Gostei do seu texto, por isso o beijo
que deixo no rodapé do meu comentário.
.
Boa noite, Marli!
ResponderExcluirO final desta bela história sobre a leitura, diz bem da sua importância: “Hoje, Laura trabalha como bibliotecária e escreve livros.” Pena que grande parte dos professores das duas últimas décadas não se empenharam como deviam em estimular a boa leitura, livre de ideologias. Mas nem tudo está perdido, não é verdade professora Marli Teresinha? Parabéns!
Votos de uma ótima semana, Marli.
Um abraço.
Pedro
Marli,
ResponderExcluirgostei muito da narrativa.
Pena que hoje em dia existam tão poucas bibliotecas públicas.
As "futuras Lauras" com certeza terão dificuldade de se encaminhar nessa função no Mundo robótico que vivemos hoje em dia, onde ninguém desgruda mais do celular... Eu bem que tento, mas, os mais jovens nem tentar tentam!
Beijos,
Bom final de semana pra ti!!!
Até a próxima!!!
Douglas
Um texto adorável, com imensas referencias, certamente a excelentes autores... que confesso não conhecer... e que nos desafiam a isso mesmo... descobri-los!...
ResponderExcluirInfelizmente, a grande maioria das crianças de agora, já não reage com o mesmo entusiasmo à leitura... as novas tecnologias, vieram apontar para outros universos, com distracções mil... do superficial e do imediato... visando conhecimentos efémeros, sobre tudo e mais alguma coisa, sem critério algum... criando o excesso de informação... um universo propício para a crescente desinformação... e correspondente retrocesso cultural e relacional...
Adorei o texto, que tanto se foca no enriquecimento de espírito, pelas boas leituras... e tenho saudades destes tempos... em que as boas leituras eram prioridade... e feitas com vontade...
Hoje em dia, os mais jovens não se vêem como escritores... mas como... influenciadores... num mundo virtual... que nos oferece uma realidade plástica, de aparências... que resista a uma rápida apreciação... consubstanciada num qualquer número elevado de likes... acho que insistem em continuar a chamar a isto... de progresso!...
Deixo um beijinho, Marli, aproveitando para me despedir, por algum tempo, por ocasião da minha habitual pausa de Verão, por esta altura... contando voltar em meados de Outubro!
Tudo de bom! Até breve!
Ana
Marli a história é linda, nota-se que estás bem documentada, e quiçá tens o dom da sensibilidade e porque não, da sociologia, para nos trazeres edificantes histórias, nos caso para a formação do carácter dos jovens.
ResponderExcluirbjs
Boa tardinha, querida amiga Marli!
ResponderExcluirGostei muito de Éramos Seis e já fiz referência a alguns textos dele. Caliou-me fundo na alma quano o li devorando-o também...
Gostei de achar essa rererência aqui, os demais ainda não os li e anotei.
Você prima bem bom gosto nas postagens.
Tenha uma noite abençoada!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem