Todos
sabemos o que é um elevador,mas poucos param para pensar sobre ele e suas
funções.Podemos até fazermos analogias sobre ele e a vida.
“A vida é
como um elevador.Em seu caminho para cima,às vezes você tem que parar e
deixar algumas pessoas saírem”. Pensando assim,entrei no elevador,apertei o
botão para descer, mais pessoas foram entrando,em cada andar e os botões iam
sendo usados.Notei que todas as pessoas ao entrarem se transformavam,pareciam
estátuas do mais duro mármore. Um casal entrou,mas parecia que a distância
faria bem a eles.Era nítido que haviam brigado,e a briga não terminara,porém
tiveram que ficar feito múmias caladas.Os olhos da mulher soltavam faíscas contra
o homem,que provavelmente era seu marido. Eu estava inquieta,pois dava para
notar que logo iria haver uma explosão entre eles.
Quando o elevador parou no andar onde iriam
ficar ela saiu,olhou para trás e percebeu que o marido decidira ficar,ela
grosseiramente o puxou pela manga da camisa,a qual rasgou,e ele foi forçado a
sair.Assustadora atitude.
Surgiu naquele momento a ideia de escrever uma
crônica sobre as pessoas e o elevador.Porém,surgiu uma dificuldade, como
abordar um assunto tão corriqueiro e difícil ao mesmo tempo.Teria que ser uma
crônica no estilo de Luís Fernando Veríssimo.
Pensei,pensei,pensei mais e começaram a
fluir ideias, mas como Veríssimo ou Marta Medeiros descreveriam as pessoas
fechadas em uma caixa metálica sem sequer olhar uma para a outra,pois elas
simplesmente fixavam os olhos aos botões ou aos números correndo no placar,
sobre a porta, outros que só ficam olhando para os próprios pés,outros ainda
ficavam cutucando as unhas com alguma chave que tinham nas mãos. Observei tudo
e achei muitíssimo engraçado. Voltei meu pensamento na crônica,e concluí que
Veríssimo escreveria que o morador do 12º andar, estava apressado, pois cuidava
também do relógio,diferente do morador do 11º,que nem se importava com o
ruído apavorante que o elevador fazia.
O vizinho da esquerda estava com a cabeça
erguida e olhos grudados ao placar de andares,enquanto o vizinho da direita se
abanava sentindo um calor que não existia. O outro ao lado ficou o tempo todo
se olhando no grande espelho na parede do elevador.
A vizinha do andar de baixo,com seus mais
de 70 anos, implicava com o menino ao seu lado,que carregava um cãozinho que
estava um pouco sujo,ela fazia cara de nojo e gesticulava,mas o garoto nem
lhe dava atenção.
E, em
relação ao casal briguento,que também
não falavam nenhuma palavra, mas que provavelmente eles desceram em um andar,que não era o desejado,mas sim,para continuarem a discussão, percebia-se que estavam no auge da raiva, pois antes da porta
do elevador se fechar já se ouviam vozes alteradas e ofensivas dos dois, pois estavam a pouca distância .
Percebi o quanto a pequena viagem até o
térreo do edifício,era dolorosa para a maioria das pessoas.
Uma parada, um soco do elevador e voltei a
escrever a crônica em minha mente.
Lembrei o quanto é engraçado ficar parado
junto com outras pessoas e não emitir nenhum som. Chega a ser constrangedor,estar em um lugar e não poder ou não querer dizer nem uma palavra,será que é
uma regra imposta pela sociedade?
Pelo menos, poder responder um belo bom dia,boa tarde, como vai,dar um belo sorriso seria elegante e educado.
Ideia para várias outras crônicas.
Tenho muito medo de elevadores!
ResponderExcluir-
Cofre sem fragmento...
Beijo e uma noite! :)
Gostei do tema e das colocações e me fizeste pensar! bjs praianos,chica
ResponderExcluirBoa noite de paz, querida amiga Marli!
ResponderExcluirQue bem escrito, envolvente e verdadeiro seu post!
Aqui, eu dou o bom dia ou o boa tarde para quebrar o clima de estátua... Dá sempre certo.
Gostei muito dos escritores mencionados, dos paralelos que estabeleceu.
Bom ler assuntos atuais de forma leve.
Tenha dias felizes e abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Bom dia querida Marli!
ResponderExcluirAmei ler aqui, a vida é assim, em todos os lugares, ruas, caminhadas, sempre nos deparamos com pessoas, algumas sentimos que podemos cumprimentar, outras não, sua crônica ficou muito boa, amei ler, tens inspiração e um momento que parecia corriqueiro, rendeu um texto para reflexão, cada um em si, alguns até saem de si em público, como o casal da briga, mas assim é a vida, com constrangimentos e tudo!
Abraços apertados!
Olá, querida Marli!
ResponderExcluirComo sempre crónicas mto interessantes e essa não é exceção.
Você escreve tão bem e tão naturalmente!
Já tinha pensado nessa situação, mas nunca foi temática que soubesse abordar na escrita, mas já tenho falado com algumas pessoas sobre o assunto, e ninguém consegue encontrar justificação para essas atitudes.
Eu acho que em espaços restritos, pequenos e fechados, as pessoas ficam sem saber o que fazer ou dizer, ou seja, não se sentem à-vontade, daí esses comportamentos. Em edifícios bem altos em que o elevador leva 10 minutos ou mais a atingir o topo, como no Dubai, as pessoas pouco a pouco, vão se descontraindo e quase ficam naturais e até agradáveis.
Gostei imenso de ler o que você escreveu com inteligência e sabedoria.
Novo post e vídeo. Apareça por lá, qdo lhe for possível. Obrigada!
Beijos, um abraço e uma boa semana.
É mesmo assim. Tantas vezes nem bom dia dizem. A sua crónica diz-nos de seu espírito de observação. Gostei muito.
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.
Oi Marli
ResponderExcluirÉ bem assim mesmo. Muito interessante a sua observação e o seu despojamento em transformar uma cena do cotidiano numa crônica excepcional.
Beijinhos minha querida
Hoje vim trazer um convite.
ResponderExcluirNeste ano de 2020 quero alinhavar no meu blog Sonhos e Poesia um projeto intitulado "Café Poético" , quinzenalmente será apresentado na minha página uma pérola poética de sua autoria à sua escolha para que possa ser apreciado pelos nossos amigos e amigas leitores. Maiores informações no meu blog. Passe por lá, leia a postagem e sinta-se à vontade para aceitar ou recusar o convite.
Beijinhos poéticos
Querida amiga, que gostosa de ler essa tua crônica!
ResponderExcluirBem, concordo com tudo que li, também achava constrangedor entrar num elevador, hoje, não mais! Entro e fico rigorosamente na minha, meu olhar gago para qualquer coisa, menos para alguém. Entro com a convicção que não existe ninguém ali dentro, apenas dou um bom dia. Aprendi a enxergar tudo sem olhar! Deu para entender isso? rsss Num passar de olhos rapidíssimo ao entrar, já deu para ver tudo.
gostei imensamente de ler.
Beijinho, um bom restinho de semana!
corrijo um erro: meu olhar 'incerto' vai para qualquer coisa, menos para alguém.
ExcluirQuerida Marli, vim ler novamente essa tua bela crônica e tenho mais coisa a acrescentar: realmente as pessoas não sabem para onde olhar, o que fazer, é um constrangimento, todas amontoadas, loucas para chegarem no andar. Muitas olham para o celular, outras para um infinito que não consigo descobrir, um olhar perdido.
Beijo, querida!
Marli o que escreves é bem uma crónica de costumes. Para tal usaste um bom espírito de observação. Com aprecio muito o género, escusado será dizer que adorei e aplaudo.
ResponderExcluirbjs
Muito obrigada pela visita e comentário.
ResponderExcluirVisitei seu belo e rico espaço,mas não consegui publicar a minha mensagem. Abraço!
Interessantíssimo texto, Marli! Uma metáfora perfeita, para mostrar quão pouco nos sentimos à vontade, com a proximidade dos ouros! Belo post, minha amiga; boa semana!
ResponderExcluirGostei muito de sua crônica, Marli, sobre o elevador. É verdade, acho que nunca parei para pensar no “convívio” das pessoas no elevador. Agora cheguei a lembrar-me de alguns momentos desagradáveis em elevadores, como, por exemplo, crianças gritando ou chorando em meio às pessoas que se amontoavam ali, apenas contando com a intervenção dos pais.
ResponderExcluirParabéns pela bela crônica!
Um ótimo domingo, com muita paz, Marli.
Um abraço.
Pedro
Olá, querida Marli!
ResponderExcluirEspero que você esteja bem, tal como sua família. Por aqui, tudo normal e o inverno nunca mais vai embora.
Calculei que ainda não tivesse nova postagem, mas hoje vim fazer um convite a você. Meu blog está aniversariando e quer juntinho dele todos os amigos (as), que costumam mimá-lo. Há bolinhos, brigadeiros e champanhe para molhar e afinar as gargantas-rs. Podemos contar com sua visita? Esperamos você. Obrigada!
Beijos e boa semana.