Tenho, particularmente, muito apreço pelos textos de Marta Medeiros. Este,acabo de receber,e não tem como não dividir com vocês!!!Recebi de minha amiga Maria de Lourdes Carbone,que hoje,mora em Blumenau.
Quem sabe um dia eu consiga perder o juízo..não todo...só um pouquinho...devo lembrar que Jorge Luiz Borges também tem um texto belíssimo que fala sobre......"se pudesse voltar no tempo...tomaria banhos de chuva...andaria descalço...tomaria menos aspirina......"" e assim vai.
Beijos grannndesssss...
PUDIM
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Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir Pudim de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente um pedacinho minúscula do meu pudim preferido. Uma só.
Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa. Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um pudim bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.
O PUDIM é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade. A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').
Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.
Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo.
Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar. E por aí vai.
Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...
Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão...
Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'. Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito. Recusar prazeres incompletos e meias porções.
Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim: 'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'...
Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar vários pedaços de pudim, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.
Um dia a gente cria juízo. Um dia. Não tem que ser agora.
Por isso, garçom, por favor, me traga: um pudim inteiro um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order', uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente. OK? Não necessariamente nessa ordem. Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago . .
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Marli, belo blog. Confesso que fiquei emocionada com este tão sensível texto, e a música suave ao fundo, quase me senti levitar.
ResponderExcluirVoltarei muitas vezes.
Beijos. Sucesso!
Eu tambem adoro pudim
ResponderExcluirde ovos, mousse ou de leite
que me deixe deleitado
pelo seu travo e sabor.
Um pudim dado ou comprado
tem sempre o gosto do amor.
Porque o que digo é verdade
e porque lembraste o rei pudim
vou tragá-lo em Liberdade.
Porque o pudim já cá canta
Deixo o resto p'ra mais logo
Que a minha vontade é tanta
e de tanta ainda me afogo.
Gostei do teu poema, pelo sentimento e simplicidade.
Um abraço amigo
ARFER
Bárbara,que prazer enorme ler suas palavras.Seja sempre bem vinda a este blog.Volte sempre.Um grande abraço!
ResponderExcluirARFER,que bom vê-lo aqui.Realmente os pudins que a vida nos dá possuem diferentes ingredientes,porém o doce ou amargo do paladar vai depender de nós.Um grande abraço e volte logo!
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