10 de mar. de 2012

Devolvam o papel do Homem ao Homem

confesso que não conhecia a literatura de Martha Medeiros. Havia assistido ao filme Divã, mas não sabia que era uma adaptação da obra literária desta moça.

por ignorância, preguiça momentânea ou simples falta de curiosidade, apenas assisti ao filme sem interesses nos créditos.

ótimo roteiro, ótima interpretação de Lilian Cabral.

estava eu na fila do mercado, algo que adoro, por sinal, e deparei-me com o livro ''Feliz por nada'', perguntei-me: e por que não?

comprei.

fazia alguns meses que não abria um livro, e estava sentindo falta das folhas entre meus dedos, confesso que a leitura digital tem suas vantagens para quem não tem tempo, mas jamais substituirá o prazer de um bom e tradicional livro físico.

trata-se de um livro com várias crônicas, escrita por Martha, em vários momentos de sua vida. todas com o teor do tema: é preciso muito pouco para ser feliz.

entre os textos lidos, o que mais me chamou a atenção foi ''Mulheres na Pressão'', as mulheres de hoje não se comparam em nada às mulheres do tempo da minha avó, por exemplo, ou melhor, o único comum que ambas têm é que são mulheres. No fundo apenas mulheres.

mas não estou aqui para discorrer sobre nós, mulheres, mas sim sobre algo que, em uma frase, uma pequena frase, já no final do texto, Martha me fez parar por um momento, fechar o livro, dar um sorriso e exclamar: é isso aí!

''Estou com saudades de ler e ouvir sobre as adoráveis qualidades dos homens. eles merecem voltar a ser valorizados em seus atributos.''

pensei na hora: essa gaúcha entende da coisa! resumiu o que há tempos não se consegue explicar: por que os relacionamentos homem x mulher duram pouco? por que os homens andam tão apagados? por que os homens se sentem tão ameaçados pelas mulheres? por que os homens não tomam mais iniciativas? por que há tantas mulheres tomando conta da casa, emprego, filhos, família? cadê os nossos homens? refiro-me a todos...: namorados, maridos, amantes, amigos, irmãos, avôs, tios, primos, pais...

não se vê mais tal espécime na mídia ( escrita ou falada ).

antes eu abria uma revista e via uma página inteira referindo-se a eles. hoje, no máximo um anúncio de 2 frases.

antigamente o homem fazia seu papel, e muito bem feito, diga-se de passagem.

hoje o homem está esquecido, o homem está jogado de lado, está num canto da sala e fala quando é convidado pela anfitriã.

as mulheres tomaram frente de tudo, inclusive de quando o homem deve se aproximar e se afastar.

quebrou-se o encanto, esqueceu-se a magia, e o homem encontra-se perdido num mundo moderno, num mundo em que temos mulheres fazendo papel de pai e mãe.

aos mais afoitos e feministas, respirem, contem até 3.

não estou difamando nós, mulheres.

não estou descartando nosso papel na sociedade, na evolução, nem mesmo esquecendo as coisas boas que trazemos todos os dias para o mundo.

mas creio que devemos deixar o homem voltar ao seu papel: ser homem, ser pai, ser amigo, ser irmão, ser avô, ser tio, ser amante, ser namorado, ser empregado, ser patrão, ser companheiro.

não há substituto para o homem, assim como não há para a mulher.

creio que ficamos muitos anos sendo descartadas, que quando abriram a porta, avançamos com tanta sede ao pote, e não paramos mais nem mesmo para tomarmos fôlego, e o pobre homem, acuado, estagnou-se.

não sei se ainda há tempo para que eles reencontrem seus papéis na sociedade moderna, mas vale a pena deixarmos eles tentarem, para um bem comum.


           

2 comentários:

  1. Gasparzinho14/3/12 10:28

    Perfeito! mais uma vez me fez pensar.
    Parabéns!

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  2. Olá,meu amiguinho camarada,que bom que te fez pensar....
    Todos temos que estar sempre nos analisando,por diversos motivos.Obrigada pela visita,volte sempre.

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