O poeta tem o poder. Tem magia, pois faz mágica com o poder das palavras.
O poeta nos encanta e diz tudo o que quer que nós, meros mortais, entendamos com seus poemas e canções.
Para vocês: Pablo Neruda...
Gosto quando te calas
Gosto quando te calas porque estás como ausente,
e me ouves de longe, minha voz não te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado
e parece que um beijo te fechara a boca.
Como todas as coisas estão cheias da minha alma
emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma,
e te pareces com a palavra melancolia.
Gosto de ti quando calas e estás como distante.
E estás como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança:
Deixa-me que me cale com o silêncio teu.
Deixa-me que te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão longinqüo e singelo.
Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra então, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade.
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Pablo Neruda terá sempre meu respeito.
ResponderExcluirSimplesmente sensacional, ótima escolha do poema! Lindo.
Abraços do amiguinho camarada.
Olá Gasparzinho,gosto de poemas que me falam direto à alma, e com este belo poema, Pablo Neruda conquistou o direito de ser postado.Há várias poesias dele, mas na leitura, optei por este.Sensacional, copiando você.Um grande abraço!
ResponderExcluirMarli,
ResponderExcluirAproveitando a noite para ir visitando os amigos, encontrei-a no regresso. Confesso que não reconheci imediatamente. Mas agora sim! E quero confessar que poucas vezes me sinto tão irmanada.
A poesia de Neruda diz-me tanto! "Gosto quando te calas"... O silêncio fala demais. Para mim é urgente porque preciso de me ouvir. É uma voz que nunca me cansa!
Obrigada por este naco! Que foi tanto.
Beijinho
Um belíssimo poema, num fantástico blogue, vejo que tenho muito para ler. Parabéns e grato por me seguir também.
ResponderExcluirGosto quanto falas
ResponderExcluirdos dias d'agora
das horas, da Thora
dos milagres d'outrora
da noite lá fora
da urgência e do nela mora
do que seria se não fosse agora
gosto quando falas
e quando m'ebraças
como outrora
com urgência...