Era um sábado de sol, o azul do céu cobria a cidade de
Curitiba. Um dia propício para almoçar com amigos e compartilhar histórias e
risadas.
O almoço em questão fora um pão francês cortado ao meio, com
um suculento pedaço de carne. À mesa, uma tigela com diversas frutas à nossa
disposição. Pronto, ali estava o nosso banquete.
O dia transcorria, escolhi uma pequena mesa no canto.
Sentei-me, e me preparava para degustar meu almoço quando ele se aproximou,
pedindo para sentar-se comigo.
Com um aceno na cabeça, respondi positivamente, pois naquele
exato momento mordia um pedaço do meu pão com carne.
Foi quando ele, chamando seu amigo, pediu que ele levasse
algumas frutas e um pão com carne a um jovem rapaz que, do outro lado da rua,
buscava algum alimento nas latas de lixo.
O senhor, gentilmente, levou pedaços de melancia até o
rapaz. Ao voltar, ele sorriu e disse:
- Ele quase levou minha mão junto!
O homem que estava ali sentado ao meu lado, sorriu e seus
olhos encheram-se de lágrimas.
Perguntei se estava tudo bem, ele disse:
- Está sim. Sou muito coração mole. Não posso ver pessoas
com fome ou com frio. E saber que talvez, esses pedaços de melancia sejam o
único alimento que ele tenha o dia todo, me traz desconforto.
Começava ali uma conversa que duraria 4 horas, com frases de
otimismo, revelações do passado e volta às origens. Tanto dele quanto minha.
Ele me contou muitas histórias, não para se elevar a nível
de santo, nada disso... tenho certeza de que Deus manda pessoas para nós, com
as palavras e frases certas, quando estamos fragilizados. E foi o que
aconteceu.
Aquele senhor me contando seu passado pobre, as perdas que
teve e que, mesmo assim, jamais perdera a fé. Que a ajuda deve sempre existir,
seja material, seja em palavras, seja em abraços ou apenas em olhares
compadecidos.

Aquele senhor, com os olhos marejados, sentado ao meu lado,
não precisava fazer coisas assim. Ajudar pessoas a quem ele não conhece e que,
provável, jamais receberá um “muito obrigado”. Mas ele aprendeu que a vida é um
ciclo. E o fazer o bem sem olhar a quem tem o seu retorno positivo, leve o
tempo que levar, mas o retorno virá.
Quantas vezes eu me doei a outra pessoa, nesses anos de
vida? Quantas vezes deixei meus afazeres, ou pequenos prazeres para socorrer um
amigo? Quantas vezes separei um pouco da minha comida e dei a outra pessoa?
Quantos abraços de carinho, olhares de afeto ou sorrisos eu dei às pessoas?
E Deus coloca pessoas em nossas vidas com suas histórias,
com seus exemplos para abrir nossos olhos e ouvidos.
E a sensação daquela conversa ainda perdura e, com certeza,
algo se modificou dentro de mim.
Que lindo encontro esse e que bom que permitiste que ele sentasse e falasse. Aqui em Poa nem isso podemos, temos que ter medo dos nossos semelhantes! bjs, chica
ResponderExcluirAmiga, belo texto reflexivo, pois é, é mesmo muito difícil ver pessoas passando necessidades, toda alma se incomoda com isso, seria muito bom se todos pudessem se doar, doar um pouquinho do seu precioso tempo para olhar para o lado!
ResponderExcluirAmar ao próximo com a si mesmo é isso, ver e fazer algo, pequenos gestos que valem muito!
Abraços linda amiga!
Lindo demais!
ResponderExcluirUma reflexão que sabe sempre bem ler,. e que todos deviam ler.
Amei.
Beijos
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Ola Marli.fiz uma grande pausa em meu blog,como deves ter notado pela data da ultima postagem,e agora retornando adorei te conhecer e á teu lindo blog.Maravilhosa mensagem nos traz em teu excelente texto.Esperando novos encontros aqui deixo meu maior abraço.SU
ResponderExcluirMarli lindo o seu relato sobre o nosso amigo, realmente vc descreveu o que acontece em nossa cidade talvez por medo, insegurança ,timidez ou outro motivo qualquer perdemos com o tempo a sensibilidade de nos aproximar de pessoas que necessitam a nossa compreensão nosso afeto nossa amizade muito obrigado por fazer parte de nosso pequeno grupo de pessoas simples mas bem intencionada no sentido de fazer o bem um grande abraço Batista 14/04/2015
ResponderExcluirUm lindo relato que toca o meu coração e me faz ficar emocionado.
ResponderExcluirUm abraço,
Élys.
Nem sempre é possível assim,, beijo Lisette,
ResponderExcluirBom dia querida Marli.. são os pequenos gestos que nos fazem tomar consciência...
ResponderExcluirmuitas pessoas vivem só para si, não compartilham nada nem consigo mesmas..
tr a oportunidade de fazer algo mais certamente nos eleva.. depende de cada um de nós fazer um pouco mais e pararmos de reclamar da vida tão bela.. bjs e lindo dia
Marli, a tua prosa e deveras comovente para, quem tem o coração de manteiga. A lição que fica é sempre e que ficou explicita: "fazer o bem sem olhar a quem". Normalmente, escreve-se o que nos vai na alma. Nessa base, deixo parabéns!
ResponderExcluirBeijos
Relato tocante!
ResponderExcluirMarli, li com atenção esta bela história sobre solidariedade e fé. Parabéns.
ResponderExcluirDesejo a você um bom final de semana.
Abraços.
Boa tarde, Maravilhoso texto que emociona, li e reli.
ResponderExcluirAG
Linda reflexão!! Que possamos dividir nosso pão, nosso tempo, nossos ouvidos e nossa atenção com quem precisa!
ResponderExcluirBjs
www.lucadantas,blogspot.com.br
Boa noite Marli
ResponderExcluirQue conto emocionante.
E esta mensagem de solidariedade jamais será esquecida.
Fazer o bem sem esperar reconhecimento ou gratidão
Uma bela lição minha amiga
Beijos e uma linda semana
Estima, Marli Terezinha Andrucho Boldori.
ResponderExcluirQue bom ler o teu texto.
Nada na vida acontece por acaso, penso eu.
Belo, lindo, emocionante e refletivo, a sua crônica.
Feliz tudo.
Um abraço.
ResponderExcluirthank you
سعودي اوتو
Maravilha, bem escrito. Um post que busca aquele bem-estar interior que todos desejamos e pouco praticamos!
ResponderExcluirOlá amiga!
ResponderExcluirPassei para apreciar suas postagens interessantes, sempre com lindas poesias e mensagens edificantes, matar saudade e deixar o meu abraço e desejar-lhe um Domingo de muita paz e um início de semana abençoado.
Abraços da amiga Lourdes Duarte.
http://filosofandonavidaproflourdes.blogspot.com.br/
Obg por ter partilhado este comovente relato...
ResponderExcluirÉ preciso estar atento ao outro, pois o que dá sentido à vida é estarmos sempre com o olhar fora do nosso umbigo.
BJO, querida Marli :)
(Gosto imenso de ouvir as pessoas narrando suas ricas vivências)
Olá, Marli.
ResponderExcluirUma dessas experiências que nos trazem à lembrança o verdadeiro sentido da vida.
Não podemos acabar com a miséria no mundo, mas podemos diminuir a de alguém que temos ao nosso lado.
bjo