Certo dia, resolvi mudar de rota, voltei para casa por outro
caminho, lembro-me que era um final de tarde lindo, daqueles em que o
céu está rosa e os pássaros, com movimentos perfeitos de ballet, dançavam sobre
minha cabeça.
Naquele momento ouvia uma música desses ritmos que nos
deixam alegres, para cima, pois tudo se encaixava perfeitamente, sentia-me parte da
natureza, como deve ser.
Foi quando observei ao lado, sentada sobre os trilhos do
trem (que hoje não mais apita), uma mulher com as pernas contra o corpo,
olhando para cima, sorria.
Ela estava tão encantada que parei por alguns minutos.
Busquei com os meus olhos o que os olhos dela fitavam e a
faziam sorrir, afinal sorrir faz bem e, eu também queria buscar um pouco
daquela sensação.
Avistei, no céu, um casal de pássaros, pequenos, acredito
serem sabiás.
Eles iam e vinham, suas asinhas desenhavam algo invisível no céu
e, naquele momento, meus lábios sorriram, mas foi algo tão espontâneo, tão puro, que a minha vontade
era convidar a todos que passavam ali para, assim como ela e eu, parassem por
alguns minutos e observassem como a natureza é perfeita em seu conjunto:
animais, floresta e nós.
A harmonia, a boa convivência... Tudo poderia ser sempre
assim
Tirei os fones do ouvido, precisava ouvir o canto daqueles
seres tão pequenos e, ao mesmo tempo, tão grandes
Pensei comigo: corajosos, esses pequenos! Desde quando
nascem têm que enfrentar este mundo todo, imenso, infindo...
Nós ainda temos auxilio, muitos de nós, até longa data...
já, algumas espécies, nascem sozinhos e correm para o mar... tão pequenos e
frágeis. Alguns não conseguem chegar ao seu destino final, outros chegam e têm
que enfrentar outros desafios no fundo do mar...
E, me senti frágil diante de tais pensamentos.
Naquele momento, confesso, entendi o quão frágeis podemos
ser... Muitos animais vivem só por anos e se defendem muito bem, e sobrevivem e
vivem, porém nós sozinhos, não somos
uma ilha, necessitamos uns dos outros para vivermos, pois sozinhos, não sei ao
certo até onde aguentaríamos.
Se sobreviveríamos, o sol já dera espaço à lua.
Coloquei o fone, e continuei meu caminho para casa, pensando
que tudo estava exatamente no seu devido lugar e, era como deveria ser.
Fotos: Google |
Maravilhosa reflexão e divagação! Adorei e esse contato com a natureza e suas belezas nos deixa bem! Saber ver pequenos detalhes nela...bjs, chica
ResponderExcluirBom texto para reflectir! Amei
ResponderExcluirBeijinhos e uma excelente semana
Decerto Marli, a natureza tem sempre o seu lugar próprio, nós próprios fazemos parte dela. Que a estava a observar, compreendeu isso e não fez mais que se enquadrar bem.
ResponderExcluirBjs
Também o teu texto é "como deve ser", um hino ao pulsar da nossa vida em harmonia com a vida da natureza...
ResponderExcluirBjinho, Marli :)