Ele nasceu em Sobral, no Ceará. Seu nome: Antônio Carlos
Belchior Fontenelle Fernandes, ou apenas Belchior.
Aos 67 anos, após inúmeros sucessos musicais, Belchior mantém um enigma à sua volta.
Tudo começou em 2005, quando o artista conheceu Edna Assunção de Araújo, produtora cultural e militante de organizações de extrema-esquerda.
Eles se apaixonaram, iniciaram um namoro e Belchior terminou seu casamento de 35 anos com Ângela, mãe dos dois dos quatro filhos que o cantor tem.
Afastou-se dos amigos, deixou de fazer shows e, em 2009, desapareceu sem deixar rastros.
Nem os amigos mais próximos esperavam tal atitude. Ele abriu mão de todo seu patrimônio ( quadros, roupas, documentos, carros, apartamentos ), além da agenda de shows. O sumiço transformou Belchior em uma figura “cult”. A pergunta “Onde está Belchior?” ecoou na internet e teve repercussão internacional. Campanhas pedindo a volta do músico. Suas músicas que antes tinham cerca de cinco mil acessos, hoje ultrapassam 500 mil.
Mas o sucesso virtual não trouxe nenhum benefício material ao cantor. Ele vive escondido em Porto Alegre com Edna, escondendo-se da polícia. Contra ele há dois mandatos de prisão pelo não pagamento de pensões alimentícias.
Além disso, Belchior abandonou todos os seus compromissos e não paga mais aos seus credores. O ex-secretário particular de Belchior, Célio Silva, ganhou um processo trabalhista contra ele no valor de R$ 1 milhão. Não há mais como recorrer. As contas de Belchior estão bloqueadas e os imóveis que tinha foram comprometidos. Sem dinheiro, ele já se abrigou numa instituição de caridade no Rio Grande do Sul e morou de favor na casa de fãs que nem conhecia.
O que intriga a todos, é que o cantor, aparentemente, não agiu movido por depressão, dívidas ou golpes publicitários, como todos acreditavam. Alguns amigos tentam justificar o comportamento do artista: “Edna não conseguiria sozinha virar a cabeça de alguém inteligente como Belchior. São dois sonhadores, juntaram suas utopias. Deixaram de acreditar neste mundo materialista, objetivo e mesquinho e partiram para um caminho de desapego”. Belchior é um artista com vasta cultura, domina cinco idiomas, conhece filosofia e gosta de física quântica. Até os anos 2000, lançava em média um disco por ano. “Ele era uma máquina, chegava a fazer três shows por noite. Era uma pessoa completamente dedicada à carreira”, diz o parceiro e ex-sócio Jorge Mello.
Depois que conheceu Edna, Belchior percorreu uma trajetória descendente em que, aos poucos, se despojou de todos os bens e obrigações. No final de 2006, ainda com a carreira aquecida, pediu que o empresário Jackson Martins parasse de agendar novos shows. Pretendia passar um tempo se dedicando à pintura e à tradução do poema Divina comédia, de Dante Alighieri, para uma linguagem popular. No início do ano seguinte, deixou o apartamento em que vivia com Ângela, mas continuou morando em São Paulo com Edna, num flat alugado. Desde então, a família diz não ter mais notícias dele.
Belchior continuou em São Paulo até 2009, quando deixou o flat sem quitar os últimos meses de aluguel. Na garagem, ele largou um segundo carro e, em seu apartamento ficaram roupas, rascunhos de música, cartões de crédito e o passaporte. Belchior também abandonou tudo na casa alugada onde funcionava seu escritório: coleção de quadros, discos, documentos e o computador onde estava parte da tradução da Divina comédia, projeto que lhe consumira três anos.
Belchior e Edna perambularam durante todo esse período de hotel em hotel – várias vezes, sem pagar a conta. Amigos culpam Edna pela iniciativa. O primeiro hotel em que isso aconteceu foi o Gran Marquise, em Fortaleza. Os dois ficaram hospedados ali ainda em 2006. Saíram sem pagar dois meses de estadia, no valor de R$ 8 mil. Depois, repetiram a prática em pelo menos quatro locais. No Icaraí Praia Hotel, em Niterói, deixaram uma conta de R$ 4 mil. “Alguns funcionários tiveram de arcar com parte da dívida, já que permitiram que ele ficasse hospedado mais de uma semana sem pagar a conta”, diz o atual gerente, Germano Lopes. No Royal Jardins Boutique, em São Paulo, a conta pendurada foi de R$ 12 mil. “Eles deixaram um cheque caução, mas não tinha fundos”, diz Elly Shimasaki, gerente na ocasião.
O caso mais recente foi no hotel Cassino, na cidade de Artigas, no Uruguai, onde o casal se hospedou entre julho de 2011 e novembro de 2012. Os últimos meses ficaram sem pagamento, restando uma dívida de R$ 35 mil. Lá, Belchior deixou para trás roupas e um laptop.
Em Porto Alegre, Belchior e Edna ficaram inicialmente hospedados num hotel simples no centro, pago com ajuda dos funcionários do Tribunal de Justiça, primeira porta em que o casal bateu quando chegou à capital gaúcha. Depois, foram abrigados no Centro Infanto juvenil Luiz Itamar, instituição de caridade na região metropolitana. Dali, foram levados ao advogado Aramis Nacif, ex-desembargador do Estado, que poderia ajudar Belchior com os processos. “Ele dizia que um agente apareceria, mas nunca apareceu”, diz Nacif. Durante um mês, o casal ficou abrigado na casa de praia do filho dele. “Eles não tinham dinheiro algum. Edna apresentava um sentimento de perseguição muito grande, parecia ter algum distúrbio psicológico”, diz. Foi nesse momento que Belchior conheceu o advogado Jorge Cabral, na casa de quem se hospedou por quatro meses.
Em julho deste ano, Cabral pediu que o casal saísse, dado que Belchior e Edna não davam sinal de acabar com aquela situação de total dependência.
Belchior foi visto pela última vez na entrada do prédio, um edifício moderno num bairro de classe média de Porto Alegre, em frente a uma avenida bastante movimentada. Carregava uma pequena mala nas mãos e material de pintura debaixo do braço. Estava, como sempre, ao lado de Edna.
Informações fornecidas pelo site da revista Época – Marcelo Bortoloti.
Resolvi publicar esta informação pois estou inconformada. Temos perdidos tantos artistas maravilhosos ao longo dos anos, não sei se Belchior tem o direito de nos privar de seu brilhantismo desta forma... mas, talvez, ele tenha encontrado o que tanto buscava ao lado de Edna...
Por enquanto o que me resta é o alento de suas letras já gravadas e regravadas. E, ao ouvi-las, penso que, talvez, ele já estivesse dando seu recado há muito tempo, e hoje colocou-o em prática.
“... e no escritório em que eu trabalho, e fico rico, e quanto mais eu multiplico, diminui o meu amor”...
Aos 67 anos, após inúmeros sucessos musicais, Belchior mantém um enigma à sua volta.
Tudo começou em 2005, quando o artista conheceu Edna Assunção de Araújo, produtora cultural e militante de organizações de extrema-esquerda.
Eles se apaixonaram, iniciaram um namoro e Belchior terminou seu casamento de 35 anos com Ângela, mãe dos dois dos quatro filhos que o cantor tem.
Afastou-se dos amigos, deixou de fazer shows e, em 2009, desapareceu sem deixar rastros.
Nem os amigos mais próximos esperavam tal atitude. Ele abriu mão de todo seu patrimônio ( quadros, roupas, documentos, carros, apartamentos ), além da agenda de shows. O sumiço transformou Belchior em uma figura “cult”. A pergunta “Onde está Belchior?” ecoou na internet e teve repercussão internacional. Campanhas pedindo a volta do músico. Suas músicas que antes tinham cerca de cinco mil acessos, hoje ultrapassam 500 mil.
Mas o sucesso virtual não trouxe nenhum benefício material ao cantor. Ele vive escondido em Porto Alegre com Edna, escondendo-se da polícia. Contra ele há dois mandatos de prisão pelo não pagamento de pensões alimentícias.
Além disso, Belchior abandonou todos os seus compromissos e não paga mais aos seus credores. O ex-secretário particular de Belchior, Célio Silva, ganhou um processo trabalhista contra ele no valor de R$ 1 milhão. Não há mais como recorrer. As contas de Belchior estão bloqueadas e os imóveis que tinha foram comprometidos. Sem dinheiro, ele já se abrigou numa instituição de caridade no Rio Grande do Sul e morou de favor na casa de fãs que nem conhecia.
O que intriga a todos, é que o cantor, aparentemente, não agiu movido por depressão, dívidas ou golpes publicitários, como todos acreditavam. Alguns amigos tentam justificar o comportamento do artista: “Edna não conseguiria sozinha virar a cabeça de alguém inteligente como Belchior. São dois sonhadores, juntaram suas utopias. Deixaram de acreditar neste mundo materialista, objetivo e mesquinho e partiram para um caminho de desapego”. Belchior é um artista com vasta cultura, domina cinco idiomas, conhece filosofia e gosta de física quântica. Até os anos 2000, lançava em média um disco por ano. “Ele era uma máquina, chegava a fazer três shows por noite. Era uma pessoa completamente dedicada à carreira”, diz o parceiro e ex-sócio Jorge Mello.
Depois que conheceu Edna, Belchior percorreu uma trajetória descendente em que, aos poucos, se despojou de todos os bens e obrigações. No final de 2006, ainda com a carreira aquecida, pediu que o empresário Jackson Martins parasse de agendar novos shows. Pretendia passar um tempo se dedicando à pintura e à tradução do poema Divina comédia, de Dante Alighieri, para uma linguagem popular. No início do ano seguinte, deixou o apartamento em que vivia com Ângela, mas continuou morando em São Paulo com Edna, num flat alugado. Desde então, a família diz não ter mais notícias dele.
Belchior continuou em São Paulo até 2009, quando deixou o flat sem quitar os últimos meses de aluguel. Na garagem, ele largou um segundo carro e, em seu apartamento ficaram roupas, rascunhos de música, cartões de crédito e o passaporte. Belchior também abandonou tudo na casa alugada onde funcionava seu escritório: coleção de quadros, discos, documentos e o computador onde estava parte da tradução da Divina comédia, projeto que lhe consumira três anos.
Belchior e Edna perambularam durante todo esse período de hotel em hotel – várias vezes, sem pagar a conta. Amigos culpam Edna pela iniciativa. O primeiro hotel em que isso aconteceu foi o Gran Marquise, em Fortaleza. Os dois ficaram hospedados ali ainda em 2006. Saíram sem pagar dois meses de estadia, no valor de R$ 8 mil. Depois, repetiram a prática em pelo menos quatro locais. No Icaraí Praia Hotel, em Niterói, deixaram uma conta de R$ 4 mil. “Alguns funcionários tiveram de arcar com parte da dívida, já que permitiram que ele ficasse hospedado mais de uma semana sem pagar a conta”, diz o atual gerente, Germano Lopes. No Royal Jardins Boutique, em São Paulo, a conta pendurada foi de R$ 12 mil. “Eles deixaram um cheque caução, mas não tinha fundos”, diz Elly Shimasaki, gerente na ocasião.
O caso mais recente foi no hotel Cassino, na cidade de Artigas, no Uruguai, onde o casal se hospedou entre julho de 2011 e novembro de 2012. Os últimos meses ficaram sem pagamento, restando uma dívida de R$ 35 mil. Lá, Belchior deixou para trás roupas e um laptop.
Em Porto Alegre, Belchior e Edna ficaram inicialmente hospedados num hotel simples no centro, pago com ajuda dos funcionários do Tribunal de Justiça, primeira porta em que o casal bateu quando chegou à capital gaúcha. Depois, foram abrigados no Centro Infanto juvenil Luiz Itamar, instituição de caridade na região metropolitana. Dali, foram levados ao advogado Aramis Nacif, ex-desembargador do Estado, que poderia ajudar Belchior com os processos. “Ele dizia que um agente apareceria, mas nunca apareceu”, diz Nacif. Durante um mês, o casal ficou abrigado na casa de praia do filho dele. “Eles não tinham dinheiro algum. Edna apresentava um sentimento de perseguição muito grande, parecia ter algum distúrbio psicológico”, diz. Foi nesse momento que Belchior conheceu o advogado Jorge Cabral, na casa de quem se hospedou por quatro meses.
Em julho deste ano, Cabral pediu que o casal saísse, dado que Belchior e Edna não davam sinal de acabar com aquela situação de total dependência.
Belchior foi visto pela última vez na entrada do prédio, um edifício moderno num bairro de classe média de Porto Alegre, em frente a uma avenida bastante movimentada. Carregava uma pequena mala nas mãos e material de pintura debaixo do braço. Estava, como sempre, ao lado de Edna.
Informações fornecidas pelo site da revista Época – Marcelo Bortoloti.
Resolvi publicar esta informação pois estou inconformada. Temos perdidos tantos artistas maravilhosos ao longo dos anos, não sei se Belchior tem o direito de nos privar de seu brilhantismo desta forma... mas, talvez, ele tenha encontrado o que tanto buscava ao lado de Edna...
Por enquanto o que me resta é o alento de suas letras já gravadas e regravadas. E, ao ouvi-las, penso que, talvez, ele já estivesse dando seu recado há muito tempo, e hoje colocou-o em prática.
“... e no escritório em que eu trabalho, e fico rico, e quanto mais eu multiplico, diminui o meu amor”...
Fotos: Google |
Triste isso, gostaria de nem ter sabido disso tudo, quem pode saber né mesmo?!
ResponderExcluirAbraços amiga Marli!
Que triste ver uma pessoa como ele assim acabar...Fiquei triste também! Só nos reatam as suas músicas! bjs, chica
ResponderExcluirPenso que não conheço. Mas deixa pena!
ResponderExcluirUm beijinho
Triste, ele teve o auge talvez não cuidou do dinheiro.
ResponderExcluirPor vezes pensamos só no presente e não no futuro.
bjokas =)
Marli, minha querida amiga!
ResponderExcluirNão conhecia o nome de Belchior como cantor brasileiro, k não é seu primeiro nome, como você sabe, nem todo o talento e tanta "loucura", envolvendo ele e sua vida, mas seu texto está completíssimo.
Não sabemos o que vai na cabeça dos outros e, de repente, acontecem coisas absurdas e até pouco explicáveis. Não devo julgar, apenas constatar.
Espero não ser eu a 1ª pessoa a lhe dar novas de Belchior, que no dia 30 do passado mês, "fez as malas" e se mudou para uma dimensão mto maior, a que eu chamo Paraíso. Deus ama todos os Seus filhos e decidiu chama-lo para ele sossegar. Está finalmente descansando e pagando "suas contas".
Partiu sem Edna. Quem diria?! Agora, ela ficou curtindo a loucura do seu esquerdismo sozinha ou será k ainda vai pegar outro "rei mago" (rs)"?
Beijos e dias bem felizes.
Nunca tinha ouvido falar do Belchior e acho que nunca ouvi qualquer música dele (mas vou investigar...).
ResponderExcluirÉ uma história de vida muito estranha e não me admiraria que alguma religião o tenha influenciado.
Bom fim de semana, Marli.
Beijo.
OI MARLI!
ResponderExcluirREALMENTE, UMA HISTÓRIA DE ENTRISTECER MAS, COMO TODOS OS GÊNIOS, BRLCHIOR DEVERIA TER AS SUAS "LOUCURAS" QUE FORAM ALIMENTADAS OU QUEM SABE ENTENDIDAS POR SUA COMPANHEIRA, EDNA.
QUE DEUS O TENHA.
MARAVILHA TEU TEXTO, TROXE MUITO MAIS COISAS À LUZ.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Nunca ouvi falar do Belchior. Mas a história é triste e bem contada.
ResponderExcluirBeijos.
Que vivência incrível.
ResponderExcluirSoube de Belchior (da sua partida) há pouco tempo, através de um blogue que sigo.
Bjinho, Marli