Não conhecia
a literatura de Martha Medeiros. Havia
assistido ao filme Divã, ótimo roteiro, ótima interpretação de Lilian Cabral,
mas não sabia que era uma adaptação da obra literária dessa cronista
brasileira, por ignorância, preguiça momentânea ou simples falta de
curiosidade, apenas assisti ao filme, sem interesse nos créditos, fato que não
é comum, pois vejo o roteiro e, se é
adaptação, procuro saber sobre o autor e obra.
Estava eu na
fila do mercado, algo que adoro, por sinal, e deparei-me com o livro “Feliz por
nada”, perguntei-me: e por que não? Comprei.
Fazia alguns
meses que não abria um livro novo, e estava sentindo falta das folhas entre
meus dedos. A leitura digital tem suas vantagens para quem não tem tempo, mas
jamais substituirá o prazer de um bom e tradicional livro físico. Trata-se de
um livro com várias crônicas, escrita por Martha, em vários momentos de sua
vida, todas com o teor do tema: é preciso muito pouco para ser feliz. Entre os
textos lidos, o que mais me chamou a atenção foi “Mulheres na Pressão”, as
mulheres de hoje não se comparam em nada às mulheres do tempo da minha avó, por
exemplo , ou melhor, o único elo comum que ambas têm é que são mulheres. No
fundo, apenas mulheres, mas não estou aqui para discorrer sobre nós, mulheres,
mas sobre algo que, em uma frase, uma pequena frase, já no final do texto, Martha
me fez parar por um momento, fechar o livro, dar um sorriso e exclamar: é isso
aí ! “Estou com saudades de ler e ouvir sobre as adoráveis qualidades dos
homens. Eles merecem voltar a ser valorizados em seus atributos.”
Pensei na
hora: essa gaúcha entende da coisa! Resumiu o que há tempo não se consegue
explicar: por que os relacionamentos homem x mulher duram pouco? Por que os
homens andam apagados? Por que os homens se sentem tão ameaçados pelas
mulheres? Por que os homens não tomam mais iniciativas? Por que há tantas
mulheres tomando conta da casa, emprego, filhos, família? Cadê os nossos
homens? Refiro-me a todos : namorados, maridos, amigos, irmãos, avôs, tios,
primos, pais...Não se vê mais tal espécime na mídia (escrita ou falada).
Antes eu
abria uma revista e via uma página inteira referindo- se a eles. Hoje, no
máximo, um anúncio de duas frases. Antigamente, o homem fazia seu papel, e
muito bem feito, diga-se de passagem.
Hoje, o
homem está esquecido, o homem está jogado de lado, está em um canto da sala e
fala quando é convidado pela anfitriã.
As mulheres tomaram frente de tudo, inclusive quando ele deve se aproximar e se
afastar. Quebrou-se o encanto, esqueceu-se a magia, e o homem encontra-se
perdido num mundo moderno, num mundo em que temos mulheres fazendo papel de pai
e mãe.
Os mais
afoitos e feministas, respirem, contem até três. Não estou difamando, nós, mulheres. Não estou
descartando nosso papel na sociedade, na evolução, nem mesmo esquecendo as
coisas boas que trazemos todos os dias, para o mundo, mas creio que devemos
deixar o homem voltar ao seu papel: ser homem, ser pai, ser amigo, ser irmão,
ser avô, ser tio, ser namorado, ser empregado, ser patrão, ser companheiro. Não
há substituto para o homem, assim como
não há para a mulher.
Ficamos
tantos anos sendo descartadas, que, quando abriram a porta, avançamos com tanta
sede ao pote, e não paramos mais, nem mesmo para tomarmos fôlego, e o pobre
homem, acuado, estagnou-se.
Não sei se
ainda há tempo para que eles reencontrem
seus papéis na sociedade moderna, mesmo sendo polêmica a frase: vale a pena
deixarmos tentarem.
Maravilhoso e interessante texto!
ResponderExcluirBeijo, bom fim de semana
Marli
ResponderExcluirNunca tinha pensado Bem no assunto; Martha Medeiros é uma pensadora bem enquadrada e actualizada e apreciei a crónica que, como sempre foi bem ponderada. Para mim homem e mulher podem completar-se, na felicidade de cada um.
Beijos
Olá amiga!
ResponderExcluirMinha visita hoje é para lhe trazer um pouco de carinho, deixar meu abraço, me desculpando por não comentar sua maravilhosa postagem. Hoje o reumatismo atacou minha coluna, estou péssima para escrever. Vou seguindo a vida, um dia sorrindo outro dia mais tensa, o importante é estar viva.
Lhe desejo um fim de semana de muita paz, saúde e felicidade. Deixo esse pensamento do Padre Fábio de Melo,
“A vida é fruto da decisão de cada momento. Talvez seja por isso, que a idéia de plantio seja tão reveladora sobre a arte de viver.
Viver é plantar. É atitude de constante semeadura, de deixar cair na terra de nossa existência as mais diversas formas de sementes...”
Abraços, permanece com Deus.
Uma das coisas boas da vida é ter amigos, reais ou virtuais. AMIGOS!
ResponderExcluirPassei para lhe desejar um fim de semana feliz, com saúde e muito sucesso. Abraços, fica na paz de Deus.
Olá, Marli!
ResponderExcluirLi com muita atenção esta sua crônica, que traz o nome da Martha Medeiros, muito conhecida aqui em Porto Alegre, onde vive, com uma grande legião de leitores e de leitoras, estas provavelmente em maior número. Também despertou minha atenção no tema da sua crônica: homem x mulher. Ao terminar a crônica vi que o homem está em segundo plano, por ter cedido lugar à mulher. Então guardei essa posição sociológica para me dedicar um pouco mais a essa mudança de status entre um gênero e outro. Uma ótima semana.
Meu abraço.
Pedro
Ola Marli
ResponderExcluirTua crônica muito bem alinhavada pretende devolver ao homem o seu papel. Acredito que ele não tenha perdido espaço e nem se sinta acuado e que as mulheres são mais extrovertidas e acabaram por apagar um pouco do brilho masculino. Mas tudo se arranja porque homem e mulher se completam
Beijos e uma linda semana
Nunca li nada de Martha Medeiros. Gostei da sua crónica e fiquei curiosa.
ResponderExcluirConcordo que os livros são objectos que gostamos de manusear...
Uma boa semana.
Beijos.
Olá Marli! Após a leitura desta bela e bem coordenada crônica, lembrei-me de uma baboseira que escrevi sobre o papel do homem no relacionamento homem x mulher, que diz o seguinte:
ResponderExcluir“Para se ter uma vida em comum, necessário se faz que as partes saibam ceder o suficiente, para poderem fazer jus ao suficientemente cedido.”
Abraços,
Furtado
Oi, Marli, conheço bem Martha Medeiros, quando lemos um livro dela a gente vai atrás dos outros. Ela diz muita coisa que é pura verdade e muitas vezes não lembramos de dizer ou não queremos ir a fundo na reflexão. Refletir, pra muitas pessoas , incomoda.
ResponderExcluirEu penso que o homem não perdeu seu lugar, as mulheres é que avançaram muito, porém não querem perder algumas mordomias antigas. Ficou meio complicado para os homens lidarem com certas mulheres muito evoluídas, extremamente evoluídas. Eles não estavam acostumados. Talvez essa geração se acostume mais. Se ficassem no meio termo seria melhor. Li muito de Martha, 'O Divã, Doidas e Santas, Trem-bala, Coisas da Vida, Tudo que eu queria dizer, Feliz por nada e Topless'. Além de suas crônicas 2 vezes por semana nos jornais. Vale a pena, eu gosto muito.
um beijo, querida amiga.Ótimo tua crônica! Um tema que temos muito do que falar sempre.
Olá! Sábio texto amiga. Um lance de visão sobre esse novo mundo, mais feminista! Estou levando teus pensamentos para aprimorar as minhas ideias, beijos
ResponderExcluirO homem tem instinto de caçador, e a mulherada anda carente por vezes não permite que eles façam esse papel.
ResponderExcluirVejo um bando de homens mamões ou seja: moles sem atitude.
Tem mulher mais homem que muito homem rs...
Os valores estão distorcidos.
bjokas =)
Lindo post. Com cordo com a amiga Bell, o homem tem esse espírito caçador, mas nos últimos tempo a mulher sai em busca da caça em igual situação. Tenha um bom fim de semana. bjs
ResponderExcluirAmiga, escreveste uma grande verdade. Em nenhum momento estais contra as mulheres. na verdade, nós sentimos falta desse aconchego do homem para conosco. Assumido muitas vezes responsabilidades que poderiam ser divididas, nos cansa muito e muitas vezes não temos tempo para nós. Para que esse fim de semana seja de muita paz, amor e esperança de dias melhores, , deixo esse pensamento da Ana Carolina:
ResponderExcluir“Diga o que você pensa com esperança.
Pense no que você faz com fé.
Faça o que você deve fazer com amor!”
Abraços da amiga Lourdes Duarte.
Cara amiga Marli, já li dois ou três livros desta boa escritora, M Medeiros, mas digo que tua cronica, neste post, é tão boa quanto às cronicas da Martha. Parabéns pelo trabalho. Um abração. Tenhas uma linda semana.
ResponderExcluirParabéns por esta interessante e bem escrita crônica. É verdade o que nela consubstanciais. Contudo, os lugares de chefia ainda privilegiam os homens.
ResponderExcluirBjinho