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Hoje, a
tristeza veio me visitar, lembrei-me com muita saudade de uma amiga muito próxima,
da minha adolescência e juventude. Ela era muito bonita e vivia com muito
entusiasmo pela vida. Estudamos juntas até o curso superior aí, ela casou e
assim ficamos mais distantes, porém eu sempre estava bem informada sobre a vida
dela, assim como ela sobre a minha.
Ela era
professora em duas escolas, fazia os três períodos, dizia que logo diminuiria o
número de aulas, para aproveitar mais a vida em família, pois ela já tinha um
bebê, porém, nunca conseguiu diminuir o número de aulas, pois outro filho
nascera. O marido não dava conta de tudo sozinho, ela nunca reclamava, porém já
não vivia com entusiasmo de outrora. Certa vez, viajei para a cidade dela,
marcamos um café, foi maravilhoso, pudemos conversar muito e relembrar muitas
coisas, que vivemos juntas. Os filhos já estavam na faculdade, mas ela ainda
continuava a trabalhar nos três períodos, estava feliz, pois faltavam apenas
dois anos para sua aposentadoria, tinha mil planos. Ainda gostava de falar
sobre tudo. Disse-me ela, que os filhos eram maravilhosos, mas também gostavam
de chamar a sua atenção quando ela falava demais à mesa, riu muito, disse-me
ainda, que sentia vergonha quando pediam que ela não falasse sobre alguns
assuntos, como doenças, morte e outros assuntos, porque a eles não interessava.
Então ela riu e me disse:- Pior é que estes são os assuntos que me restam e
acabou rindo muito, talvez para não chorar. Perguntei a ela, qual foi a atitude
dela perante isso? Ela me respondeu que agora ela come junto com a família,
todo final de semana, o que ela mais gosta, mas fica calada ou fala apenas o
essencial. Meu peito parecia doer demais depois que ouvi a história da minha
amiga, ela precisava desabafar e o fez comigo, fiquei muito triste, pois ela
nem percebia o quanto estava sofrendo calada.
Houve a
despedida. Fui caminhando e analisando a situação, ela, uma mãe dedicada,
professora exemplar, esposa esforçada e que estava aos poucos se calando,
devido à proibição velada dos filhos. Uma mulher cheia de energia, nunca deixou
faltar nada a eles, ela que estava sempre de bom humor, sorria cheia de vida,
estava ficando quieta, comigo ela desabafou, porém parece que ela aceitava como
normal não poder falar o tanto que gostaria e participar mais da vida dos
filhos, das conversas, das risadas.
Os almoços
de domingo, com todos à mesa, não podiam faltar, pois era neste dia que as
conversas eram divertidas e todos participavam das notícias.
E, assim passou mais um tempo, quando recebi o telefonema de que a minha amiga havia falecido. Fiquei chocada, paralisada, lembrei-me da nossa conversa, dos planos, e ela nem chegou a se aposentar. Pensei: Será que a tristeza recolhida na alma, ajudou a minha amiga a ir embora, antes de realizar seus sonhos?
Cheguei
quase atrasada para o enterro, o caixão já estava sendo levado.
Chorei silenciosamente e pensei:
Conseguiram
calar a minha amiga para sempre.
Será que
eles têm noção disso?
Boa noite querida amiga, li com atenção e sei bem como você deve estar sofrendo pela sua amiga!
ResponderExcluirA vida é assim, mas não se pode achar que seja culpa das pessoas, a familia, no caso, as diferenças existem em familia também, enfim... Como saber né mesmo?!
Meus sentimentos pelo falecimento de sua amiga!
Abraços apertados querida amiga Marli!
Boa noite de serenidade, querida amiga!
ResponderExcluirPermita-me chorar...
Quantas pessoas se vão caladas...
Engolem seus dissabores, dão a vida em prol de todos e,na sua vez, ninguém lhe dá um retorno que merece.
Sinto a dor dessas pessoas... Doi muito.
Você tem muita sensibilidade.
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhodo e fraterno de paz e bem
Olá, boa noite!
ResponderExcluirPois, amiga.
Há amigos que não esquecem...
Saudações poéticas!
Que texto comovente! :'(
ResponderExcluir~~
Na emoção dum sonho meu...
Beijo e uma excelente dia!
Triste, muito triste. A verdade é que ninguém entende os contrastes da vida...que descanse em paz
ResponderExcluir.
Deixando cumprimentos
Nooooooooooossa, que triste realidade dessa mulher. Sabe-se lá quantas outras existem e que são obrigadas a calar, falar apenas o que lhes é permitido! Triste,muito triste mesmo! Imagino tuas recordações e o nada poder fazer....Pena! beijos, chica
ResponderExcluirMarli, por isso que amo suas postagens, você traz situações comoventes, bem contadas, mas que nos assustam um pouco... Coitadinha de sua amiga, nada do que sentia, nada do que lhe incomodava poderia ser dito porque incomodava os outros, a família que pensava muito na sua alegria. Conheço gente que diz algumas coisas parecidas, sim, que querem alegria sem limites, e a vida, os sentimentos dos outros não pesa.
ResponderExcluirAplausos pela sua crônica!
bjs, até mais!
Uma história muito triste e comovente ao mesmo tempo. Gostei de a ler.
ResponderExcluirUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Por vezes a família não se apercebe como está a ser cruel com um dos seus membros.
ResponderExcluirUma história triste de uma realidade que é bastante comum.
Continuação de boa semana, querida amiga Marli.
Beijo.
Bom dia minha amiga estou de volta as ondas e voltei poeticamente :-) Assim além de um abraço imenso estou a te convidar a participar do 11º Pena de Ouro, decidi reativá-lo, pois neste momento de clausura nada melhor que colocar a mente para funcionar, topas brincar? Não querendo vai uma visitinha no meu novo Ostra só para conhece-lo, ok! Beijos ♥ Eis o link https://ostra-da-poesia2.blogspot.com/
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