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Ainda em época de pandemia parei para analisar
o que já passamos nesses meses de isolamento. Jamais esperava que fosse durar
tanto tempo, mesmo conhecendo um pouco da história das pandemias, que
aconteceram no passado, não tinha a mínima ideia de como seria essa, que
vivemos. De repente, me vi confinada, distante dos meus filhos, o que ainda está
sendo um desafio, porém, há pessoas em situações piores, há muitos que passaram
por demissões, outros estão com o emocional abalado, lutos profissionais, luto
por morte de pessoas, luto pela morte na família, a dor de não poder velar ou
ao menos dizer seu último adeus a quem morreu.
Porém, subitamente nos vem o pensamento: “Ah! Agora terei tempo”. Vou escrever
muito, vou ler os livros que estão à espera, vou fazer curso de inglês,
espanhol e aí, percebemos que a nossa aspiração e as ideias foram embora ou quem
sabe também se isolaram, e nos perguntamos: para quem vou escrever para quem
vou ler? Porque, infelizmente não aprendemos a viver com nós mesmos.
Aí vêm
todos os tipos de cobrança da nossa consciência e lembramo-nos de Drummond de
Andrade dizia: -“Amanhã eu recomeço”.
Sabemos que
tudo vai passar, mas também que vai ser difícil se estruturar, pois dentro disso
tudo, além da pandemia, há o momento caótico da política, saúde, educação e demais
áreas importantes a cada cidadão.
Ouvimos muito a pergunta: sairemos melhor
dessa Pandemia? Melhor não, mas com certeza, diferente, pois muita coisa mudou.
Quanto tempo perdemos em nossas vidas
esperando para sermos felizes apenas nos finais de semana, com certeza, você já
ouviu um colega de trabalho, um amigo, ou até um estranho na fila do mercado
dizendo, com o tom de resmungo, num final de domingo: “ah, amanhã já é
segunda-feira?” E quando lhe perguntam: O que você fez no final de semana?
-Ah! Aproveitei para dormir. Pois é, não é
este o assunto desta crônica, mas se formos refletir nós dormimos um terço de
nosso dia, o que dará no final dos setenta e cinco anos, por exemplo, teremos
dormido por vinte e cinco anos. E agora em época de pandemia ouvimos muito:
estou tendo insônia com muita frequência e vivo ansioso. Podemos dizer que há
um trauma coletivo, muitos não conseguem dormir.
Estamos sempre esperando um determinado tempo
para sermos felizes, o problema é que não pensamos que esse tempo pode não
chegar, é nítido, num ambiente de trabalho, o humor mudar conforme a semana
corre. Na sexta-feira, o clima de festa contagia a todos. Sorrisos,
brincadeiras, músicas e até colegas dançando na cozinha, enquanto esperam o
café ficar pronto. Porém, e se esta for a sua última sexta-feira, que poderá
sair livremente, ir à balada, ir à praia, viajar com a família ou amigos,
última sexta-feira que poderá sair de casa, pegar condução para ir ao trabalho,
sair para assistir a uma peça de teatro, comer livremente um cachorro-quente? E você sempre espera pelo próximo final de
semana, esquecendo que todos os dias devem ser vividos, sentidos ao máximo. E
se, na próxima sexta-feira, você se encontrar acamado, em um hospital, a
sexta-feira ainda será mágica? Devemos ter a consciência de que não somos
eternos aqui na Terra e que, de pronto, sem esperarmos, somos levados daqui
para o plano espiritual. E, nos é arrancado lar, família, posses e aquele café
que tomávamos na cozinha sexta-feira, passada. Não sei se é algo cultural, mas
o final de domingo e a segunda-feira sempre foram vistos como tediosos,
deixando as pessoas mais caladas, mais introspectivas e menos “felizes”. Interessante
que hoje, com a pandemia para muitas pessoas, todos os dias são sextas-feiras e
domingos. Cantemos, dancemos todos os dias. Celebremos algo que nos foi
emprestado e que será tomado de volta a qualquer momento: a vida terrena. Não
deixemos de sonhar e ansiar o futuro bom, mas vivamos a realidade do agora, que
para muitos, não existe mais. Glorifiquemos as horas, os instantes e todos os
dias, sejam segundas, terças ou sextas-feiras. Todos têm sua magia, pois ela
depende apenas de nós mesmos. Devemos reverenciar a vida a todo o momento, pois
Deus nos dá novas chances todos os dias.
“Acreditar
no impossível é uma forma de renovar a fé”.
Oi, Marli! Tantas verdades trazes aqui no teu texto.Nós em casa, nos cuidando, longe da família por tanto tempo... Tanto perdemos nesse tempo. Aqui, perdi já quase 7 meses da Marina ao vivo e isso é irrecuperável..tanto ela aprendeu e fez... Mas...Fazer o quê? E assim vamos, esperando a hora certa! Esperemos o melhor! Lindo domingo! beijos, chica
ResponderExcluirMarli, nossa atual realidade nos fez perceber nossa finitude, nos fez estabelecer prioridades, nos trouxe maior consciência. As perdas são, muitas vezes, irrecuperáveis, mas estamos vivos e precisamos agradecer a Deus por isso e por tudo o mais que nos concede. Não há um dia especial para alguém ser feliz. Se soubermos utilizar os minutos de cada dia com sabedoria, teremos muito a comemorar. belo texto! Bjs.
ResponderExcluirBoa tarde de domingo, querida amiga Marli!
ResponderExcluirMuito interessante tudo que aborda aqui.
Gostei de algo em particular que e muito real: cuide bem da vida que nos foi "emprestada" ...
A qualquer momento pode ser tomada de volta.
Deus tenha piedade de nós!
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno
Boa tarde de domingo, querida amiga Marli!
ResponderExcluirMuito interessante tudo que aborda aqui.
Gostei de algo em particular que e muito real: cuide bem da vida que nos foi "emprestada" ...
A qualquer momento pode ser tomada de volta.
Deus tenha piedade de nós!
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno
Reflexivo, este seu texto. Mas precisamos de continuar a acreditar com esperança que um destes dias a tragédia que estamos a viver tem um fim...
ResponderExcluirUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
pois nao é facil desejo tudo de bom bjs saude
ResponderExcluirOlá, querida Marly!
ResponderExcluirComo sempre, você aborda em seus textos assuntos mto relevantes e de interesse público e esse não é exceção.
Pois é, o mundo mudou desde o Coronavírus e estamos todos nos habituando ao "Novo Normal", se assim lhe podemos chamar. Não estávamos preparados(as) para um vírus tão contagioso e mortal. Qdo refilávamos por isso e mais aquilo, singularidades, jamais nos passou pela cabeça tudo aquilo porque estamos passando. Vida confinada, apertada, distante da família e dos amigos, enfim … mantém-se a esperança.
Os Portugueses são dados ao fado, destino e não somos alegres, em geral, e sei k há pessoas k não saem de casa há mtos meses. Falam com os familiares pelas redes sociais, a alimentação chega através do supermercado e até a farmácia vem entregar os medicamentos a casa. Evidente que não estão bem, psicologicamente, mas vão levando a "coisa", mas para os povos mais alegres e com samba no pé, o caso do brasileiro, k ama sair, se encontrar, se abraçar, deve estar sendo mto, mto difícil.
Continuemos apegados à esperança, embora não saibamos o que daqui vai resultar.
Beijos, abraços e boa semana.
Como dizia o Drummond
ResponderExcluiramanhã recomeçaremos!
Saudações poéticas, para si!
Querida Marli, que belo texto, amiga. É verdade, a coisa não está nada fácil. Não sabemos se é bom sair, dar umas voltas obedecendo os protocolos ou não sair, pois quando se dá a flexibilização e começam a abrir tudo, os índices de óbitos e infectados sobem rapidamente. Então é aquela coisa: se corre o cachorro pega, se fica o cachorro morde. Eu não sei mais. Porém, estou em quarentena, raras saídas. Aos poucos. Nunca pensamos, nunca imaginamos viver uma pandemia. Pois aí está, e vamos indo como dá. Não penso o que fazer de pois, penso como sair dela sem nos engolir...
ResponderExcluirBeijo, querida, cuide-se muito!
Um bom fim de semana na medida do possível!
Triste, Marli Terezinha,
ResponderExcluirEsta louca pandemia
Que não termina. Diria
Que é como erva daninha:
Se arranca tudo que tinha
Mas ainda sobra a semente
E quando se vê, de repente
Lá está ela soberana
Com sua garra tirana
Qual novo inço, infelizmente!
Belo texto, amiga! Só nos veremos livres desse maldito bichinho quando a vacina vier - o que creio demorará muito ainda a uma vacina segura! Abraço cordial. Laerte.
Com a pandemia, muitos dos nossos hábitos e rotinas mudaram radicalmente. E nem todos têm capacidade para se adaptarem às novas circunstâncias. Melhores dias virão, mas talvez só com as vacinas fiquemos livres desta praga...
ResponderExcluirGostei do seu texto, bom para fazer uma oportuna reflexão.
Bom fim de semana, querida amiga Marli.
Beijo.
Ora, volto ao teu espaço,
ResponderExcluirPrezada amiga Marli,
Porque, na alma, eu senti
A existência de um laço
De luz entre nós e passo
De novo aqui para ser
Grato por teu parecer
No meu espaço, querida!
Minha gratidão! A vida
Com amor nos dá mais prazer!
Prezada confreira irmã, tua luz me alumia pela tua maestria em postar texto tão belo em meu blog. Meu respeito e abraço fraterno. Laerte.
Fiquei trancado três meses dentro
ResponderExcluirde casa e como moro sozinho, tinha
medo até da minha sombra. Hoje,
acreditem ou não, tudo mudou por aqui.
O povo já se beija, se abraça e até
fala com a boca próxima a cara do
outro e o contágio continua caindo,
pelo menos é o que reza o índice
local.
Eu não beijo na boca faz tempo
e talvez nem me lembre mais como
fazê-lo. Do resto vamos remando
pro barco não adernar.
Um beijo e muito obrigado por
suas gostosas e amáveis palavras.