Queridos amigos, estou voltando depois de uma longa ausência. O motivo foi tratamento de saúde, ainda estou em recuperação de uma cirurgia, mas me sentindo bem para visitar seus espaços. Gratidão a todos!
Minha crônica é uma homenagem a amiga jornalista, que fundou o Jornal Caiçara em União da Vitória, e batalhou muito por ele.
Escrever
sobre pessoas é uma tarefa extremamente difícil, principalmente se ela veio
para fazer a diferença no mundo e fez, entregando algo a mais do que lhe foi
pedido, realizou mais do que deveria, e surpreendeu a todos com seu exemplo de
missão. Minha homenagem é para esta grande mulher, Maria da Luz Augusto, a
nossa querida Lulu, mulher que não vivia em sua zona de conforto, pois sua
batalha era maior para que ficasse sem ação, vivendo despreocupadamente.
Tarefa árdua
escrever sobre tão importante mulher, mas gratificante pelas vitórias de lutas
travadas pelo bem e pela justiça.
Interessante
lembrar o que Clarice Lispector disse sobre a mulher.
O destino de
uma mulher é ser mulher. Por caminhos tortos, viera a cair num destino de
mulher, com a surpresa de nele caber como se o tivesse inventado. Quando eu
ficar sozinha, estarei seguindo o destino de todas as mulheres.
E Lulu era uma representante da mulher. Mulher
que o tempo ensinou. Ensinou a amar a vida e jamais desistir de uma luta, se
preciso fosse recomeçava na derrota, e seguia em frente para sentir o sabor da
vitória. Lulu aprendeu a viver em tempos rudes. Conviveu com muitas
contradições, viveu-as como lições de vida e as usou como muita sapiência.
Sofreu por
ser mulher em um tempo em que tudo era em favor do homem, e ela viveu à frente
de seu tempo, uma vanguardista.
Lulu possuía
uma enorme parcela consciente e combativa, ideias de justiça. Foi pioneira
desbravando arduamente caminhos da cultura, do teatro, da novela, do
jornalismo, da poesia. Para ela não existia a palavra impossível. Era sinônimo
de esforço e determinação.
Sempre tive
grande admiração por ela, seus conhecimentos iam além em vários assuntos.
Frequentemente eu a visitava para degustarmos um saboroso cafezinho, o qual era
regado com boas conversas sobre seus poemas, seus desenhos e suas pinturas,
gostávamos de falar sobre seus projetos, suas dificuldades em realizar certas
coisas, que eram de grande importância para a população de nossas cidades. Por
ser mulher, solteira, batalhadora, guerreira sentia o ciúme de certas
“mulheres”. Infelizmente, hoje ainda existem mulheres que se abalam com o
sucesso da outra. O que deveria ser motivo de união, inspiração e garra para que
com sua força auxiliar a companheira quando fosse necessário. Lulu não se
abalava com essas pequenezes, e sempre dizia: na boca das recalcadas sinto-me
poderosa, e era. Lulu nunca foi princesa, pois trocou a coroa por uma couraça.
Quando eu a questionava sobre tantas dificuldades para realização de certas
situações ela respondia:- construí uma couraça a minha volta, nada me derruba.
E quando tentam me derrubar, me equilibro para cair em pé, jamais vou sucumbir
perante nenhuma limitação. Ela era assim, forte e cabeça erguida, passou por
grandes tribulações, sempre pela justiça. A história de vida desta grande
mulher é às vezes, intrigante, vale a pena saber tudo. Um fato muito chocante
foi quando ela escreveu a novela “O crime do Iguaçu”, ocorrido em uma zona de
meretrício, episódio real, que envolveu presumidamente pessoas influentes das
cidades. Lulu em cada capítulo colocava um pouco da verdade, ocorrida na
ocasião em que a menina Zilda foi morta. No último capítulo, tudo mudou, e ela
foi ameaçada e proibida de colocar a novela no ar, estavam prontos para
prendê-la.
Porém, algo
extraordinário aconteceu, muitas meretrizes se uniram em torno da rádio onde
estava sendo transmitida a novela, e não deixaram que a prendessem. Foi um
marco nessa história, porém o último capítulo foi proibido de ir ao ar. E assim,
era a nossa valorosa Lulu, abriu muitos caminhos para o reconhecimento de sua
capacidade. Foi protagonista na execução de todos os seus projetos e sempre
foram e continuarão sendo garantias da construção de uma sociedade justa,
fraterna e igualitária.
Primava
sempre “Pela liberdade de expressão, por uma sociedade menos desigual e em repúdio
a intolerância e ao preconceito”.
Todas as
histórias da Lulu, foram consagradas e são dignas de conhecimento geral.
Interessante frisar que nossa jornalista possuía uma certa semelhança com
Virgínia Woolf como podemos observar neste texto.
“Tranque as
suas bibliotecas se quiser; mas não há nenhuma porta, nenhum cadeado, nenhum
ferrolho que você pode colocar sobre a liberdade da minha mente”.
Lulu Augusto merece todas as homenagens a ela destinadas.
Boa noite de paz, querida amiga Marli;
ResponderExcluirQue alegria saber que já está postando e bem de saúde.
Gostar tanto de ler sua homenagem e ver algo de Clarice que admiro tanto. Muito do que ela escreve parece que foi para mim
Sua amiga mereceu a homenagem, na certa
Sua descrição de como ela foi é bárbara!
Parabéns por saber admirar o que tem valor!
Tenha dias de saúde e paz!
Receba as bençãos divinas, querida!
Beijinhos carinhosos e fraternos
Independentemente do texto, que li e elogio, congratulo-me com o seu regresso e, desejo de coração, rápida recuperação
ResponderExcluir.
Cumprimentos cordiais
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Oi,Marli! Fico feliz em te ver voltando e saber que tudo está bem novamente! Coisa boa! Linda e merecida homenagem! beijos, tuuuuuuuuuuuuudo de bom, fica bem! chica
ResponderExcluirVoltou, com uma homenagem a uma Mulher que ensinou a amar a vida e que não desistia nunca, mesmo quando a luta era difícil. Gostei muito.
ResponderExcluirUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Triste por saber da doença, amiga, mas feliz com a sua recuperação; seja muito bem-vinda! Quanto à homenagem, muito bem-feita! Precisamos de pessoas assim, à frente do nosso tempo! Meu abraço, boa semana.
ResponderExcluirQuerida Marli, voltando...maravilha ver você na blogosfera!
ResponderExcluirQuanto à sua amiga, mulher de fibra, orgulho para as mulheres, que história maravilhosa você construiu! Serve como exemplo para todas nós.
E você??? Seguirá e-mail!
Beijo, uma ótima semana, cuide-se bastante, amiga.
Great blog
ResponderExcluirMuito lindo o texto, uma homenagem muito bacana. E que bom que está v oltanbo, de coração desejo total e rápida recuperação.
ResponderExcluirOi, querida Marli!
ResponderExcluirEspero que você esteja já quase boa da cirurgia. Passava por cá, mas não via atualização de seu blog. Felizmente que agora, está tudo caminhando no sentido do bem.
Linda homenagem à jornalista e sua amiga, Lulu Augusto. Adorei ler tudo aquilo que vc escreveu a respeito dela. Precisamos de muitas mulheres como ela. Sei que as mulheres têm sensibilidade de sobra para tratar com diplomacia qualquer assunto, mas o poder ainda está muito na mão do homem, do macho. Com o tempo, havemos de lá chegar. Nós não queremos ser iguais aos homens, mas queremos ter os mesmos direitos e deveres, apenas isso.
Beijos e suas melhoras.
Olá Marli!
ResponderExcluirQue bom vê-la recuperada e de volta com
essa linda postagem.
Desejo-lhe uma semana iluminada.
Abraços Loiva
Gostei da Lulu Augusto
ResponderExcluirBem como da sua história
Como marco na memória
De seu povo, pelo justo
Caráter. Creio que um busto
Em sua honra e homenagem
Seria memória à imagem
De sua vida, de sorte
Que após a sua morte
Fará parte da paisagem.
Fiquei curioso para saber se houve o deslinde do caso ou ficou encoberto. Ele tem muito valor, sem dúvida. Abraço fraterno e votos de total recuperação de saúde. Laerte.
Homenagear uma mulher como a Lulu é homenagear todas as mulheres. E o seu magnífico texto faz isso mesmo.
ResponderExcluirBoa e rápida recuperação da cirurgia que fez.
Boa semana, amiga Marli.
Abraço.
Tétrica história da menina
ResponderExcluirEm cativeiro e estuprada...
Com testemunha comprada
Ou morta pela assassina
Corja de força malina
Que tudo escondia e ilesa
Desta justiça, a surpresa
É que elas sofrem consigo
Se achando sempre ao perigo
Do que a vida é capaz.
Já nas mãos de satanás
No antecipado castigo.
Grato Marli Terezinha pela atenção. Aqui se faz e aqui se paga. O universo não perdoa. Muita saúde e paz. Abraço fraterno. Laerte.