Abri jornais, revistas, sintonizei o rádio, liguei a tevê.
Seja a mídia que for, estou assustada.
Por onde anda a compaixão, o amor, a fraternidade, a paz, o ser pai, o ser mãe e o ser filho em tempo integral?
Por onde anda Deus na vida das pessoas?
Crianças estupradas sexualmente e psicologicamente, mulheres espancadas, filhos planejam a morte dos pais, pais planejam a morte dos filhos.
Drogas, dinheiro, falta de fé, não tenho resposta.
Seria o fim do mundo, tão falado?
Não sei... sinto que vivo em um verdadeiro inferno, e a verdadeira vida, o ''paraíso'' virá depois de minha morte carnal, num lugar ‘’bonito e tranquilo’’, sem mortes a inocentes, sem bebês sendo estrangulados, ou crianças jogadas pela janela como sacos de lixos.
Animais sendo escalpelados pelo sadismo do homem.
Jovens bebem e queimam outros homens que dormem na rua.
E, tudo é falado tão normalmente que, se você observar bem, até um singelo sorriso observa-se no rosto do repórter, pois tudo está banalizado.
O que está ocorrendo com nossas mulheres, nossos homens, nossos filhos?
A mais perfeita criação de Deus está causando imperfeições.
A mais perfeita criação de Deus assassinou um dos seus Filhos a pedradas, chicotadas e lanças.
Histórias que deveriam ser apenas fictícias, naqueles filme de terror ‘B’ nos Estados Unidos, que passam naquelas salas só de madrugada.
Não preciso dar exemplos detalhados do que estamos vendo todos os dias no mundo, no Brasil.
Enquanto uns matam, outros lutam pela vida.
Enquanto uns odeiam, outros amam.
Enquanto uns esbanjam, outros sentam-se no chão, ao lado dos famintos e com eles divide biscoitos feitos com barro, único material utilizável.
Um mesmo mundo, o mesmo Criador, o mesmo princípio para a criatura, e somos todos tão diferentes quando se trata de paz.
Egos super inflados.
Egos que arrastarão nossas almas para lugares tenebrosos e infindos.
Sou do tempo em que se pedia bênção ao pai, acompanhava a mãe à venda, e ficava à janela esperando a noite chegar para ver a estrela no céu, e fazer um pedido.
Não tínhamos video games, ou computadores, ou cds, seja lá o que fosse, mas tínhamos amor, união, respeito, muito respeito.
Assim fui criada, assim criei meus filhos.
Ontem uma mulher foi esquartejada e seus pedaços jogados aos cachorros, mês passado foi a vez de uma criança jogada pela janela ainda com vida, no outro mês uma mala foi encontrada na rodoviária, dentro dela, uma menina estuprada, estrangulada, no outro mês uma mãe levou 5 tiros do ex marido, porque foi cobrar dele uma responsabilidade que ele já deveria saber e assumir.
Quantas famílias ainda passarão por isso?
Será que isso terá fim, ou é apenas o começo?
Verei sorrisos sem medos, janelas sem grades, lágrimas sem choros?
Verei um abraço fraterno, um beijo na testa, dedos entrelaçados e cafunés nas praças?
Quero crianças sorrindo, pais e mães correndo com seus filhos, cachorros latindo atrás das bolas nos parques.
Mortes, sangue, inocentes, grades, vidas perdidas, drogas, assaltos, vidas bandidas.
Esse é o meu mundo, esse é o seu mundo, essa é a nossa realidade.
Mariane Boldori