Atualmente,
muito se fala sobre isolamento das pessoas, e a cada dia há um aumento
assustador de indivíduos que preferem viver isolados a terem que enfrentar seus
medos fora de casa. Há a situação inversa também, as que preferem ficar
sozinhas, quem de nós já não preferiu somente a nossa companhia, para meditar,
sentir saudades, ouvir uma boa música, ler um livro, mas sem a companhia de outra
pessoa, podemos dizer que isso é normal e nos faz bem, porque precisamos de um
tempo só nosso, porém, precisamos tomar cuidado quando o isolamento social possa
refletir doenças, como depressão,"bullying",
doenças que devem ser analisadas e medicadas.
O isolamento social também conhecido por
“social withdrowal”, de forma,às
vezes até involuntária, a pessoa acaba
se afastando cada vez mais, até ficar totalmente excluída do convívio social.
Certa noite na TV Cultura, assisti a um
capítulo da série TERRADOIS, apresentada pela Maria Fernanda Cândido, série que
une dramaturgia e psicanálise. Em um certo momento ela falou sobre a Síndrome
de Hikikomori. No Japão, significa literalmente a síndrome do isolamento em
casa. Parece algo tão distante de nós, portanto, até terminologia para os
sintomas já existem. O termo Hikikomori, foi designado pelo Doutor Tamaki
Saito, no ano de 2000, para indicar pessoas, no Japão que se isolaram
completamente, de tudo e de todos, não saem de casa para nada. Convivem, se
assim podemos dizer apenas no mundo virtual e fazem tudo através dele, jogos,
compras, conversação, e para isso mudaram sua rotina de vida, passaram a dormir
de dia e passar acordados à noite, usam sua casa como uma prisão, no entanto
sem estarem presas.
Foram feitos vários questionamentos, será
que a pessoa não deseja mais sair de casa ou simplesmente não consegue por
alguma razão que ela desconhece.
Essa
síndrome foi percebida primeiro no Japão, mas com a explosão da mídia, outros
países estão sendo afetados. Na França “ Síndrome do Isolamento Social Agudo”. Os
espanhóis, descrevem como a “Síndrome da Porta Fechada”. Muitos pais
preocupam-se com seu filhos fechados em seus quartos, a síndrome da porta
fechada, muito comum entre alguns jovens . Muitos pais reclamam que seus filhos
não fazem as refeições à mesa, junto à família, e quando a refeição é deixada
do lado de fora da porta, fica a dúvida se estão se alimentando, porque nota-se
que alguns vão às aulas com muita resistência, e ainda mais não fazem a higiene
pessoal, e ao voltar da escola correm se fechar novamente. Passam a demonstrar
dificuldades para acompanhar os estudos, ficam alienados, pois não conseguem
tomar decisões e assim começam a se afastar cada dia um pouco mais.
Para sair do
isolamento social é muito importante que as pessoas se abram a novas
experiências, conheçam novas pessoas, façam amizades, porém torna-se muito
difícil que uma pessoa o faça por vontade própria. Acima foi citado o
isolamento de jovens, no entanto, isso reflete o mundo de pessoas de todas as
idades.
Os nossos jovens estão se direcionando para
o mesmo caminho ou quem sabe já estejam nele, pois quanto mais tempo permanecem
nas redes sociais, mais aumenta o risco de se habituarem ao isolamento.
Há épocas em
que precisamos nos isolar para nos sentirmos livres, mas precisamos estar bem
conscientes desse estado.
De acordo
com a página in·tel·li·gent·si·a - CIÊNCIA E ALÉM-
“A
tecnologia digital está aumentando nossa tendência de isolamento há tempos, mas
hoje em ritmo sem precedentes. Na década de 1990, estudiosos passaram a chamar
a contradição entre a maior oportunidade de manter contato com outros e a real
ausência de contato humano de “paradoxo da Internet”.
É um paradoxo visível, pois atualmente, até
podemos observar casais de namorados almoçando
juntos e se comunicando através de mensagens com o celular.
“John Cacioppo, diretor do Centro para
Neurociência Cognitiva e Social da Universidade de Chicago, o principal
especialista mundial em solidão, diz em seu livro Lonliness, lançado em 2008,
que a epidemia de solidão está afetando as funções básicas da fisiologia
humana.”
A responsabilidade de soluções para que
haja mudança, nesse quadro, pertence não apenas aos pais, mas a todos que estão
preocupados com a solidão social.