27 de jul. de 2018

Intervenção


  Em conversa com amigos, durante um agradável café, comentamos sobre o assunto Intervenção. Interessante notar que muito se fala sobre o assunto, mas sequer sabemos o significado do termo, primeiramente deveríamos estudar ou buscar o que ele representa, não no sentido etimológico, que seria a origem e história do vocábulo, passando para como aconteceu a sua evolução, no mundo da gramática, mas no seu sentido real, na existência dentro de nossa vida, nossa comunidade e no meio social.
Dependendo de como é empregada, essa palavra apresenta diversos significados.
Intervenção é o substantivo feminino que significa o ato ou efeito de intervir e indica uma intercessão ou mediação em alguma situação adversa, e intercessão significa literalmente mediar e defender a causa do outro, ser um elo.
 Precisamos de uma Intervenção?
Certamente, nós brasileiros precisamos com urgência de uma Intervenção na Educação, investimento no treinamento e capacitação de mais professores ou na modernização das escolas, alteração do currículo escolar e pessoas preparadas para os desafios cada dia maiores, bem como melhorias nas condições de trabalho dos professores e todos aqueles envolvidos na Educação.
Atualmente, a questão da Educação no Brasil vem mostrando um relevante crescimento no que diz respeito ao analfabetismo. O Brasil não conseguiu atingir a sua meta, sendo assim, o nosso país continua descumprindo a própria Constituição, a qual diz que todos têm direito à cidadania, mas como ser cidadão sem saber ler nem escrever? Temos que garantir que não haja mais novos analfabetos. Segundo Rui Aguiar, gestor da UNICEF- “Não há como resolver o problema do analfabetismo se não alfabetizarmos as crianças na idade correta.” Nosso país somente será uma nação quando os nossos governantes se conscientizarem de que um futuro promissor está intimamente ligado a uma educação digna e de qualidade. Essa necessidade  e preocupação deve acontecer em todos os níveis da Educação.
 Podemos também falar de Intervenção na Saúde Pública, que necessita de políticas mais efetivas, isto é, que promovam melhores condições de vida e diminuam o número de doenças. Fazer com que a saúde seja uma das prioridades do ser humano.
A população brasileira não está conseguindo levar a saúde para o topo da lista. O direito à saúde decorre do princípio da dignidade da pessoa. “Não é uma concessão da sociedade ou do Estado. Apesar disso, no Brasil, o direito à saúde e outros direitos só foram reconhecidos como direitos universais a partir da Constituição de 1988, como fruto de muita luta popular. A saúde, juntamente com a previdência e a assistência social e auxílio desemprego constituem a seguridade social.” (Blog - Tudo sobre a saúde).
Precisamos também de Intervenção Cultural.
Intervenção na Cultura é empregada em várias áreas, pois não há uma única definição para o termo, o termo cultural abrange diversos setores culturais.
Muitos brasileiros, infelizmente, hoje estão vivendo a exclusão cultural, pois estão inseridos em um meio, de difícil acesso a museus e teatros. Segundo Fernanda Montenegro:-“Nossa deformação cultural nos faz pensar que cabe a um segmento da sociedade levar cultura a outro. Nós temos que buscar a cultura no povo, dando condições para que ela brote.” A falta de integração e acessibilidade impossibilita o acesso de grande parte da população.” Isso deve-se, principalmente, ao não incremento dos subsídios aos municípios, de maneira a deixar as ferramentas culturais restritas aos grandes centros urbanos”. A maioria da população não tem condições financeiras para fazer parte desse grupo, que é privilegiado com a cultura em seus diversos campos.
A intervenção pode haver em qualquer área, que esteja necessitando dela, um exemplo muito sensível é a intervenção humanitária, que acontece quando há acidentes naturais,quando a pobreza é ameaça à vida, e o melhor, o intervencionismo pode ser de um estado para outro, e aí podemos notar a grande mobilização de todos para ajudar em tudo que for preciso para que a vida siga dentro da normalidade. Importante saber que há diferença entre Assistência Humanitária e Intervenção, pois quando um país se recusa a auxiliar o outro, a intervenção o obriga. É claro que existem vários fatores que implicam aqui, mas é um assunto para outra ocasião.
Importante saber que em algum tempo e, em algum setor haverá a necessidade de uma Intervenção.

11 de jul. de 2018

A velhice nos torna conscientes ou covardes?

Imagem da Internet



Ouvindo Lendro Karnal falar sobre o tema “A Consciência nos torna covardes”. Em sua fala sempre muito filosófica parei para refletir, quando falou:
-Quanto mais eu envelheço, mais eu tenho medo. A consciência nos torna covardes.
Quando envelhecemos jamais viajamos sem nosso arsenal de medicamentos, casaco, óculos extra, até um bom pedaço de papel higiênico, no caso de não encontrar onde eu precisar dele, o guarda-chuva se faz presente com mais frequência, objeto que não vemos nas mãos de um jovem. Dá-nos a impressão de que o guarda-chuva revela que somos velhos, se chover, o jovem com certeza, irá escapar rapidamente da chuva sem sofrer nenhum pingo.
Sendo assim a ignorância é uma bênção, “quanto menos eu soubesse dos riscos do mundo, melhor eu faria.”
Sem ser prepotente e discutir as palavras do “respeitável Leandro Karnal”, mas cabe aqui uma pequena opinião.
A vida tem riscos e sempre terá, tropeçamos muitas vezes, sofremos e aprendemos, por isso não diria que nos tornamos ignorantes e covardes, porém diante da maturidade adquirida pelas diversidades da vida nos tornamos mais cautelosos. Ignorante seria eu, com mais idade sem ser um bom nadador, sem ser um bom conhecedor das piscinas, jogar-me em um belo salto como se tivesse dezoito anos. O corpo mudou, a resistência já não é a mesma. E sim, devemos temer os perigos que hoje nos são claros. “Envelhecer é como velejar, você não pode parar o vento, mas, pode direcionar a vela para que o vento lhe seja favorável.” E, vamos velejando com cuidado para que o vento não nos leve para o perigo, e, como envelhecer não é algo fácil, com a maturidade conseguiremos manter a vela sempre bem direcionada. A velhice é o nosso comprovante de experiência, a qual poderemos usar em qualquer situação, onde seja necessária. É normal que tenhamos medo de envelhecermos, porém com o passar da idade adquirimos tanta sabedoria, experiências em todos os campos da vida, e mais, conscientes de tudo que nos rodeia, e seria inoportuno afirmar que nos tornamos covardes por termos esta consciência.
Clarice Lispector já dizia:
- “Eu tenho medos bobos e coragens absurdas.”
Podemos com o passar da idade possuir muitos medos, naturais pelo processo do tempo que vivemos, mas a coragem nos fará grandes e absolutos.
Karnal diz que nos tornamos covardes com a velhice, e Ghandi diz:
“O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não.

2 de jul. de 2018

A Dor do Abandono


   
Foto: Google

  Hoje, um dia lindo, domingo com a família, almoço demorado,longas conversas. Todos os dias do ano deveriam ser assim,muita paz junto à família. Mas nem tudo é paz para muitos,principalmente aqueles que passam por abandono.
Na BR, pela qual passamos quase que diariamente, vemos muitas coisas, nem há necessidade de citar frequentes acidentes, caminhão tombado, cargas saqueadas, mas há outro fato que se tornou corriqueiro, o abandono de cachorros à beira do asfalto, os pobrezinhos ficam desesperados, primeiro ficam quietos para ver se o “dono” vai voltar, depois de algum tempo percebem que estão por conta própria e, aí, a situação se agrava. Hoje, assistimos a mais uma cena triste, um pequeno cachorrinho de cor preta, à beira da estrada, em estado lastimável, foi visto por estar caminhando, à procura de comida, pois sua cor se confundia com o asfalto. Provavelmente, havia sido abandonado há dias, pois estava bem desidratado.
    O que fazer? Há tantos casos iguais todos os dias, mas se pudermos fazer a diferença para um, já valeu a pena ter passado nesse lugar, na hora certa. Sem a intenção de igualar o abandono de um animalzinho com o de um ser humano, porém sabemos que o abandono dói para todos, e vai muito além disso, é como esquecer, não dar importância, penso que seja a falta mais cruel da humanidade. O sentimento de abandono deve ser um dos mais difíceis de ser trabalhado. Nos asilos há muitas pessoas que lá são deixadas e após abandonadas. Já ouvi filhos dizendo:- Meu pai está melhor no asilo que em casa, lá ele está bem cuidado, há horário certo para tudo, sequer percebem que seu pai adoraria estar perto dos netos, e com sua família.
   Em uma visita a um asilo, uma senhorinha me pediu várias vezes, que pedisse ao seu filho para visitá-la. O recado foi dado, porém o filho nunca foi vê-la, a tristeza faz com que os abandonados  deixem de ter alegria na vida. Os idosos não foram abandonados porque ficaram velhos, mas sim porque perderam o interesse por ele, triste assim.
     Há diversos tipos de abandono e todos têm punições previstas no Código Penal. No entanto podemos notar que muitos abandonos não são vistos ou quem sabe ignorados.
    Sabemos que muitas crianças são abandonadas ao nascer, ou simplesmente, descartadas em qualquer lugar,pessoas com necessidades especiais também são rejeitadas por aqueles que se denominam família.
    Filhos que afastam seus pais do convívio familiar por estarem dependentes, por não saberem mais como se portar à mesa.
    Deveríamos seguir o exemplo da China e Japão onde a velhice é sinônimo de sabedoria e respeito, sua família é o seu abrigo seguro.
    No século XVIII, o idoso era tido como patrimônio e não encargo, quem sabe possamos voltar a esse passado, pois hoje só lhe resta a exclusão e a marginalização.
    O filósofo Confúcio (551-479 a.C.), profundo conhecedor da alma humana, que externou conceitos de moral e de sabedoria, sempre aconselhou o amor na família e o respeito com os idosos.
    Segundo Silvana Sidney Costa Santos, Professora da faculdade de Enfermagem N. S. das Graça, o amor dos filhos aos pais envelhecidos, a assegurar-lhes maior proteção e segurança na última idade do seu processo de viver, compreende uma das mais sublimes ações do ser humano para consigo mesmo e para com a sua espécie, ou seja, para com a sua geração e para as gerações futuras, perpetuando assim, o amor intenso e especial entre pais e filhos.
     No Ocidente, infelizmente é assim que a sociedade vê o envelhecimento, “Quão penoso é o fim do ancião! Vai dia a dia enfraquecendo: a visão baixa, seus ouvidos se tornam surdos, o nariz se obstruí e nada mais pode cheirar, a boca se torna silenciosa e já não fala. Suas faculdades intelectuais se reduzem e torna-se impossível recordar o que foi ontem. Doem-lhe todos os ossos. A ocupação a que outrora se entregara com prazer, só a realiza agora com dificuldade e desaparece o sentido do gosto.” (Beauvoir, 1990).



A carta que nunca chegou

    Tarde cinza, vento forte fazia os galhos das árvores dançarem no jardim. Eu precisava finalizar a mudança que começara há dois anos,...