Ouvimos muito “No meu tempo o amor era diferente”, penso que não é o amor, mas a forma de conquistar este amor.
Mês de junho, dia 12 é quando no Brasil, comemoramos o “Dia dos Namorados”, e, nesta data é comum a presença do romantismo através de flores, jantares, presentes, viagens, nos Estados Unidos e na Europa, o Dia dos Namorados é celebrado em 14 de fevereiro, data também conhecida como Dia de São Valentim (Valentine’s Day).
No passado, o romantismo estava à frente do prazer, que era vivido em sua totalidade, o que trazia rubor na face, mãos suadas, gaguejo, às vezes, muitos até faziam o papel de bobos, por tanto constrangimento, que precisavam enfrentar diante da família toda. E tudo era bonito, mesmo que tudo fosse estabelecido pelos pais, o namorado precisava expressar seus sentimentos baseado em delicadezas e romantismo, que no namoro atual ficou mais difícil de encontrarmos. E, ainda havia a severa vigilância, por isso, o namoro não demorava muito para chegar ao casamento.
Atualmente, há mais liberdade no namoro e grande parte do romantismo se perdeu, pois o foco está no prazer, porém não podemos ser radicais, pois ainda existem casais que vivem com uma grande dose de romantismo.
Podemos lembrar como era o flerte, a troca de olhares, os bilhetinhos, hoje tudo virou xaveco, (gíria) conversa de quem quer conquistar alguém. O namoro no portão de casa, sob os olhares dos pais, as cartas de amor, (eram estipulados os dias de visita do namorado), as quais supriam a saudade, e tudo isso, foi para as telinhas dos computadores.
Se voltarmos um pouco mais no tempo, vamos relembrar dos casamentos arranjados pelos pais dos noivos ou namorados, os quais perderam a força quando os jovens começaram a frequentar bailes, casa de amigos, grandes cafés, mas no namoro ainda faltava a privacidade, aí entravam as belas e lindas cartas de amor, que me fez lembrar o filme, “Cartas Para Julieta”, de 2010, assinado pelo cineasta americano Gary Winick que acertou em cheio na comédia romântica.
Muitas cartas de amor de antigamente, dariam hoje, um excelente filme.
E, também havia os namorados mais ousados, que enfrentavam a noite para com seu violão fazer uma serenata para a amada.
Em tempos mais distantes, havia códigos entre os jovens, devia ser interessante conhecer os sinais e ficar observando, pois a maioria flertava através de pequenos sinais, mas com imenso significado. Os sinais entre os homens eram feitos através do cigarro ou mais chique, o charuto, até um passar de dedo na ponta do nariz comunicava, um lenço que era lançado ao chão, um gesto de limpar o suor do rosto, e outros códigos, que davam oportunidades aos casais de se encontrarem às escondidas. As mulheres se utilizavam de vários tipos de flores, cada uma com um tipo de mensagem: algumas queriam dizer: “Começo a te amar” e “Declaro-me a ti!”, porém só aos homens era dada a permissão da iniciativa. Caso a gravidez acontecesse, a mulher era expulsa da família, ou se a família tinha posses ela viajava, passava um longo período fora, e quando voltava sem o bebê, tudo ficava bem.
Sempre havia uma pessoa da família, (prima, tia, irmã) que ajudava o casal a marcar encontro, entregar cartas e, quando o namoro dava certo, o rapaz devia ir pedir o consentimento dos pais dela, e daí em diante podiam sair, mas sempre acompanhados, e com horário marcado para a volta. Hoje, no lugar de cartas de amor, os jovens mandam mensagens pelo celular, pedir o número do telefone da menina passou a ser:
-Pode me dar seu WhatsApp, você tem MSN?
Precisamos aprender muito sobre o amor.
Palavras sábias de Clarice Lispector,
“Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente.”
Que o “DIA dos Namorados”, seja repleto de romantismo a todos os casais, e que a idade não seja empecilho para dar e receber flores, jantar e até bombons!