Na minha singela opinião alguns filmes deveriam ter
continuação vitalícia, como é o caso de O Poderoso Chefão, trilogia dirigida
por Francis Coppola, que narra a vida da mafiosa família Corleone de 1945 a 1955.
O filme é baseado no livro homônimo do escritor Mario Puzo. Há muitas curiosidades sobre as gravações,
mas neste texto, vou me ater ao filme, às interpretações memoráveis e, no
final, vocês entenderão o porquê do Naco de Prosa dedicar espaço para esta obra
prima da 7ª Arte.
Muitas vezes iniciei o filme, mas não estava “bem” para
assistir a aproximadamente 3 horas de filme, e isso apenas no primeiro disco.
Os anos se passaram, e um “click” dentro de mim me fez ir a busca do meu irmão e pedir
emprestado o que, antes, fora um presente meu de Natal para ele.
Era uma tarde fria, quarta-feira, o dia estava nublado.
Arrumei o sofá, afofei os travesseiros, deitei-me, joguei a manta sobre mim e
apertei o play.
Alguns minutos mais tarde, estava sentada no sofá, coração
ofegante, admirando cada fala que Marlon Brando ( Don Corleone ) interpretava
em seu escritório intimista.
A voz quase afônica, suas atitudes sutis e sua voz metódica
compõem o personagem que nos mostra que não é necessário erguer a voz para se
fazer respeitar, pelo contrário, sentado
em sua poltrona, enquanto acaricia seu gato, ele ouve às reclamações com
atenção e, entre uma pausa e outra, ele orienta e auxilia àqueles que o
procuram.
Como agradecimento, um beijo na mão, sela o “favor”.
Mas engana-se quem pensa que o filme foi feito para denegrir
a imagem do ítalo-americano ou do italiano. O filme vai além, e mostra que em
todas as áreas, inclusive na igreja, o dinheiro sempre fala mais alto, e é o
motivador para chantagens e assassinatos.
A “Família”, como eles se intitulam, protegem seus membros e
se acarinham. Sabem reconhecer os membros fiéis, e cobram favores passados.
Levam a vida como a Lei de Talião: “olho por olho, dente por dente”.
Em uma das cenas, um amigo procura Don Corleone, pedindo vingança porque sua única filha fora
estuprada e espancada por alguns homens e eles, não foram presos. A narrativa
do pai, fragilizado, sentado na cadeira diante de um homem grisalho, que apenas
o observa, acariciando seu gato, é comovente, sua interpretação é tão
convincente que não há como não torcer para que o “Padrinho” (The GodFadher), o ajude e faça justiça.
Todos os atores foram ótimos em seus papéis, a edição foi
primordial, a direção foi sensível, a produção magnífica, e o que falar da
música tema composta por Nino Rota?
Que linda, que emocionante! Quando percebi estava entoando algumas notas:
“tanananananana”, no ritmo da original, claro.
Não há como não se envolver com este filme, é um dos
melhores filmes já produzidos, e o melhor cuja temática é Máfia.
Abordagens delicadas, com diálogos que minimizavam tanta dor
e sofrimento causados entre eles.
Acredito que cada pessoa vê a vida do ângulo que melhor lhe
convier. Assim como nos filmes, e o ângulo a que assisti à trilogia foi o que
se percebe o amor e o respeito entre pais e filhos, a dedicação de um pai para
manter e proteger seus rebentos, o amor do filho para proteger seu pai. A proteção
entre os irmãos, enfim... O amor que existe entre eles.
Sim, eu sei que essa minha visão causa estranheza, pois o tema é máfia, e máfia nos remete a vingança, sangue, morte.
Mas... “os brutos também amam”.
Para quem se interessou, o filme é composto por 3 discos
que, juntos, somam quase 10 horas.
Porque eu tenho certeza, quando os créditos finais
aparecerem na tela do primeiro disco, você vai querer a sequência... Afinal, não
é sempre que você tem a sorte cinematográfica de assistir a um filme com um
elenco composto por atores do alto escalão, como Marlon Brando, Al Pacino, Andy
Garcia e Robert de Niro. É um verdadeiro presente para os amantes desta Arte.
Abaixo link sobre
as curiosidades do filme. Vale a pena ler após assisti-lo:
http://setimacena.com/artigos/40-curiosidades-sobre-o-poderoso-chefao/