Ao sentarmos
diante da lareira, observando o início do fogo, o estalar da lenha queimando,
pequenas fagulhas que se desprendem e vão se espalhando sobre a lenha acendendo
outras madeiras, que em seguida levam o fogo a toda lenha, o que faz com que o
calor se expanda sem perder nada do seu corpo de chamas, calor e luz. Interessante
observar que o fogo vai se avolumando, repartindo sua força com tudo que está à
sua frente, a lareira fica repleta de fogo, luz e principalmente calor. Percebemos
que ele, doa-se e não diminui ,mas propaga-se mais,e nos dá uma bela lição de
compartilhamento, pois existem coisas que quando compartilhamos ficamos sem a
parte doada, exemplo: quando temos um copo com refrigerante ao compartilharmos
a metade ficaremos com menos líquido, se ao repartimos com alguém uma nota de
cem reais, ofertando-lhe a metade, ficaremos apenas com cinquenta reais,
ao repartirmos o pão também ficaremos sem a parte doada. Assim, poderíamos
elencar vários exemplos de partilha e seu resultado, que será sempre menos no
sentido real. Menos água, menos refrigerante, menos dinheiro, menos pão. E,
quanto ao conhecimento, a cultura, o saber, em suas várias áreas, quando os repassamos,
também não os perdemos, a cultura, as muitas habilidades que possuímos, porém
fogem da parte física, não têm vida própria sendo assim, diferente do fogo. O
fogo é “físico”. Interessante notarmos que o fogo é tão físico quanto o
dinheiro, a água, o refrigerante, o pão, porém ele não diminui quando se alastra
para todos os lados, podemos dividi-lo quantas vezes quisermos sem o risco de
perdê-lo porque, algo acontece de maneira diferente com o fogo,” fenômeno que consiste no
desprendimento de calor e luz produzidos pela combustão de um corpo; lume.” O
fogo é um ser material, semelhante ao pão, ao refrigerante, e a tudo que
podemos definir como um corpo material, mas o que nos deixa reflexivos é que
ele pode ser partilhado de muitas maneiras e intensidade,e não diminui.
Vamos citar
alguns exemplos: Se estivermos em uma sala escura, com uma velinha acesa em um
canto, a sala toda se iluminará ao acendermos nessa vela, centenas de outras. A
luz do fogo se expandirá, mas sem perder nada de seu corpo de luz ou calor,
assim apenas somaremos, ganhando mais dessa mesma velinha e haverá mais fogo,
mais luz. Aí, está a beleza da doação do fogo. Os cientistas dizem que o fogo surgiu na Terra há 400
milhões de anos. Podemos
imaginar uma caverna escura sendo iluminada por várias tochas que foram acesas em
um único ponto, ou uma tocha, fogueiras, alimentos cozidos, calor e mais e mais
fogo. Produzir e saber controlá-lo foram grandes conquistas da humanidade. Com
ele, o ser humano conseguiu afugentar os animais ferozes e não temer mais o
frio ou a escuridão. Quando houve o conhecimento do fogo, nos primórdios da
humanidade, o homem aprendeu como usá-lo, novos inventos foram vislumbrados pela humanidade, houve grande impulso para o desenvolvimento da
civilização, e o conhecimento não ficou apenas, em como acender o fogo, mas
também o seu poder de além, de acender, iluminar, gerar força, e também,
infelizmente de destruir, ele é um elemento primário, mas com grande poder de transformação.
“Somente o
Fogo manifesta-se em interação com outros elementos. Esta característica é
explicada pelo fato de que ele é a primeira manifestação do elemento primordial
que se evidencia como algo que une o universo em um único todo, em patamares
mais altos, e em níveis próximos ao nosso mundo, se manifesta como fonte da
vida.”
Podemos
dizer que o fogo é solidário, nos doa seu calor, sua chama, sua luz e continua forte.