20 de ago. de 2018

O Poder do Fogo



  Ao sentarmos diante da lareira, observando o início do fogo, o estalar da lenha queimando, pequenas fagulhas que se desprendem e vão se espalhando sobre a lenha acendendo outras madeiras, que em seguida levam o fogo a toda lenha, o que faz com que o calor se expanda sem perder nada do seu corpo de chamas, calor e luz. Interessante observar que o fogo vai se avolumando, repartindo sua força com tudo que está à sua frente, a lareira fica repleta de fogo, luz e principalmente calor. Percebemos que ele, doa-se e não diminui ,mas propaga-se mais,e nos dá uma bela lição de compartilhamento, pois existem coisas que quando compartilhamos ficamos sem a parte doada, exemplo: quando temos um copo com refrigerante ao compartilharmos a metade ficaremos com menos líquido, se ao repartimos com alguém uma nota de cem reais,  ofertando-lhe  a metade, ficaremos apenas com cinquenta reais, ao repartirmos o pão também ficaremos sem a parte doada. Assim, poderíamos elencar vários exemplos de partilha e seu resultado, que será sempre menos no sentido real. Menos água, menos refrigerante, menos dinheiro, menos pão. E, quanto ao conhecimento, a cultura, o saber, em suas várias áreas, quando os repassamos, também não os perdemos, a cultura, as muitas habilidades que possuímos, porém fogem da parte física, não têm vida própria sendo assim, diferente do fogo. O fogo é “físico”. Interessante notarmos que o fogo é tão físico quanto o dinheiro, a água, o refrigerante, o pão, porém ele não diminui quando se alastra para todos os lados, podemos dividi-lo quantas vezes quisermos sem o risco de perdê-lo porque, algo acontece de maneira diferente com o fogo,” fenômeno que consiste no desprendimento de calor e luz produzidos pela combustão de um corpo; lume.” O fogo é um ser material, semelhante ao pão, ao refrigerante, e a tudo que podemos definir como um corpo material, mas o que nos deixa reflexivos é que ele pode ser partilhado de muitas maneiras e intensidade,e não diminui.
 Vamos citar alguns exemplos: Se estivermos em uma sala escura, com uma velinha acesa em um canto, a sala toda se iluminará ao acendermos nessa vela, centenas de outras. A luz do fogo se expandirá, mas sem perder nada de seu corpo de luz ou calor, assim apenas somaremos, ganhando mais dessa mesma velinha e haverá mais fogo, mais luz. Aí, está a beleza da doação do fogo. Os cientistas dizem que o fogo surgiu na Terra há 400 milhões de anos. Podemos imaginar uma caverna escura sendo iluminada por várias tochas que foram acesas em um único ponto, ou uma tocha, fogueiras, alimentos cozidos, calor e mais e mais fogo. Produzir e saber controlá-lo foram grandes conquistas da humanidade. Com ele, o ser humano conseguiu afugentar os animais ferozes e não temer mais o frio ou a escuridão. Quando houve o conhecimento do fogo, nos primórdios da humanidade, o homem aprendeu como usá-lo, novos  inventos foram vislumbrados pela humanidade,  houve grande impulso para o desenvolvimento da civilização, e o conhecimento não ficou apenas, em como acender o fogo, mas também o seu poder de além, de acender, iluminar, gerar força, e também, infelizmente de destruir, ele é um elemento primário, mas com grande poder de transformação.
“Somente o Fogo manifesta-se em interação com outros elementos. Esta característica é explicada pelo fato de que ele é a primeira manifestação do elemento primordial que se evidencia como algo que une o universo em um único todo, em patamares mais altos, e em níveis próximos ao nosso mundo, se manifesta como fonte da vida.”
Podemos dizer que o fogo é solidário, nos doa seu calor, sua chama, sua luz e continua forte.

6 de ago. de 2018

Empatia


  Empatia é a habilidade mais importante que devemos praticar.
A palavra empatia se originou da fusão de duas palavras gregas, com seus respectivos significados:
-in – para dentro;
-pathos – sentimento.
“É muito comum ver as pessoas confundirem empatia com simpatia. Simpatia tem o mesmo radical de empatia (o termo grego pathos), mas difere pelo início sym que significa união.” Batson (1997) cita uma variedade de pesquisas que sustentam a afirmação de que a preocupação empática evoca motivação altruísta. O altruísmo é compreendido como “a ajuda com intenção de auxiliar outra pessoa sem expectativa de qualquer compensação (senão o bom sentimento resultante)”                         
   A empatia é a capacidade de enxergar-se, sentir-se no lugar de outra pessoa, com vontade de compreendê-la, sem julgá-la em nada. Já a simpatia está relacionada com o sentir a emoção junto de alguém. Como sua origem grega prenuncia, simpatia é a união dos sentimentos.
Podemos afirmar que empatia é sentir a dor do outro, projetar-se nele e, em suas emoções. Apenas pela empatia podemos sentir as emoções do outro. Neste mundo egoísta, é fácil ‘fechar a porta das ternas compaixões’ e desconsiderar as necessidades dos outros.
Podemos afirmar que um exemplo puro de empatia começa com nossos filhos, sentimos cada dor junto ao filhinho que chora, nos colocamos no lugar dele, seja em que idade for, a dor, angústia ou outro problema, vivemos e sentimos juntos.
Às vezes, conhecendo e amando o nosso próximo não temos a habilidade de sentir a aflição do nosso irmão, e ajudá-lo a aliviar a sua dor. Quando nossa habilidade de sentirmos empatia é bem desenvolvida o nosso sentimento de compaixão é elevado. Jesus viveu a empatia com todos nós, sentiu a dor de cada um. Em um trecho do evangelho, quando houve a partilha dos pães, Jesus preocupou-se com a multidão que ali se reunia, o que eles iriam comer, pois na época a fome também aniquilava o povo, preocupou-se não apenas com a fome física, mas também com a fome do espírito. O menino que trazia em sua cesta cinco pães de cevada e dois peixes, poderia ter se negado a dar o seu farnel, pois cada um deveria ter pensado em trazer o seu alimento, mas ele o ofertou para que Jesus fizesse a distribuição.
Atualmente, sofremos com a fome que assola os pobres, não tanto pela falta de dinheiro, mas pela má distribuição e muito mais com o desperdício, precisamos nos colocar no lugar de quem tem fome, pois
quando formos inteiramente capazes de nos colocar no lugar do outro, sentir a dor dele, quase que literalmente, poderemos afirmar que temos compaixão. O apóstolo Paulo recomendou-nos ‘a se alegrar com os que se alegram; chorar com os que choram’. E acrescentou: “Tende a mesma mentalidade para com os outros como para com vós mesmos.”
O mundo seria melhor se as pessoas fossem empáticas, pois elas aceitariam  o outro como ele é, sendo assim não teriam  preconceito de espécie alguma, porque colocando-se no lugar do outro sentiriam  a mesma angústia, e o  entendimento geral de tudo que acontece ao nosso redor seria tranquilamente aceitável, pois  a partir do momento que você começa a praticar a empatia, verá rapidamente os benefícios provocados por ela.
Certamente, há poucas pessoas que nascem com a empatia desenvolvida, porém para os demais, há possibilidades de reforçar essa habilidade tão proclamada.   A empatia é uma das qualidades do ser humano ligadas à inteligência emocional e pode, portanto, ser desenvolvida.
Numerosos estudos apontam a importância de exercermos a empatia, pois essa habilidade nos auxilia em todos os processos da vida e desiquilíbrios sociais. É de extrema importância podermos contar com alguém, podermos depositar tudo que atinge nossa alma, nossa estrutura emocional, a qual nos leva a perdermos a capacidade e o equilíbrio da paz.
“Segundo Titchener, assim como para Lipps, ter empatia é perceber através de uma imitação interna o que sente o outro. Somente através da empatia pode se penetrar na consciência do outro.”
“Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro, e não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele”.    Carl Rogers.                                                                                                                       

A carta que nunca chegou

    Tarde cinza, vento forte fazia os galhos das árvores dançarem no jardim. Eu precisava finalizar a mudança que começara há dois anos,...