Era casamento de uma das filhas do casal. Moravam na roça,
de onde tiravam quase tudo para o seu sustento, a vida lá era muito árdua. Cada
um tinha a sua tarefa, eram em muitos irmãos.
Lídia, a noiva, era a encarregada de ordenhar as vacas,
colocar os botijões cheios, na estrada, os quais eram recolhidos e levados à
cidade para vender, em casa era feito o
queijo, a manteiga, a nata, os quais eram levadas a cavalo para a cidade onde
eram vendidos. Os fregueses eram certos. Soube que muitas vezes de tanto chacoalhar, a nata virava manteiga o que causava problemas, pois muitos estavam à
espera da nata, e não da manteiga.
Assim era a vida de Lídia.
Pensava que casando ela iria ter o melhor do melhor, pois
iria morar na cidade, pensou nos presentes que iria ganhar, pois haveria uma
grande festa, para a qual toda a vila foi convidada. Todos da vila foram ao
grande casamento, com seus presentes nas carroças.
Os noivos ganharam porcos, galinhas e até uma bezerrinha a
qual, perdera a mãe ao nascer. Pois é, hoje quando somos convidados para um
casamento, logo indagamos sobre a lista de presentes. Há uma loja, que os
noivos escolhem e lá deixam sua lista. No último casamento que fomos, a lista estava na internet, escolhíamos o
presente e, se aquele já fora comprado, nós não sabíamos, mas fazíamos
a compra pelo cartão ( em vezes, é claro rsssssssss) e assim os noivos escolhiam o que lhes faltava. Prática boa, não acham ?
Bem, voltemos ao casamento de Lídia.
Os presentes ficaram todos na chácara onde ela morava com os pais, pois
não havia como levá-los na carroça e depois até à cidade, onde pegariam o trem e seguiriam para suas novas vidas.
A viagem foi cansativa, mas quando chegaram ao destino, o trabalho tinha que ser feito,
descarregar, arrumar, lavar, cozinhar. O marido já foi trabalhar, pois já havia
deixado tudo ajeitado, ele também era da roça, porém tudo deu errado.
Conseguiram outro trabalho em uma fazenda, onde ele fazia o trabalho braçal e
Lídia ordenhava as vacas.