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Graças ao movimento Poético Nacional, que aconteceu no dia 20 de outubro de 1976, em São Paulo, na casa do brasileiro Paulo Menotti Del Picchia, que era jornalista, romancista, advogado e cronista, escolheu-se esta data para comemorar “O Dia Nacional do Poeta”, apesar de não haver uma lei que oficialize esta data a nível extraoficial, ela é comemorada no Brasil.
Ele foi um escritor brasileiro da primeira geração do Modernismo foi um dos mais combativos militantes da estética modernista.
Às vezes, há uma pequena confusão com as datas, pois alguns calendários trazem a data 14 de março como “O Dia do Poeta”, porém é o Dia Nacional da Poesia, que é uma homenagem ao poeta brasileiro do romantismo, Castro Alves, que nasceu em 14 de março de 1847.
Podemos verificar em diversas matérias, que falam sobre “O Dia do Poeta”, a data trocada e a homenagem feita ao poeta passa a ser para o “ Dia da Poesia” ou vice-versa, pois há semelhança no assunto, porém com datas distintas. Voltemos aos poetas. Fenando Pessoa em seu poema: O Poeta é um Fingidor diz que,
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Eu gosto de afirmar que o poeta não é um fingidor, mas é um grande mágico, que garimpa as palavras adequadas, e vai com elas construindo versos com os quais nos dá um lindo e magnífico poema, além disso, ele tem o poder de com a sua magia mexer com a fome, a pobreza, os políticos, a educação, e até com a própria poesia, ele luta com as palavras que estão à sua disposição. O poeta também sente a solidão lhe congelar a alma quando nada lhe vem à mente para escrever seu poema, tem a poesia em seu âmago, porém não consegue apresentá-la, aí se sente no exílio, faz expatriação forçada, sente que a solidão lhe força uma retirada para que seus versos não incorporem a tristeza da solidão em seus ledores mais apaixonados pelos seus poemas.
Exemplos de alguns versos repletos de tristeza, do poema: “Solidão”.
Às vezes vem cantando um passarinho
Mas passa. E eu vou seguindo o meu caminho
Na tristeza sem fim de uma alma morta. (Vinicius de Moraes)
Como definir um poeta? O dicionário nos dá esta definição simplista:
Poeta é autor cuja obra é impregnada de poesia.
Sabemos que ser poeta é muito mais, apesar de que sua obra é impregnada de poesia, “ele é um ser que vê o que os outros não conseguem enxergar. É aquele que exterioriza sua alma, seus sentimentos, expondo sua sensibilidade. É aquele que toca os sentimentos alheios com sua poesia. É o ser sensível que consegue sentir os mínimos toques do Universo e transmitir os seus sentimentos”.
Sem explicações aqui, para o termo “Poeta” para as mulheres, nada melhor que a própria poeta com seus versos e magia nos explicar.
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta. Cecília Meireles
Somando com mais um exemplo da professora e poeta Lupe Cotrim, com uma estrofe de seu poema "O dúplice".
Ser poeta
é meu resíduo
de tristeza
ao não ser triste.
O motivo de possuirmos uma data para comemorar “O Dia do Poeta” é o escritor Paulo Menotti del Picchia como vimos acima, nada mais justo
que registrarmos um poema dele aqui.
Noite
“As casas fecham as pálpebras das janelas e dormem.
Todos os rumores são postos em surdina,
todas as luzes se apagam.
Há um grande aparato de câmara funerária
na paisagem do mundo.
Os homens ficam rígidos,
tomam a posição horizontal
e ensaiam o próprio cadáver.
Cada leito é a maquete de um túmulo.
Cada sono em ensaio de morte.
No cemitério da treva
tudo morre provisoriamente”.
Machado de Assis dá uma bela definição de ser poeta:
“Você é aquilo que ninguém vê. Uma coleção de histórias, estórias, memórias, dores, delícias, pecados, bondades, tragédias, sucessos, sentimentos e pensamentos. Se definir é se limitar. Você é um eterno parênteses em aberto, enquanto sua eternidade durar”.
Parabéns a todos os poetas!