23 de jun. de 2022
Pinhão a semente da Araucária
Nos arredores da cidade de União da Vitória, a qual fica no estado do Paraná, há
muita araucária. No outono e inverno a semente do pinheiro é colhida, o gostoso
pinhão. As famílias fazem passeios pelos campos para juntar os pinhões que
insistem em cair, a pinha se desfaz e tudo vem ao chão. Em uma tarde de um dia
muito frio, daqueles em que a geada custa a ir embora, um grupo de quatro
crianças, amigos que moravam na mesma rua, estudavam na mesma escola e tinham
idades aproximadas, dez e onze anos, foram juntar pinhões. Guilherme estava
sempre com sua irmãzinha do lado, ela era a menor com nove anos, ele era
responsável por ela, principalmente quando se afastavam de casa. Porém Lorena,
como era chamada, era muito espevitada, vivia pondo-se em perigo ao entrar em
grutas, dizia que ia pesquisar. Tinha sempre uma pastinha com uma caderneta,
lápis, régua e caneta. Porém, sempre atrapalhava os planos dos meninos, que
ficavam irritados com Guilherme por ter trazido “a mala” como a chamavam. No
entanto, ela fingia que não ouvia os xingamentos. O objetivo das crianças era
apanhar muito pinhão e vender em pequenas quantidades. Fizeram uma reunião e
decidiram quem faria as atividades. Primeiramente, todos colheriam o máximo de
pinhão, que ficaria em um monte, após tudo colhido e escolhido, Guilherme e o
amigo separariam as quantidades com peso aproximado, claro que a irmãzinha
ficaria com eles. Os pacotes vazios foram sendo guardados há tempos, depois de
cada compra que as mães faziam. Deixaram tudo organizado, colocaram o preço em
cada pacote. Após isso resolveram fazer uma pequena fogueira para sapecar
pinhões, era costume em todas as famílias, assim cada um foi juntar sapé,
(galhos secos dos pinheiros) para o fogo. Tudo pronto, o fogo com pequenas
labaredas recebeu punhados de pinhões, muitos estouravam ao contato com o fogo,
a alegria das crianças era vibrante. Alguns minutos depois todos comiam os
gostosos frutos do pinheiro. De repente, Guilherme percebeu que Lorena não
estava por perto, saiu gritando por ela, e nada. Pediu aos amigos que o
ajudassem a procurá-la. O sol ia se pondo e nada da pirralha aparecer, Guilherme
a princípio pensou que ela estivesse brincando de se esconder, mas quando o
vento gelado começou, ele sabia que o caso era grave. Correu em busca da ajuda
dos pais, muito assustados pediram ajuda aos vizinhos. Todos correram para
ajudar a encontrar a pequena. O frio aumentava, todos estavam vasculhando com
muito cuidado todos os lugares possíveis. Gritavam o nome dela, o cachorrinho de
estimação dela também entendeu a situação e começou a correr farejando aqui e
ali. As lanternas já estavam sendo acesas, pois a noite chegara, tudo era um
breu, a escuridão era quebrada pelas estrelas em um céu límpido. Percorreram
muito chão, passaram-se muitas horas. Guilherme sentiu as lágrimas rolarem pelo
seu rosto. O medo de perder a irmã já o deixava horrorizado. Todos se
perguntavam: onde ela poderia ter ido? A busca foi muito intensa, as lanternas
acesas já davam um clima de horror. A maioria dos vizinhos usava uma madeira,
tipo estaca para ir tocando o terreno. Parecia cena de filme. O tempo corria,
mas nada de encontrar Lorena. A mãe dela não conseguiu prosseguir ficou sentada
à espera de notícias. O pai estava muito nervoso suava como estivesse em uma
sauna. Todos já estavam com medo do resultado da busca. Totó, o cachorrinho se
afastou muito e logo começou a latir, aguçando os ouvidos de todos. Correram
para ver de onde vinham os latidos e ao lado dele, sob uma enorme pedra escura,
bem protegida do vento, Lorena dormia profundamente. Foi uma festa, gritos de:
achamos! achamos! foram ouvidos de longe. A menina acordou assustada, pois
estava alheia aos acontecimentos. Seu pai a pegou no colo, abraçou-a e disse:
-Por que veio tão longe sem avisar? Ela já desperta e consciente do acontecido
respondeu: -Papai eu faço pesquisas, preciso andar muito para encontrar
material. Todos agradeceram a Deus. O frio estava congelante. Cada um tomou o
caminho de casa para uma noite tranquila.
Assinar:
Postagens (Atom)
O porta-retratos
Foto do google Era quase uma da manhã, lembro-me que estava inquieta naquela madrugada, talvez pelo vento, que fazia o galho bater...

-
‘’ Osteogênese imperfeita é o nome que se da a uma doença hereditária que é chamada de ossos de vidro ". Osso de vidro é a falta de co...
-
Fotos do Google Mês de março, ouvimos falar muito a respeito das mulheres. Há tanto a comentar, tanto a homenagear pela bravura ...
-
Foto do google Era quase uma da manhã, lembro-me que estava inquieta naquela madrugada, talvez pelo vento, que fazia o galho bater...