7 de mai. de 2017

Como deve ser

Certo dia, resolvi mudar de rota, voltei para casa por outro caminho, lembro-me que era um final de tarde lindo, daqueles em que o céu está rosa e os pássaros, com movimentos perfeitos de ballet, dançavam sobre minha cabeça.
Naquele momento ouvia uma música desses ritmos que nos deixam alegres, para cima, pois tudo se encaixava perfeitamente, sentia-me parte da natureza, como deve ser.
Foi quando observei ao lado, sentada sobre os trilhos do trem (que hoje não mais apita), uma mulher com as pernas contra o corpo, olhando para cima, sorria. 

Ela estava tão encantada que parei por alguns minutos.
Busquei com os meus olhos o que os olhos dela fitavam e a faziam sorrir, afinal sorrir faz bem e, eu também queria buscar um pouco daquela sensação.
Avistei, no céu, um casal de pássaros, pequenos, acredito serem sabiás.
Eles iam e vinham, suas asinhas desenhavam algo invisível no céu
e, naquele momento, meus lábios sorriram, mas foi algo tão espontâneo, tão puro, que a minha vontade era convidar a todos que passavam ali para, assim como ela e eu, parassem por alguns minutos e observassem como a natureza é perfeita em seu conjunto: animais, floresta e nós.
A harmonia, a boa convivência... Tudo poderia ser sempre assim
Tirei os fones do ouvido, precisava ouvir o canto daqueles seres tão pequenos e, ao mesmo tempo, tão grandes
Pensei comigo: corajosos, esses pequenos! Desde quando nascem têm que enfrentar este mundo todo, imenso, infindo...
Nós ainda temos auxilio, muitos de nós, até longa data... já, algumas espécies, nascem sozinhos e correm para o mar... tão pequenos e frágeis. Alguns não conseguem chegar ao seu destino final, outros chegam e têm que enfrentar outros desafios no fundo do mar...
E, me senti frágil diante de tais pensamentos.
Naquele momento, confesso, entendi o quão frágeis podemos ser... Muitos animais vivem só por anos e se defendem muito bem, e sobrevivem e vivem, porém nós sozinhos, não somos uma ilha, necessitamos uns dos outros para vivermos, pois sozinhos, não sei ao certo até onde aguentaríamos.
Se sobreviveríamos, o sol já dera espaço à lua.
Coloquei o fone, e continuei meu caminho para casa, pensando que tudo estava exatamente no seu devido lugar e, era como deveria ser.
Fotos: Google




4 comentários:

  1. Maravilhosa reflexão e divagação! Adorei e esse contato com a natureza e suas belezas nos deixa bem! Saber ver pequenos detalhes nela...bjs, chica

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  2. Bom texto para reflectir! Amei

    Beijinhos e uma excelente semana

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  3. Decerto Marli, a natureza tem sempre o seu lugar próprio, nós próprios fazemos parte dela. Que a estava a observar, compreendeu isso e não fez mais que se enquadrar bem.
    Bjs

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  4. Também o teu texto é "como deve ser", um hino ao pulsar da nossa vida em harmonia com a vida da natureza...
    Bjinho, Marli :)

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