18 de abr. de 2018

Medo da Chuva

Foto da internet



Ela vem chegando mansinho, mas de repente mostra toda a sua força e quando a mostra leva consigo tudo o que encontra pela frente.
A chuva nos é benéfica na medida certa, mas quando ultrapassa o limite traz a desgraça de uma ou várias cidades, pois deixa seu rastro de desolação. Este assunto surgiu logo após uma chuva forte que caiu em nossas cidades, no dia de ontem. Não vamos falar aqui, da interferência do ser humano no trajeto da água como; problema da pavimentação, eliminação da vegetação, desmatamentos das ruas, praças, o excesso de cimento, calçadas, falta de drenagem e outros meios que ajudariam no escoamento da água, sem esquecer a abundância de lixo descartado de maneira indevida.
Então é certo dizer que não respeitamos o ambiente em que vivemos, é triste.
Vamos falar sobre o sofrimento das famílias que vivem a olhar para o alto, quando a chuva parece não querer parar. Assim aconteceu ontem, com uma amiga, que ficou preocupada ou triste com a lembrança da última cheia em nossas cidades.  A ansiedade, o medo e até angústia daqueles que já viveram o drama de uma enchente ainda é presente em sua vida e de seus familiares.
Mesmo que sejamos privilegiados em morar em lugar livre de enchente, sofremos com parentes e amigos que ficam desabrigados de casa, agasalho, conforto do lar, da família, pois muitas são divididas para morar, mesmo que temporariamente com outras pessoas. Quem tem lugar com parentes, quem sabe se estresse menos, mas há os que ficam em escolas, em ginásios, em igrejas, e nem sempre há condições de suprir todas as necessidades.
As pessoas que perdem sua casa mesmo que depois recuperada, qualquer trovão a faz tremer pelo medo do que vai perder. Já dizia Wiliam Feather:
“Algumas pessoas estão fazendo uma preparação tão minuciosa para os dias de chuva que eles não estão aproveitando o brilho do sol de hoje.”
A chuva contínua, que permanece por vários dias, e transforma-se em calamidade, passa a ser uma inimiga, por isso, muitas pessoas não vivem sossegadas. Todos sofrem, e, há ainda os animais. Minha amiga estava muito sentida ainda, depois de tanto tempo passado, porque perdera seu cãozinho de estimação, pois no dia da mudança, com a água chegando ele fugiu de medo, e mesmo com muita procura jamais foi encontrado E, assim há com certeza, muitos casos piores envolvendo morte de pessoas, roubo de alimentos, de cobertores e muitas outras coisas.
Clarice Lispector dizia que as pessoas ficam tão preocupadas com a chuva repentina, a transformam em tempestade, mesmo sendo apenas uma nuvem passageira.
Como não temer a chuva que vem com vento, as árvores se dobram ou se quebram com o impacto de muita chuva, sem falar no granizo, pois este congelado, o vapor de água fica com mais peso do que a nuvem pode aguentar e cai, em forma de pedra de gelo, também fazendo seus estragos em plantações e, às vezes pelo tamanho, acabam matando animais que estão no campo. Quem já passou por momentos tristes devido às chuvas ou enchentes vai ter que com o tempo trabalhar para afastar o medo, pois a chuva virá sempre.


Quem sabe pensar como Raul Seixas:
“Eu perdi o meu medo, o meu medo da chuva.
Pois a chuva voltando pra terra traz coisas do ar.
Aprendi o segredo, o segredo da vida.
Vendo as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar.”


9 comentários:

  1. Querida amiga Marli, seu texto nos traz reflexão, pois é mesmo muito triste ver muitos desabrigados por causa das chuvas!
    Que triste perder o animalzinho de estimação nessas condições, nem dá para imaginar!
    Enfim... Muitas mudanças climáticas, o homem está desmatando mais do que seja possível suportar e a natureza não poupa mesmo!
    Abraços apertados!

    ResponderExcluir
  2. Olá, Marli.
    Gostei desta sua crônica, "Medo da Chuva", do qual destaque este fragmento:

    "A chuva contínua, que permanece por vários dias, e transforma-se em calamidade, passa a ser uma inimiga, por isso, muitas pessoas não vivem sossegadas. Todos sofrem, e, há ainda os animais. Minha amiga estava muito sentida ainda, depois de tanto tempo passado, porque perdera seu cãozinho de estimação, pois no dia da mudança, com a água chegando ele fugiu de medo, e mesmo com muita procura jamais foi encontrado E, assim há com certeza, muitos casos piores envolvendo morte de pessoas, roubo de alimentos, de cobertores e muitas outras coisas."

    Parabéns, Marli.
    Um abraço.
    Pedro

    ResponderExcluir
  3. OI MARLI!
    A CHUVA QUE POR VEZES NOS ENCANTA EM OUTRAS NOS AMEDRONTA.
    EM TEU TEXTO JÁ FALAS SOBRE NOSSAS CULPAS AO NÃO RESPEITARMOS A NATUREZA E AO TROCO QUE ELA NOS DÁ, MAS, É SEMPRE TRISTE VERMOS PESSOAS QUE PERDEM TUDO QUE TEM, INCLUSIVE SEUS ANIMAIZINHOS DE ESTIMAÇÃO E NÃO TEM NEM DE QUEM COBRAR A NÃO SER, CHORAR E NOVAMENTE IR A LUTA MAS QUE DÓI NA ALMA DA GENTE, DÓI.
    BONITO TEXTO AMIGA.
    ABRÇS
    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  4. Bom dia. Muito bom o seu texto :))

    Hoje:- O que a alma quer dizer.

    Bjos
    Votos de uma Óptima Quinta-feira

    ResponderExcluir
  5. Belíssimo texto!

    Beijo e um excelente dia.

    ResponderExcluir
  6. A chuva só é 'boa' (?) para os que estão bem abrigados e não passam por perigo algum. Tenho visto famílias que recuperam tudo, remendam suas casas, compram móveis novos (com muito sacrifício) e não leva muito para outro drama desses. É triste ver o desespero das pessoas.
    Um beijo, querida Marli!

    ResponderExcluir
  7. A chuva é uma coisa boa, mas quando é demais...
    Gostei do seu texto, parabéns.
    Continuação de boa semana, amiga Marli.
    Beijo.

    ResponderExcluir
  8. Marli,a chuva é uma benção,mas quando chega impetuosa faz muitos estragos e atingi muitas vezes os mais necessitados.
    Lindo Texto.
    Bjs-Carmen Lúcia.

    ResponderExcluir
  9. Realmente há pessoas para quem o excesso de chuva é um problema que dá cabo de suas vidas. Foi esta reflexão que encontrei nesta sua excelente crónica.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

    ResponderExcluir

O porta-retratos

  Foto do google     Era quase uma da manhã, lembro-me que estava inquieta naquela madrugada, talvez pelo vento, que fazia o galho bater...