28 de mai. de 2020

O amor está fadado ao fracasso?

imagem do Googlee


   Parei um tempo para olhar a chuva escorrendo pelo vidro da sala. Através dele, percebi um casal sob o guarda-chuva, que esperava para atravessar a rua. Ele, com o braço  em torno da cintura dela, tentando protegê-la dos pingos incessantes. Peguei minha caneca com café, o dia estava frio, segurei com as duas mãos para esquentá-las um pouco. Comecei a divagar... 
Será que o amor está fadado ao final, ao fracasso ? Quantos casais vivem juntos por 50 anos ou mais ? Quantos enfrentam a vida a dois, juntos ? Quantos tentam consertar ao invés de jogar fora ? 


Os relacionamentos hoje me parecem tão superficiais. Talvez pela correria, ou pela frieza que as feridas da vida tornam nosso coração. Ou pelos tombos que levamos e deixamos, com isso, a desconfiança tomar nosso coração e pensamento. A superficialidade de uma transa e depois o adeus, apenas para contar pontos com os amigos. Não há mais o namoro, o conhecer, o mistério de descobrir, aos poucos, o sabor do beijo, se o abraço será capaz de aconchegar o outro corpo e protegê-lo. Hoje, a velocidade chegou nos relacionamentos também.Quando o ter, é mais importante que o descobrir. Talvez por isso, não dure... Primeiro a cama, depois a gente vê como fica. Mas aí, você começa a descobrir que ele ou ela não gosta de Neruda, tem pavor de andar de mãos dadas e adora filmes de terror. Tudo o que você não quer para a sua vida, ao seu lado, está ali, bem à sua frente, e você já não acha mais graça nas piadas sobre banalidades, e você não sente mais falta quando ele ou ela não manda mais mensagem, e você começa achar aquele perfume doce demais. 
Então o encanto começa a desaparecer, e os detalhes começam a incomodar, e você já não deixa pra lá como antes ou, simplesmente, não liga se ele ou ela não aparecer no final de semana, com mais um filme da série Jogos Mortais. Pelo contrário, você respira com alívio. Já não se enfeita como antes, e coloca qualquer coisa só porque não pode andar sem roupa. 
E o tempo passa... e o distanciamento é tão inevitável que, quando se dá conta, não há mais ninguém em sua vida. E você não sabe onde errou, onde começou a dar errado. E hoje, sob a chuva, segura o guarda-chuva, e está só. Sem um braço em torno do seu corpo, sem um sorriso quando seus olhares se cruzam e, estranhamente, você se sente bem, e está feliz. E tudo vai tomando novas cores, novos aromas. Retoma os contatos antes deixados de lado, os sonhos esquecidos. 
Penso que não é o amor que está fadado ao fracasso mas, sim, aquele sentimento que não agrega valor ao seu... tomo um gole de café, sorrio sozinha. Abro meu Neruda: " Um homem só encontra a mulher ideal quando olhar no seu rosto e ver um anjo e, tendo-a nos braços, ter as tentações que só os demônios provocam..."

Meus velhos chinelos ( crônica reeditada)


Lembro-me da minha infância,com muita saudade,
                                                                        
quando vivi momentos únicos e que os trago comigo, até

hoje. Deles tirei 

bons aprendizados,consequentemente,maturidade.

Os Natais tinham outro sabor, literalmente, os doces, mais 

especificamente: o beijo baiano,aquelas bolachas redondas, 

cobertas com chocolate e, que nenhuma pessoa, que utilize

 prótese dentária, ousa morder.

Porém, quando elas chegavam para nós, os três irmãos, 

filhos de um casal de comerciantes,era a maior alegria, ao

 abrirmos o pacote, lembro que a pequena sala, de chão de

madeira, recendia o aroma vindo daquelas bolachas.

Meus irmãos, e eu, aprendemos cedo o que era trabalho,

o quanto era importante a responsabilidade ,e o que

deveríamos esperar da vida.

  Nada nos era dado gratuitamente, o que tínhamos era com

árduo trabalho do meu pai e de minha mãe,mas um fato 

 específico é vívido em minhas melhores lembranças de um 

passado tão diferente, tão distante da atual realidade juvenil,

em nosso país.

   Um par de chinelos gastos, pelo tempo de uso.

Suas tiras eram vermelhas, se não fossem de borracha, diria

a vocês que elas brilhavam,tamanho cuidado e higiene que 

eu tinha com ele, o meu velho e único par de chinelos,que

ficava sempre do lado de fora da porta,pois como eu o 

utilizava para meus afazeres externos, não era

comum entrarmos em casa com o mesmo calçado, assim

deixávamos os calçados sujos, do lado de fora da porta.

  A noite passou, noutro dia, minha mãe pediu para eu levar

 o leite até o vizinho,eram duas garrafas, e a casa ficava a

 uns dois quarteirões da minha.

Peguei as garrafas, coloquei-as na cesta, cobri com um 

pano, e abri a porta.
Fui pronta para calçar os chinelos, mas meus pés 

encontraram apenas o vazio,sabem aquela sensação 

desconfortável, como se um buraco no chão se abrisse, e

você fosse caindo sem conseguir se agarrar em nada?

Pois bem, foi justamente isso que aconteceu.

Meus chinelos sumiram. Exclamei em meus pensamentos,

jamais aconteceu algo assim aqui, por isso, confiávamos 

em todos,mas, sempre há uma primeira vez para tudo.

E justo comigo!

O que diria aos meus pais? Como iria entregar as compras?

Não podia me dar ao luxo de perder um calçado, não 

naquele momento, em épocas de vacas magras, como

costumeiramente dizíamos.

Eu tinha responsabilidades, e precisava entregar a 

encomenda.
Não poderíamos perder mais uma venda,a única opção foi 

calçar os sapatos de ir à missa, isso ou a galocha 

utilizada para ajudar meu pai, na lida com os animais no 

pasto.

Entrei em casa sorrateiramente, pois não queria que os 

olhos da minha mãe fossem direto para as garrafas de leite, 

ainda em minhas mãos,calcei os sapatos e saí.

No caminho, ainda inconformada, reclamei baixo sobre o

fato,ao meu lado, passava uma senhora,cabelos bem 

brancos, um xale de crochê nas costas,sorriso nos lábios, 

me cumprimentou, e, entre  dentes soltei um, bom dia.

Ela intrigada, percebeu que algo estava errado.
Indagou-me:-Em um dia tão lindo, o que a aborrece?

Não conhecia aquela senhora, não ia contar algo tão 

íntimo a ela.
,
E, se ela contasse à minha mãe?

Apenas abanei a cabeça e segui meu caminho.

Na volta, ainda incrédula, pensava em como contar sobre o

meu descuido.

Quando olhei em volta,vi um menino, deveria ter uns quatro

 aninhos.

Corria de um lado para o outro, camiseta suja, com vários 

rasgos, um calção marrom escuro,cabelos rapados,ele

 sorria e corria,mas era uma risada tão gostosa, que por um


momento eu esqueci o que havia acontecido.


Com certeza, este menino não era dali,

pois na época, meu bairro era pequeno, e conhecíamos a 

todos.

Talvez algum migrante que passava por ali,

mas, ao olhar para baixo, e perceber o que havia em seus 

pés, congelei.

Os meus chinelos, agora já sujos de terra, em seus

pequenos pés,na hora, meu sangue ferveu.

Ele era uma criança, mas precisava saber que o que fez não

estava certo.

Aproximei-me:- Olá, menino, venha aqui !

Ele parou, me olhou, e chamou pela mãe.

Uma senhora, veio lá do fundo enxugando as mãos no velho

 avental:- pois não? Ela indagou.

- Senhora, desculpe incomodar, mas os chinelos que o seu

filho está usando são meus, e,  tenho certeza disso.

Ela não sabia o que dizer. Pediu para o filho entrar.

Então, aproximou-se da cerca, e disse:- Desculpe! Eu não

agi certo.

Chegamos ontem, viemos de muito longe. Estávamos com

 fome, sede, cansados, caminhamos muitos quilômetros,

 outros conseguimos carona. Sei que a moça não tem nada

 com isso, mas só Deus sabe o quanto foi difícil para mim, e

 meu filho chegarmos aqui com vida.

- Eu entendo, mas pegar sem permissão não é o caminho –

 argumentei.

- Eu sei, porém, o meu menino, esse que você viu correndo,

 nunca tinha visto um calçado assim. Eu nunca pude dar a 

ele algo assim. O pouco que temos, mal dá para a comida, e

quando passamos em frente a sua casa, ele garrou ( sic ) os

chinelos e não quis mais largar. Como eu vou tirar de uma 

criança? Eu juro por Deus, nosso Senhor, que eu ia hoje, lá

falar com vocês. Consegui por um milagre essa família aqui

que me abrigou, eu e meu filho.Estou trabalhando agora,e 

vou pagar tintin por tintin  pelo seu chinelo. Mas, por 

misericórdia, não o tira do meu menino, não!

E, de repente, lágrimas começaram a molhar o rosto daquela

 mulher.

Ali estava uma mãe, desesperada, que passara por muito

sofrimento, com um filho pequeno e, sozinha no mundo. Só 

Deus sabia o que ela estava sentindo.

Retirei o pequeno pano que cobria as garrafas de leite e, 

ofereci para secar-lhes as lágrimas. Constrangida, ela 

agradeceu. Apenas pediu, encarecidamente para que eu 

não contasse nada à patroa dela, senão ela perderia o

emprego.

- Está tudo bem, fique com o chinelo. Não o tirarei do seu 

filho.

Abaixei-me, peguei a cesta, e continuei rumo a minha casa.

Quando uma voz já conhecida me chamou. Olhei de canto 

de olho, era aquela senhora de cabelos brancos e xale nas

costas, que conversara comigo, há pouco.

Ela falava baixo, não queria ser notada.

- Olá, menina. Agora entendi o motivo de sua tristeza. Ouvi 

toda a história.

Abaixei a cabeça.

- Não se envergonhe, disse ela. Você só tinha esse par de

 chinelos?

Assenti.
- Essa mulher com quem você acabou de conversar, nunca

 soube como é a maciez de um chinelo como o seu, só tem

 calos e bolhas nos pés, mal escondidos por um sapato 

velho e rasgado. Seu pequeno, o menino, que há pouco

 sorria e se divertia, nunca teve o prazer de experimentar a

 maciez da borracha protegendo as solas dos seus

 pequenos pés, da ardência do chão.

Essa casa é minha, era de minha família, voltei morar aqui 

ontem mesmo, e recebi essa senhora e seu filho porque 

preciso de ajuda, mas eu não conhecia a história dela, ainda

não tive tempo para conversar.

Vamos fazer uma coisa? Venha comigo ao 

armazém da vila, vamos comprar roupas e sapatos

para essa mãe e seu filho!

Ela estava tão empolgada, que eu não tive como negar. 

Apenas passei em casa e tranquilizei minha mãe. Entreguei 

o dinheiro do leite e segui com a bondosa senhora.

Ela comprou muitas roupas.

. Voltamos, o sol estava se pondo.

- Gostou da nossa tarde, menina?

- Muito! – exclamei.

- Espere, isso é para você.

Olhei para a mão da senhora, uma caixa amarela se 

destacava.

- Tome, abra!

Abri, dentro, um par de chinelos.

Olhei para ela, devolvendo a caixa, pois não podia aceitar.

- Você vai aceitar. É o meu presente para você. Aprenda:

quem ajuda, é ajudado.

A Lei Divina é assim. Hoje, você sairá daqui com uma lição

apreendida: a vida é um ciclo.

Ninguém que dá amor recebe pedras,você aceitou as

desculpas daquela mãe, e deu o seu único par de

chinelos àquele menino. Devolvo os a você!
Ela entrou, fiquei um tempo com a caixa nas mãos olhando 

lá dentro, pela janela, um pequeno menino continuava

pulando, ora abraçando sua mãe, ora se escondendo atrás 

do sofá.

28 de abr. de 2020

Mulheres e a história




    Nós, brasileiros, possuímos um patrimônio social na história, na política na cultura e, como acontece em todos os países há a multiplicidade de pessoas, que são agregadas, é claro que no Brasil é assim também.
  Podemos fazer uma analogia com uma colcha de retalhos, pois carrega em sua herança, em cada pedaço a memória social. Neste maravilhoso elenco estão as mulheres, que lutaram e lutam pelos seus direitos e espaços sociais. As mulheres fazem parte da história do Brasil, e muitas ajudaram a fazer esta história, as quais pertencem a numerosas classes sociais.
 Parece impossível, mas nos dias atuais em que as mulheres estão em todas as áreas com sua competência e trabalho, ainda ouvimos a tão desagradável frase: “Só podia ser mulher, “ e outros impropérios.
É grande o universo de mulheres inventoras, e seus trabalhos ainda nos ajudam atualmente. Confira apenas alguns exemplos de criações e trabalhos de mulheres ao longo da história:
Não vamos aqui tecer comentários sobre a mulher no volante, sobre trânsito, é pequeno demais, por isso citaremos algumas mulheres que fizeram história, por exemplo: na tecnologia, são quatro programadoras que fizeram a história e se destacaram no mundo.
   Ada Lovelace é considerada a fundadora da ciência da computação, assim como a primeira programadora do mundo.  
    Margaret Hamilton foi diretora de engenharia de software, que guiou o voo da missão Apollo 11 e levou os primeiros homens à lua.
   Grace Hopper desenvolveu linguagens de programação acessíveis, que usavam palavras e não números para funcionar o computador.
Joan Clarke formada em matemática, ela fez parte da equipe que construiu alguns dos primeiros computadores do mundo.
“Só podia ser mulher! ”
   Se fizermos uma pesquisa com boa dedicação de tempo, com certeza, a lista de mulheres que deixaram sua marca na história será imensa.
   A história nos conta que em épocas de guerras os homens saiam para a luta, e neste período as mulheres tomavam à frente de sua aldeia, eram bravamente desafiadas a enfrentarem o inimigo e dar proteção aos filhos e desvalidos.
  Podemos registrar a bela história que conhecemos desde os bancos escolares, da índia da tribo dos tupinambás, Paraguaçu, esposa de Caramuru, o português Diogo Álvares Correia. Após se converter ao catolicismo, recebe o nome de Catarina do Brasil. Ela esteve junto com Caramuru na fundação de Salvador, abrindo igrejas e cuidando de conventos.
Outra que marcou muito a história do Brasil foi Ana Pimentel Henriques Maldonado, esposa de Martim Afonso de Sousa.
Enquanto o marido estava na missão ela ficou respondendo por seus negócios brasileiros, portanto, foi nesse período que Ana Pimentel deu início ao plantio de cana de açúcar em Cubatão e a criação de gado na Capitania de São Vicente, atual São Paulo.
 Maria Quitéria, foi a primeira mulher a fazer parte do Exército Brasileiro, que se disfarçava de homem para poder lutar.
Participou de várias batalhas, entre elas a Independência do Brasil, recebeu a condecoração da Ordem Imperial do Cruzeiro, pelo Imperador Dom Pedro I.
Temos Narcisa Amália de Campos, que é tida como a primeira jornalista profissional do Brasil.
A paulista Carlota Pereira de Queirós, foi professora, mas depois acabou mudando para medicina. Elegeu-se como a primeira deputada federal do Brasil, quando fez parte das comissões de saúde e educação. É de sua autoria a emenda que cria a casa do jornaleiro e o laboratório de biologia infantil.
Há muito o que registrar sobre tão valorosas mulheres, quem não conhece um bote salva-vidas, pois foi feito por uma mulher, os painéis de energia solar utilizam o trabalho de pesquisa de uma mulher. Há uma mulher por trás da tecnologia do wi-fi e GPS, que é a sigla em português significa “Sistema de Posicionamento Global”.
Temos grandes feitos, registrados ou não, nas páginas de nossa história.
Em nossas cidades o rol de mulheres que fizeram e fazem a nossa história é imenso. Aqui há apenas uma pequena amostra de que sim,
“Só podia ser mulher! ”

26 de mar. de 2020

Coronavírus une o mundo





   Sempre se combateu o isolamento social, pois sabemos que se for prolongado produz em excesso, um produto químico no cérebro, que pode aumentar a agressividade e o medo, por isso, precisamos estar atentos à nossa saúde mental.
 E, agora que estamos vivendo esta pandemia, como fazer para nos cuidar, pois sabemos que o Brasil é o país mais ansioso do mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, pesquisa feita antes da chegada do Coronavírus.
  Toda esta situação tem o poder de afetar a saúde mental das pessoas, aumentando os níveis de ansiedade e medo, pois fatores desconhecidos e incertos fazem com que todos se sintam inseguros, principalmente em casos como este, de nível mundial. Como agir, agora que precisamos nos isolar?
  Li uma matéria com o título “Endurance”, confesso que achei a reportagem extremamente interessante, jamais pensei que fosse usá-la como exemplo para escrever esta crônica, fazendo analogia com o que estamos passando hoje, no mundo inteiro.
A reportagem, a que me refiro acima conta sobre o adestramento pelo qual passavam os militares da Marinha do Brasil. Estranhei a palavra adestramento, mas é correto “adestramento militar”.
  Endurance era lançar o navio ao mar por 30 dias, sem porto próximo, a terra mais perto era o fundo do mar. Era tempo de “full time”, tempo integral de trabalho.
Todos eram monitorados, e a partir do décimo quinto dia o humor de cada um se alterava, uma pequena ação fora do contexto era motivo para grandes brigas, discussões, inclusive tentativa de suicídio.
Hoje, estamos vivendo uma situação semelhante, mas sem adestramento, por isso, precisamos ficar atentos para que todos fiquem bem, pois o menor vestígio de fisionomia feia, é motivo para grandes brigas, desavenças, o estresse tomará conta de todos. Pessoas acostumadas a sair, andar por todos os lugares, livres para se divertirem, de repente passam a viver em confinamento, distanciar-se das pessoas que amam, situação muito difícil, então precisamos mostrar e viver a empatia, pois o mundo chora, sem distinção de idade, cultura, raça e religião, as diferenças ficaram de lado, hoje, somos um só povo, com a mesma dor. E, todos estão sofrendo por medo de se contaminar, com medo de não poder pagar as contas, medo de ficar só, medo de tudo, infelizmente, todos vão sair perdendo algo, durante esta crise. Ninguém está isento, a diferença é que alguns sofrerão mais e outros menos, nem há como mensurar o quanto vamos sofrer de algum modo. Devido a isto precisamos nos unir e aprender a amenizar os sintomas de ansiedade e tentar viver de uma maneira saudável, refletindo sobre os aprendizados que podemos ter com toda esta triste realidade.
O bombardeio de informações deve ser evitado, pois vivemos em tempos de globalização, e nada nos escapa, há ainda as ‘fake news’, que se referem a falsas informações, e nos causam pânico, no entanto podemos organizar o nosso tempo, de acordo com nossas necessidades.
Há inúmeras coisas, que podemos fazer como: ler aquele livro que nos espera há tempo, assistir a estreia da série aclamada, meditar, começar a escrever, e não esquecer da empatia e consciência coletiva, pois elas farão a grande diferença.
    Segundo a coordenadora do curso de Psicologia da Estácio BH, Renata Mafra: "Os humanos já vivenciaram várias epidemias em outros tempos. Faz parte da nossa história". Segundo ela, o rápido e intenso fluxo das informações podem provocar a sensação de que não é possível lidar com a infecção, de caos, aumentando a realidade. "Pensar que a epidemia é uma situação transitória que vai passar e que você está contribuindo positivamente para isso, ajuda a acalmar a mente”.

26 de fev. de 2020

Morte na brincadeira


    
foto do Google
 Quem de nós não lembra com saudade e carinho das brincadeiras,que faziam parte de nossa infância,hoje foram esquecidas e trocadas por aparelhos eletrônicos.
Algumas destas brincadeiras ainda estão vivas em nossa memória,como:
pular amarelinha,esconder o anel,brincar e cantar “escravos de Jó”,esconde-esconde,pular elástico,bolinhas de gude, batata quente,telefone sem fio,corrida do saco,jogar bola eram tantas que precisamos de tempo para recordar, infelizmente algumas foram extintas.Vale ainda acrescentar que havia uma muito “perigosa”,para os pais era o terror, quem não lembra,do famoso rolimã,mas eram brincadeiras sadias e cheias de alegria, com pouco esforço podemos lembrar de alguns destes momentos ao lado dos amiguinhos da escola, e todos eram incluídos,sem preocupação com a cor, sexo ou religião. Tempo de viver como criança, cultivando a ingenuidade,a inocência,que é a característica da criança e por isso,elas são lindas.
   Parece-nos que as brincadeiras estão evoluindo, entretanto com objetivo de machucar o outro. Há vários casos assim muito se falou do caso suicida Baleia Azul, hoje a brincadeira “Quebra Crânio”, estão usando o termo brincadeira,mas com certeza não é, pois é uma atitude que pode levar a morte ou sequelas sérias. Nem vamos falar aqui sobre as consequências dentro da lei.  
    O novo desafio teve início entre estudantes venezuelanos e ganhou destaque na internet,nos últimos dias,e já começou a chegar a algumas escolas brasileiras, gerando preocupação entre pais e professores devido aos perigos da prática da insana brincadeira.
   Chamada de “quebra-crânio”,a brincadeira é realizada com a participação de três pessoas, que ficam lado a lado. Enquanto as duas das extremidades pulam, a do meio, que não sabe como o jogo funciona,pula também,e,é neste momento que os dois aplicam uma rasteira no participante desavisado, causando a sua queda,que pode levar ao
traumatismo craniano,ao coma,e até mesmo à morte, dependendo da gravidade,pois leva-se em conta a altura do salto. Ainda pode haver fratura de punho ou coluna se a vítima tentar se defender,apoiando-se nas mãos para se proteger.
   Essa bizarra ‘brincadeira’ ficou conhecida quando um youtuber irresponsável,brincou com a própria mãe,filmando-a e postando na internet,com isso alcançou muitos jovens e adolescentes.
  Professores,pais,médicos,psicólogos e outros profissionais estão unidos para esclarecer a todos sobre esta nova modalidade de brincadeira que pode matar.
   A conscientização está sendo significativa em nossas cidades e muito singular,começando nas famílias e escolas. Engajada ao trabalho de utilidade pública,a TV MILL apresentou uma matéria esclarecedora sobre o assunto,nesta sexta-feira com Doutor Arthur José Santos da Costa,médico Neurologista,que explicou detalhadamente os danos físicos causados à vítima da tal brincadeira,assim como Marcelo José Boldori,Coordenador do Curso de Direito da Universidade do Contestado,Porto União falou sobre às consequências penais relativas ao assunto. Em algumas escolas,alunos gravaram vídeo alertando sobre o perigo.
  Juntaram-se aos demais,nesta labuta de informação e conscientização o Colégio Visão de União da Vitória,duas alunas gravaram um vídeo,onde pedem a estes adolescentes um basta a esta ‘brincadeira’ de mal gosto.
   Nada precisaria ser dito sobre o perigo deste desafio, se houvesse a noção de responsabilidade na vida destes jovens,lamentavelmente não a possuem,e estão repetindo a sandice em outros os lugares.
O trabalho dos pais passa a ser de extrema importância, pois:
“Sua responsabilidade como pai e como mãe não é poupar o seu filho de sofrer,
mas ensiná-lo a fazer as melhores escolhas. Quando você faz isso, coloca sobre ele a responsabilidade pela própria felicidade”.




Queridos amigos,estou demorando para visitá-los e publicando menos.Sei que irão entender,estou em um trabalho voluntário desde o ano passado,dou aulas para 25 meninas de famílias carentes,estou me dedicando ao máximo e me sentindo feliz. Tenho passado na corrida para ler suas postagens,mas às vezes não consigo deixar meu comentário. 
Grande abraço a todos!


21 de jan. de 2020

Elevador constrange as pessoas





   Todos sabemos o que é um elevador,mas poucos param para pensar sobre ele e suas funções.Podemos até fazermos analogias sobre ele e a vida.
“A vida é como um elevador.Em seu caminho para cima,às vezes você tem que parar e deixar algumas pessoas saírem”. Pensando assim,entrei no elevador,apertei o botão para descer, mais pessoas foram entrando,em cada andar e os botões iam sendo usados.Notei que todas as pessoas ao entrarem se transformavam,pareciam estátuas do mais duro mármore. Um casal entrou,mas parecia que a distância faria bem a eles.Era nítido que haviam brigado,e a briga não terminara,porém tiveram que ficar feito múmias caladas.Os olhos da mulher soltavam faíscas contra o homem,que provavelmente era seu marido. Eu estava inquieta,pois dava para notar que logo iria haver uma explosão entre eles.
    Quando o elevador parou no andar onde iriam ficar ela saiu,olhou para trás e percebeu que o marido decidira ficar,ela grosseiramente o puxou pela manga da camisa,a qual rasgou,e ele foi forçado a sair.Assustadora atitude.
    Surgiu naquele momento a ideia de escrever uma crônica sobre as pessoas e o elevador.Porém,surgiu uma dificuldade, como abordar um assunto tão corriqueiro e difícil ao mesmo tempo.Teria que ser uma crônica no estilo de Luís Fernando Veríssimo.
   Pensei,pensei,pensei mais e começaram a fluir ideias, mas como Veríssimo ou Marta Medeiros descreveriam as pessoas fechadas em uma caixa metálica sem sequer olhar uma para a outra,pois elas simplesmente fixavam os olhos aos botões ou aos números correndo no placar, sobre a porta, outros que só ficam olhando para os próprios pés,outros ainda ficavam cutucando as unhas com alguma chave que tinham nas mãos. Observei tudo e achei muitíssimo engraçado. Voltei meu pensamento na crônica,e concluí que Veríssimo escreveria que o morador do 12º andar, estava apressado, pois cuidava também do relógio,diferente do morador do 11º,que nem se importava com o ruído apavorante que o elevador fazia.
   O vizinho da esquerda estava com a cabeça erguida e olhos grudados ao placar de andares,enquanto o vizinho da direita se abanava sentindo um calor que não existia. O outro ao lado ficou o tempo todo se olhando no grande espelho na parede do elevador.
   A vizinha do andar de baixo,com seus mais de 70 anos, implicava com o menino ao seu lado,que carregava um cãozinho que estava um pouco sujo,ela fazia cara de nojo e gesticulava,mas o garoto nem lhe dava atenção.
E, em relação ao casal briguento,que  também não falavam nenhuma palavra, mas que provavelmente eles desceram em um andar,que não era o desejado,mas sim,para continuarem a discussão, percebia-se que  estavam no auge da raiva, pois antes da porta do elevador se fechar já se ouviam vozes alteradas e ofensivas dos dois, pois  estavam a pouca distância .
    Percebi o quanto a pequena viagem até o térreo do edifício,era dolorosa para a maioria das pessoas.
    Uma parada, um soco do elevador e voltei a escrever a crônica em minha mente.
   Lembrei o quanto é engraçado ficar parado junto com outras pessoas e não emitir nenhum som. Chega a ser constrangedor,estar em um lugar e não poder ou não querer dizer nem uma palavra,será que é uma regra imposta pela sociedade?
   Pelo menos, poder responder um belo bom dia,boa tarde, como vai,dar um belo sorriso seria elegante e educado.
      Ideia para várias outras crônicas.


   

O porta-retratos

  Foto do google     Era quase uma da manhã, lembro-me que estava inquieta naquela madrugada, talvez pelo vento, que fazia o galho bater...