Hoje, pela manhã tocou a campanhia, era muito cedo (para
mim). Saí da cama contrariada e fui atender. Abri a janela e não vi ninguém,
pensei devem ser os meninos que apertam a
campanhia e saem correndo é bem comum.
Voltei para a cama. A campanhia tornou a tocar fiquei bem
quietinha enrolada sob as cobertas, como se fosse possível ser vista por quem
estava à minha porta. Ouvi o toque sendo insistentemente repetido. Olhei, debrucei-me
para ter visibilidade e vi uma garotinha bem pertinho da porta, eu não a via
devido a sacada. Perguntei a ela:
- O que você quer?
Nossa até eu me assustei com o tom da minha voz.
Ela olhou para cima, me viu, me deu um sorriso do tamanho do
mundo e disse:
- Posso falar com
você?
- Pode, o que é?
E ela foi mais longe:- você pode vir aqui falar comigo, bem
pertinho?
Naquele momento me senti a rainha da cocada preta.
- Fala daí, mesmo.
Mas ela não desistiu e nem se amedrontou com meu tom de voz.
Disse-lhe então:
- Está bem, vou aí falar com você, mas espero que valha a
pena. Demorei para me trocar e até pensei que ela tivesse desistido e ido
embora, mas que nada ela estava paradinha de braços cruzados, feito gente
grande.Fiz uma rápida análise da pequena, que de perto parecia menor.Tinha
belos traços, cabelos claros arrumados em um
rabo de cavalo, estava vestida adequadamente
para a sua idade.Resolvi fazer-lhe algumas perguntas como se com esta atitude
eu justificasse o meu comportamento.
- Quantos anos você tem?
-Acho que tenho seis, às vezes eu esqueço se são cinco ou
seis e continuou a contar nos dedinhos.
- Como você se chama?
- Meu nome é Emily Cristine.
Meu coração bateu mais forte e senti como se já a
conhecesse. Minha memória voltou ao passado, quando eu esperava a minha filha e seu nome,
seria EMILY CRISTINE, mas na hora do nascimento a emoção foi mais forte e
esqueci, por isso, ela tem outro nome.
Mas voltando a nossa menina, senti que ela já conquistara
meu coração. Continuei com meu interrogatório.
- Onde você mora?
- Moramos bem perto daqui, nos mudamos há alguns dias,
porque onde morávamos a enchente levou
tudo. Deu-me uma tristeza que sem perceber abracei a pequenina e
perguntei-lhe:- você está com fome? Vou fazer um lanche para você. Não eu
acabei de comer na minha casa, disse ela.
- O que você precisa, então?
-Falaram-me que aqui mora uma professora que é muito legal,
então eu vim saber se ela pode me emprestar um livro, pois os que eu lia a
enchente levou. A professora legal é você?
Engoli em seco, passei meu braço sobre seus pequenos ombros
e lhe disse:
- Vamos entrar, pois vou lhe mostrar todos os meus livros e
você poderá levar quantos quiser.
Ela me olhou, sorriu e disse:
- Você é legal mesmo!
Oi Marli
ResponderExcluirUauuuuu! Muito comovente a forma lúdica e poética que você usou para escrever esta bela história e o sentimento AMOR explicitado em cada gesto. Parabéns! Eu amei ler
Beijos e uma boa semana
Olá gracita, obrigada! tenha uma linda semana! Beijos!
ExcluirOlá,boa noite, Marli
ResponderExcluirComo vai? Comigo,tudo na paz!
...se acordo muito cedo, fico de mau humor. Se acordo com o barulho da campainha, fico de péssimo humor...mas, meu bom humor volta rapidamente ,quando vejo que a visitante sabe o quanto a leitura é importante e veio somente me pedir um livro...e de deveras frustrado quando vejo crianças que não mostram disposição ou interesse em ler...me torno uma pessoa legal,também... gostei da prosa...parabéns!
Obrigado pelo carinho da participação em meu blog,bela semana, beijos!
Que texto simples e belo! Fácil de ler e imaginar a pequena abordando você. Quem dera todas as crianças fossem atrás de cultura, como a sua Emily. Abraços do amiguinho camarada.
ResponderExcluirBom dia, Gasparzinho,obrigada pelo elogio. É verdade, seria muito interessante se todos fossem mais em busca de cultura.O título ficou semelhante ao " A menina que roubava livros", há livro e filme sobre ela. Vale a pena ler, bem com certeza você já o leu. Tenha um lindo e abençoado dia. Abraços!
ExcluirBom dia
ResponderExcluirQue texto maravilhoso. Adorei
Votos de uma excelente semana.
Beijo
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Adorei esse estilo de escrita!
ResponderExcluirtexto muito bom mesmo, vc é criativa!
bjus e boa semana!
http://www.elianedelacerda.com
Não sei se ficção ou realidade... mas em qualquer um dos casos, Marli, que belo texto! Boa semana.
ResponderExcluirUm conto emocionante.Parabéns.
ResponderExcluirHERMOSO... LER APRENDER PARA CRECER
ResponderExcluirEmudeci, Marli, sabe bem a razão. Quando se foi professor, nunca deixaremos de o ser. Então, ter destes encontros (apesar das circunstâncias), é algo quase poético. Seja real ou ficcionado...
ResponderExcluirBJO :) :)
Lindo que os livros voem pelo mundo...
ResponderExcluirBeijo Lisette.
Olá tudo bem com você Marli?
ResponderExcluirHoje vim te convidar a conhecer meu novo espaço, o "Entre Elas", um espaço culinário com dicas, truques, segredinhos e claro receitas.
É um blog novo, pois tive de recomeçar, pois os outros dois espaços que tinha foram-se ... já estou seguindo seu blog com esse novo, apenas minha foto não aparece nos seguidores, mas é só conferir pelo nome My Silva..
Conto com sua presença ...
http://entreelassempre.blogspot.com.br/
Bjo
My
Olá, já fui visitar seu blog e sou sua seguidora. Amei suas dicas e receitas.
ResponderExcluirObrigada! Grande beijo!