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Foto da internet |
Ela vem
chegando mansinho, mas de repente mostra toda a sua força e quando a mostra
leva consigo tudo o que encontra pela frente.
A chuva nos
é benéfica na medida certa, mas quando ultrapassa o limite traz a desgraça de
uma ou várias cidades, pois deixa seu rastro de desolação. Este assunto surgiu
logo após uma chuva forte que caiu em nossas cidades, no dia de ontem. Não
vamos falar aqui, da interferência do ser humano no trajeto da água como;
problema da pavimentação, eliminação da vegetação, desmatamentos das ruas,
praças, o excesso de cimento, calçadas, falta de drenagem e outros meios que
ajudariam no escoamento da água, sem esquecer a abundância de lixo descartado
de maneira indevida.
Então é
certo dizer que não respeitamos o ambiente em que vivemos, é triste.
Vamos falar
sobre o sofrimento das famílias que vivem a olhar para o alto, quando a chuva
parece não querer parar. Assim aconteceu ontem, com uma amiga, que ficou
preocupada ou triste com a lembrança da última cheia em nossas cidades. A ansiedade, o medo e até angústia daqueles
que já viveram o drama de uma enchente ainda é presente em sua vida e de seus
familiares.
Mesmo que
sejamos privilegiados em morar em lugar livre de enchente, sofremos com
parentes e amigos que ficam desabrigados de casa, agasalho, conforto do lar, da
família, pois muitas são divididas para morar, mesmo que temporariamente com
outras pessoas. Quem tem lugar com parentes, quem sabe se estresse menos, mas
há os que ficam em escolas, em ginásios, em igrejas, e nem sempre há condições
de suprir todas as necessidades.
As pessoas
que perdem sua casa mesmo que depois recuperada, qualquer trovão a faz tremer
pelo medo do que vai perder. Já dizia Wiliam Feather:
“Algumas
pessoas estão fazendo uma preparação tão minuciosa para os dias de chuva que
eles não estão aproveitando o brilho do sol de hoje.”
A chuva
contínua, que permanece por vários dias, e transforma-se em calamidade, passa a
ser uma inimiga, por isso, muitas pessoas não vivem sossegadas. Todos sofrem,
e, há ainda os animais. Minha amiga estava muito sentida ainda, depois de tanto
tempo passado, porque perdera seu cãozinho de estimação, pois no dia da mudança,
com a água chegando ele fugiu de medo, e mesmo com muita procura jamais foi
encontrado E, assim há com certeza, muitos casos piores envolvendo morte de
pessoas, roubo de alimentos, de cobertores e muitas outras coisas.
Clarice
Lispector dizia que as pessoas ficam tão preocupadas com a chuva repentina, a
transformam em tempestade, mesmo sendo apenas uma nuvem passageira.
Como não
temer a chuva que vem com vento, as árvores se dobram ou se quebram com o
impacto de muita chuva, sem falar no granizo, pois este congelado, o vapor de
água fica com mais peso do que a nuvem pode aguentar e cai, em forma de pedra
de gelo, também fazendo seus estragos em plantações e, às vezes pelo tamanho,
acabam matando animais que estão no campo. Quem já passou por momentos tristes
devido às chuvas ou enchentes vai ter que com o tempo trabalhar para afastar o
medo, pois a chuva virá sempre.
Quem sabe
pensar como Raul Seixas:
“Eu perdi o
meu medo, o meu medo da chuva.
Pois a chuva
voltando pra terra traz coisas do ar.
Aprendi o
segredo, o segredo da vida.
Vendo as
pedras que choram sozinhas no mesmo lugar.”