12 de jun. de 2019

O namoro em tempos modernos




     Ouvimos muito “No meu tempo o amor era diferente”, penso que não é o amor, mas a forma de conquistar este amor.
    Mês de junho, dia 12 é quando no Brasil, comemoramos o “Dia dos Namorados”, e, nesta data é comum a presença do romantismo através de flores, jantares, presentes, viagens, nos Estados Unidos e na Europa, o Dia dos Namorados é celebrado em 14 de fevereiro, data também conhecida como Dia de São Valentim (Valentine’s Day).
   No passado, o romantismo estava à frente do prazer, que era vivido em sua totalidade, o que trazia rubor na face, mãos suadas, gaguejo, às vezes, muitos até faziam o papel de bobos, por tanto constrangimento, que precisavam enfrentar diante da família toda. E tudo era bonito, mesmo que tudo fosse estabelecido pelos pais, o namorado precisava expressar seus sentimentos baseado em delicadezas e romantismo, que no namoro atual ficou mais difícil de encontrarmos. E, ainda havia a severa vigilância, por isso, o namoro não demorava muito para chegar ao casamento.
   Atualmente, há mais liberdade no namoro e grande parte do romantismo se perdeu, pois o foco está no prazer, porém não podemos ser radicais, pois ainda existem casais que vivem com uma grande dose de romantismo.
  Podemos lembrar como era o flerte, a troca de olhares, os bilhetinhos, hoje tudo virou xaveco, (gíria) conversa de quem quer conquistar alguém. O namoro no portão de casa, sob os olhares dos pais, as cartas de amor,  (eram estipulados os dias de visita do namorado), as quais supriam a saudade, e tudo isso, foi para as telinhas dos computadores.
  Se voltarmos um pouco mais no tempo, vamos relembrar dos casamentos arranjados pelos pais dos noivos ou namorados, os quais perderam a força quando os jovens começaram a frequentar bailes, casa de amigos, grandes cafés, mas no namoro ainda faltava a privacidade, aí entravam as belas e lindas cartas de amor, que me fez lembrar o filme, “Cartas Para Julieta”, de 2010, assinado pelo cineasta americano Gary Winick que acertou em cheio na comédia romântica.
  Muitas cartas de amor de antigamente, dariam hoje, um excelente filme.
E, também havia os namorados mais ousados, que enfrentavam a noite para com seu violão fazer uma serenata para a amada.
    Em tempos mais distantes, havia códigos entre os jovens, devia ser interessante conhecer os sinais e ficar observando, pois a maioria flertava através de pequenos sinais, mas com imenso significado.  Os sinais entre os homens eram feitos através do cigarro ou mais chique, o charuto, até um passar de dedo na ponta do nariz comunicava, um lenço que era lançado ao chão, um gesto de limpar o suor do rosto, e outros códigos, que davam oportunidades aos casais de se encontrarem às escondidas.  As mulheres se utilizavam de vários tipos de flores, cada uma com um tipo de mensagem: algumas queriam dizer: “Começo a te amar” e “Declaro-me a ti!”, porém só aos homens era dada a permissão da iniciativa. Caso a gravidez acontecesse, a mulher era expulsa da família, ou se a família tinha posses ela viajava, passava um longo período fora, e quando voltava sem o bebê, tudo ficava bem.
    Sempre havia uma pessoa da família, (prima, tia, irmã) que ajudava o casal a marcar encontro, entregar cartas e, quando o namoro dava certo, o rapaz devia ir pedir o consentimento dos pais dela, e daí em diante podiam sair, mas sempre acompanhados, e com horário marcado para a volta. Hoje, no lugar de cartas de amor, os jovens mandam mensagens pelo celular, pedir o número do telefone da menina passou a ser:
-Pode me dar seu WhatsApp, você tem MSN?
Precisamos aprender muito sobre o amor.
Palavras sábias de Clarice Lispector,
“Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente.”
 Que o “DIA dos Namorados”, seja repleto de romantismo a todos os casais, e que a idade não seja empecilho para  dar e receber flores, jantar e até bombons!

1 de jun. de 2019

A dor da fome



      Nas reuniões de conselho de classe os professores se reúnem para discutir alguns problemas, possíveis soluções e outros fatos pertinentes, à ocasião da reunião. Todos que sentaram nos bancos escolares, (seja como professor, aluno ou pai), sabem o que é conselho de classe.
    É o momento em que todos os professores têm a chance de comentar seus problemas em relação aos seus alunos e ouvir a opinião de toda a classe docente. O resultado costuma ser satisfatório, pois há muitas soluções, as quais são analisadas e tira-se a melhor escolha.
Lembro-me perfeitamente de um pequeno menino, franzino, vinha a pé, de uma distância considerável, pois se percebia que era de uma família com certas dificuldades, porém de uma educação e meiguice louváveis.
    Neste dia de conselho de classe, o nome dele foi citado, alguns professores que ainda não conheciam a história do pequeno, perguntaram ao grande grupo o que havia de errado com ele, pois era esforçado demais, mas parecia estar sempre cansado querendo dormir na carteira.
    Depois de tantos anos, ainda me vem à memória o rostinho do pequeno menino, eu tinha um carinho especial por ele, meus cuidados eram extremos, parecia que eu o defendia como se fosse a sua mãe. Muitas vezes eu levava a ele um pequeno embrulho, que lhe passava sem que os demais alunos percebessem, eu trazia a ele um lanche, pois soubera por ele que nunca dava tempo de tomar café, tinha que levantar muito cedo para ajudar ao pai com os irmãozinhos, porque sua mãe estava muito doente.
Notava-se nele que passavam por muitas dificuldades, e que a comida era escassa, ele fingia que não dava tempo de se alimentar pela manhã, mas nem café devia haver em sua casa.
  Nas escolas estaduais e municipais é servida merenda a todas as crianças, mas ele ganhou bolsa integral em um colégio particular, onde não se servia merenda. Ele jamais pediu nada, vinha sempre com seu uniforme impecável, material em ordem e lições feitas, após as aulas ele sempre ficava um tempo a mais para aproveitar a biblioteca, e ter paz para fazer seus deveres. Estava sempre sozinho.
   Voltando ao assunto do comentário do professor, percebi que nenhum dos colegas sabia o real motivo dele parecer desmotivado nas aulas. Ele tem fome, falei a todos que eu sabia um pouco da história triste dele, os meus colegas sentiram na alma o problema. O que fazer para resolver? Nosso diretor, como sempre bom de coração disse:
-Todos os dias ele deve tomar café aqui, no colégio, serviremos uma boa refeição para ele começar bem, o dia de estudo.
    O menino foi avisado em particular, para não melindrar seu coração, foi lhe dito que como a mãe estava doente, e o pai sem tempo para fazer seu café, ele poderia fazer a primeira refeição no colégio, assim que ele chegasse, antes do início de todas as aulas, ele deveria tomar seu café. Confesso que a mudança foi extraordinária, ele parecia ser outro menino, cheio de vida. Pudemos ir mais além, pois como ele ficava aguardando a biblioteca abrir, começou a almoçar lá também.
   E assim, passaram-se os anos, o pequeno menino já adolescente continuava fazendo suas refeições no colégio, nunca lhe foi perguntado se ainda precisava comer ali, mas era óbvio que tudo lhe fazia bem.
O tempo não perdoa ninguém e passou rápido, ele se formou e nunca mais soube dele.
   Certa noite, eu estava em um evento, e ao meu lado uma jovem começou a falar comigo, perguntando se eu era a professora do tal colégio.
   Como encontramos nossos ex-alunos em todos os lugares, sem reconhecê-la perguntei se ela havia sido minha aluna. Ela me respondeu que não, mas seu noivo sim, e sempre falava sobre mim para ela. Fiquei surpresa e curiosa, queria saber quem era ele.
Quando me contou, veio-me à lembrança o meu pequeno aluno. Ela me falou que ele terminou o ensino superior, e continuava fazendo cursos específicos à sua profissão. Senti que fizera a diferença na vida daquele pequeno menino, e que hoje é um homem realizando seus sonhos.
Que Deus o abençoe!

14 de mai. de 2019

Homenagem às Mães,

Foto do Google



     Sabemos e ouvimos falar que todos os dias são e devem ser dedicados às Mães.Há tanta coisa bonita a ser dita, porém tudo se torna redundante, porque todos os poetas já proclamaram em verso e prosa o nome "Mãe". Palavras bonitas,versos rimados, mas será que em algum poema veremos registrado o dia em que a mamãe ficou sem almoçar porque o bebê chorou muito,a dor era grande e, ela chorou também,ou será que em algum lugar encontraremos a mamãe escondendo as lágrimas, para manter-se firme diante de uma posição tomada?
Na obra'Amor,Silêncios e Tempestades'de José Luís Nunes Martins,achei extremamente interessante esta citação:
   “Ser mãe é receber em si um ser que lhe vem de fora e acolhê-lo em vista de um futuro que pressente,mas que,de maneira nenhuma, sabe explicar.Ser mãe é,antes de mais, aceitar.Tudo.Tudo.
“É aceitar em si um outro  ser para o qual ela se torna o mundo: gerando-o, alimentando-o, comendo, bebendo e respirando com ele... ele dentro de si, ela em volta dele.”
“É deixar esse outro ir embora e voltar a recebê-lo em cada dia, quando ele volta, quando ele se revolta e,também, quando ele não volta.”
      E assim,quando nos perguntarem:
-Quem é aquela mulher ajoelhada aos pés da cruz de Jesus?
-É uma Mãe que pede pelo seu filhinho que nasceu com paralisia cerebral.
-Quem é aquela mulher com as mãos sujas de barro aos pés do morro?
-É uma Mãe que procura pelo seu filho,sob os escombros do deslizamento, após as chuvas.
-Quem é aquela mulher correndo pela rua, em meio à multidão?
-para pegar seu filho,na creche do bairro.
-Quem é aquela mulher,sentada à beira da estrada?
-É uma Mãe cansada do trabalho da roça,e que ainda vai trabalhar em casa.
-Quem é aquela mulher chorando,à porta do hospital?
-É uma Mãe que precisa que seu filho seja atendido pelo médico,mas não há vaga no hospital.
-Quem é aquela mulher desesperada contando moedas?
-É uma Mãe que conta seu dinheiro para saber quantos pãezinhos poderá comprar para seus filhos,com o que ganhou com seu trabalho,na feira.
-Quem é aquela mulher atrapalhando a fila, no mercado?
É uma Mãe que está devolvendo mercadorias, porque seu dinheiro é pouco para pagar.
-Quem é aquela mulher,à porta do colégio, olhando o relógio?
-É uma Mãe que espera que seu filho se adapte ao primeiro dia de aula, para poder deixá-lo e ir trabalhar
-Quem é aquela mulher,de salto alto,às pressas pela calçada?
-É uma Mãe, advogada que vai enfrentar mais uma difícil jornada de seu trabalho,com a justiça.
-Quem é aquela mulher carregada de livros que caminha apressada?
-É uma Mãe professora,que está indo cumprir mais uma jornada de trabalho,em outra Unidade Escolar.
-Quem é aquela mulher com vassoura,na rua?
-É uma Mãe gari,que faz seu trabalho na limpeza da cidade.
-Quem é aquela mulher que está aguardando em frente à loja?
-É uma mãe que trabalha como balconista para auxiliar na renda de casa.
-Quem é aquela mulher de boné com baldes e pás?
-É uma Mãe servente de pedreiro,e também é chefe de família.
-Quem é aquela mulher maravilhosa,de braços abertos querendo abraçar a todos nós,como se fôssemos seus filhos?
-Aquela é Maria,a Mãe de Jesus e nossa Mãe, foi escolhida por Deus para ser a Mãe do Mestre Divino,e Ele quando na cruz disse a todos nós:
    - Eis aí,sua Mãe!
      Maria,Mãe de Jesus e nossa Mãe.
       Maria Santíssima,nossa Mãe espiritual.
      Que o Mestre Divino abençoe a todas as mães!

29 de abr. de 2019

Abandono digital




   A expressão “orfandade digital” sempre me causou estranheza e espanto, porque é algo que existe,mas está longe da vida de muitas pessoas, que não possuem mais crianças em casa, mas sabemos que ela existe. A negligência parental é o ato de omissão dos pais quando se descuidam da segurança de seus filhos diante do ambiente cibernético, esquecendo-se do risco que correm com os efeitos nocivos da mesma.Pais ausentes ortogam às mídias o poder de cuidar e divertir seus filhos.Iniciei este assunto devido a este acontecimento,eu estava fazendo uma pequena caminhada, percebi à frente um senhor que caminhava devagar, notei que a causa da lentidão era o celular,ele estava focado na telinha,nada seria espantoso se o que presenciei não fosse real,a uns passos atrás dele caminhava um garotinho, que não parecia ter mais que três anos, puxava por um barbante,um carrinho. Diminui meu passo e comecei a observar a cena, incrível,mas o senhor,que parecia ser o avô,sequer olhava para trás para verificar o pequeno.
   Consciente ou inconscientemente comecei a cuidar da criança,ao mesmo tempo indignada com a atitude do homem. Um pouco distante seguia os movimentos do pequeno,que a cada passo parava para arrumar sua preciosa carga de pequenas pedras na carroceria do seu carrinho. Percebi que o suposto avô se distanciava e o pequeno ao querer alcançá-lo perdia as pedras da sua caçamba, porque ao correr ela tombava assim, ele ficava sentadinho no asfalto arrumando tudo novamente. Eu já nem estava caminhando, mas seguindo ao lado do garotinho.
Aproximei-me do menino e perguntei:
- Você quer ajuda para juntar suas pedrinhas?
Ele rapidamente ergueu a cabeça e respondeu:
-Quero sim, pois meu avô foi embora, está longe.
Eu já havia percebido que o avô esquecera de que estava com o netinho. Minha indignação cresceu a tal ponto que não conseguiria mensurá-la.Ajudei-o a arrumar tudo e percebi que se ele fosse caminhar puxando o carrinho, jamais iria se aproximar do avô.
Fiz a ele uma proposta:
-Levo seu carrinho em minhas mãos, assim poderemos caminhar mais rápido e alcançá-lo.
Ele aceitou e,assim fizemos. Fiquei um tempo apenas pensando,onde estava a responsabilidade daquele avô?
Patrícia Peck Pinheiro, fala em seu artigo:
“Os pais têm responsabilidade civil de vigiar os filhos”, designadamente quando “a internet é a rua da sociedade atual”, implicando reconhecer que quanto maior a interatividade da web e o acesso às novas tecnologias, “maior a necessidade de educação”.
Neste caso há uma inversão a criança sem internet, estava correndo risco.
Voltando ao pequeno, percebi que ele estava cansado e sem condições de continuar a caminhada atrás do desalmado avô. A distância entre nós era razoável, mas para o menino era gigantesca.
Resolvi que precisava carregá-lo, olhei para ele e disse-lhe:
-Quer um colinho?
Ele abriu os bracinhos e sem pestanejar deixou-se erguer nos meus braços, pedi a ele para jogarmos fora a carga de pedras para que ele carregasse o seu caminhão. Tudo certo, seguimos a caminhada.
A conversa foi trivial, me contou sobre o cachorrinho, contou que sempre o avô o levava para passear, eu logo fiquei imaginando os passeios dele com seu avô. Disse-me que seu nome era Caquinho, logo percebi que era o seu apelido, mostrou-me com os dedinhos que tinha quatro aninhos, e assim fomos levando nossa conversa.
A minha surpresa foi muito grande quando distingui ao longe a silhueta do avô voltando, passos tão rápidos que parecia estar correndo. Percebi que ele não identificou seu neto nos meus braços, ele procurava por ele ao longe, ainda bem que estávamos na pista própria para caminhada o que salvou o menino de algum acidente.
Eu parei e fiquei esperando, bem próximo de nós, ele reconheceu o garoto.
Chamou por ele com a voz embargada, a inocência da criança não o deixou reclamar de nada, mas contou com alegria tudo que passamos juntos.
Eu estava preparada para despejar meus impropérios contra aquele cavalheiro.
No entanto, percebi que não mais havia necessidade, pois ele se agarrou ao netinho, e chorando pediu desculpas a ele e a mim.
Frase islâmica:
“O homem apega-se ao transitório e negligencia o eterno”.

16 de abr. de 2019

Nostalgia e a saudade

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      Nostalgia termo muito usado,mas que muitas vezes lhe damos outro valor descreve muito bem o sentimento de saudade,ligado a um grande desejo de voltar àquele passado,impulsionado por lembranças de momentos felizes e, ou antigos relacionamentos. Associamos o sentimento de nostalgia ao som de uma música do passado,exalamos cheiros,sentimos sabores que nos remetem a momentos que vivemos no pretérito, às vezes fatos irreais, devaneios, que podem acontecer por um mal estar, uma doença, problemas na família,no trabalho ou em relacionamento. Nostalgia difere muito do sentimento de melancolia.
Bem explicado na frase de Carlos Heitor Cony:
“Nostalgia é saudade do que vivi, melancolia é saudade do que não vivi.”
  Podemos dizer que a nostalgia é uma emoção boa,pois nos permite voltar e relembrar os bons tempos que tivemos na infância,juventude,tempo com os filhos,tempo de algo bom que nos fez sentir a felicidade.
  "A nostalgia é uma sensação que se debate entre a tristeza e a plenitude,tristeza pelo que já não existe, já findou, plenitude ao reviver a lembrança do que foi. A palavra vem do grego e significa algo como “dor pela volta para casa”.
“A nostalgia é a pena por se sentir ausente.” Ela já foi considerada uma condição médica no início da Era Moderna por ser associada à melancolia.
   Embora a palavra nostalgia seja de uso comum, ela foi inventada pelo médico Johannes Hofer em 1688. Em sua tese de doutorado, ele analisou os casos de um estudante e um empregado com graves problemas de saúde.
Os dois chegaram a agonizar, mas por diversas razões,cada um foi levado para sua casa para morrer junto com sua família. Milagrosamente ambos melhoraram.
Naqueles tempos,a nostalgia foi considerada um sintoma grave.Se um soldado apresentasse esse sentimento, imediatamente era enviado para casa, o mesmo acontecia com os marinheiros.
   Nas palavras de Milan Kundera,a nostalgia tem uma palavra prima: a saudade.
   Quando sentimos que estamos nostálgicos,significa que estamos lembrando, revivendo momentos que passamos em algum dia de nossa vida,seja o tempo que for,pois ela nos faz bem ao nos dar o poder de experimentarmos novamente através das lembranças, que estão guardadas na memória,e o que está registrado em nosso coração.
  Li esta história sobre o tema, achei-a extremamente interessante e resolvi transcrevê-la, pois nos esclarece que sermos nostálgicos nos deixa mais criativos.
    Uma universidade norte-americana fez uma experiência com 175 participantes. Todos deveriam criar uma história com base em uma lembrança que lhes produzisse nostalgia.
  A história devia incluir uma princesa, um gato, um carro de corrida, ou começar com a frase: “Uma fria manhã de inverno, um homem e uma mulher se espantaram pelo som de um alarme que vinha de uma casa próxima”.
   O resultado foi que todos aqueles que conseguiram evocar um evento nostálgico com maior clareza obtiveram uma pontuação significativamente superior a daqueles que não conseguiram trazer para a memória, um evento que lhes gerasse grande nostalgia. Os pesquisadores concluíram que a nostalgia favorece a criatividade. Isso se deve ao fato de que ela desata sentimentos de segurança, pertencimento e significado, o que constitui um excelente apoio para dar lugar à imaginação.
Quantas vezes nos colocamos a imaginar momentos bons, conversas interessantes,sucesso na vida,e isso nos leva ao devaneio nostálgico.
Segundo Virgínia Wolff:
“Só posso notar que o passado é belo porque a gente nunca compreende uma emoção no seu momento. Ela se expande mais tarde e, portanto, não temos emoções completas em relação ao presente, só em relação ao passado.”

2 de abr. de 2019

Pessoas abnegadas

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      Abnegação significa abrir mão dos interesses próprios em detrimento dos interesses de outros, exemplo de abnegação que experimentamos é nosso amor de pais pelos nossos filhos, quando muitas das vezes abrimos mão de confortos e até de necessidades para suprir as deles, abnegação  é “abrir mão”, “renunciar”.Segundo Carlos Bernardo González Pecotche:
“Do amor verdadeiro nunca estão ausentes a abnegação e o sacrifício.” E Jesus é o nosso maior exemplo de altruísmo e abnegação.
  Pessoas que trabalham pelo bem de outras colocando,às vezes em risco, a própria vida, são as que já ascenderam no caminho do bem, pois a pessoa abnegada nega as suas próprias necessidades e se volta para atender as necessidades dos outros. Assim como em (Coríntios 13.5):
 "Não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal".
  Temos grandes exemplos de pessoas abnegadas, muitos nomes que fizeram e fazem a diferença na vida de muitas pessoas. Podemos citar a catástrofe de Brumadinho, o rompimento da barragem em 25 de janeiro de 2019, que resultou em um dos maiores desastres com rejeitos de mineração no Brasil. A barragem de rejeitos classificada como de "baixo risco" e "alto potencial de danos", a 65 km de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Provocando muito sofrimento ao ser humano, deixando-os em agonia. Há inúmeras tragédias que assolaram muitas pessoas, deixando-as na destruição total.
   Em meio a tanta aflição existem as pessoas altruístas, abnegadas, e entre muitas estão os verdadeiros heróis, os bombeiros, hoje conhecidos como: OS HERÓIS DE BRUMADINHO, que se deslocaram para o local do acidente, e esqueceram-se de suas vidas, entregando-se ao trabalho para ajudar a todos, que mesmo sem conhecê-los não mediram esforços para auxiliá-los.
   Eles são pessoas instruídas, que sabem que a causa do desastre foi o descaso e porque não afirmar que foi a ganância de algumas pessoas, mas ao invés de ficarem com raiva, indignados, submeteram-se  colocando em risco as suas vidas, colocando   seu corpo no meio da podridão, confrontando-se com cenas traumáticas de morte e desespero, para levar um pouco de conforto aos outros, desconhecidos seus, e estas pessoas não se acham especiais ou extraordinárias. São apenas pessoas normais, fazendo o que acham ser o certo a fazer e que não param, pois continuam em outros lugares onde ocorrem catástrofes, possuem quem sabe um grau mais elevado de empatia, a qual está profundamente ligada à abnegação, que os ajuda a compreender a dor e o sofrimento das pessoas ao seu redor, incentivando-os a encontrar mecanismos que façam com que possam ajudá-las de maneira mais assertiva e efetiva.
   São atos semelhantes de pessoas abnegadas que auxiliam na transformação das pessoas e do mundo no qual vivemos. Há muitos heróis na nossa história, mas hoje os aplausos vão para os Bombeiros de Brumadinho. O trabalho foi tão grandioso que ganhou um poema da menina Helena Silva, que foi declamado pelos integrantes da corporação, cada militar fardado ficou responsável por uma estrofe do poema:

  Os Heróis de Brumadinho
Tanta lama
Tanta destruição
No meio de tanto verde
Só ficou poluição

Tristeza é o que todos tem sentido
Mas com a ajuda dos bombeiros
Tudo vem sendo resolvido

Dia e noite eles trabalham
Procurando vítimas
Ajudando famílias
Que esperam por notícias

Ser bombeiro não deve ser fácil
Precisa de força
E muito trabalho

Até para os bombeiros
Existem pessoas boas
Que valorizam seu trabalho
E lavam suas roupas

Os bombeiros são pessoas como nós
Mas salvam muitas vidas
E são realmente verdadeiros HERÓIS


Admiro os heróis abnegados!

13 de mar. de 2019

A heroína esquecida

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    Mês de março, ouvimos falar muito a respeito das mulheres. Há tanto a comentar, tanto a homenagear pela bravura que demonstram em seu dia a dia.
 Mulheres que curam com a grandeza do seu coração, mulheres que são cativantes, pois ao seu redor não há tristezas, há mulheres de todos os tipos e há as verdadeiras heroínas, as que ficam invisíveis perante o grande bem que fazem à sociedade.
    Entre tantas heroínas, Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa, foi a escolhida para aqui, homenagear a todas as outras mulheres, que como Aracy ainda continuam esquecidas.
    Ela nasceu na cidade de Rio Negro, PR e faleceu em São Paulo em 2011.
Aracy também é conhecida por ter seu nome escrito no Jardim dos Justos entre as Nações, no Museu do Holocausto, em Israel, por ter ajudado muitos judeus a entrarem ilegalmente no Brasil durante o governo de Getúlio Vargas. A homenagem foi prestada em 8 de julho de 1982, ela é conhecida como “O Anjo de Hamburgo”.
Prestou serviços no Itamaraty, foi uma poliglota brasileira, foi a segunda esposa do escritor Guimarães Rosa.
Aracy, ainda criança foi morar, em São Paulo com os pais. Casou-se em 1930 com o alemão Johan von Tess, teve um filho com ele. Separada  foi morar  na Alemanha com a mãe e irmã. Por falar quatro línguas (português, inglês, francês e alemão), conseguiu uma nomeação no consulado brasileiro em Hamburgo, onde passou a ser chefe da Secção de Passaportes.
No ano de 1938, entrou em vigor, no Brasil, a Circular Secreta 1.127, que restringia a entrada de judeus no país. Aracy ignorou a circular e continuou preparando vistos para judeus, permitindo sua entrada no Brasil. Como despachava com o cônsul geral, ela colocava os vistos entre a papelada para as assinaturas. Para obter a aprovação dos vistos, Aracy simplesmente deixava de pôr neles a letra J, que identificava quem era judeu. Nessa época, João Guimarães Rosa era cônsul adjunto. Ele soube do que ela fazia e apoiou sua atitude, com o que Aracy intensificou aquele trabalho, livrando muitos judeus da prisão e da morte.
A heroína permaneceu na Alemanha até 1942, o retorno ao Brasil foi tumultuado, pois ficaram quatro meses sob custódia do governo alemão, e foram trocados por diplomatas alemães.
A famosa obra "Grande Sertão: Veredas", de João Guimarães Rosa (1956), foi dedicado a ela.
   Foi companheira de Guimarães por trinta anos, era sua leitora fiel participando de suas decisões, era uma mulher que enfrentava tudo quando percebia as injustiças.
   Perguntaram-lhe certa vez, por que se arriscara ajudando aos judeus, ela respondeu:- “ Porque era justo.”
“Nunca tive medo, quem tinha medo era o Joãozinho. Ele dizia que eu exagerava, que estava pondo em risco a mim e a toda a família, mas não se metia muito e me deixava ir fazendo.” “O Guima tinha um papel fundamental. Era ele que assinava os passaportes.”
Ela sempre o chamava carinhosamente de Guima.
  Pelo seu trabalho em Hamburgo, em 1982 Aracy foi  incluída entre os quase 22 mil nomes que estão no Jardim dos Justos, no Museu do Holocausto, em Jerusalém. Homenagem e um reconhecimento que o Estado de Israel presta aos “góim” (não judeus) que ajudaram judeus a escapar do genocídio. Entre os mais famosos estão o empresário alemão Oskar Schindler - que inspirou o filme A lista de Schindler, de Steven Spielberg - e o diplomata sueco Raoul Wallenberg. Apenas outro brasileiro, o embaixador Luiz de Souza Dantas (1876-1954), recebeu a mesma honraria, em 2003. "Discreta, sem jamais ter caído na tentação de se promover por ter sido quem foi, Aracy pagou o preço do esquecimento", diz o historiador e escritor René Daniel Decol.
Aracy ficou viúva no ano de 1967 e não se casou novamente. Sofria de Mal de Alzheimer, faleceu em 3 de março de 2011, na cidade de São Paulo/SP, aos 102 anos.
Através de Aracy, nossa homenagem a todas as mulheres!

24 de fev. de 2019

Fato inimaginável




      A mesa posta, a pequena família reunida para o café da tarde, a conversa ia longe, mas todos tinham seus afazeres, menos Elisa, que se sentou em um confortável sofá, pegou seu livro para continuar sua deliciosa leitura, era uma devoradora de livros, e as obras escolhidas eram sempre “best-sellers”, tinha necessidade de folhear o livro físico, não havia se adaptado à era digital, e ainda usava um lápis para suas anotações de rodapé. Todas as obras lidas por ela eram repletas de anotações, e quem as lia posteriormente sentia-se no mundo da pesquisa, a qual estava feita.
   Fazia intervalos na leitura, quando usava para refletir sobre o que lia, e o assunto a levou a pensar sobre as coisas inimagináveis do mundo, e assim ela se reportou ao longe, questionando o que poderia ultrapassar o poder da imaginação, os minutos foram longos.
   De repente, ouviu umas batidas insistentes, olhou por todos os lados e nada viu, tudo estava fechado, pois o dia estava nublado e frio, as batidas continuavam, ela constata ser barulho contra a vidraça.
Olha para a janela que está à sua frente e vê um lindo pássaro batendo com o bico no vidro. Pensou logo:- Oh! A avezinha  chocou se contra o vidro. Correu abrir a janela para salvar a pequenina, porém teve um sobressalto, a ave piou fortemente, como se a estivesse admoestando-a, Elisa sentiu-se sendo repreendida pela pequena e leve figurinha, que identificou ser um pequeno sabiá, pela sua cor de ferrugem no ventre. Era comum, todas as manhãs ouvir seu melodioso canto, mas entrar assim em casa e ainda fazer birra? Era estranho. Elisa se afastou da janela para dar passagem a ela, que não perdeu tempo e voou para um vaso, que estava em um canto da sala, nele havia plantado uma pequena árvore ornamental, sua surpresa foi maior ainda, quando percebeu que a avezinha se ajeitou em meio aos galhos e ali ficou. Elisa ficou sem reação, mas aos poucos decidiu descobrir o que estava havendo, caminhou na ponta dos pés e, ao chegar perto do vaso, afastou alguns ramos da árvore e surpreendida vislumbrou um pequeno ninho com quatro filhotinhos.
Pensou muito para decidir o que fazer, pois se o ninho fosse descoberto, todos os moradores do ninho corriam grande perigo, pois a família de Elisa era composta de adultos e duas crianças, sem contar com a gatinha de estimação que vivia dentro da casa. O que fazer?
Enquanto estava ali, parada pensando, sem perceber que a gatinha veio bem devagar e deu uma grande espiada no ninho. Ela então constatou que já se conheciam, era um problema a menos.
Ela resolveu deixar assim, sem comentar com mais ninguém, pois se ela teve tempo para fazer o ninho, botar, chocar e ainda lutar pela sobrevivência dos pequenos, tudo ficaria bem.
  Perdeu a concentração na leitura, mas tentou continuar. Fechou o vidro da janela, pois o frio a perturbava. Passado alguns minutos, novas bicadas contra a vidraça.
   -O que será?
   Pois estava tudo certo no ninho, porém havia outro sabiá querendo entrar, ela ergueu o vidro e ele sem cerimônia voou até o local do ninho.
Deduziu que estavam se revezando para alimentar os filhos, a surpresa foi maior ainda quando sua mãe veio e lhe perguntou por que ela estava com ar de assustada.
   Ela contou e percebeu que a mãe não mostrou surpresa  e curiosa quis saber o motivo. Então a mãe lhe contou que há tempos cuida do casal de sabiá, e que havia acostumado em deixar um pequeno pedaço de madeira na janela para que o vidro não se fechasse totalmente.
-Por que não me contou, mamãe?

  -Porque você está sempre no trabalho e quando está em casa, tem a companhia de seus livros.
-Mamãe, temos que cuidar para que as crianças não encontrem o ninho.
-Filha, todos aqui, em casa sabem e cuidam.
-Ah!!! Mamãe...
Parou de falar ao perceber que o pequeno pássaro estava de saída, encontrou o vidro aberto e foi sem reclamar.
Então descobriu que estava diante de um fato inimaginável,  dentro de sua própria casa.

9 de fev. de 2019

A caixa de sapatos




     Existem tantas coisas que nos deixam perplexos, fatos que são grandemente comentados, às vezes lhes damos valor alto sem ao menos mensurar o seu significado para alguém.
   Há situações que nos tornam muito ricos e felizes, mesmo sem ter o dinheiro nos sentimos poderosos, assim como dizia Immanuel Kant:
“Não somos ricos pelo que temos, e sim pelo que não precisamos ter.”
     Em um tempo repleto de atribulações, catástrofes, acidentes, corrupção, e outros acontecimentos, que nos levam a esquecer de que há algo melhor acontecendo ao nosso redor.
     Em um dia nublado, com temperatura baixa, observei um senhor que estava de bicicleta, no bagageiro de trás havia uma caixa de sapatos, pelo tamanho era de adulto, percebi que o homem, a todo instante olhava para trás para ver se tudo estava bem. Passei a prestar mais atenção nos detalhes, a caixa estava amarrada com elástico, tudo bem atado para que ela não se movesse.
Observei o carinho e cuidado que era dispensado à caixa, o amor era inegável, e o que eu via me deixava feliz, pois com certeza, o que estava na caixa era de muito valor.
Minha mente começou a imaginar muitas coisas, juntamente com a curiosidade, tentei manter minha caminhada para não ultrapassá-lo, pois estava decidida a saber o que havia de tanto valor ali.
  Eu parecia estar sendo exigente comigo mesma, me condicionando ao tempo daquele senhor desconhecido, que até lembrei-me de Clarice Lispector quando disse:- “Amo e adoro tudo o que é simples, tanto que às vezes pareço exigente!”
Não percebia o tempo passar, pois ele estava pedalando muito devagar, e, eu caminhando lentamente, a caixa havia me dado muita inspiração, ela com certeza estava transportando valioso tesouro, algo impagável com dinheiro, tanto carinho, atenção, amor, cuidados, o que seria?
Constatei que eu estava me sentindo feliz, por fazer parte daquele desconhecido acontecimento. Ficou ali, provado que a felicidade é uma condição que independe de dinheiro, eu estava valorizando muito aquele fato, e valorizar e preservar suas conquistas é outro modo de ser feliz. A caminhada e pedaladas continuavam e, a cada instante diminuíam mais, eu sentia que estava sendo indiscreta, que a minha bisbilhotice poderia me causar problema, pois o senhor já havia notado minha curiosidade, o que não o fez cessar com os cuidados com o conteúdo da caixa. Ele continuava muito feliz, dava para ver em suas atitudes. Eu estava pertinho da caixa, mas ainda assim, não conseguia identificar o que era. Uma caminhada e algo tão simples transformaram minha maneira de agir, de pensar, pois até sorri ao me perceber assim. Os momentos foram valiosos para mim, o padre Fábio de Melo falou algo semelhante ao meu pensamento:-
   “Há momentos em que a luz miúda nos revela muito mais que mil holofotes. Chega de vida complicada. Eu preciso é de simplicidade.”
E a simplicidade estava na minha frente, literalmente, me trazendo um momento muito feliz.
A felicidade havia me contagiado, me permiti ser feliz no instante que percebi as demonstrações de carinho do homem para com a caixa,  ou melhor, para com o conteúdo da caixa.
 Pela distância percorrida, deduzi que aquela caminhada ia ser imensa, por isso decidi perguntar o que havia na caixa.
Sabia que não seria mal interpretada, pois o semblante dele era de calma e cuidado.
- Senhor, posso saber o que leva de tão precioso nesta caixa?
Aproximei-me e percebi que a caixa estava cheia de furos para que o ar entrasse. O senhor me olhou e sorriu largamente.
Claro que pode, só não vou abrir, mas pode olhar pelos furos maiores, é um filhote de cachorrinho, acabei de ganhar, vou dar de presente ao meu filho. Ele está doente e este pequeno cãozinho o fará feliz.
Reforcei a ideia de que para ser feliz é preciso espalhar felicidade. Percebi a felicidade nos pequenos detalhes e atitudes do senhor, que pedalava lentamente a sua bicicleta dispensando grande cuidado com um pequeno cachorro, que levava  em uma caixa de sapatos, naqueles detalhes simples, pequenos, mas de um valor incalculável percebi que estava feliz.

26 de jan. de 2019

Ano Novo, Novo Eu





   E um novo ano começou, há tantos projetos de vida nova, momentos diferentes, promessas, as quais fazemos a nós mesmos. No calendário acontece literalmente a mudança, mas nem sempre se ajusta à nossa vida.
  Podemos com certeza, afirmar que teremos um momento de trégua, neste intervalo de tempo e de mudanças, quando poderemos aproveitar para fazermos um balanço dos nossos acertos, nossos erros, nossas decepções.
Lendo Rossandro Klinjey, que disse que na maioria das vezes ficamos na esperança de que tudo mude com a virada da folha no calendário, que a partir daquele momento os problemas deixarão de existir, sobrando só fatos bons e positivos, no entanto ignoramos que toda a mudança acontece em nosso interior. Então quando nos conscientizarmos que a  mudança deve ser  íntima, que o que a gente quer é uma vida proativa, devemos então aprender a  observar a vida, tornarmos  autor do próprio destino,  desenvolvendo uma nova interioridade, entendendo que as quedas acontecem e que crescemos com elas, em consequência o respeito estará presente em todos os relacionamentos, assim como o amor próprio será maior. Saberemos com certeza, seguir um objetivo e alcançar o sucesso que nos fará bem e, em consequência fará o bem ao próximo. Após tanto crescimento interior, a transmutação servirá para questionarmos quais mudanças nos farão ter o conhecimento pessoal.
  Sentiremos que a metamorfose aconteceu e começamos a perceber que obtivemos poder, e com ele passamos a ser um novo ser, com este maravilhoso resultado podemos vislumbrar um:- Um “Eu Novo”.
  Um Eu Novo que não se submete a pessoas, assuntos, passeios que sejam entediantes, mudam o foco e não procuram mais fora de si as pessoas que nada acrescentam, é quando não se importam mais se a festa aconteceu em grande estilo ou em uma pequena mesa com uma cadeira de plástico, e, é capaz de agradecer com alegria as pequenas coisas da vida, pois têm ao seu lado o que mais necessita, as pessoas que ama.
   Um Eu Novo que comemora o que é essencial, pessoas que aprenderam a olhar o simples, a olhar e perceberam o que é amar, aprenderam a olhar a vida com serenidade necessária para viver em paz.
   Quando surge o “Eu Novo”, este não vai se importar de não ter participado da festa de “reveillion” em um lugar espetacular, rodeado de muitas pessoas, pois lhe bastará a sua pequena família. Poderemos ser novas pessoas em qualquer momento da nossa vida, poderá ser no início, meio ou fim de ano, o sol vai surgir e sempre poderemos ser pessoas novas, com interior repleto de certeza de que mudamos que nos tornamos melhores, que nosso interior está repleto de luz, porém, precisamos nos conscientizar  de que precisamos mudar assim como o calendário, e para obtermos bons resultados em todos os nossos projetos, precisamos ter a consciência do que queremos para então fazermos o melhor, lutar e vivenciar a paz para que ela não seja apenas utopia do “Eu Novo”. Saberemos nos desafiar para não nos tornarmos repetitivos seguindo a rotina, e que o tempo deste “Eu Novo” consiga apaziguar todas as desavenças, que ”talvez” existam nas famílias, na sociedade e no mundo. Que o equilíbrio seja presente, pois assim, com o poder que adquirimos poderemos controlar nossas emoções mantendo sempre a harmonia em torno de todos que convivem conosco, pois a vida é quase que exclusivamente convivência, se fizermos com que esta convivência  seja ruim, com certeza, a nossa vida não poderá ser feliz.
   Segundo Carlos Drummond de Andrade, para ganhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.
    Estamos iniciando um “Novo Ano”, desejamos ter conseguido sermos um “Novo Eu”, parafraseando Rossandro Klinjey:-
- Desejo a todos um Feliz Eu Novo!

O porta-retratos

  Foto do google     Era quase uma da manhã, lembro-me que estava inquieta naquela madrugada, talvez pelo vento, que fazia o galho bater...