28 de mai. de 2020

Meus velhos chinelos ( crônica reeditada)


Lembro-me da minha infância,com muita saudade,
                                                                        
quando vivi momentos únicos e que os trago comigo, até

hoje. Deles tirei 

bons aprendizados,consequentemente,maturidade.

Os Natais tinham outro sabor, literalmente, os doces, mais 

especificamente: o beijo baiano,aquelas bolachas redondas, 

cobertas com chocolate e, que nenhuma pessoa, que utilize

 prótese dentária, ousa morder.

Porém, quando elas chegavam para nós, os três irmãos, 

filhos de um casal de comerciantes,era a maior alegria, ao

 abrirmos o pacote, lembro que a pequena sala, de chão de

madeira, recendia o aroma vindo daquelas bolachas.

Meus irmãos, e eu, aprendemos cedo o que era trabalho,

o quanto era importante a responsabilidade ,e o que

deveríamos esperar da vida.

  Nada nos era dado gratuitamente, o que tínhamos era com

árduo trabalho do meu pai e de minha mãe,mas um fato 

 específico é vívido em minhas melhores lembranças de um 

passado tão diferente, tão distante da atual realidade juvenil,

em nosso país.

   Um par de chinelos gastos, pelo tempo de uso.

Suas tiras eram vermelhas, se não fossem de borracha, diria

a vocês que elas brilhavam,tamanho cuidado e higiene que 

eu tinha com ele, o meu velho e único par de chinelos,que

ficava sempre do lado de fora da porta,pois como eu o 

utilizava para meus afazeres externos, não era

comum entrarmos em casa com o mesmo calçado, assim

deixávamos os calçados sujos, do lado de fora da porta.

  A noite passou, noutro dia, minha mãe pediu para eu levar

 o leite até o vizinho,eram duas garrafas, e a casa ficava a

 uns dois quarteirões da minha.

Peguei as garrafas, coloquei-as na cesta, cobri com um 

pano, e abri a porta.
Fui pronta para calçar os chinelos, mas meus pés 

encontraram apenas o vazio,sabem aquela sensação 

desconfortável, como se um buraco no chão se abrisse, e

você fosse caindo sem conseguir se agarrar em nada?

Pois bem, foi justamente isso que aconteceu.

Meus chinelos sumiram. Exclamei em meus pensamentos,

jamais aconteceu algo assim aqui, por isso, confiávamos 

em todos,mas, sempre há uma primeira vez para tudo.

E justo comigo!

O que diria aos meus pais? Como iria entregar as compras?

Não podia me dar ao luxo de perder um calçado, não 

naquele momento, em épocas de vacas magras, como

costumeiramente dizíamos.

Eu tinha responsabilidades, e precisava entregar a 

encomenda.
Não poderíamos perder mais uma venda,a única opção foi 

calçar os sapatos de ir à missa, isso ou a galocha 

utilizada para ajudar meu pai, na lida com os animais no 

pasto.

Entrei em casa sorrateiramente, pois não queria que os 

olhos da minha mãe fossem direto para as garrafas de leite, 

ainda em minhas mãos,calcei os sapatos e saí.

No caminho, ainda inconformada, reclamei baixo sobre o

fato,ao meu lado, passava uma senhora,cabelos bem 

brancos, um xale de crochê nas costas,sorriso nos lábios, 

me cumprimentou, e, entre  dentes soltei um, bom dia.

Ela intrigada, percebeu que algo estava errado.
Indagou-me:-Em um dia tão lindo, o que a aborrece?

Não conhecia aquela senhora, não ia contar algo tão 

íntimo a ela.
,
E, se ela contasse à minha mãe?

Apenas abanei a cabeça e segui meu caminho.

Na volta, ainda incrédula, pensava em como contar sobre o

meu descuido.

Quando olhei em volta,vi um menino, deveria ter uns quatro

 aninhos.

Corria de um lado para o outro, camiseta suja, com vários 

rasgos, um calção marrom escuro,cabelos rapados,ele

 sorria e corria,mas era uma risada tão gostosa, que por um


momento eu esqueci o que havia acontecido.


Com certeza, este menino não era dali,

pois na época, meu bairro era pequeno, e conhecíamos a 

todos.

Talvez algum migrante que passava por ali,

mas, ao olhar para baixo, e perceber o que havia em seus 

pés, congelei.

Os meus chinelos, agora já sujos de terra, em seus

pequenos pés,na hora, meu sangue ferveu.

Ele era uma criança, mas precisava saber que o que fez não

estava certo.

Aproximei-me:- Olá, menino, venha aqui !

Ele parou, me olhou, e chamou pela mãe.

Uma senhora, veio lá do fundo enxugando as mãos no velho

 avental:- pois não? Ela indagou.

- Senhora, desculpe incomodar, mas os chinelos que o seu

filho está usando são meus, e,  tenho certeza disso.

Ela não sabia o que dizer. Pediu para o filho entrar.

Então, aproximou-se da cerca, e disse:- Desculpe! Eu não

agi certo.

Chegamos ontem, viemos de muito longe. Estávamos com

 fome, sede, cansados, caminhamos muitos quilômetros,

 outros conseguimos carona. Sei que a moça não tem nada

 com isso, mas só Deus sabe o quanto foi difícil para mim, e

 meu filho chegarmos aqui com vida.

- Eu entendo, mas pegar sem permissão não é o caminho –

 argumentei.

- Eu sei, porém, o meu menino, esse que você viu correndo,

 nunca tinha visto um calçado assim. Eu nunca pude dar a 

ele algo assim. O pouco que temos, mal dá para a comida, e

quando passamos em frente a sua casa, ele garrou ( sic ) os

chinelos e não quis mais largar. Como eu vou tirar de uma 

criança? Eu juro por Deus, nosso Senhor, que eu ia hoje, lá

falar com vocês. Consegui por um milagre essa família aqui

que me abrigou, eu e meu filho.Estou trabalhando agora,e 

vou pagar tintin por tintin  pelo seu chinelo. Mas, por 

misericórdia, não o tira do meu menino, não!

E, de repente, lágrimas começaram a molhar o rosto daquela

 mulher.

Ali estava uma mãe, desesperada, que passara por muito

sofrimento, com um filho pequeno e, sozinha no mundo. Só 

Deus sabia o que ela estava sentindo.

Retirei o pequeno pano que cobria as garrafas de leite e, 

ofereci para secar-lhes as lágrimas. Constrangida, ela 

agradeceu. Apenas pediu, encarecidamente para que eu 

não contasse nada à patroa dela, senão ela perderia o

emprego.

- Está tudo bem, fique com o chinelo. Não o tirarei do seu 

filho.

Abaixei-me, peguei a cesta, e continuei rumo a minha casa.

Quando uma voz já conhecida me chamou. Olhei de canto 

de olho, era aquela senhora de cabelos brancos e xale nas

costas, que conversara comigo, há pouco.

Ela falava baixo, não queria ser notada.

- Olá, menina. Agora entendi o motivo de sua tristeza. Ouvi 

toda a história.

Abaixei a cabeça.

- Não se envergonhe, disse ela. Você só tinha esse par de

 chinelos?

Assenti.
- Essa mulher com quem você acabou de conversar, nunca

 soube como é a maciez de um chinelo como o seu, só tem

 calos e bolhas nos pés, mal escondidos por um sapato 

velho e rasgado. Seu pequeno, o menino, que há pouco

 sorria e se divertia, nunca teve o prazer de experimentar a

 maciez da borracha protegendo as solas dos seus

 pequenos pés, da ardência do chão.

Essa casa é minha, era de minha família, voltei morar aqui 

ontem mesmo, e recebi essa senhora e seu filho porque 

preciso de ajuda, mas eu não conhecia a história dela, ainda

não tive tempo para conversar.

Vamos fazer uma coisa? Venha comigo ao 

armazém da vila, vamos comprar roupas e sapatos

para essa mãe e seu filho!

Ela estava tão empolgada, que eu não tive como negar. 

Apenas passei em casa e tranquilizei minha mãe. Entreguei 

o dinheiro do leite e segui com a bondosa senhora.

Ela comprou muitas roupas.

. Voltamos, o sol estava se pondo.

- Gostou da nossa tarde, menina?

- Muito! – exclamei.

- Espere, isso é para você.

Olhei para a mão da senhora, uma caixa amarela se 

destacava.

- Tome, abra!

Abri, dentro, um par de chinelos.

Olhei para ela, devolvendo a caixa, pois não podia aceitar.

- Você vai aceitar. É o meu presente para você. Aprenda:

quem ajuda, é ajudado.

A Lei Divina é assim. Hoje, você sairá daqui com uma lição

apreendida: a vida é um ciclo.

Ninguém que dá amor recebe pedras,você aceitou as

desculpas daquela mãe, e deu o seu único par de

chinelos àquele menino. Devolvo os a você!
Ela entrou, fiquei um tempo com a caixa nas mãos olhando 

lá dentro, pela janela, um pequeno menino continuava

pulando, ora abraçando sua mãe, ora se escondendo atrás 

do sofá.

28 de abr. de 2020

Mulheres e a história




    Nós, brasileiros, possuímos um patrimônio social na história, na política na cultura e, como acontece em todos os países há a multiplicidade de pessoas, que são agregadas, é claro que no Brasil é assim também.
  Podemos fazer uma analogia com uma colcha de retalhos, pois carrega em sua herança, em cada pedaço a memória social. Neste maravilhoso elenco estão as mulheres, que lutaram e lutam pelos seus direitos e espaços sociais. As mulheres fazem parte da história do Brasil, e muitas ajudaram a fazer esta história, as quais pertencem a numerosas classes sociais.
 Parece impossível, mas nos dias atuais em que as mulheres estão em todas as áreas com sua competência e trabalho, ainda ouvimos a tão desagradável frase: “Só podia ser mulher, “ e outros impropérios.
É grande o universo de mulheres inventoras, e seus trabalhos ainda nos ajudam atualmente. Confira apenas alguns exemplos de criações e trabalhos de mulheres ao longo da história:
Não vamos aqui tecer comentários sobre a mulher no volante, sobre trânsito, é pequeno demais, por isso citaremos algumas mulheres que fizeram história, por exemplo: na tecnologia, são quatro programadoras que fizeram a história e se destacaram no mundo.
   Ada Lovelace é considerada a fundadora da ciência da computação, assim como a primeira programadora do mundo.  
    Margaret Hamilton foi diretora de engenharia de software, que guiou o voo da missão Apollo 11 e levou os primeiros homens à lua.
   Grace Hopper desenvolveu linguagens de programação acessíveis, que usavam palavras e não números para funcionar o computador.
Joan Clarke formada em matemática, ela fez parte da equipe que construiu alguns dos primeiros computadores do mundo.
“Só podia ser mulher! ”
   Se fizermos uma pesquisa com boa dedicação de tempo, com certeza, a lista de mulheres que deixaram sua marca na história será imensa.
   A história nos conta que em épocas de guerras os homens saiam para a luta, e neste período as mulheres tomavam à frente de sua aldeia, eram bravamente desafiadas a enfrentarem o inimigo e dar proteção aos filhos e desvalidos.
  Podemos registrar a bela história que conhecemos desde os bancos escolares, da índia da tribo dos tupinambás, Paraguaçu, esposa de Caramuru, o português Diogo Álvares Correia. Após se converter ao catolicismo, recebe o nome de Catarina do Brasil. Ela esteve junto com Caramuru na fundação de Salvador, abrindo igrejas e cuidando de conventos.
Outra que marcou muito a história do Brasil foi Ana Pimentel Henriques Maldonado, esposa de Martim Afonso de Sousa.
Enquanto o marido estava na missão ela ficou respondendo por seus negócios brasileiros, portanto, foi nesse período que Ana Pimentel deu início ao plantio de cana de açúcar em Cubatão e a criação de gado na Capitania de São Vicente, atual São Paulo.
 Maria Quitéria, foi a primeira mulher a fazer parte do Exército Brasileiro, que se disfarçava de homem para poder lutar.
Participou de várias batalhas, entre elas a Independência do Brasil, recebeu a condecoração da Ordem Imperial do Cruzeiro, pelo Imperador Dom Pedro I.
Temos Narcisa Amália de Campos, que é tida como a primeira jornalista profissional do Brasil.
A paulista Carlota Pereira de Queirós, foi professora, mas depois acabou mudando para medicina. Elegeu-se como a primeira deputada federal do Brasil, quando fez parte das comissões de saúde e educação. É de sua autoria a emenda que cria a casa do jornaleiro e o laboratório de biologia infantil.
Há muito o que registrar sobre tão valorosas mulheres, quem não conhece um bote salva-vidas, pois foi feito por uma mulher, os painéis de energia solar utilizam o trabalho de pesquisa de uma mulher. Há uma mulher por trás da tecnologia do wi-fi e GPS, que é a sigla em português significa “Sistema de Posicionamento Global”.
Temos grandes feitos, registrados ou não, nas páginas de nossa história.
Em nossas cidades o rol de mulheres que fizeram e fazem a nossa história é imenso. Aqui há apenas uma pequena amostra de que sim,
“Só podia ser mulher! ”

26 de mar. de 2020

Coronavírus une o mundo





   Sempre se combateu o isolamento social, pois sabemos que se for prolongado produz em excesso, um produto químico no cérebro, que pode aumentar a agressividade e o medo, por isso, precisamos estar atentos à nossa saúde mental.
 E, agora que estamos vivendo esta pandemia, como fazer para nos cuidar, pois sabemos que o Brasil é o país mais ansioso do mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, pesquisa feita antes da chegada do Coronavírus.
  Toda esta situação tem o poder de afetar a saúde mental das pessoas, aumentando os níveis de ansiedade e medo, pois fatores desconhecidos e incertos fazem com que todos se sintam inseguros, principalmente em casos como este, de nível mundial. Como agir, agora que precisamos nos isolar?
  Li uma matéria com o título “Endurance”, confesso que achei a reportagem extremamente interessante, jamais pensei que fosse usá-la como exemplo para escrever esta crônica, fazendo analogia com o que estamos passando hoje, no mundo inteiro.
A reportagem, a que me refiro acima conta sobre o adestramento pelo qual passavam os militares da Marinha do Brasil. Estranhei a palavra adestramento, mas é correto “adestramento militar”.
  Endurance era lançar o navio ao mar por 30 dias, sem porto próximo, a terra mais perto era o fundo do mar. Era tempo de “full time”, tempo integral de trabalho.
Todos eram monitorados, e a partir do décimo quinto dia o humor de cada um se alterava, uma pequena ação fora do contexto era motivo para grandes brigas, discussões, inclusive tentativa de suicídio.
Hoje, estamos vivendo uma situação semelhante, mas sem adestramento, por isso, precisamos ficar atentos para que todos fiquem bem, pois o menor vestígio de fisionomia feia, é motivo para grandes brigas, desavenças, o estresse tomará conta de todos. Pessoas acostumadas a sair, andar por todos os lugares, livres para se divertirem, de repente passam a viver em confinamento, distanciar-se das pessoas que amam, situação muito difícil, então precisamos mostrar e viver a empatia, pois o mundo chora, sem distinção de idade, cultura, raça e religião, as diferenças ficaram de lado, hoje, somos um só povo, com a mesma dor. E, todos estão sofrendo por medo de se contaminar, com medo de não poder pagar as contas, medo de ficar só, medo de tudo, infelizmente, todos vão sair perdendo algo, durante esta crise. Ninguém está isento, a diferença é que alguns sofrerão mais e outros menos, nem há como mensurar o quanto vamos sofrer de algum modo. Devido a isto precisamos nos unir e aprender a amenizar os sintomas de ansiedade e tentar viver de uma maneira saudável, refletindo sobre os aprendizados que podemos ter com toda esta triste realidade.
O bombardeio de informações deve ser evitado, pois vivemos em tempos de globalização, e nada nos escapa, há ainda as ‘fake news’, que se referem a falsas informações, e nos causam pânico, no entanto podemos organizar o nosso tempo, de acordo com nossas necessidades.
Há inúmeras coisas, que podemos fazer como: ler aquele livro que nos espera há tempo, assistir a estreia da série aclamada, meditar, começar a escrever, e não esquecer da empatia e consciência coletiva, pois elas farão a grande diferença.
    Segundo a coordenadora do curso de Psicologia da Estácio BH, Renata Mafra: "Os humanos já vivenciaram várias epidemias em outros tempos. Faz parte da nossa história". Segundo ela, o rápido e intenso fluxo das informações podem provocar a sensação de que não é possível lidar com a infecção, de caos, aumentando a realidade. "Pensar que a epidemia é uma situação transitória que vai passar e que você está contribuindo positivamente para isso, ajuda a acalmar a mente”.

26 de fev. de 2020

Morte na brincadeira


    
foto do Google
 Quem de nós não lembra com saudade e carinho das brincadeiras,que faziam parte de nossa infância,hoje foram esquecidas e trocadas por aparelhos eletrônicos.
Algumas destas brincadeiras ainda estão vivas em nossa memória,como:
pular amarelinha,esconder o anel,brincar e cantar “escravos de Jó”,esconde-esconde,pular elástico,bolinhas de gude, batata quente,telefone sem fio,corrida do saco,jogar bola eram tantas que precisamos de tempo para recordar, infelizmente algumas foram extintas.Vale ainda acrescentar que havia uma muito “perigosa”,para os pais era o terror, quem não lembra,do famoso rolimã,mas eram brincadeiras sadias e cheias de alegria, com pouco esforço podemos lembrar de alguns destes momentos ao lado dos amiguinhos da escola, e todos eram incluídos,sem preocupação com a cor, sexo ou religião. Tempo de viver como criança, cultivando a ingenuidade,a inocência,que é a característica da criança e por isso,elas são lindas.
   Parece-nos que as brincadeiras estão evoluindo, entretanto com objetivo de machucar o outro. Há vários casos assim muito se falou do caso suicida Baleia Azul, hoje a brincadeira “Quebra Crânio”, estão usando o termo brincadeira,mas com certeza não é, pois é uma atitude que pode levar a morte ou sequelas sérias. Nem vamos falar aqui sobre as consequências dentro da lei.  
    O novo desafio teve início entre estudantes venezuelanos e ganhou destaque na internet,nos últimos dias,e já começou a chegar a algumas escolas brasileiras, gerando preocupação entre pais e professores devido aos perigos da prática da insana brincadeira.
   Chamada de “quebra-crânio”,a brincadeira é realizada com a participação de três pessoas, que ficam lado a lado. Enquanto as duas das extremidades pulam, a do meio, que não sabe como o jogo funciona,pula também,e,é neste momento que os dois aplicam uma rasteira no participante desavisado, causando a sua queda,que pode levar ao
traumatismo craniano,ao coma,e até mesmo à morte, dependendo da gravidade,pois leva-se em conta a altura do salto. Ainda pode haver fratura de punho ou coluna se a vítima tentar se defender,apoiando-se nas mãos para se proteger.
   Essa bizarra ‘brincadeira’ ficou conhecida quando um youtuber irresponsável,brincou com a própria mãe,filmando-a e postando na internet,com isso alcançou muitos jovens e adolescentes.
  Professores,pais,médicos,psicólogos e outros profissionais estão unidos para esclarecer a todos sobre esta nova modalidade de brincadeira que pode matar.
   A conscientização está sendo significativa em nossas cidades e muito singular,começando nas famílias e escolas. Engajada ao trabalho de utilidade pública,a TV MILL apresentou uma matéria esclarecedora sobre o assunto,nesta sexta-feira com Doutor Arthur José Santos da Costa,médico Neurologista,que explicou detalhadamente os danos físicos causados à vítima da tal brincadeira,assim como Marcelo José Boldori,Coordenador do Curso de Direito da Universidade do Contestado,Porto União falou sobre às consequências penais relativas ao assunto. Em algumas escolas,alunos gravaram vídeo alertando sobre o perigo.
  Juntaram-se aos demais,nesta labuta de informação e conscientização o Colégio Visão de União da Vitória,duas alunas gravaram um vídeo,onde pedem a estes adolescentes um basta a esta ‘brincadeira’ de mal gosto.
   Nada precisaria ser dito sobre o perigo deste desafio, se houvesse a noção de responsabilidade na vida destes jovens,lamentavelmente não a possuem,e estão repetindo a sandice em outros os lugares.
O trabalho dos pais passa a ser de extrema importância, pois:
“Sua responsabilidade como pai e como mãe não é poupar o seu filho de sofrer,
mas ensiná-lo a fazer as melhores escolhas. Quando você faz isso, coloca sobre ele a responsabilidade pela própria felicidade”.




Queridos amigos,estou demorando para visitá-los e publicando menos.Sei que irão entender,estou em um trabalho voluntário desde o ano passado,dou aulas para 25 meninas de famílias carentes,estou me dedicando ao máximo e me sentindo feliz. Tenho passado na corrida para ler suas postagens,mas às vezes não consigo deixar meu comentário. 
Grande abraço a todos!


21 de jan. de 2020

Elevador constrange as pessoas





   Todos sabemos o que é um elevador,mas poucos param para pensar sobre ele e suas funções.Podemos até fazermos analogias sobre ele e a vida.
“A vida é como um elevador.Em seu caminho para cima,às vezes você tem que parar e deixar algumas pessoas saírem”. Pensando assim,entrei no elevador,apertei o botão para descer, mais pessoas foram entrando,em cada andar e os botões iam sendo usados.Notei que todas as pessoas ao entrarem se transformavam,pareciam estátuas do mais duro mármore. Um casal entrou,mas parecia que a distância faria bem a eles.Era nítido que haviam brigado,e a briga não terminara,porém tiveram que ficar feito múmias caladas.Os olhos da mulher soltavam faíscas contra o homem,que provavelmente era seu marido. Eu estava inquieta,pois dava para notar que logo iria haver uma explosão entre eles.
    Quando o elevador parou no andar onde iriam ficar ela saiu,olhou para trás e percebeu que o marido decidira ficar,ela grosseiramente o puxou pela manga da camisa,a qual rasgou,e ele foi forçado a sair.Assustadora atitude.
    Surgiu naquele momento a ideia de escrever uma crônica sobre as pessoas e o elevador.Porém,surgiu uma dificuldade, como abordar um assunto tão corriqueiro e difícil ao mesmo tempo.Teria que ser uma crônica no estilo de Luís Fernando Veríssimo.
   Pensei,pensei,pensei mais e começaram a fluir ideias, mas como Veríssimo ou Marta Medeiros descreveriam as pessoas fechadas em uma caixa metálica sem sequer olhar uma para a outra,pois elas simplesmente fixavam os olhos aos botões ou aos números correndo no placar, sobre a porta, outros que só ficam olhando para os próprios pés,outros ainda ficavam cutucando as unhas com alguma chave que tinham nas mãos. Observei tudo e achei muitíssimo engraçado. Voltei meu pensamento na crônica,e concluí que Veríssimo escreveria que o morador do 12º andar, estava apressado, pois cuidava também do relógio,diferente do morador do 11º,que nem se importava com o ruído apavorante que o elevador fazia.
   O vizinho da esquerda estava com a cabeça erguida e olhos grudados ao placar de andares,enquanto o vizinho da direita se abanava sentindo um calor que não existia. O outro ao lado ficou o tempo todo se olhando no grande espelho na parede do elevador.
   A vizinha do andar de baixo,com seus mais de 70 anos, implicava com o menino ao seu lado,que carregava um cãozinho que estava um pouco sujo,ela fazia cara de nojo e gesticulava,mas o garoto nem lhe dava atenção.
E, em relação ao casal briguento,que  também não falavam nenhuma palavra, mas que provavelmente eles desceram em um andar,que não era o desejado,mas sim,para continuarem a discussão, percebia-se que  estavam no auge da raiva, pois antes da porta do elevador se fechar já se ouviam vozes alteradas e ofensivas dos dois, pois  estavam a pouca distância .
    Percebi o quanto a pequena viagem até o térreo do edifício,era dolorosa para a maioria das pessoas.
    Uma parada, um soco do elevador e voltei a escrever a crônica em minha mente.
   Lembrei o quanto é engraçado ficar parado junto com outras pessoas e não emitir nenhum som. Chega a ser constrangedor,estar em um lugar e não poder ou não querer dizer nem uma palavra,será que é uma regra imposta pela sociedade?
   Pelo menos, poder responder um belo bom dia,boa tarde, como vai,dar um belo sorriso seria elegante e educado.
      Ideia para várias outras crônicas.


   

23 de dez. de 2019

Religião e espiritualidade

Foto do google

   À tardinha de um dia muito quente,estavam sentados sob uma frondosa árvore duas crianças judias,que ouviam atentamente o que sua avó lhes contava.
    Judite e Tobias,ela com sete anos e ele com cinco, ficavam horas junto a avó,a qual perdera seu marido, e passou a morar com o filho,a nora e os netos. Os pais seguiam a religião do Judaísmo,a qual era imposta também aos filhos,mas a avó professava o cristianismo e,portanto, seguia os ensinamentos de Jesus.
Assim,sempre que podia, evangelizava os netos por meio de lindas histórias de amor,de caridade e perdão.
   Os pais desconfiavam de que ela estava incutindo ideias sobre Jesus,aos pequenos, mas nunca puderam confirmar, pois as crianças quando questionadas, lhes respondiam que a avó apenas lhes contava muitas histórias lindas. E assim, seguiam-se os dias.
   Certa vez, a história contada pela avó foi sobre o anjo guardião,ou ainda aquele que fora nomeado por Deus para nos proteger. Na verdade,há muitas denominações para ele: espírito de luz,ou ainda,amigo espiritual. Entretanto, sendo este ou aquele nome,ele é o nosso anjo da guarda.
     Assim,por meio de belas histórias,foi passado às crianças a existência de um ser que cuida de cada um de nós.
    Com o tempo,o hábito de agradecer ao anjo tornou-se uma atitude linda entre os dois pequenos,aprenderam que a gratidão e o perdão eram armas poderosas,e desta forma, foram crescendo e conhecendo o Mestre Jesus.
     Em certa ocasião,o menino Tobias precisou submeter-se a uma pequena cirurgia,ele não estava com medo,mas mesmo assim, pediu ao anjo da guarda que o protegesse. Pediu a Jesus que guiasse as mãos dos médicos,para que tudo saísse bem.
    Os pais, mesmo sabendo que o risco era pequeno, não arredaram pé do lado do filho.Os dias de internação pós cirurgia correram bem e, aos poucos, o menino ficava melhor.A avó o visitava sempre e,certo dia,ao ficar sozinha com o neto, aproveitou para saber se ele não havia esquecido os ensinamentos,que ela lhe havia passado. Ele mais que depressa contou à avó que pedira a Jesus para que o abençoasse.Ao ouvir as palavras do neto,ela deu um largo sorriso e continuaram falando sobre a doutrina do Mestre.
    De repente, os pais entraram e da antessala conseguiram ouvir a palavra Jesus.Eles,muito curiosos e apreensivos, indagaram a avó sobre o assunto.Não houve jeito de esconder do que se tratava a conversa,e por este motivo ela ficou proibida de falar com os netos.Aquela era sem dúvida,uma situação triste para todos. Porém aquela proibição veio tarde,pois mesmo sem uma religião definida, os dois pequenos já possuíam uma religiosidade avançadíssima, e nada mais podia abalar a sua fé.
      Aquela situação seguiu daquela forma por muito tempo, as crianças iam à sinagoga com os pais,mas à noite se reuniam no quarto da avó para novas lições sobre Jesus Cristo.
      Os anos passaram rápidos e logo Judite e Tobias se tornaram adolescentes.Naquela época já sabiam qual religião seguir, pois já se sentiam cristãos. A partir de então, os pais vivenciaram muitas surpresas com seus filhos,que deixaram de ser crianças,mas não deixaram de ser cristãos.
   Eles perceberam por meio dos filhos que a religião que cada um professa deve ser de sua livre escolha,e que seus filhos estavam no caminho do bem.Por esta razão,permitiram que seguissem os ensinamentos de Jesus, porém mantinham-se afastados.
     Certo dia,ao se encontrarem,após o culto de cada um, o pai rendeu-se e falou:
    - Filhos,vamos para casa fazer juntos a ceia de Natal, que a avó de vocês preparou para festejarmos o nascimento do Menino Jesus.
       Judite e Tobias perceberam a mudança de seus pais e sorriram.

Desejo a todos um Feliz e Santo Natal, que 2020 venha repleto de bênçãos!

4 de dez. de 2019

Campanha do bem

imagem do google



     Interessante,mas não estranho,as grandes campanhas de solidariedade para auxiliar irmãos menos favorecidos.
O número de pessoas que estão sendo beneficiadas vem crescendo,e não apenas em nossas cidades,mas em outros lugares.
   E hoje há a consciência de que quando somos solidários, os primeiros beneficiados somos nós.
Claro que ainda existe muita falcatrua ao que se refere a campanhas solidárias, mas penso que podemos afirmar, que a maioria age com honestidade.Devemos sim, ficarmos atentos a quem nos pede ajuda.
Atendi a um menino com 8 anos, estava vendendo uma rifa, muito educado me ofereceu um número,estava indo de porta em porta.
Fiz-lhe diversas perguntas,as quais ele respondeu sem pestanejar, parecia ter decorado o texto, fiquei ouvindo,e pensando na boa oratória do garoto.
Curiosa, antes de ver o papel perguntei o preço e o que era o prêmio.
Mais que depressa ele respondeu:
-Dois e cinquenta cada número, e o prêmio é uma ovelha (viva).
Eu muito admirada, falei -ah! viva?
  -Sim, pois quem ganhar não precisa matá-la pode continuar a criá-la, foi o senhor Jonas que tem criação de ovelhas que nos deu para a rifa.
Comecei a simpatizar com aquele menino tão decidido, e perguntei para que seria o dinheiro da rifa?
  -Tenho um amigo, que estuda na minha sala, mas agora está só no hospital, e precisa de um grande tratamento e também para ajudá-lo nas  viagens, que faz para fora da cidade onde faz outros tipos de tratamento, ele tem as plaquetas muito baixas “plaquetopenia se caracteriza por qualquer distúrbio em que há uma quantidade anormalmente baixa de plaquetas no sangue, que são as células responsáveis pela coagulação sanguínea. Por isso, as plaquetas baixas podem estar associadas a sangramentos anormais e qualquer batida ele sangra muito.” A família dele não tem condições de custear tudo e por tanto tempo, assim tive esta ideia, que dividi com meus amigos, e agora muita gente está ajudando.
 Perguntei como estavam as vendas e a aceitação da rifa. Ele me contou que muita gente rejeitava, não o deixava nem ao menos explicar o motivo da mesma. Sendo assim,ele vendia nos locais que havia conhecidos e parentes.
    Pedi para ver a folha da rifa, estava tudo bem certinho, ele me contou que a prima havia auxiliado para que tudo ficasse bem transparente, e uma Instituição, que se engajou à campanha havia cedido seu carimbo, na folha. Havia todas as explicações ali.
   Percebi a empatia que havia nas pessoas envolvidas,e resolvi ajudar um pouco mais, chamei pelo interfone a minha vizinha, e assim fui fazendo com o celular, falei com muitas pessoas da redondeza e ele foi aos lugares certos.
  No final da tarde, tive a grata surpresa de vê-lo em minha porta novamente. Ele estava sorridente, e me contou que todas as pessoas que eu indicara a ele, haviam comprado mais que o esperado, sendo assim ele estava com uma nova lista quase completa, a felicidade irradiava luz em seus pequenos olhos.
Perguntei se ele havia voltado para casa, ele respondeu que não. Percebi que o pequeno nem havia almoçado, considerando-o já um grande amigo, convidei-o a entrar,ele meio inseguro sorriu e entrou, servi um pequeno lanche a ele, tomou o refrigerante de um gole só,estava sedento. Ficamos conversando muito.
Ele me contou onde estudava, contou sobre as dificuldades da família,que tinha mais irmãos,que necessitavam de muitas coisas.
Pensei - o que faz um menino,que também precisava de muitas coisas fazer o que ele se propôs e com coragem e determinação.
Percebi que o simples fato de ajudar nosso semelhante nos faz feliz, nos deixa bem, e nos proporciona a cura de males emocionais.
  “Segundo os preceitos de Dalai Lama, uma atitude altruísta tem poder de cura. Em A medicina do altruísmo, um de seus ensinamentos, o líder espiritual do budismo tibetano afirma que muitas doenças podem ser curadas pela medicina do amor e da compaixão,que são a base estrutural da felicidade humana.”
   Parabéns a todas as pessoas que estão engajadas na luta do bem!

12 de nov. de 2019

Buscando ser feliz




    A grande busca do ser humano ainda é a felicidade, estamos sempre correndo para encontrá-la, já fazem parte de nossos desejos sejam eles quais forem.
Poucos sabem que ela não existe lá fora e sim dentro de cada um de nós,tudo que fazemos pelo outro,quando sentimos empatia,quando conseguimos arrancar um sorriso de alguém que esqueceu de sorrir, a felicidade aparece.
    Gosto da citação de Clarice Lispector- “As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.”
   Quantas vezes já ouvimos:- Se eu ganhar na loteria serei a pessoa mais feliz do mundo, se eu encontrar o companheiro ideal para minha vida, serei feliz, se eu tiver a casa dos meus sonhos, o carro do ano, casa na praia ou no campo, se......e a conjunção condicional, neste caso leva a culpa da ausência da tão sonhada felicidade.
 É extremamente fascinante perceber que não só nós, os adultos, nos preocupamos com a tal felicidade. Os pequenos também a valorizam, porém também seguem o exemplo de que ela está em outro lugar ou em outra pessoa.
   No dia do professor, que aconteceu no dia 15 de outubro, eu fiz companhia para minha amiga que foi buscar filha e netinha na escola, houve festa, por isso, a mãe estava lá.
  Quando as duas entraram no carro, a minha amiga que estava ao volante percebeu a tristeza no rostinho da neta, virou para trás e perguntou:    
- O que houve, minha querida, você chorou?
 Sussurrando  ela respondeu:- sim vovó, estou muito triste, e se encolheu no ombro da mãe.
- Conte o que houve, podemos ajudá-la?
Ela mais que depressa se afastou da mãe, ergueu os olhinhos cheios de lágrimas e disse:
- Mamãe, quando eu crescer você me ajuda a achar um marido, para eu ser feliz?
   A mãe, meio chocada olhou para a pequena e respondeu
Valentina, você ainda é muito pequena para pensar em se casar, em ter um marido, por que isso agora?
Valentina, muito corajosa ergueu o queixo e disse:
Descobri o porquê da tristeza da minha professora, ela é triste porque não tem marido.
  Nós três, nos olhamos e sem saber o que dizer ficamos quietas, mas intrigadas com a afirmação dela, tão pequena e já sentia as emoções de quem ela gostava muito, a tristeza da professora, será que alguém saberia responder?
  Sim, foram feitas diversas pesquisas com este tema,” A visão das crianças sobre a felicidade”, e aqui transcrevo um pequeno resultado de uma delas:
  “ Com relação à primeira questão, sobre o que é ser
feliz, as respostas analisadas permitiram a emergência de
dez categorias excludentes: sentimentos e estados positivos
(rir, felicidade, alegria), self positivo e altruísmo (ser legal,
repartir, ajudar, amar), lazer (atividades físicas e divertidas,
brincar), satisfação de necessidades básicas e desejos (ter
casa, comida, ganhar presentes), família (referências à família), amizade (referências aos relacionamentos com os
pares), não-violência (não ser ator nem expectador de violências), escola (referências à escola), outras respostas.”
  Os dias transcorreram normalmente, todos da família já sabiam da história e o motivo da tristeza da pequena, mas não sabiam o que dizer ou fazer.
  Certa tarde, fomos buscar Valentina na escolinha, ela veio contente, jogando os bracinhos para o ar, e sua pequena mochila batia em sua cabeça, mas ela nem percebia, nós a observávamos, e houve um comentário da avó.
-Ufa! Hoje tem notícia boa, vamos aguardar.
Valentina entrou resfolegando, ajeitou-se ao lado da mãe e bradou:
-Mãezinha, minha professora voltou a ser feliz.
Olhamo-nos sem entender, mas teríamos que esperar a respiração dela ficar calma para ela nos esclarecer.
-O que houve, desta vez?
-Minha professora está muito feliz, pois arrumou um marido.
Rimos com ela, elogiamos a emoção da pequena, só não entendemos se a professora era casada, mas estava separada ou o motivo da tristeza era outro, porém para Valentina a felicidade estava atrelada a possuir um “bom marido”.
Ver e sentir a alegria no rostinho dela mostrava o quanto estava feliz, e não era o momento de explicar à Valentina que a felicidade da professora não estava no marido, e sim dentro dela.

Imagem Google

O porta-retratos

  Foto do google     Era quase uma da manhã, lembro-me que estava inquieta naquela madrugada, talvez pelo vento, que fazia o galho bater...