8 de mai. de 2015

Ser Mãe

Hoje, pela manhã, à espera na fila do banco, ouvi duas amigas que falavam sobre os filhos. Elas os enalteciam tanto que quase interrompi a conversa para falar a respeito dos meus filhos, os quais são maravilhosos. Percebi que não há mãe no Universo que não encontre todas as qualidades para descrever o seu rebento.
Pensei logo, no Dia das Mães, domingo dia 10 de maio. Falar ou escrever sobre elas é repetir frases lindas, feitas e portanto já conhecidas, pois filósofos da antiguidade já falavam sobre as mães.O que mais nos resta repetir?
Uma mãe só passa a existir no momento em que um filho nasce, pois antes era mulher, filha, esposa, mas não mãe. Li em algum lugar algo semelhante ao que escrevi.
São pelos filhos que nos tornamos mães.E tenho a certeza de que todas sofreram, sofrem e sofrerão pelos seus filhotes.Transformam-se em lobas para defender sua cria.
Mas as mães morrem...., não deviam pois são nosso esteio, nosso aconchego nas horas tristes. 
Já dizia Carlos Drummond de Andrade:- 
-Por que Deus permite que as mães vão-se embora?
Elas deveriam ser eternas, pois com elas não há nada de ruim que nos ameace e ela sem medir esforços retira forças do invisível para proteger a sua prole. Todas as mães sabem disso. Nossa Mãe é um presente caríssimo que Deus nos deu.
Percebi que é muito difícil falar sobre as mães, pois elas representam o tudo em nossas vidas e quando ela nos falta nos sentimos sem chão, sem orientação e sem amor, aquele amor incondicional .
Elas são nosso porto seguro em todas as etapas da nossa vida, seremos sempre crianças para ela. 
Já ouviram uma mãe dizer sobre uma filha, que já é casada e tem filhos também?
- Esta é minha menina mais velha.É assim que somos para as mães, crianças crescidas.
Eu ainda continuava na fila do banco e ouvia o quanto as mães falavam a respeito de seus filhos. Percebi que ali, elas estavam falando como todas as mães fariam, pois todas são iguais, só mudam de endereço.





26 de abr. de 2015

Ser Mulher

E ela nasceu mulher Com data e horário premeditados Concebida sob a luz do holofote vermelho Não conhecera seu pai Nem seus avós Tinha apenas o braço de sua mãe para aquecê-la nas noites frias de inverno Naquele pequeno casebre Dividindo espaço com ratazanas e incertezas E ela cresceu de um jeito desengonçado e estapafúrdio Seu físico não a permitiu muitos namorados Seu intelecto não lhe permitiu anos de estudo E pras ruas seguiu seu rumo Entre salto alto, blush e batom barato Cabelos desgrenhados e manchas de lápis sob os olhos E ela se fez mulher Entre travesseiros e lençóis Entre decepções e deleites imperfeitos E nunca mais se olhara no espelho E nunca reconhecera seu reflexo E nunca se amara E suas perspectivas foram se apagando... Junto aos tocos de cigarros arremessados ao mar E sua vida nunca pode ser vivida E a sombra do seu passado ainda estaria presente, Em cada lágrima, em cada olhar, em cada macha de batom em seus lábios.






14 de abr. de 2015

Olhe para o lado


Era um sábado de sol, o azul do céu cobria a cidade de Curitiba. Um dia propício para almoçar com amigos e compartilhar histórias e risadas.
O almoço em questão fora um pão francês cortado ao meio, com um suculento pedaço de carne. À mesa, uma tigela com diversas frutas à nossa disposição. Pronto, ali estava o nosso banquete.
O dia transcorria, escolhi uma pequena mesa no canto. Sentei-me, e me preparava para degustar meu almoço quando ele se aproximou, pedindo para sentar-se comigo.
Com um aceno na cabeça, respondi positivamente, pois naquele exato momento mordia um pedaço do meu pão com carne.
Foi quando ele, chamando seu amigo, pediu que ele levasse algumas frutas e um pão com carne a um jovem rapaz que, do outro lado da rua, buscava algum alimento nas latas de lixo.
O senhor, gentilmente, levou pedaços de melancia até o rapaz. Ao voltar, ele sorriu e disse:
- Ele quase levou minha mão junto!
O homem que estava ali sentado ao meu lado, sorriu e seus olhos encheram-se de lágrimas.
Perguntei se estava tudo bem, ele disse:
- Está sim. Sou muito coração mole. Não posso ver pessoas com fome ou com frio. E saber que talvez, esses pedaços de melancia sejam o único alimento que ele tenha o dia todo, me traz desconforto.
Começava ali uma conversa que duraria 4 horas, com frases de otimismo, revelações do passado e volta às origens. Tanto dele quanto minha.
Ele me contou muitas histórias, não para se elevar a nível de santo, nada disso... tenho certeza de que Deus manda pessoas para nós, com as palavras e frases certas, quando estamos fragilizados. E foi o que aconteceu.
Aquele senhor me contando seu passado pobre, as perdas que teve e que, mesmo assim, jamais perdera a fé. Que a ajuda deve sempre existir, seja material, seja em palavras, seja em abraços ou apenas em olhares compadecidos.
Quantas vezes apenas passamos pela vida sem deixar marcas positivas? Quantas vezes apenas levantamos e não agradecemos a Deus por mais um dia de vida? Quantas vezes observamos seres vivos nas ruas, com frio, com fome, mendigando por algo, qualquer coisa, e simplesmente passamos reto, com olhar de desdém?
Aquele senhor, com os olhos marejados, sentado ao meu lado, não precisava fazer coisas assim. Ajudar pessoas a quem ele não conhece e que, provável, jamais receberá um “muito obrigado”. Mas ele aprendeu que a vida é um ciclo. E o fazer o bem sem olhar a quem tem o seu retorno positivo, leve o tempo que levar, mas o retorno virá.
Quantas vezes eu me doei a outra pessoa, nesses anos de vida? Quantas vezes deixei meus afazeres, ou pequenos prazeres para socorrer um amigo? Quantas vezes separei um pouco da minha comida e dei a outra pessoa? Quantos abraços de carinho, olhares de afeto ou sorrisos eu dei às pessoas?
E Deus coloca pessoas em nossas vidas com suas histórias, com seus exemplos para abrir nossos olhos e ouvidos.

E a sensação daquela conversa ainda perdura e, com certeza, algo se modificou dentro de mim. 

24 de mar. de 2015

Homenagem aos 125 anos de União da Vitória - PR

Ode a União da Vitória


União da Vitória, cidade onde nasci,
Festejamos 125 anos junto a ti.
Cidade sem praia ou mar,
Com cachoeiras imensas,
Com um rio caudaloso
Que parece virar prata,
Que embora belo, também chora.
Quando se sente ansioso transborda...
Tua marca também é o pinheiro
Que é o símbolo do Paraná
Como o pinhão plantado pela gralha azul
Aqui minhas raízes foram fincadas
Pelos trilhos é cortada
Porém não sente dor
Porque é muito amada
Tua catedral, uma mansão de luz
Onde teus fieis vão em busca de paz.
Espreita em silêncio a praça que fica à tua frente
A qual guarda os segredos
Do povo que por ela passa
Estou um pouco em tudo
Que faz parte de ti
No céu que te cobre
No sol que te aquece
No rio que te sacia
No povo que te ama
Mas também estou
Nos lenhadores,
Nos estudantes,
Nas pessoas pobres,
Nos abandonados,
Nos professores,
Nos que salvam,
Nos que rezam e também nos ingratos
Estou em ti,

Querida cidade de União da Vitória.

15 de mar. de 2015

Luto: Gêmeas do Iguaçu

Alguns de vocês eu não cheguei a conhecer, mas muitos eu conhecia, vizinhos em ruas próximas, outros eu troquei acenos e abraços pelas ruas das cidades irmãs. Hoje o céu ficou cinza, a sensação é estranha. Não perdi nenhum parente ou amigo próximo neste acidente, mas as pessoas que foram embora, levaram consigo um pedaço meu. Hoje estou triste. Algumas fotos vão aparecendo no face, vejo ali sorrisos e olhares serenos. Todos com expectativas e anseios que neste sábado foram podados. Deus sabe a hora de agir, não cabe a nós julgarmos. Apenas rezo e peço para que todos encontrem o caminho de luz e descansem em paz. Na certeza, de que ficarão bem e amparando a quem aqui ficou. A dor é pungente.

Homenagem do Blog Naco de Prosa às vítimas do acidente ocorrido neste sábado, 14 de Março, na Serra Dona Francisca, Santa Catarina. 




9 de mar. de 2015

Singela Homenagem: Inezita Barroso


Ela partiu num domingo, 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Talvez não tenha sido apenas uma coincidência essa grande mulher despedir-se de nós em um dia cujo foco é voltado à mulher, à força, à coragem, à competência...
Dona de uma das vozes mais lindas do meio sertanejo, respeitada, aclamada e aplaudida por todos. Inezita Barroso fez história, deixou um legado e uma legião de fãs, de todas as idades.
Defensora do sertanejo raiz, seu programa era palco de cantores renomados ou não, mas nem por isso com menos valor. Seu programa era uma das poucas garantias de que o sertanejo puro, simples, do mato, da raiz, continuaria sendo perpetuado pela TV. Hoje, não sei mais como será. Não há outra Inezita. 
Vai com Deus, grande mulher!

8 de mar. de 2015

Dia Internacional da Mulher

Apenas Mulher - Pelo dia Internacional da Mulher


 Sabemos que as mídias, imprensa falada e escrita, irão registrar muitos temas sobre “MULHER”, porém em todos os escritos haverá um ponto em comum: a ideia da mudança.
Infelizmente, não há receitas prontas a serem seguidas para que haja 100% de acertos.
Ainda existe a angústia da mulher que se percebe viva, mas, às vezes vive na morte espiritual. E, nós mulheres precisamos descobrir todas as possibilidades de viver bem, de descobrir a nossa essência e, para isso há a necessidade de percorrer todo o caminho.
- Será que todas as mulheres têm acesso ao caminho almejado?
Sabemos que há muitas rotas, as quais levam ao destino proposto de “SER MULHER”. Quem sabe, como definiu Carl Gustav  Jung:
“  ..uma rota só, entrecruzada por todas as demais.”
Hoje, em pleno século XXI, mulheres que não conseguem ”SER”.
Muito já caminhamos, porém a situação da mulher está aquém do que esperávamos que estivesse hoje. Sabemos que nem sempre foi assim, foi pior.
Ainda vivemos muito, as amarras do passado, sempre desejando mudanças para um futuro próximo. Ela ainda hoje, tem muitos deveres e poucos direitos, pois vive a diferença que se faz entre ser mulher.
Há esperança de que mesmo a passos lentos, as mudanças para melhor vão acontecendo, pois as coisas acabam somente quando não há mais esperança – e todos sabemos que ela é a última que morre.
A vida deve ser vivida em todos os seus momentos por que toda a vida não vivida ficará latejando infiltrada em todo o ser e invivida por toda a eternidade. Viver sim, mas uma vida que valha a pena.

E ser Mulher é ter valor para o mundo. 

2 de mar. de 2015

Ode ao Capitão Kirk, primeiro oficial aviador .

Ontem, domingo, primeiro de março de 2015, foi realizada em nome da aviação do Exército Brasileiro, uma homenagem, ao patrono, capitão João Ricardo kirk pela passagem de cem anos de sua morte.
Ele nasceu na cidade de Campos Goitacazes, no Rio de Janeiro, no ano de 1874. Foi o primeiro oficial aviador do Exército Brasileiro.Declarado Alferes ao terminar a Escola Militar, em 1891, e capitão post - mortem, em 1915.
Um dos primeiros oficiais a brevetar-se na França, na Escola de Aviação d' Etampes em 22 de outubro de 1912, após 6 anos do histórico voo do 14 bis.
Regressando ao Brasil, o tenente Ricardo Kirk, além das atribuições militares na Escola de Aviação do Exército , contribuiu com a Aviação Civil como Diretor Técnico e instrutor de voo, do Aeroclube Brasileiro.
Marco com busto do Capitão Kirk.
Por ocasião dos conflitos gerados na região do Contestado, no acerto dos limites entre Paraná e Santa Catarina, Kirk foi designado para apoiar com a aviação as operações de reconhecimento da região. Substituiria a tropa de cavalaria devido às dificuldades então existentes no terreno.
Caberia a ele, inaugurar nas Américas o emprego da Aviação em operações de combate.
Em 19 de setembro, de 1914 partiu do Rio de Janeiro, via ferroviária com destino a União da Vitória.
Era seu companheiro, o piloto italiano Ernesto Darioli. Eram cinco aviões cedidos pelo Aeroclube Brasileiro, dois foram destruídos por um incêndio, causados por fagulhas da locomotiva.
Em União da Vitória, com o apoio do Coronel Amazonas, Kirk iniciou a construção de um hangar e pista de pouso.
Do primeiro voo de treinamento, em 4 de janeiro de 1915, os pilotos relataram dificuldades causadas por ventos fortes, nebulosidade e frio intenso.
Uma região montanhosa coberta por mata fechada dificultava a localização dos focos de revoltosos. No dia primeiro de março, data escolhida pelo General Setembrino de Carvalho para chegarem a Santa Maria, Darioli pilotando o " Guarani", mesmo orientado por panos brancos colocados nas copas de alguns pinheiros, inesperadamente, viu-se desorientado e com o motor falhando. Com auxílio da bússola retornou a União da Vitória, porém Ricardo Kirk prosseguiu na missão, pilotando o avião 
"Iguaçu".
Acredita-se que tentando pousar no antigo Caminho das Tropas, na estrada de Palmas, próximo à Colônia de General Carneiro, bateu com a asa na copa de um pinheiro e foi arremessado para fora do aparelho.
Perdia o Exército Brasileiro o seu melhor piloto e dirigente pessoal de construção de outros campos de aviação, como o de Rio Negro e Canoinhas.
Um morador da região, senhor Ricardo Pohl, prestou a primeira homenagem ao aviador, colocando dois dormentes em forma de cruz e escreveu com a ponta de uma faca;" Aqui faleceu de desastre o aviador Ricardo Kirk, 1º de março de 1915".
Seu corpo foi transportado em carroça pelo senhor Miguel Chaicoski até a igreja Matriz de União da Vitória, hoje Porto União, e daí para o Cemitério do mesmo local.
Em outubro de 1943 os restos mortais de Ricardo Kirk foram transladados para o Rio de Janeiro, onde repousa no Mausoléu do Cemitério São João Batista. Também, no Rio de Janeiro, no campo dos Afonsos, em sua homenagem, uma das colinas no vértice nordeste do campo de pouso, recebeu o seu nome.
Nos jardins do Cemitério Municipal de Porto União, local onde seus restos mortais repousaram desde 03 de março de 1915 até outubro de 1943, a Prefeitura Municipal de Porto União e a Academia de Letras do Vale do Iguaçu construíram um Marco contendo placa alusiva à sua missão no Contestado.



Este texto me foi permitido publicar com algumas pequenas mudanças, pela professora Therezinha Wolff, a qual também retirou dados do livro" Pegadas Amigas".(2007)  

A homenagem aconteceu no próprio local do acidente.

22 de fev. de 2015

Casamento na roça.

A casa estava com suas passagens congestionadas, apesar de enorme, todos os cômodos  estavam com gente se  vestindo, se arrumando ou apenas descansando.
Era casamento de uma das filhas do casal. Moravam na roça, de onde tiravam quase tudo para o seu sustento, a vida lá era muito árdua. Cada um tinha a sua tarefa, eram em muitos irmãos.
Lídia, a noiva, era a encarregada de ordenhar as vacas, colocar os botijões cheios, na estrada, os quais eram recolhidos e levados à cidade para vender,  em casa era feito o queijo, a manteiga, a nata, os quais eram levadas a cavalo para a cidade onde eram vendidos. Os fregueses eram certos. Soube que muitas vezes de tanto chacoalhar, a nata virava manteiga o que causava problemas, pois muitos estavam à espera da nata, e não da manteiga.
Assim era a vida de Lídia.
Pensava que casando ela iria ter o melhor do melhor, pois iria morar na cidade, pensou nos presentes que iria ganhar, pois haveria uma grande festa, para a qual toda a vila foi convidada. Todos da vila foram ao grande casamento, com seus presentes nas carroças.
Os noivos ganharam porcos, galinhas e até uma bezerrinha a qual, perdera a mãe ao nascer. Pois é, hoje quando somos convidados para um casamento, logo indagamos sobre a lista de presentes. Há uma loja, que os noivos escolhem e lá deixam sua lista. No último casamento que fomos,  a lista estava na internet, escolhíamos o presente e, se aquele já fora comprado, nós não sabíamos, mas fazíamos a compra pelo cartão ( em vezes, é claro rsssssssss) e assim os noivos  escolhiam o que lhes faltava.  Prática boa, não acham ?

Bem, voltemos ao casamento de Lídia.
Os presentes ficaram todos  na chácara onde ela morava com os pais, pois não havia como levá-los na carroça e depois até à cidade, onde pegariam o trem e seguiriam para suas novas vidas.


A viagem foi cansativa, mas quando chegaram  ao destino, o trabalho tinha que ser feito, descarregar, arrumar, lavar, cozinhar. O marido já foi trabalhar, pois já havia deixado tudo ajeitado, ele também era da roça, porém tudo deu errado. Conseguiram outro trabalho em uma fazenda, onde ele fazia o trabalho braçal e Lídia ordenhava as vacas.

8 de fev. de 2015

Ações e reações do cotidiano.

 Fui com minha prima fazer compras, sexta - feira,
 mercado lotado, outra cidade. Ela pegou um carrinho pequeno,  percebi que ela comprara poucos produtos, por isso,  perguntei-lhe:-
-Por que não troca pela cestinha ?
Ela não havia atingido o número de itens permitido, então poderíamos ser atendidas com mais rapidez, porém observamos que a fila pretendida estava imensa, isso porque havia muitas pessoas com carrinhos repletos na fila das cestinhas. Pode? Não! Mas havia mais pessoas nesta fila do que na outra de carrinhos.
No caixa preferencial nem pensar, pois estava desativado e nos demais nem caixas havia.
Comecei a ficar nervosa, pois o desrespeito com os clientes era visível, pensei :- Calma, calma, nada se faz com barulho.
Como educadora sei perfeitamente que a educação deve fazer parte de nossa vida sempre. Para passar o tempo, fiquei olhando a estante de livros, ao meu lado, parece coisa combinada, pois o primeiro livro trazia na capa o seguinte pensamento de Nelson Mandela-"A educação é a arma mais poderosa que pode usar  para mudar o mundo."
Todos, creio eu, sabem  que a educação é que possui o poder de mudar um povo, portanto quantas vezes vimos pessoas consumindo alimentos em lugares proibidos, ou até mesmo no supermercado comem e deixam o resto jogado nas prateleiras, eu no entanto não tomo atitude alguma.
Posso perguntar :-
-Que educação eu tenho, quando deixo passar algo que está acontecendo na minha frente e não faço nada?
Em outros tempos já fui mais afoita e não deixava passar nada . Chamavam -me de "revolucionária", o que me deu muita dor de cabeça, por isso, aprendi a ser mais ponderada, pois os erros por falta de educação sempre vão existir.
Lembro-me de Paulo Freire - " Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda."
Precisamos ser educados para entender sobre cidadania e termos pleno respeito às leis, porém isso não acontece,  porque muitos querem tirar proveitos do que lhes é indevido.
Outros estão preocupados com os "heróis", do BBB, com as fofocas da TV, enfim tudo, menos em educação.
Voltando ao assunto, ficamos na fila por muito tempo, olhei para o lado e vi uma jovem fazendo sinal para uma senhora, que estava  em nossa frente, também na fila.
Acreditem se quiserem, ela chamou a jovem, que estava na outra fila para passar com as compras dela. O carrinho dela estava abarrotado de compras, quando percebi o que iria acontecer, fiquei posicionada onde ela teria que passar, porque a cara de pau veio com tudo. Minha prima não entendeu nada no início, a moça pedia para passar e eu me fingia de surda. Atrás de nós, a fila não tinha fim, as pessoas não falavam nada, mas mostravam no rosto seu descontentamento.
Poxa! Já nem sei onde estava a educação, pois minha prima também é educadora.
Perdi a paciência e olhei para trás e disse:-
-Moça, você não acha que está faltando educação aqui? - Educação para saber que o que você está fazendo está totalmente errado? -Dê uma olhada para trás e veja quanta gente de idade, mães com crianças, inclusive havia um bebê que chorava muito.
Aí, a senhora que a chamou, veio em sua defesa, mas eu continuei, falei com educação e muita calma ( não sei de onde tirei a calma, mas enfim) que se todos agissem assim jamais iríamos melhorar e evoluirmos em educação e respeito, pois falamos em povo educado, mas fazemos tudo errado.
Sabem, ela me pediu desculpas, disse que havia agido sem pensar e confirmava o seu erro.
Pensei :- Consegui !
Em seguida ela passou na nossa frente e foi com seu carrinho cheio.







O porta-retratos

  Foto do google     Era quase uma da manhã, lembro-me que estava inquieta naquela madrugada, talvez pelo vento, que fazia o galho bater...